INTERPRETAÇÃO DA NORMA ISO 9001:2015
Implementação e Melhoria Contínua
Requisitos de
Recursos, Competência, Conscientização e Comunicação
A ISO 9001:2015 enfatiza a importância de
garantir que todos os recursos necessários estejam disponíveis para a
implementação eficaz e manutenção do sistema de gestão da qualidade (SGQ). Isso
inclui recursos humanos, materiais, tecnológicos e financeiros. O sucesso de um
SGQ depende diretamente da capacidade da organização de fornecer esses recursos
adequados e assegurar que eles sejam utilizados de maneira eficiente.
1. Recursos:
o
Recursos
Humanos: Assegurar que a organização tenha um número suficiente de
funcionários qualificados para realizar as atividades relacionadas ao SGQ. Isso
inclui a seleção, contratação e alocação de pessoal adequado às suas funções.
o
Recursos
Tecnológicos: Garantir que a infraestrutura tecnológica, como softwares,
equipamentos e sistemas de informação, esteja disponível e funcionando
adequadamente para suportar os processos de qualidade.
o
Recursos
Materiais: Fornecer os materiais e equipamentos necessários para a produção
e entrega de produtos ou serviços de acordo com os padrões de qualidade
estabelecidos.
2. Competência:
o
A competência dos colaboradores é crucial para a
eficácia do SGQ. A organização deve identificar as habilidades e conhecimentos
necessários para cada função, garantir que os colaboradores sejam devidamente
treinados e que suas competências sejam periodicamente avaliadas. A educação
contínua e o desenvolvimento profissional são essenciais para manter a
qualidade em níveis elevados.
3. Conscientização:
o
Todos os colaboradores devem estar cientes da
política de qualidade da organização, dos objetivos de qualidade e de como suas
atividades individuais contribuem para esses objetivos. A conscientização é
fundamental para garantir o comprometimento com a qualidade em todos os níveis
da organização.
4. Comunicação:
o A comunicação eficaz é vital para a implementação e operação do SGQ. A organização deve estabelecer canais de comunicação claros e eficientes para assegurar que as informações sobre o SGQ sejam disseminadas de forma adequada. Isso inclui a comunicação interna entre departamentos e equipes, bem como a comunicação externa com clientes, fornecedores e outras partes interessadas.
Controle de Documentos
e Informações Documentadas
O controle de
documentos e informações
documentadas é um aspecto fundamental do SGQ, conforme exigido pela ISO
9001:2015. Documentos e informações documentadas servem como evidências de
conformidade e ajudam a garantir a consistência dos processos e resultados.
1. Documentos:
o
A organização deve identificar quais documentos
são necessários para o SGQ e garantir que esses documentos sejam adequados,
precisos e atualizados. Isso inclui manuais de qualidade, procedimentos
operacionais, especificações técnicas e registros de qualidade.
2. Controle de Documentos:
o
O controle de documentos envolve a criação,
aprovação, distribuição, revisão, atualização e arquivamento de documentos. A organização deve
assegurar que apenas as versões mais recentes e aprovadas dos documentos
estejam em uso e que os documentos obsoletos sejam removidos ou claramente
identificados para evitar seu uso inadvertido.
3. Informações Documentadas:
o
Além dos documentos formais, a ISO 9001:2015
exige que a organização mantenha informações documentadas
que demonstrem conformidade com os
requisitos da norma e a eficácia do SGQ. Essas informações podem incluir
registros de auditorias internas, resultados de monitoramento e medição,
relatórios de não conformidades e ações corretivas.
Implementação dos
Processos Operacionais e Monitoramento do Desempenho
A implementação eficaz dos processos
operacionais é central para a realização dos objetivos de qualidade da
organização. A ISO 9001:2015 requer que a organização planeje, implemente,
controle e monitore os processos necessários para a produção e entrega de
produtos e serviços que atendam às expectativas dos clientes e aos requisitos
regulatórios.
1. Implementação dos Processos Operacionais:
o
Os processos operacionais devem ser claramente
definidos e
documentados, com responsabilidades e autoridades bem
estabelecidas. Isso inclui a determinação das entradas e saídas dos processos,
as sequências e interações dos processos, e os critérios de aceitação para
produtos e serviços.
2. Monitoramento do Desempenho:
o
A organização deve monitorar e medir o
desempenho dos processos operacionais para assegurar que eles estejam
alcançando os resultados esperados. Isso pode incluir a coleta de dados sobre
eficiência, eficácia, conformidade com especificações e satisfação do cliente.
o Ferramentas de monitoramento, como indicadores-chave de desempenho (KPIs), são
utilizadas para avaliar a performance dos processos em tempo real, permitindo que a organização tome ações corretivas rapidamente se necessário.
3. Auditorias e Revisões:
o
As auditorias internas são uma ferramenta
importante para avaliar a conformidade dos processos operacionais com os
requisitos do SGQ. Através das auditorias, a organização pode identificar áreas
de melhoria e garantir que os processos operacionais estejam em linha com os
objetivos de qualidade.
4. Melhoria Contínua:
o
A partir do monitoramento do desempenho e das
auditorias internas, a organização deve implementar melhorias contínuas nos
processos operacionais. Isso pode envolver ajustes nos procedimentos,
introdução de novas tecnologias, treinamento adicional para os colaboradores ou
revisões na alocação de recursos.
Em resumo, o suporte e a operação eficazes do
SGQ dependem da disponibilização de recursos adequados, do controle rigoroso de
documentos e informações, e da implementação e monitoramento cuidadoso dos
processos operacionais. Ao cumprir esses requisitos, a organização pode
garantir a consistência na entrega de produtos e serviços de alta qualidade,
melhorando continuamente seu desempenho e satisfazendo as expectativas das
partes interessadas.
Métodos de
Monitoramento, Medição, Análise e Avaliação de Desempenho
A avaliação de desempenho é uma parte
essencial do sistema de gestão da qualidade (SGQ) segundo a ISO 9001:2015. Ela
envolve o monitoramento contínuo, a medição sistemática, a análise criteriosa e
a avaliação regular dos processos e resultados para garantir que a organização
esteja alcançando seus objetivos de qualidade.
1. Monitoramento:
o
O monitoramento envolve a coleta contínua de
dados sobre os processos e resultados da organização. Isso pode incluir a
observação direta das operações, a coleta de feedback de clientes, o
acompanhamento de prazos de entrega e a verificação da conformidade com as
especificações.
2. Medição:
o
A medição é o processo de quantificação dos
dados coletados durante o monitoramento. Para que a medição seja eficaz, a
organização deve definir claramente o que será medido e quais métodos serão
utilizados. Isso pode incluir medições de tempo, custo, qualidade, eficiência e
satisfação do cliente.
3. Análise:
o A análise envolve a interpretação dos dados medidos para identificar tendências, desvios, pontos fortes e fracos nos processos e resultados da
organização. Ferramentas estatísticas e técnicas de
análise de dados são frequentemente usadas para transformar dados brutos em
informações úteis para a tomada de decisões.
4. Avaliação:
o
A avaliação é o processo de comparar os
resultados obtidos com os objetivos estabelecidos pela organização. A avaliação
permite que a organização determine se está no caminho certo para atingir seus
objetivos de qualidade ou se são necessárias ações corretivas ou preventivas.
Realização de
Auditorias Internas e a Importância da Revisão pela Direção
As auditorias internas são uma ferramenta
fundamental na avaliação do desempenho do SGQ. Elas são realizadas para
verificar se os processos estão em conformidade com os requisitos estabelecidos
pela ISO 9001:2015 e se estão sendo implementados de maneira eficaz.
1. Auditorias Internas:
o
As auditorias internas são conduzidas por
auditores qualificados dentro da organização ou por auditores externos
contratados. O objetivo é avaliar a conformidade dos processos e identificar
áreas de melhoria. As auditorias devem ser planejadas e realizadas de acordo
com um cronograma definido, cobrindo todas as áreas e processos relevantes do
SGQ.
o
Durante a auditoria, os auditores revisam
documentos, observam operações, entrevistam colaboradores e verificam registros
para determinar se as práticas reais estão alinhadas com os procedimentos
documentados.
2. Importância da Revisão
pela Direção:
o
A revisão pela direção é um componente crítico
do SGQ e ocorre após a conclusão das auditorias internas. Durante a revisão, a
alta direção avalia os resultados das auditorias, o desempenho do SGQ e a
conformidade com os objetivos de qualidade.
o
A revisão pela direção é importante porque
permite que os líderes da organização tomem decisões informadas sobre mudanças
necessárias, ajustes estratégicos e alocação de recursos. Ela também demonstra
o compromisso da alta direção com a melhoria contínua e com a eficácia do SGQ.
Indicadores de
Desempenho e Sua Relação com os Objetivos da Qualidade
Os indicadores de desempenho, também
conhecidos como KPIs (Key Performance Indicators), são métricas específicas
utilizadas para medir o progresso em direção aos objetivos de qualidade da
organização. Eles são fundamentais para monitorar e avaliar o desempenho de
processos, produtos e serviços.
1. Definição de Indicadores
de Desempenho:
o Os indicadores de desempenho devem ser definidos com base nos objetivos de
qualidade estabelecidos pela organização. Eles devem
ser mensuráveis, relevantes e alinhados com as metas estratégicas da empresa.
Exemplos de indicadores incluem taxas de defeitos, tempo de ciclo de produção,
índice de satisfação do cliente e tempo de resposta a reclamações.
2. Relação com os Objetivos
de Qualidade:
o
Os KPIs estão diretamente ligados aos objetivos
de qualidade, pois fornecem dados objetivos sobre o quão bem a organização está
alcançando esses objetivos. Por exemplo, se um objetivo de qualidade é melhorar
a satisfação do cliente, um KPI relevante poderia ser o índice de satisfação do
cliente, medido por meio de pesquisas regulares.
o
A análise dos KPIs permite que a organização
identifique áreas onde os objetivos de qualidade estão sendo alcançados e onde
são necessárias melhorias. Isso ajuda a orientar as ações corretivas e
preventivas, garantindo que a organização permaneça no caminho certo para
cumprir seus compromissos com a qualidade.
3. Uso Contínuo dos
Indicadores:
o
Os KPIs não são estáticos; eles devem ser
revisados e ajustados conforme necessário para refletir mudanças nas
prioridades da organização, no mercado ou nos requisitos regulatórios. O uso
contínuo e o acompanhamento dos KPIs garantem que a organização possa reagir
rapidamente a quaisquer desvios e se concentrar nas áreas que mais impactam a
qualidade.
Em resumo, a avaliação de desempenho no
contexto da ISO 9001:2015 é um processo contínuo e dinâmico que envolve
monitoramento, medição, análise e auditoria. Ao utilizar métodos eficazes de
avaliação e ao integrar indicadores de desempenho com os objetivos de
qualidade, as organizações podem assegurar que seu SGQ esteja funcionando de
maneira eficaz e que esteja alinhado com suas metas estratégicas de longo
prazo.
Ferramentas e Técnicas
para a Promoção da Melhoria Contínua no Sistema de Gestão da Qualidade
A melhoria contínua é um dos princípios
fundamentais da ISO 9001:2015, que incentiva as organizações a buscar
continuamente maneiras de aprimorar seus processos, produtos e serviços. A
promoção da melhoria contínua no sistema de gestão da qualidade (SGQ) pode ser
facilitada por várias ferramentas e técnicas:
1. Kaizen:
o O Kaizen é uma filosofia japonesa de melhoria contínua que envolve todos os colaboradores, desde a alta direção até os operários da linha de produção. Ele foca em fazer pequenas melhorias incrementais nos processos, que ao longo do tempo
resultam em grandes melhorias
na eficiência e qualidade. Grupos Kaizen são formados para identificar
problemas, analisar causas e implementar soluções de maneira colaborativa.
2. Análise de Causa Raiz (RCA):
o
A análise de causa raiz é uma técnica usada para
identificar a causa subjacente de problemas ou não conformidades. Ao
identificar a causa raiz, a organização pode implementar ações corretivas que
eliminam o problema permanentemente, em vez de apenas tratar os sintomas.
Ferramentas comuns para RCA incluem o diagrama de Ishikawa (ou diagrama de
espinha de peixe) e os "5 Porquês".
3. Benchmarking:
o
O benchmarking envolve comparar os processos e
práticas da organização com aqueles de outras organizações que são consideradas
líderes em sua indústria. Essa comparação permite identificar áreas onde
melhorias podem ser feitas, com base em melhores práticas observadas em outras
empresas.
4. Controle Estatístico de Processo (CEP):
o
O CEP utiliza métodos estatísticos para
monitorar e controlar os processos de produção, garantindo que eles operem
dentro dos limites de controle predefinidos. Essa técnica ajuda a identificar
variações no processo que podem levar a não conformidades, permitindo que ações
corretivas sejam tomadas antes que produtos defeituosos sejam produzidos.
5. Six Sigma:
o
O Six Sigma é uma metodologia focada na redução
da variabilidade dos processos e na eliminação de defeitos. Ele usa técnicas
estatísticas avançadas para identificar causas de variação e implementar
soluções que melhoram a qualidade e a eficiência dos processos.
Tratamento de Não
Conformidades e Ações Corretivas
A ISO 9001:2015 exige que as organizações
tratem as não conformidades de maneira estruturada e eficaz, garantindo que
problemas sejam resolvidos de forma que não voltem a ocorrer. O tratamento de
não conformidades e a implementação de ações corretivas são processos
fundamentais para a melhoria contínua:
1. Identificação de Não Conformidades:
o
Não conformidades podem ser identificadas
através de várias fontes, como auditorias internas, feedback de clientes,
inspeções de qualidade e monitoramento de processos. A organização deve
garantir que todas as não conformidades sejam registradas de maneira
sistemática.
2. Análise e Investigação:
o Após a identificação de uma não conformidade, a organização deve realizar uma análise detalhada para entender a causa raiz do problema. Essa investigação deve ser
a identificação de uma não conformidade, a
organização deve realizar uma análise detalhada para entender a causa raiz do
problema. Essa investigação deve ser conduzida de maneira que identifique não
apenas o que deu errado, mas também por que e como isso ocorreu.
3. Implementação de Ações Corretivas:
o
Com base na análise da causa raiz, ações
corretivas devem ser planejadas e implementadas para eliminar a causa do
problema. Essas ações podem envolver mudanças em processos, procedimentos,
treinamento de pessoal, ou revisões de materiais e equipamentos.
4. Verificação da Eficácia:
o
Após a implementação das ações corretivas, é
crucial verificar se essas ações foram eficazes na eliminação da causa da não
conformidade e na prevenção de sua recorrência. Essa verificação pode ser feita
através de monitoramento contínuo, auditorias ou outras formas de avaliação.
Revisão do Ciclo PDCA
(Plan-Do-Check-Act) na Prática da ISO 9001:2015
O ciclo PDCA (Plan-Do-Check-Act) é uma
ferramenta fundamental na prática da melhoria contínua e está no coração da ISO
9001:2015. O PDCA é um ciclo iterativo de quatro fases que ajuda as
organizações a planejar, implementar, monitorar e ajustar seus processos para
alcançar melhorias constantes.
1. Plan (Planejar):
o
Na fase de planejamento, a organização define
seus objetivos de qualidade e planeja as ações necessárias para alcançá-los.
Isso inclui a identificação de recursos, a definição de responsabilidades e a
criação de cronogramas. A fase de planejamento também envolve a análise de
riscos e a preparação de planos de mitigação para esses riscos.
2. Do (Fazer):
o
Nesta fase, os planos desenvolvidos são
implementados. Isso envolve a execução dos processos de acordo com os
procedimentos estabelecidos, a alocação de recursos e a comunicação clara das
responsabilidades para os envolvidos. A fase de execução também pode incluir
treinamentos e a implementação de novas tecnologias ou práticas.
3. Check (Verificar):
o
Durante a fase de verificação, a organização
monitora e mede o desempenho dos processos e compara os resultados com os
objetivos estabelecidos na fase de planejamento. Isso pode envolver a coleta de
dados, a realização de auditorias e a análise de indicadores de desempenho. A
fase de verificação é crucial para identificar variações e determinar se os
processos estão funcionando conforme planejado.
4. Act (Agir):
o Na fase de ação, a organização toma
decisões com
base nos resultados da verificação. Se os objetivos foram atingidos, o ciclo
pode ser repetido com novos objetivos para promover melhorias adicionais. Se
houver desvios, ações corretivas são implementadas para ajustar os processos e
melhorar o
desempenho. A fase de ação também inclui a documentação
das lições aprendidas e a comunicação dos resultados para a equipe.
O ciclo PDCA é contínuo e cíclico, o que
significa que uma vez concluído, ele é repetido, criando um processo de
melhoria contínua. Ao seguir o ciclo PDCA, as organizações garantem que suas
operações sejam constantemente revisadas, ajustadas e aprimoradas, levando a um
aumento gradual na eficiência, qualidade e satisfação do cliente.
Em resumo, a melhoria contínua é um elemento essencial da ISO 9001:2015 e é alcançada através da utilização de ferramentas e técnicas específicas, do tratamento eficaz de não conformidades e ações corretivas, e da aplicação sistemática do ciclo PDCA. Esses elementos combinados ajudam as organizações a manter e aprimorar seu SGQ, promovendo uma cultura de excelência e inovação.
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