Introdução
à Automação Industrial e CLPs
Conceitos Básicos de Automação Industrial
Definição de Automação Industrial
Automação industrial
refere-se ao uso de sistemas de controle, como computadores e robôs, e
tecnologias da informação para manejar diferentes processos e maquinários em
uma indústria, substituindo, em muitos casos, o trabalho humano. Estes sistemas
são projetados para operar máquinas, controlar processos industriais e gerenciar
sistemas de produção de maneira eficiente e segura. A automação visa aumentar a
produtividade, melhorar a qualidade do produto e reduzir custos operacionais.
História e Evolução da Automação
A história da automação industrial é marcada por avanços tecnológicos que transformaram a maneira como os produtos são fabricados. O conceito de automação começou a ganhar forma durante a Revolução Industrial, no século XVIII, com a introdução de máquinas a vapor e ferramentas mecânicas. No início do século XX, a introdução da eletricidade e dos motores elétricos permitiu a criação de linhas de montagem e a produção em massa.
Na década de 1950, com o
advento dos primeiros controladores lógicos programáveis (CLPs), a automação
industrial deu um grande salto. Esses dispositivos eletrônicos permitiram a
automação de processos complexos de forma flexível e reprogramável. Com o desenvolvimento
dos computadores e da tecnologia da informação nas décadas seguintes, a
automação industrial se expandiu para incluir sistemas de controle distribuído
(DCS), supervisão e aquisição de dados (SCADA), e robótica avançada.
Hoje, a automação industrial
continua a evoluir com o avanço da Internet das Coisas (IoT), inteligência
artificial (IA) e big data, permitindo a criação de fábricas inteligentes, onde
sistemas interconectados podem coletar, analisar e agir sobre dados em tempo
real para otimizar operações.
Benefícios e Aplicações da Automação na Indústria
Os benefícios da automação
industrial são vastos e impactam positivamente várias áreas da produção
industrial. Entre os principais benefícios, destacam-se:
1.
Aumento da
Produtividade:
Sistemas automatizados podem operar continuamente sem necessidade de pausas,
aumentando significativamente a produção.
2.
Melhoria da
Qualidade:
A automação reduz a variabilidade e os erros humanos, garantindo produtos mais
consistentes e de alta qualidade.
3. Redução de Custos Operacionais: Embora o investimento inicial possa ser alto, a
automação reduz custos a longo
prazo, diminuindo a necessidade de mão-de-obra, aumentando a eficiência
energética e reduzindo desperdícios.
4.
Segurança: Sistemas automatizados
podem executar tarefas perigosas, minimizando o risco de acidentes e melhorando
a segurança do trabalho.
5.
Flexibilidade: A automação permite a
rápida adaptação a mudanças de produção, facilitando a customização e a
introdução de novos produtos.
As aplicações da automação
na indústria são diversas e abrangem praticamente todos os setores. Na
manufatura, a automação é utilizada em linhas de montagem, controle de
qualidade e embalagem. Na indústria química, é essencial para o controle
preciso de processos complexos. No setor de alimentos e bebidas, a automação
garante a segurança e a qualidade dos produtos. Além disso, a automação é
fundamental na indústria automotiva, farmacêutica, eletrônica e em muitas
outras áreas.
Em resumo, a automação
industrial é uma força motriz por trás da modernização das indústrias,
permitindo operações mais eficientes, seguras e produtivas. Com a contínua
evolução tecnológica, a automação está se tornando cada vez mais sofisticada e
acessível, moldando o futuro da produção industrial.
Fundamentos de CLPs (Controladores Lógicos
Programáveis)
O que é um CLP e sua importância na automação
Um Controlador Lógico
Programável (CLP) é um dispositivo eletrônico utilizado na automação industrial
para controlar processos e máquinas de forma automatizada. Os CLPs são
projetados para receber informações de sensores e outros dispositivos de
entrada, processar essas informações com base em um programa predefinido e
enviar sinais de comando para atuadores e dispositivos de saída.
A importância dos CLPs na
automação é significativa devido à sua capacidade de proporcionar controle
preciso e confiável de processos industriais. Antes da introdução dos CLPs, os
sistemas de controle eram predominantemente mecânicos ou elétricos, o que tornava
a modificação de processos complexa e cara. Os CLPs oferecem uma solução
flexível e programável, permitindo ajustes rápidos e eficientes em processos
automatizados sem a necessidade de alterações físicas no hardware. Eles são
amplamente utilizados em diversos setores, como manufatura, processamento
químico, automotivo, alimentício e muitos outros.
Estrutura e componentes de um CLP
A estrutura de um CLP é composta por vários componentes essenciais, cada um desempenhando um papel crucial no funcionamento do
dispositivo. Os principais componentes de um CLP são:
1.
Unidade Central de
Processamento (CPU): A CPU é o "cérebro" do CLP, responsável por executar o
programa de controle armazenado na memória. Ela processa as entradas e
determina as saídas com base na lógica do programa.
2.
Memória: A memória de um CLP
armazena o programa de controle e os dados necessários para a operação. Existem
diferentes tipos de memória, incluindo memória RAM (para armazenamento
temporário de dados) e memória ROM ou EEPROM (para armazenamento permanente do
programa).
3.
Módulos de Entrada
e Saída (I/O):
Os módulos de entrada recebem sinais de sensores e dispositivos de entrada,
como botões e interruptores. Os módulos de saída enviam sinais para atuadores e
dispositivos de saída, como motores, válvulas e lâmpadas. Esses módulos podem
ser digitais ou analógicos, dependendo do tipo de sinal que manipulam.
4.
Fonte de
Alimentação:
A fonte de alimentação fornece a energia elétrica necessária para o
funcionamento do CLP e de seus componentes.
5.
Interface de
Comunicação:
Os CLPs geralmente possuem interfaces de comunicação que permitem a conexão com
outros dispositivos, como computadores, redes industriais e sistemas SCADA.
Essas interfaces possibilitam a troca de dados e o controle remoto do CLP.
6. Interface de Programação: A interface de programação permite ao usuário desenvolver, testar e carregar programas no CLP. Isso é geralmente feito através de um software específico, que pode ser instalado em um computador.
Tipos de CLPs disponíveis no mercado
Os CLPs disponíveis no
mercado podem ser classificados de diversas maneiras, dependendo de suas
características e capacidades. Alguns dos tipos mais comuns de CLPs incluem:
1.
CLPs Compactos: São unidades integradas
onde todos os componentes (CPU, memória e I/O) estão em um único módulo. Eles
são ideais para aplicações simples e de pequeno porte devido ao seu tamanho
compacto e custo reduzido.
2.
CLPs Modulares: Esses CLPs são compostos
por vários módulos que podem ser adicionados ou removidos conforme necessário.
Isso oferece maior flexibilidade e capacidade de expansão, tornando-os
adequados para aplicações de médio a grande porte.
3.
CLPs Montáveis em
Rack:
Semelhantes aos CLPs modulares, mas projetados para serem montados em racks
industriais. Eles oferecem alta densidade de I/O e são usados em grandes
sistemas de automação.
4. CLPs Baseados em PC: Utilizam a arquitetura de um
computador pessoal para executar funções de
controle. Eles oferecem poder de processamento avançado e são adequados para
aplicações complexas que requerem capacidade de processamento e integração com
outros sistemas de TI.
5. CLPs de Segurança: Projetados especificamente para aplicações onde a segurança é crítica, como em sistemas de controle de processos perigosos. Eles possuem funcionalidades e certificações adicionais para garantir a operação segura.
6.
CLPs Soft: São soluções baseadas em
software que executam funções de CLP em um hardware de PC padrão. Eles oferecem
flexibilidade e podem ser usados em conjunto com outras aplicações de software
industrial.
Os CLPs desempenham um papel
fundamental na automação industrial, proporcionando controle preciso e
eficiente de processos. Com uma variedade de tipos disponíveis, é possível
escolher o CLP mais adequado para cada aplicação específica, garantindo a otimização
e a segurança das operações industriais.
Ambiente de Desenvolvimento para CLPs
Introdução aos Softwares de Programação de CLPs
Os softwares de programação
de CLPs são ferramentas essenciais que permitem aos engenheiros e técnicos
desenvolverem, testarem e implementarem programas de controle para
controladores lógicos programáveis. Esses programas definem como o CLP deve
processar as entradas e saídas para controlar um processo industrial. Existem
diversos softwares de programação de CLPs disponíveis no mercado, cada um com
suas particularidades, mas todos compartilham funcionalidades básicas que
facilitam a criação e gestão de projetos de automação.
Alguns dos softwares mais
comuns incluem:
1.
RSLogix
5000/Studio 5000 (Rockwell Automation): Utilizado para programar CLPs da linha
Allen-Bradley.
2.
STEP 7 (Siemens): Usado para programar CLPs
da série S7 da Siemens.
3.
TIA Portal
(Siemens):
Integra diversas ferramentas de engenharia para o desenvolvimento de projetos
com CLPs Siemens.
4.
GX Works
(Mitsubishi):
Para CLPs da série Mitsubishi.
5.
TIA Portal: Usado para programar CLPs
da Siemens.
6.
Unity Pro
(Schneider Electric): Para CLPs da linha Modicon da Schneider Electric.
Esses softwares geralmente
oferecem suporte a múltiplas linguagens de programação, como Ladder, Texto
Estruturado, Blocos Funcionais e Diagrama de Fluxo de Dados, de acordo com a
norma IEC 61131-3.
Configuração do Ambiente de Desenvolvimento
Para configurar o ambiente
de desenvolvimento para CLPs, siga os passos abaixo:
1.
Instalação do
Software:
o
Baixe o software de programação de CLPs apropriado para o seu controlador
específico do site do fabricante.
o
Siga as instruções de instalação fornecidas pelo fabricante para instalar
o software no seu computador.
2.
Configuração da
Interface de Comunicação:
o
Conecte o CLP ao seu computador usando o cabo de comunicação apropriado
(USB, Ethernet, RS-232, etc.).
o
Configure a interface de comunicação no software de programação para
estabelecer a conexão entre o CLP e o computador. Isso geralmente envolve
selecionar a porta de comunicação correta e configurar parâmetros como taxa de
transmissão (baud rate).
3.
Criação de um Novo
Projeto:
o
Abra o software de programação e selecione a opção para criar um novo
projeto.
o Defina o nome do projeto e selecione o modelo do CLP que você está utilizando. Isso permite que o software configure automaticamente as opções e módulos disponíveis para o seu controlador específico.
4.
Configuração de Hardware:
o
Adicione os módulos de entrada e saída utilizados no seu sistema ao
projeto. Isso inclui especificar o tipo e a quantidade de entradas e saídas
digitais e analógicas.
o
Configure os parâmetros de cada módulo conforme necessário, como
endereços de I/O e tipos de sinal.
Primeiros Passos na Criação de um Projeto de CLP
Uma vez configurado o
ambiente de desenvolvimento, você pode começar a criar o seu projeto de CLP
seguindo os passos abaixo:
1.
Desenvolvimento do
Programa:
o
Selecione a
Linguagem de Programação: Escolha a linguagem de programação adequada para o seu projeto (Ladder,
Texto Estruturado, Blocos Funcionais, etc.).
o
Criação de
Diagramas e Blocos: Use o editor gráfico para criar diagramas Ladder ou blocos funcionais
que representam a lógica do controle. Adicione contatos, bobinas,
temporizadores, contadores e outros elementos necessários para implementar a
lógica desejada.
2.
Configuração das
Variáveis:
o
Definição das
Variáveis de Entrada e Saída: Crie variáveis para representar os sinais de
entrada e saída do CLP. Essas variáveis são usadas no programa para ler o
estado dos sensores e controlar os atuadores.
o
Mapeamento das
Variáveis:
Mapeie as variáveis de entrada e saída para os endereços físicos dos módulos de
I/O configurados anteriormente.
3.
Simulação e Teste:
o Simulação do Programa: Utilize as ferramentas de simulação do software de programação para testar o programa em um ambiente
virtual. Isso permite verificar o funcionamento da
lógica de controle sem a necessidade de conectar ao hardware real.
o
Depuração: Utilize as funcionalidades
de depuração (debugging) para monitorar o estado das variáveis e identificar
possíveis erros no programa. Faça ajustes conforme necessário.
4.
Download para o
CLP:
o
Transferência do
Programa:
Após verificar que o programa está funcionando corretamente na simulação,
transfira o programa para o CLP. Isso é feito através da interface de
comunicação configurada anteriormente.
o
Teste no Ambiente
Real:
Teste o programa no ambiente real de operação, observando o comportamento do
sistema automatizado e garantindo que todas as funcionalidades estão operando
conforme esperado.
5.
Documentação e
Manutenção:
o Documentação do Projeto: Documente o programa e o projeto, incluindo diagramas, variáveis utilizadas, e descrição das funções implementadas. Isso facilita futuras manutenções e atualizações.
o
Manutenção do
Sistema:
Realize manutenções periódicas no sistema de automação, atualizando o programa
conforme necessário para otimizar a operação e incluir novas funcionalidades.
Com esses passos, você terá configurado um ambiente de desenvolvimento robusto para CLPs e estará pronto para criar, testar e implementar programas de automação industrial de forma eficiente e segura.
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