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Introdução à Úlcera por Pressão

 

Introdução à Úlcera por Pressão

 

 

Uma úlcera por pressão, também conhecida como úlcera de decúbito ou escara, é uma lesão cutânea localizada que ocorre quando a pele e os tecidos subjacentes são submetidos a uma pressão prolongada e constante. Essa pressão excessiva restringe o fluxo sanguíneo para a área afetada, resultando em danos aos tecidos e células. As úlceras por pressão geralmente se desenvolvem em áreas do corpo onde os ossos estão próximos à superfície da pele, como quadris, calcanhares, cotovelos e região sacral.

 

Essas lesões podem se manifestar em diferentes estágios, variando de danos superficiais na pele até danos profundos que afetam músculos, ossos e outras estruturas. A classificação de estágios, estabelecida por sistemas como a Classificação de Estágios de Úlceras por Pressão do National Pressure Ulcer Advisory Panel (NPUAP), ajuda a compreender a gravidade das lesões e a planejar o tratamento adequado.

 

As úlceras por pressão são um desafio significativo em ambientes de cuidados de saúde, particularmente para pacientes com mobilidade limitada, idosos ou aqueles que estão acamados por longos períodos. A prevenção é fundamental, envolvendo estratégias como mudanças de posição regulares, uso de superfícies de apoio de redistribuição de pressão, cuidados adequados com a pele e avaliação constante do risco.

 

O entendimento da definição de úlcera por pressão é crucial para profissionais de saúde, cuidadores e pacientes, pois uma identificação precoce e abordagem adequada podem prevenir o desenvolvimento dessas lesões dolorosas e debilitantes.

 

Os fatores de risco desempenham um papel crucial no desenvolvimento das úlceras por pressão, constituindo um conjunto diversificado de circunstâncias que aumentam a vulnerabilidade do indivíduo a essas lesões cutâneas. A imobilidade é um dos principais fatores, visto que a pressão contínua sobre determinadas áreas do corpo resulta em uma redução do fluxo sanguíneo, comprometendo a oxigenação dos tecidos e promovendo o surgimento das úlceras.

 

A má nutrição também é um fator significativo. A carência de nutrientes essenciais prejudica a reparação celular, tornando a pele mais suscetível a lesões e dificultando a cicatrização das úlceras já existentes. Além disso, a idade avançada contribui para um risco maior, uma vez que a pele torna-se mais fina, menos elástica e mais suscetível a danos.

 

Outros fatores, como incontinência urinária e fecal, afetam a integridade da

pele, uma vez que a umidade constante pode irritar e enfraquecer a barreira cutânea. A diminuição da sensibilidade, seja devido a condições médicas subjacentes ou a medicamentos, também é preocupante, já que o paciente pode não sentir a pressão excessiva em determinadas áreas.

 

É essencial destacar que a combinação desses fatores aumenta exponencialmente o risco de desenvolver úlceras por pressão. Portanto, profissionais de saúde, cuidadores e familiares devem estar atentos a esses aspectos, adotando medidas preventivas rigorosas, como mudanças de posição regular, cuidados nutricionais adequados e monitoramento constante da pele, para minimizar o risco e proporcionar um melhor cuidado aos pacientes em risco.

 

A terminologia relacionada às categorias ou estágios de úlceras por pressão é crucial para uma avaliação e comunicação precisa entre profissionais de saúde. O National Pressure Ulcer Advisory Panel (NPUAP) definiu uma classificação de quatro estágios para descrever a gravidade das úlceras por pressão.

 

No **Estágio 1**, a pele exibe áreas vermelhas, sensíveis e com calor ao toque. A lesão afeta apenas as camadas superficiais da pele e pode não ser visível em todos os tons de pele.

 

O **Estágio 2** envolve danos à epiderme e à derme, formando uma ferida aberta, bolha ou abrasão superficial. É caracterizado por dor, vermelhidão e possível exsudato.

 

No **Estágio 3**, a lesão se estende para a camada mais profunda da pele, atingindo o tecido subcutâneo. A ferida assume uma aparência crateriforme e pode envolver necrose. 

 

No **Estágio 4**, a úlcera por pressão é profunda, atingindo músculos, ossos e tecidos subjacentes. A necrose é proeminente, e a ferida pode ser extensa.

 

Essa terminologia é essencial para garantir uma compreensão clara da gravidade da lesão, orientando a abordagem de tratamento e prevenção adequada. Vale ressaltar que, além desses quatro estágios, o NPUAP também reconhece a categoria "Não Classificável", para lesões com cobertura escura ou esfacelada, e a "Lesão Profunda de Tecido", quando a lesão é coberta por tecido necrótico ou esfacelado. Isso destaca a importância de uma avaliação detalhada para fornecer cuidados eficazes e individualizados aos pacientes.

 

A pele é o maior órgão do corpo humano e desempenha um papel vital na proteção, regulação térmica, sensação e função imunológica. É composta por três camadas principais: epiderme, derme e tecido subcutâneo.

 

A **epiderme** é a camada mais

externa e visível da pele. É composta por várias subcamadas de células, incluindo queratinócitos que produzem queratina, uma proteína que contribui para a resistência e impermeabilidade da pele. As células da epiderme se deslocam gradualmente das camadas mais profundas para a superfície, onde são eventualmente descamadas.

 

A **derme** está abaixo da epiderme e é mais espessa. É constituída por tecido conjuntivo, fibras colágenas e elásticas, vasos sanguíneos, terminações nervosas e anexos da pele, como folículos pilosos e glândulas sudoríparas. A derme fornece suporte estrutural, elasticidade e nutrição para a epiderme, além de desempenhar um papel importante na regulação da temperatura corporal.

 

O **tecido subcutâneo**, também conhecido como hipoderme, fica abaixo da derme. Ele é composto por tecido adiposo e conectivo, atuando como isolante térmico, reserva de energia e proteção contra impactos físicos. O tecido subcutâneo também contém vasos sanguíneos e terminações nervosas, contribuindo para a nutrição e sensibilidade da pele.

 

A compreensão da estrutura da pele é fundamental para profissionais de saúde, pois as úlceras por pressão ocorrem quando a pressão contínua compromete o fluxo sanguíneo e a oxigenação dos tecidos, resultando em danos à epiderme, derme e, potencialmente, ao tecido subcutâneo. A manutenção da integridade da pele requer uma abordagem holística, considerando a estrutura e as funções das diferentes camadas.

 

Os vasos sanguíneos e a irrigação sanguínea desempenham um papel fundamental na saúde e na função dos tecidos da pele. Os vasos sanguíneos incluem artérias, veias e capilares, que trabalham em conjunto para fornecer oxigênio, nutrientes e remover resíduos metabólicos das células.

 

As **artérias** transportam sangue oxigenado do coração para os tecidos. Essas artérias ramificam-se em vasos menores, os capilares, que estão presentes em grande densidade na derme. Os **capilares** são responsáveis pela troca de oxigênio, nutrientes e produtos de resíduos entre o sangue e as células.

 

Após a troca nos capilares, o sangue desoxigenado e rico em resíduos é coletado pelas **veias**, que levam o sangue de volta ao coração para ser reoxigenado. O sistema vascular da pele é essencial para a termorregulação, uma vez que o fluxo sanguíneo próximo à superfície da pele ajuda a dissipar o calor.

 

Em relação às úlceras por pressão, a adequada irrigação sanguínea é crucial para a cicatrização e prevenção. A pressão

prolongada sobre os vasos sanguíneos pode reduzir ou interromper o fluxo sanguíneo, levando à hipóxia tecidual e ao risco de desenvolvimento de úlceras. A compreensão da importância dos vasos sanguíneos e da irrigação sanguínea na saúde da pele é vital para a prevenção e tratamento eficazes das úlceras por pressão.

 

Os mecanismos de lesão, incluindo pressão, fricção e cisalhamento, desempenham um papel crucial no desenvolvimento de úlceras por pressão. A **pressão** contínua sobre uma área específica da pele reduz o fluxo sanguíneo nos vasos, levando à hipóxia e danos aos tecidos subjacentes. Isso ocorre quando um osso pressiona a pele contra uma superfície dura, como uma cama ou cadeira.

 

A **fricção** é causada pelo movimento da pele contra uma superfície áspera, resultando em abrasão da epiderme. Isso é comum em pacientes que são movidos ou arrastados na cama sem a devida elevação, levando a danos na camada mais superficial da pele.

 

O **cisalhamento** ocorre quando a pele desliza em uma direção enquanto os tecidos subjacentes permanecem fixos devido à gravidade ou atrito com a superfície da cama. Isso cria tensão nas camadas internas da pele, causando danos aos vasos sanguíneos e tecidos.

 

Compreender esses mecanismos é crucial para a prevenção e tratamento de úlceras por pressão. Estratégias de prevenção incluem a redistribuição da pressão por meio de mudanças de posição regulares, uso de superfícies de apoio adequadas, além de evitar o atrito excessivo e o cisalhamento durante o movimento do paciente. O conhecimento desses mecanismos ajuda a minimizar o risco de desenvolvimento de úlceras por pressão, garantindo uma abordagem abrangente e eficaz de cuidados.

 

O processo de formação de úlceras por pressão é um conjunto complexo de eventos que ocorre quando os tecidos são submetidos a pressão prolongada e constante. Inicialmente, a pressão reduz o fluxo sanguíneo nos vasos sanguíneos da área afetada, diminuindo a oxigenação dos tecidos. Isso leva a uma hipóxia localizada e danos celulares.

 

À medida que a pressão continua, ocorre um acúmulo de metabólitos e produtos de resíduos nas células, causando inflamação e retenção de fluidos. A compressão dos vasos sanguíneos também impede a drenagem linfática, resultando em edema e inchaço dos tecidos.

 

A combinação de hipóxia, inflamação e edema enfraquece a integridade da pele e dos tecidos subjacentes. Isso torna a pele mais susceptível a danos causados por atrito, fricção e

cisalhamento, agravando ainda mais o processo. Com o tempo, a pele começa a mostrar sinais visíveis de dano, como vermelhidão, bolhas ou erosões superficiais.

 

Se as medidas preventivas não forem tomadas, a lesão pode progredir para estágios mais graves, envolvendo camadas mais profundas da pele e, potencialmente, atingindo músculos e ossos. O conhecimento desse processo é vital para a prevenção e tratamento adequados de úlceras por pressão, enfatizando a importância da redistribuição de pressão, monitoramento constante e intervenções adequadas para interromper esse ciclo de dano tecidual.

 

Os danos celulares e teciduais são resultados diretos do processo de formação de úlceras por pressão. Quando a pressão contínua e prolongada restringe o fluxo sanguíneo para uma área específica da pele, as células começam a sofrer com a falta de oxigênio e nutrientes essenciais. Isso leva a uma condição conhecida como hipóxia celular, onde as células não recebem a quantidade necessária de oxigênio para funcionar adequadamente.

 

A hipóxia celular desencadeia uma série de respostas celulares, incluindo a liberação de substâncias inflamatórias que atraem células imunológicas para a área danificada. No entanto, se a hipóxia persistir, as células começam a sofrer lesões e eventualmente morrem, resultando em uma área de tecido danificado.

 

O acúmulo de produtos de resíduos metabólicos, juntamente com a inflamação e o edema, contribui para a fragilidade dos tecidos. À medida que a integridade da pele é comprometida, ela se torna mais suscetível a lesões causadas por fricção, atrito e cisalhamento.

 

A compreensão dos danos celulares e teciduais é essencial para a abordagem preventiva e terapêutica das úlceras por pressão. A redução da pressão contínua, a promoção da oxigenação dos tecidos, o controle da inflamação e a proteção da pele contra lesões adicionais são todos elementos-chave para minimizar os danos celulares e promover a cicatrização.

 

A inflamação, a necrose e a infecção são complicações comuns associadas às úlceras por pressão, que podem agravar ainda mais o quadro clínico. A pressão contínua que causa danos celulares desencadeia uma resposta inflamatória localizada, envolvendo a liberação de mediadores inflamatórios e a migração de células imunológicas para a área danificada.

 

A **necrose** ocorre quando as células danificadas não conseguem se recuperar e começam a morrer. Isso resulta na formação de tecido necrótico, que é um ambiente

propício para o crescimento de bactérias. A presença de tecido necrótico compromete a cicatrização e aumenta o risco de infecção.

 

A **infecção** ocorre quando micro-organismos, como bactérias, penetram na pele danificada e se multiplicam. Isso pode levar a uma infecção localizada ou até mesmo se espalhar para tecidos mais profundos. Infecções associadas a úlceras por pressão podem atrasar significativamente o processo de cicatrização e aumentar a gravidade da lesão.

 

O tratamento adequado envolve a limpeza e remoção do tecido necrótico, a administração de antibióticos quando necessário e a prevenção da disseminação da infecção. É importante monitorar de perto a presença de sinais de inflamação, necrose e infecção, a fim de intervir precocemente e reduzir os riscos associados a essas complicações.

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