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Automação e Programação de CLPS

 AUTOMAÇÃO E PROGRAMAÇÃO DE CLPS

 

Aplicações e Integração de CLPs

Integração de CLPs com Sensores e Atuadores

 

Tipos de Sensores e Atuadores Utilizados na Automação

Os sensores e atuadores são componentes cruciais em sistemas de automação industrial. Eles permitem a coleta de dados do ambiente e a execução de ações controladas pelo CLP (Controlador Lógico Programável).

1.     Sensores:

o    Sensores de Proximidade: Detectam a presença ou ausência de objetos próximos sem contato físico. Tipos comuns incluem sensores indutivos, capacitivos e ultrassônicos.

o    Sensores de Temperatura: Medem a temperatura de um ambiente ou objeto. Exemplos incluem termopares, RTDs (Resistance Temperature Detectors) e termistores.

o    Sensores de Pressão: Monitoram a pressão de gases ou líquidos. Exemplos incluem manômetros, transdutores de pressão e interruptores de pressão.

o    Sensores de Nível: Detectam o nível de líquidos ou sólidos em um tanque ou reservatório. Tipos incluem sensores de nível ultrassônicos, capacitivos e de flutuação.

o    Sensores de Movimento: Detectam movimento ou presença de pessoas e objetos. Exemplos incluem sensores PIR (Infravermelho Passivo) e sensores de radar.

o    Sensores de Luz: Medem a intensidade da luz. Exemplos incluem fotocélulas e sensores LDR (Resistor Dependente de Luz).

2.     Atuadores:

o    Motores Elétricos: Convertem energia elétrica em movimento mecânico. Exemplos incluem motores de corrente contínua (DC), corrente alternada (AC) e motores de passo.

o    Válvulas Solenoides: Controlam o fluxo de líquidos ou gases através de um sistema, utilizando um solenoide para abrir ou fechar a válvula.

o    Cilindros Pneumáticos: Utilizam ar comprimido para produzir movimento linear ou rotacional.

o    Relés: Atuam como interruptores eletromecânicos, permitindo o controle de circuitos elétricos.

o    Aquecedores: Utilizados para controlar a temperatura em processos industriais.

o    Alarmes e Sinalizadores: Dispositivos que fornecem alertas visuais ou sonoros, como sirenes e luzes de aviso.

Conexão e Configuração de Sensores e Atuadores com CLPs

A integração de sensores e atuadores com CLPs envolve a conexão física e a configuração lógica dos dispositivos no programa de controle.

1.     Conexão Física:

o    Entradas Digitais e Analógicas:

§  Digitais: Sensores de proximidade, botões e interruptores são conectados às entradas digitais do CLP. Estes dispositivos fornecem sinais binários (ligado/desligado).

§

  Analógicas: Sensores de temperatura, pressão e nível que fornecem sinais contínuos (variando dentro de um intervalo, como 4-20 mA ou 0-10 V) são conectados às entradas analógicas do CLP.

o    Saídas Digitais e Analógicas:

§  Digitais: Atuadores como válvulas solenoides, relés e alarmes são conectados às saídas digitais do CLP. Estas saídas controlam o estado ligado/desligado dos dispositivos.

§  Analógicas: Atuadores como motores de velocidade variável ou aquecedores que requerem controle contínuo são conectados às saídas analógicas do CLP.

2.     Configuração Lógica:

o    Mapeamento de Entradas e Saídas:

§  As entradas e saídas físicas são mapeadas para variáveis no software de programação do CLP. Isso permite que o programa de controle leia os valores dos sensores e controle os atuadores. 

o    Desenvolvimento do Programa:

§  O programa de controle é desenvolvido utilizando a linguagem de programação adequada (Ladder, Texto Estruturado, Blocos Funcionais). O programa processa as entradas dos sensores e determina as saídas apropriadas para os atuadores.

o    Configuração de Parâmetros:

§  Parâmetros específicos, como limiares de detecção, tempos de atraso e condições de operação, são configurados para cada sensor e atuador no programa de controle.

Exemplos de Aplicações Práticas

1.     Controle de Nível de Tanque:

o    Sensores: Sensores de nível ultrassônicos são utilizados para medir o nível de líquido em um tanque.

o    Atuadores: Válvulas solenoides controlam o fluxo de entrada e saída de líquido.

o    CLP: O CLP monitora o nível do tanque e abre ou fecha as válvulas para manter o nível dentro de um intervalo desejado.

|---[NivelBaixo]---(S, ValvulaEntrada)---|

|---[NivelAlto]---(R, ValvulaEntrada)---|

|---[NivelAlto]---(S, ValvulaSaida)---|

|---[NivelBaixo]---(R, ValvulaSaida)---|

Controle de Temperatura em um Forno:

  • Sensores: Termopares medem a temperatura dentro do forno.
  • Atuadores: Aquecedores elétricos controlam a temperatura.
  • CLP: O CLP lê a temperatura dos termopares e ajusta a potência dos aquecedores para manter a temperatura desejada.

|---[TempBaixa]---(S, Aquecedor)---|

|---[TempAlta]---(R, Aquecedor)---|

Sistema de Transportador Automatizado:

  • Sensores: Sensores de proximidade detectam a presença de itens na esteira.
  • Atuadores: Motores elétricos acionam a esteira.
  • CLP: O CLP controla o motor da esteira com base na presença de itens detectados pelos sensores.

|---[SensorItemPresente]---(S, MotorEsteira)---|

|---[SensorItemAusente]---(R, MotorEsteira)---|

A integração de CLPs com sensores e atuadores permite a automação de processos industriais complexos, aumentando a eficiência, a precisão e a segurança das operações. A escolha adequada de sensores e atuadores, juntamente com uma configuração lógica bem planejada, é crucial para o sucesso de sistemas automatizados.


Comunicação entre CLPs e Outros Dispositivos

 

Protocolos de Comunicação Utilizados em CLPs

Os CLPs (Controladores Lógicos Programáveis) frequentemente precisam se comunicar com outros dispositivos, como outros CLPs, computadores, sensores, atuadores e sistemas SCADA (Supervisory Control and Data Acquisition). Para facilitar essa comunicação, vários protocolos de comunicação são amplamente utilizados na automação industrial. Entre os mais comuns estão:

1.     Modbus:

o    Descrição: Um dos protocolos mais antigos e amplamente utilizados na automação industrial. Modbus é um protocolo de comunicação serial que pode ser implementado em RS-232, RS-485 ou TCP/IP (Modbus TCP).

o    Aplicações: Ideal para comunicação entre dispositivos de diferentes fabricantes devido à sua simplicidade e padronização. Comumente usados para leitura de dados de sensores e controle de atuadores.

2.     Profibus:

o    Descrição: Um protocolo de comunicação em rede desenvolvido pela Siemens. Existem duas variantes principais: Profibus DP (Descentralized Peripherals) para comunicação rápida e Profibus PA (Process Automation) para aplicações em automação de processos.

o    Aplicações: Amplamente utilizado na automação industrial para conectar CLPs a dispositivos de campo, como sensores, atuadores e controladores.

3.     Ethernet/IP:

o    Descrição: Um protocolo de comunicação industrial baseado em Ethernet padrão. Ethernet/IP (Ethernet Industrial Protocol) utiliza a tecnologia TCP/IP para comunicação em tempo real.

o    Aplicações: Ideal para redes de automação que requerem alta velocidade e grande capacidade de dados. Usado para integrar CLPs, sistemas SCADA e dispositivos de automação em redes Ethernet.

Configuração de Redes de Comunicação Industrial

A configuração de redes de comunicação industrial envolve a seleção dos protocolos adequados, a instalação do hardware de rede e a configuração lógica dos dispositivos na rede. Aqui estão os passos gerais para configurar uma rede de comunicação industrial:

1.     Planejamento da Rede:

o    Identificação dos

Dispositivos: Liste todos os dispositivos que precisam se comunicar, incluindo CLPs, sensores, atuadores, HMI (Interface Homem-Máquina) e sistemas SCADA.

o    Escolha do Protocolo: Selecione o protocolo de comunicação que melhor atenda às necessidades de sua aplicação (e.g., Modbus, Profibus, Ethernet/IP).

2.     Instalação do Hardware:

o    Cabling: Instale os cabos de comunicação apropriados (e.g., cabos RS-485, cabos Ethernet).

o    Switches e Roteadores: Configure switches e roteadores para gerenciar o tráfego de dados na rede.

o    Adaptadores e Conversores: Use adaptadores e conversores, se necessário, para compatibilizar diferentes tipos de interfaces de comunicação.

3.     Configuração dos Dispositivos:

o    Endereçamento: Configure endereços IP para dispositivos Ethernet ou endereços de nó para dispositivos Profibus e Modbus.

o    Parâmetros de Comunicação: Ajuste parâmetros como taxa de transmissão, paridade e tempo de resposta.

o    Mapeamento de I/O: Configure o mapeamento de entradas e saídas entre dispositivos, assegurando que os dados corretos sejam trocados.

4.     Teste e Validação:

o    Testes de Comunicação: Realize testes para verificar a conectividade e a comunicação entre todos os dispositivos.

o    Diagnóstico de Falhas: Utilize ferramentas de diagnóstico para identificar e corrigir problemas de comunicação.

Exemplos de Comunicação entre CLPs e Outros Dispositivos

1.     CLP e SCADA via Modbus TCP:

o    Descrição: Um CLP controla um processo de produção e envia dados de sensores (temperatura, pressão) para um sistema SCADA utilizando Modbus TCP.

o    Configuração: O CLP é configurado como servidor Modbus e o sistema SCADA como cliente Modbus. O SCADA solicita dados periodicamente, que são exibidos em tempo real para os operadores.

CLP (Servidor Modbus) <---> Switch Ethernet <---> SCADA (Cliente Modbus)

CLP e Sensores via Profibus DP:

  • Descrição: Um CLP se comunica com sensores de proximidade e válvulas solenoides em uma linha de produção usando Profibus DP.
  • Configuração: O CLP é configurado como mestre Profibus e os sensores e atuadores como escravos. A rede Profibus transmite dados de estado e controle com alta velocidade e precisão.

CLP (Mestre Profibus) <---> Cabos Profibus <---> Sensores e Atuadores (Escravos Profibus)

CLP e HMI via Ethernet/IP:

  • Descrição: Um CLP gerencia um processo de embalagem e se comunica com uma HMI para permitir a interação do operador
  • utilizando Ethernet/IP.
  • Configuração: Ambos, o CLP e a HMI, são conectados a um switch Ethernet. O CLP envia dados de estado e recebe comandos de controle da HMI, proporcionando uma interface de usuário intuitiva.

CLP (Ethernet/IP) <---> Switch Ethernet <---> HMI (Ethernet/IP)

A comunicação eficiente entre CLPs e outros dispositivos é crucial para o funcionamento de sistemas automatizados complexos. O uso de protocolos de comunicação adequados, a configuração correta da rede e a validação rigorosa garantem uma operação estável e eficaz, facilitando a integração de diversos componentes em um sistema de automação industrial.


Projetos de Automação com CLPs

 

Planejamento e Execução de Projetos de Automação

Projetos de automação com CLPs (Controladores Lógicos Programáveis) são fundamentais para melhorar a eficiência, a precisão e a segurança em processos industriais. O planejamento e a execução cuidadosos são essenciais para garantir o sucesso do projeto.

1.     Planejamento:

o    Análise de Necessidades: Comece identificando as necessidades e objetivos do projeto. Determine quais processos precisam ser automatizados e quais benefícios se espera alcançar.

o    Levantamento de Requisitos: Defina os requisitos técnicos e funcionais, incluindo tipos de sensores e atuadores necessários, protocolos de comunicação, e requisitos de segurança.

o    Seleção de Equipamentos: Escolha os CLPs, sensores, atuadores, interfaces homem-máquina (HMI) e outros componentes com base nas especificações do projeto.

o    Desenvolvimento de Especificações: Elabore um documento de especificações detalhado que descreva a arquitetura do sistema, os fluxos de trabalho e as interações entre os componentes.

2.     Execução:

o    Projeto do Sistema: Crie os diagramas elétricos, diagramas de I/O, e desenhos de layout do painel de controle. Desenvolva o software de controle utilizando a linguagem de programação adequada (e.g., Ladder, Texto Estruturado).

o    Montagem e Instalação: Instale os CLPs, sensores, atuadores e outros equipamentos no local. Conecte os dispositivos de acordo com os diagramas elétricos e de I/O.

o    Programação e Configuração: Carregue o programa de controle no CLP e configure os parâmetros dos dispositivos. Realize testes iniciais para verificar a conectividade e a comunicação entre os componentes.

o    Teste e Comissionamento: Realize testes abrangentes para assegurar que o sistema funciona conforme o esperado. Inclua testes de

funcionalidade, segurança e desempenho. Ajuste o sistema conforme necessário com base nos resultados dos testes.

3.     Manutenção e Atualização:

o    Documentação: Documente todos os aspectos do projeto, incluindo o código de programação, diagramas elétricos, instruções de operação e manutenção.

o    Treinamento: Treine os operadores e técnicos de manutenção sobre o funcionamento e a manutenção do sistema automatizado.

o    Manutenção Preventiva: Estabeleça um plano de manutenção preventiva para garantir o funcionamento contínuo e eficiente do sistema. Atualize o sistema conforme necessário para incorporar novas tecnologias ou atender a mudanças nos requisitos de produção.

Estudos de Caso e Exemplos Reais de Automação Industrial

1.     Automação de uma Linha de Montagem Automotiva:

o    Descrição: Uma fábrica de automóveis automatizou sua linha de montagem utilizando CLPs, sensores de proximidade, motores elétricos e robôs industriais.

o    Resultado: A automação permitiu a montagem precisa e rápida de componentes, reduzindo o tempo de produção e melhorando a qualidade do produto. A fábrica viu um aumento de 30% na produtividade e uma redução de 20% nos defeitos de fabricação.

2.     Controle de Processos em uma Refinaria de Petróleo:

o    Descrição: Uma refinaria de petróleo implementou CLPs para controlar os processos de destilação e craqueamento. Sensores de temperatura e pressão, juntamente com válvulas de controle, foram integrados ao sistema.

o    Resultado: A automação resultou em um controle mais preciso dos processos, melhorando a eficiência e a segurança da operação. A refinaria conseguiu reduzir o consumo de energia em 15% e aumentar a produção de produtos refinados de alta qualidade.

3.     Sistema de Irrigação Automatizado em uma Fazenda:

o    Descrição: Uma fazenda automatizou seu sistema de irrigação utilizando CLPs e sensores de umidade do solo. As válvulas de irrigação foram controladas automaticamente com base nos dados dos sensores.

o    Resultado: A automação permitiu uma irrigação eficiente e baseada na necessidade real das plantas, resultando em uma economia de água de 25% e um aumento de 20% na produtividade das colheitas.

Melhores Práticas para a Implementação de Sistemas Automatizados

1.     Planejamento Detalhado: Invista tempo suficiente na fase de planejamento para garantir que todas as necessidades e requisitos sejam claramente definidos. Um bom planejamento ajuda a evitar problemas durante a execução.

2.    

Seleção Adequada de Componentes: Escolha componentes que sejam confiáveis e compatíveis entre si. Considere a escalabilidade e a capacidade de atualização dos equipamentos para atender a futuras necessidades.

3.     Desenvolvimento de Software Robust: Desenvolva um software de controle bem estruturado e documentado. Utilize práticas de programação como modularidade e reutilização de código para facilitar a manutenção e a atualização.

4.     Teste Rigoroso: Realize testes abrangentes em cada fase do projeto. Inclua testes de funcionalidade, desempenho e segurança para garantir que o sistema atende a todos os requisitos.

5.     Documentação Completa: Documente todos os aspectos do projeto de forma detalhada. A documentação completa facilita a manutenção, o diagnóstico de problemas e a atualização do sistema.

6.     Treinamento e Suporte: Ofereça treinamento adequado para os operadores e técnicos de manutenção. Garanta que eles compreendam o funcionamento do sistema e saibam como lidar com problemas comuns.

7.     Manutenção Preventiva: Estabeleça um plano de manutenção preventiva para monitorar e manter o sistema em bom funcionamento. Realize inspeções regulares e substitua componentes desgastados ou danificados.

Seguir essas melhores práticas ajuda a garantir que os projetos de automação com CLPs sejam bem-sucedidos, proporcionando benefícios significativos em termos de eficiência, qualidade e segurança.

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