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Básico de Violão

 BÁSICO DE VIOLÃO

 

Primeiros Acordes e Leitura de Cifras 

Acordes Maiores Simples (C, G, D, A, E)

  

Os acordes são a base harmônica de grande parte da música ocidental, especialmente no violão, instrumento amplamente utilizado para acompanhamento de canções. Dentre os acordes mais utilizados estão os acordes maiores simples, que compõem uma etapa fundamental no aprendizado de iniciantes. Este texto tem como objetivo apresentar os acordes maiores de C (Dó), G (Sol), D (Ré), A (Lá) e E (Mi), abordando suas formas no braço do violão, princípios de digitação, e estratégias de treino com metrônomo para facilitar a troca entre eles de maneira fluida e musical.

1. O Que São Acordes Maiores

Acordes maiores são formados por três notas: a tônica (nota fundamental), a terça maior e a quinta justa. Essas notas juntas produzem um som "aberto", "brilhante" e alegre, ao contrário dos acordes menores, que soam mais introspectivos. Na prática violonística, os acordes maiores simples são frequentemente os primeiros a serem aprendidos devido à sua ampla aplicação e relativa facilidade de execução.

Cada acorde tem uma forma específica de ser montado no braço do violão, com os dedos pressionando as cordas em determinadas casas. A memorização dessas formas é essencial para a fluidez na execução de músicas populares.

2. Desenho e Execução dos Acordes

Abaixo estão descritas as formas básicas dos acordes maiores C, G, D, A e E. A referência parte do entendimento de que a primeira casa do braço do violão é a mais próxima da pestana.

2.1 Acorde de C (Dó Maior)

  • Dedo 1: 1ª casa da 2ª corda (Si)
  • Dedo 2: 2ª casa da 4ª corda (Ré)
  • Dedo 3: 3ª casa da 5ª corda (Lá)
  • Cordas tocadas: da 5ª à 1ª (a 6ª geralmente é abafada)

Este acorde requer a extensão dos dedos em posições não paralelas, promovendo o alongamento da mão esquerda — útil para o desenvolvimento da musculatura inicial.

2.2 Acorde de G (Sol Maior)

  • Dedo 2: 3ª casa da 6ª corda (Mi grave)
  • Dedo 1: 2ª casa da 5ª corda (Lá)
  • Dedo 3: 3ª casa da 1ª corda (Mi agudo)
  • Cordas tocadas: todas as 6

O acorde de G utiliza todas as cordas e exige uma boa abertura dos dedos, sendo um ótimo exercício para independência digital.

2.3 Acorde de D (Ré Maior)

  • Dedo 1: 2ª casa da 3ª corda (Sol)
  • Dedo 2: 2ª casa da 1ª corda (Mi agudo)
  • Dedo 3: 3ª casa da 2ª corda (Si)
  • Cordas tocadas: da 4ª à 1ª (a 5ª e 6ª são geralmente abafadas)

Este é um dos menores desenhos

e é um dos menores desenhos e serve como introdução ao uso de cordas mais agudas. Sua sonoridade é aguda e clara.

2.4 Acorde de A (Lá Maior)

  • Dedo 1: 2ª casa da 4ª corda (Ré)
  • Dedo 2: 2ª casa da 3ª corda (Sol)
  • Dedo 3: 2ª casa da 2ª corda (Si)
  • Cordas tocadas: da 5ª à 1ª (a 6ª geralmente é abafada)

Este acorde exige que os três dedos ocupem a mesma casa em cordas vizinhas, sendo desafiador para evitar abafamentos indesejados.

2.5 Acorde de E (Mi Maior)

  • Dedo 1: 1ª casa da 3ª corda (Sol)
  • Dedo 2: 2ª casa da 5ª corda (Lá)
  • Dedo 3: 2ª casa da 4ª corda (Ré)
  • Cordas tocadas: todas as 6

Por ser confortável e natural para a maioria dos alunos, é muitas vezes o primeiro acorde ensinado. Sua forma serve de base para outros acordes com pestana no futuro.

3. Treino de Troca de Acordes com Metrônomo

A fluidez na troca de acordes é uma das maiores dificuldades dos iniciantes. Para superá-la, é importante treinar com o auxílio de um metrônomo, que ajuda a manter o tempo constante e estimula a memória muscular.

3.1 Etapas Iniciais

  • Configure o metrônomo em 60 BPM.
  • Toque um acorde por quatro tempos, concentrando-se em formar corretamente a posição.
  • Após quatro tempos, troque para outro acorde e mantenha o ritmo.
  • Exemplo de sequência: C (4 tempos), G (4 tempos), D (4 tempos), A (4 tempos), E (4 tempos).

3.2 Redução Progressiva do Tempo de Troca

  • Comece com quatro batidas por acorde, depois passe para duas batidas, e eventualmente para uma batida por acorde.
  • A troca deve acontecer de forma limpa, sem notas abafadas.
  • Quando o movimento estiver automatizado, aumente gradualmente a velocidade do metrônomo (70, 80, 90 BPM...).

3.3 Técnica do “Acorde Fantasma”

Antes de pressionar as cordas, simule mentalmente a forma do acorde, aproximando os dedos da posição correta. Isso treina o cérebro para antecipar a forma, reduzindo o tempo de resposta na troca real.

Considerações Finais

Os acordes maiores simples são o alicerce para a execução de uma ampla variedade de músicas populares. C, G, D, A e E estão presentes em milhares de canções e proporcionam ao iniciante a oportunidade de aplicar rapidamente seu aprendizado em contextos musicais reais.

O estudo sistemático desses acordes, aliado a treinos com metrônomo, promove o desenvolvimento da coordenação, do ritmo e da memória muscular, preparando o estudante para desafios técnicos mais complexos.

Referências

Bibliográficas

  • Bonilla, E. (2014). Fundamentos Técnicos do Violão. Rio de Janeiro: Lumiar Editora.
  • Carvalho, M. L. (2017). Manual Prático do Violonista Iniciante. São Paulo: Editora Musarte.
  • Duarte, L. (2020). Guia Ilustrado do Violão: Estrutura, Modelos e Manutenção. Porto Alegre: Ed. Sinfonia.
  • Machado, M. (2013). Violão Brasileiro: Técnica e Repertório. Belo Horizonte: Ed. Minueto.
  • Tennant, S. (2003). Pumping Nylon: The Classical Guitarist’s Technique Handbook. California: Alfred Music.


Prática com Sequências Simples no Violão: Fundamentos para Acompanhamento Musical

 

A prática com sequências simples de acordes é uma etapa decisiva no aprendizado do violão. Após a assimilação das posições básicas dos acordes, o estudante precisa desenvolver fluidez e musicalidade para aplicá-los em progressões harmônicas reais. As sequências simples oferecem esse caminho, permitindo a internalização de padrões rítmicos, o fortalecimento da coordenação motora entre as mãos e a introdução à estrutura de canções populares. Este texto aborda os princípios da prática com progressões harmônicas simples, destacando seu papel pedagógico e propondo abordagens metodológicas baseadas em referências musicais.

1. O Papel das Sequências de Acordes no Processo de Aprendizagem

As sequências de acordes, também chamadas de progressões harmônicas, são combinações de dois ou mais acordes organizados em uma ordem cíclica ou linear que sustentam a harmonia de uma música. Elas são essenciais tanto para acompanhamento quanto para composições e improvisações. No início da aprendizagem, trabalhar com progressões simples permite:

  • Fixar a memória muscular das formas dos acordes.
  • Desenvolver fluência na troca entre acordes.
  • Introduzir o aluno ao conceito de compasso e ciclo harmônico.
  • Estimular o reconhecimento auditivo de padrões harmônicos.

Muitas canções populares usam apenas três ou quatro acordes, o que torna a prática com essas sequências especialmente motivadora para iniciantes.

2. Progressões Harmônicas Comuns e Fáceis

Entre as progressões mais usadas na música ocidental estão as formadas por acordes maiores e menores simples. Abaixo estão algumas das mais indicadas para iniciantes:

2.1 Progressão I–IV–V (ex: C–F–G)

Essa progressão é uma das mais universais, presente em gêneros como rock, folk, gospel e pop. No tom de Dó maior, temos:

  • C (I) – F (IV) – G (V)

Essa sequência cria uma sensação

de estabilidade, movimento e resolução, e serve de base para centenas de músicas populares.

2.2 Progressão I–V–vi–IV (ex: C–G–Am–F)

Popularizada por inúmeras músicas dos anos 90 e 2000, essa sequência tem uma sonoridade emotiva e equilibrada.

  • C (I) – G (V) – Am (vi) – F (IV)

Ela é frequentemente utilizada em baladas e música pop contemporânea.

2.3 Progressão I–vi–IV–V (ex: C–Am–F–G)

Essa progressão é muito usada na música romântica e sertaneja. Sua estrutura circular permite repetições contínuas sem perder o interesse auditivo.

3. Estratégias de Prática Eficaz

Para extrair o máximo de benefício técnico e musical da prática com sequências simples, é fundamental organizar os estudos de maneira progressiva e estruturada. Algumas estratégias são:

3.1 Uso de Metrônomo

Treinar as sequências em diferentes velocidades com o metrônomo ajuda a desenvolver a precisão rítmica. Comece com 60 BPM, fazendo uma troca de acorde a cada quatro batidas. Aumente gradualmente para 80, 100 e 120 BPM.

3.2 Repetição Cíclica

Escolha uma sequência de quatro acordes e repita-a continuamente por dois a três minutos, mantendo o ritmo estável e focando na clareza sonora dos acordes. Isso treina a resistência dos dedos e a naturalização das trocas.

3.3 Alternância de Ritmos

Depois de dominar a sequência com batidas simples, varie os ritmos: batidas com acento no tempo 2 e 4, batidas com subdivisões (colcheias), ou mesmo ritmos de estilos específicos, como reggae ou pop-rock.

3.4 Aplicação em Músicas Reais

Identifique músicas que utilizem a sequência em estudo e toque junto com gravações. Isso conecta a teoria à prática e reforça o aprendizado auditivo e motor. Muitas músicas com três ou quatro acordes podem ser adaptadas a essas sequências.

4. Desenvolvimento de Memória Harmônica e Auditiva

À medida que o aluno pratica essas progressões, é importante que ele também escute os acordes e tente reconhecê-los. O reconhecimento auditivo das sequências ajuda no desenvolvimento do ouvido relativo e permite que o estudante:

  • Identifique padrões recorrentes nas músicas.
  • Antecipe trocas harmônicas ao tocar ou acompanhar.
  • Comece a criar suas próprias progressões e canções simples.

Uma boa prática é tocar a sequência e cantar ou solfejar sobre os acordes, ainda que de forma intuitiva, para reforçar a percepção harmônica e melódica.

5. Exemplos Práticos de Sequências para Treino

Algumas combinações simples que podem ser usadas como base para o

treino diário:

  • C – G – Am – F: utilizada em músicas como “Let It Be” (The Beatles) e “No Woman No Cry” (Bob Marley).
  • G – D – Em – C: comum no pop-rock e músicas gospel.
  • A – D – E: base clássica do rockabilly e country.

A prática com essas sequências permite consolidar os acordes maiores e menores estudados, ao mesmo tempo em que desenvolve senso rítmico e expressividade.

Considerações Finais

Trabalhar com sequências simples é uma das etapas mais produtivas e musicais do aprendizado do violão. Ela conecta técnica e musicalidade, promovendo o domínio de acordes, o ritmo e a percepção harmônica.

Além disso, por meio da repetição e da variação, o estudante começa a formar repertório, ganhar autonomia e experimentar os primeiros passos da improvisação e composição. Com paciência, regularidade e método, essas progressões se tornam verdadeiras aliadas no caminho da fluência musical.

Referências Bibliográficas

  • Bonilla, E. (2014). Fundamentos Técnicos do Violão. Rio de Janeiro: Lumiar Editora.
  • Machado, M. (2013). Violão Brasileiro: Técnica e Repertório. Belo Horizonte: Ed. Minueto.
  • Carvalho, M. L. (2017). Manual Prático do Violonista Iniciante. São Paulo: Editora Musarte.
  • Duarte, L. (2020). Guia Ilustrado do Violão: Estrutura, Modelos e Manutenção. Porto Alegre: Ed. Sinfonia.
  • Simões, C. (2012). Harmonia Funcional para Iniciantes. Salvador: Ed. Harmus.


Acordes Menores Simples no Violão: Am, Em, Dm

 

O domínio dos acordes menores simples é essencial para ampliar as possibilidades expressivas do violonista iniciante. Se os acordes maiores transmitem sensações de alegria e resolução, os menores, por sua vez, são associados a sentimentos mais introspectivos, melancólicos ou contemplativos. Aprender a identificar, executar e transitar entre esses tipos de acordes é um passo natural após a assimilação dos acordes maiores simples. Este texto apresenta os acordes menores Am (Lá menor), Em (Mi menor) e Dm (Ré menor), explicando suas estruturas teóricas, formas práticas no violão e sua aplicação em músicas populares por meio da leitura de cifras.

1. Acordes Maiores x Menores: Aspectos Teóricos

A principal diferença entre acordes maiores e menores está no intervalo entre a tônica e a terça.

  • Acordes maiores: são formados pela tônica, terça maior e quinta justa.
  • Acordes menores: mantêm a tônica e a quinta justa, mas substituem a terça maior por uma terça menor (um semitom
  • abaixo).

Essa modificação na terça altera significativamente o caráter emocional do acorde, conferindo ao menor uma sonoridade mais introspectiva ou “triste”, sem que isso implique em algo negativo — muitos estilos musicais fazem uso intensivo de acordes menores para criar profundidade e nuance harmônica.

2. Acordes Menores Simples no Violão

A seguir, apresentamos os acordes menores Am, Em e Dm, considerados ideais para o início dos estudos devido à sua simplicidade e frequência em canções populares.

2.1 Acorde Am (Lá menor)

  • Dedo 1: 1ª casa da 2ª corda (Si)
  • Dedo 2: 2ª casa da 4ª corda (Ré)
  • Dedo 3: 2ª casa da 3ª corda (Sol)
  • Cordas tocadas: da 5ª à 1ª (6ª corda geralmente abafada)

A forma do Am é muito semelhante à do acorde de E maior (Mi maior), apenas deslocada uma corda abaixo, o que facilita a memorização.

2.2 Acorde Em (Mi menor)

  • Dedo 2: 2ª casa da 5ª corda (Lá)
  • Dedo 3: 2ª casa da 4ª corda (Ré)
  • Cordas tocadas: todas as 6

O Em é o acorde menor mais simples de ser executado, pois requer apenas dois dedos e utiliza todas as cordas. Sua sonoridade é encorpada e versátil.

2.3 Acorde Dm (Ré menor)

  • Dedo 1: 1ª casa da 1ª corda (Mi agudo)
  • Dedo 2: 2ª casa da 3ª corda (Sol)
  • Dedo 3: 3ª casa da 2ª corda (Si)
  • Cordas tocadas: da 4ª à 1ª

O Dm exige mais precisão, por ocupar três casas não consecutivas em cordas adjacentes. Ele é visualmente e tecnicamente próximo do acorde de D maior.

3. Transição entre Acordes Maiores e Menores

Dominar as trocas entre acordes maiores e menores é um passo fundamental para a execução fluente de músicas. Essa transição exige coordenação motora, memória muscular e controle rítmico.

3.1 Semelhanças Visuais

A transição entre alguns acordes maiores e menores é facilitada por formas semelhantes:

  • E maior ↔ Em: basta retirar o dedo 1.
  • A maior ↔ Am: movimentar os dedos mantendo a forma geral.
  • D maior ↔ Dm: trocar o posicionamento dos dedos 1 e 2.

Reconhecer essas relações visuais e mecânicas ajuda o iniciante a consolidar os movimentos no braço do violão e a ganhar confiança durante a execução de canções.

3.2 Exercício de Alternância

Um bom exercício é alternar entre pares de acordes maiores e menores com metrônomo lento (ex: 60 BPM), mantendo cada acorde por quatro tempos:

  • A – Am – A – Am
  • E – Em – E – Em
  • D – Dm – D – Dm

Isso desenvolve a capacidade de troca rápida e precisa, com foco na clareza do som e na estabilidade do

ritmo.

4. Leitura de Cifras em Músicas Fáceis

A cifra é uma forma simplificada de notação musical que representa os acordes por letras. Ela é amplamente utilizada em músicas populares e é uma ferramenta prática para o estudante iniciante acompanhar canções sem necessidade de leitura de partitura.

4.1 Convenção de Cifras

As cifras utilizam letras maiúsculas para os acordes maiores (ex: C = Dó maior) e a mesma letra seguida de “m” minúsculo para os menores (ex: Am = Lá menor). Alguns exemplos comuns:

  • C = Dó maior
  • Am = Lá menor
  • G = Sol maior
  • Em = Mi menor
  • Dm = Ré menor

4.2 Aplicação Prática em Músicas Populares

Diversas músicas brasileiras e internacionais utilizam apenas três ou quatro acordes, muitos deles menores. A leitura de cifras permite que o estudante toque canções conhecidas logo nas primeiras semanas de aula.

Exemplo de música com Am e Em:

"Asa Branca" (Luiz Gonzaga)

Cifra simplificada:

Am – Em – Am – E – Am

Exemplo com Am, Dm e E:

"Tocando em Frente" (Almir Sater)

Cifra simplificada:

Am – Dm – Am – E – Am

Com esses acordes, o estudante já pode tocar trechos inteiros, desenvolvendo não só a habilidade técnica, mas também a percepção harmônica e a autoconfiança.

Considerações Finais

O estudo dos acordes menores simples, como Am, Em e Dm, representa uma expansão importante nas possibilidades do violonista iniciante. Esses acordes são fáceis de executar, frequentes em repertórios variados e servem como porta de entrada para composições mais complexas. Associar o estudo teórico com a prática regular e a leitura de cifras em músicas populares permite ao aluno construir uma base sólida, musical e motivadora para o desenvolvimento contínuo no instrumento.

Referências Bibliográficas

  • Bonilla, E. (2014). Fundamentos Técnicos do Violão. Rio de Janeiro: Lumiar Editora.
  • Carvalho, M. L. (2017). Manual Prático do Violonista Iniciante. São Paulo: Editora Musarte.
  • Duarte, L. (2020). Guia Ilustrado do Violão: Estrutura, Modelos e Manutenção. Porto Alegre: Ed. Sinfonia.
  • Simões, C. (2012). Harmonia Funcional para Iniciantes. Salvador: Ed. Harmus.
  • Machado, M. (2013). Violão Brasileiro: Técnica e Repertório. Belo Horizonte: Ed. Minueto.


Batidas e Ritmos Básicos com Acordes no Violão: Aplicações em Balada e Pop

 

A execução rítmica é uma das habilidades mais importantes no aprendizado do violão, especialmente no contexto da música popular. Dominar padrões de batida com acordes simples permite que

o rítmica é uma das habilidades mais importantes no aprendizado do violão, especialmente no contexto da música popular. Dominar padrões de batida com acordes simples permite que o estudante acompanhe diversas canções, desenvolva senso rítmico e compreenda a relação entre harmonia e pulsação. Este texto apresenta os fundamentos das batidas básicas utilizadas em estilos como balada e pop, discute sua aplicação prática em combinação com acordes simples, e propõe exercícios com músicas populares brasileiras, como as de Legião Urbana e Raul Seixas.

1. Fundamentos das Batidas no Violão

A batida no violão é a técnica de usar a mão direita (ou esquerda, no caso de canhotos) para tocar as cordas de forma ritmada, mantendo o andamento e a expressividade da música. Ela pode ser realizada com os dedos ou com palheta, e segue padrões baseados nos compassos musicais, normalmente em 4/4.

A batida não consiste apenas em tocar cordas, mas sim em marcar os tempos fortes e fracos de forma organizada. Um padrão comum divide os movimentos em dois tipos:

  • Para baixo (↓): mais forte e acentuado, geralmente nos tempos ímpares.
  • Para cima (↑): mais leve e rápido, geralmente nos tempos pares e subdivisões.

A combinação desses movimentos gera os ritmos característicos de diferentes estilos.

2. Padrões de Batida para Balada e Pop

Estilos como a balada romântica, o pop-rock e a MPB utilizam batidas simples, repetitivas e com grande apelo melódico. A seguir, apresentamos alguns dos padrões mais comuns para iniciantes.

2.1 Batida Básica de Balada (4/4)

Padrão mais clássico, bastante usado em músicas lentas ou românticas.

Padrão:
↓ ↓ ↑ ↑ ↓ ↑

Explicação:

  • Primeiro tempo com batida forte para baixo.
  • Segundo tempo com batida leve para baixo.
  • Terceiro e quarto tempos com sequência de cima para baixo, criando fluidez.

Este padrão pode ser usado em músicas como “Pais e Filhos” (Legião Urbana) e “Tocando em Frente” (Almir Sater).

2.2 Batida Pop-Rock Alternada

Utilizada em músicas de andamento médio, esse padrão mistura batidas completas com pausas rítmicas.

Padrão:
↓ (pausa) ↓ ↑ (pausa) ↑ ↓ ↑

A pausa no tempo 2 confere um “respiro” que caracteriza muitas músicas de pop rock dos anos 80 e 90.

2.3 Batida de Pop com Subdivisão

Para músicas mais rítmicas, com groove constante, usa-se a subdivisão em colcheias:

Padrão:
↓ ↑ ↓ ↑ ↓ ↓ ↑ ↓

Este padrão requer mais controle, ideal para quem já domina as batidas anteriores.

3. Combinação de Acordes com

de Acordes com Batidas

O aprendizado das batidas deve ocorrer simultaneamente com a prática dos acordes maiores e menores simples (C, G, D, A, E, Am, Em, Dm). A combinação eficaz entre acordes e ritmos ocorre por meio de repetições controladas e da internalização dos padrões.

3.1 Exercício com Dois Acordes

  • Escolher dois acordes fáceis (ex: C e G).
  • Tocar o primeiro acorde por um compasso (4 batidas) com a batida ↓ ↓ ↑ ↑ ↓ ↑.
  • Trocar para o segundo acorde e repetir o mesmo padrão.
  • Repetir em ciclos de 2 a 4 minutos.

3.2 Exercício com Quatro Acordes

  • Usar uma progressão comum: C – G – Am – F.
  • Aplicar uma batida pop com subdivisão.
  • Fazer transições suaves, respeitando o tempo de cada acorde.

Com o tempo, o estudante desenvolve fluência, controle motor e senso rítmico para realizar essas combinações de forma natural.

4. Prática com Músicas Populares

Trabalhar com canções conhecidas é motivador e ajuda a aplicar acordes e batidas em contextos reais. Abaixo, exemplos de músicas brasileiras que utilizam acordes simples com batidas acessíveis.

4.1 “Tempo Perdido” – Legião Urbana

Progressão: C – G – Am – Em
Batida: ↓ ↓ ↑ ↑ ↓ ↑
Essa música segue um compasso 4/4 com andamento moderado. O foco está na constância da batida e na clareza da troca de acordes.

4.2 “Maluco Beleza” – Raul Seixas

Progressão: A – D – E
Batida: ↓ (pausa) ↓ ↑ (pausa) ↑ ↓ ↑
Essa canção de andamento médio pode ser interpretada com ritmo pop alternado, com ênfase na síncope do segundo tempo.

4.3 “Monte Castelo” – Legião Urbana

Progressão: Am – F – C – G
Batida: ↓ ↓ ↑ ↑ ↓ ↑
Ideal para desenvolver sentimento e dinâmica na batida de balada.

5. Dicas para o Desenvolvimento da Batida

  • Treinar com metrônomo: começa-se em 60 BPM, aumentando gradualmente a velocidade.
  • Focar no pulso: o movimento deve vir do punho, e não do braço inteiro.
  • Gravar-se tocando: escutar a própria execução ajuda a corrigir inconsistências rítmicas.
  • Ouvir as músicas: identificar os padrões de batida ao ouvir versões originais contribui para a internalização do ritmo.
  • Evitar tensão: manter o braço e a mão relaxados previne lesões e melhora a fluidez.

Considerações Finais

O domínio dos padrões de batida no violão, aliados a acordes simples, proporciona ao estudante a base para acompanhar um vasto repertório da música popular brasileira e internacional. Trabalhar com músicas reais, como as de Legião Urbana e Raul Seixas, torna o

aprendizado mais significativo, pois conecta teoria e prática de maneira envolvente. A constância, o controle rítmico e a escuta atenta são elementos-chave para evoluir com segurança nessa fase do estudo musical.

Referências Bibliográficas

  • Bonilla, E. (2014). Fundamentos Técnicos do Violão. Rio de Janeiro: Lumiar Editora.
  • Carvalho, M. L. (2017). Manual Prático do Violonista Iniciante. São Paulo: Editora Musarte.
  • Duarte, L. (2020). Guia Ilustrado do Violão: Estrutura, Modelos e Manutenção. Porto Alegre: Ed. Sinfonia.
  • Machado, M. (2013). Violão Brasileiro: Técnica e Repertório. Belo Horizonte: Ed. Minueto.
  • Silveira, J. P. (2011). Ritmo e Expressão: Fundamentos para Iniciantes. Belo Horizonte: Ed. Expressão Musical.

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