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Básico de NR 10

BÁSICO NR 10



Segurança em Instalações Elétricas

Tipos de Instalações Elétricas

Instalações de Baixa Tensão

As instalações de baixa tensão são aquelas onde a tensão elétrica é igual ou inferior a 1.000 volts em corrente alternada ou 1.500 volts em corrente contínua. Essas instalações são amplamente utilizadas em ambientes residenciais, comerciais e industriais, sendo responsáveis por alimentar a maioria dos dispositivos elétricos de uso comum, como eletrodomésticos, iluminação e equipamentos de escritório.

Características principais:

  • Uso Residencial e Comercial: Fornecem energia para residências, escritórios, lojas e pequenas indústrias.
  • Segurança: Embora sejam de menor risco em comparação com instalações de média e alta tensão, ainda exigem medidas de segurança rigorosas para prevenir choques elétricos e incêndios.
  • Componentes Comuns: Incluem disjuntores, quadros de distribuição, tomadas, interruptores e fiação adequada.

Instalações de Média e Alta Tensão

As instalações de média e alta tensão são aquelas onde a tensão elétrica é superior a 1.000 volts em corrente alternada. Essas instalações são comuns em ambientes industriais, em sistemas de distribuição e transmissão de energia elétrica, e em grandes edifícios comerciais e institucionais.

Instalações de Média Tensão:

  • Faixa de Tensão: Normalmente variam entre 1.000 volts e 36.000 volts.
  • Aplicações: Utilizadas para a distribuição de energia elétrica em indústrias de médio porte, hospitais, centros de dados e outros grandes edifícios.
  • Segurança e Manutenção: Requerem manutenção especializada e medidas de segurança rigorosas, devido ao maior risco de arcos elétricos e falhas catastróficas.

Instalações de Alta Tensão:

  • Faixa de Tensão: Acima de 36.000 volts.
  • Aplicações: Utilizadas para a transmissão de energia elétrica a longas distâncias, como em linhas de transmissão entre geradoras de energia e subestações de distribuição.
  • Componentes Específicos: Incluem transformadores de alta tensão, disjuntores de alta capacidade, isoladores e equipamentos de proteção sofisticados.

Componentes Principais das Instalações Elétricas

Independentemente do tipo de instalação (baixa, média ou alta tensão), certos componentes são essenciais para o funcionamento seguro e eficiente do sistema elétrico. Esses componentes garantem a distribuição adequada de energia e a proteção contra falhas e sobrecargas.

Principais Componentes:

1.    

Quadros de Distribuição: Centralizam a distribuição de energia elétrica, permitindo o controle e proteção de diferentes circuitos dentro de uma instalação. Incluem disjuntores, fusíveis e barramentos.

2.     Disjuntores: Dispositivos de proteção que interrompem automaticamente o fluxo de corrente elétrica em caso de sobrecarga ou curto-circuito, prevenindo danos ao sistema e aumentando a segurança.

3.     Fusíveis: Outro tipo de dispositivo de proteção que corta a corrente elétrica quando a corrente excede um limite específico, protegendo equipamentos e fiação.

4.     Transformadores: Utilizados para aumentar (transformadores elevadores) ou diminuir (transformadores rebaixadores) a tensão elétrica, permitindo a transmissão eficiente de energia e a sua adaptação às necessidades específicas dos consumidores.

5.     Condutores Elétricos: Cabos e fios que transportam a energia elétrica desde a fonte de geração até os pontos de consumo. Devem ser dimensionados corretamente para suportar a corrente elétrica sem superaquecimento.

6.     Tomadas e Interruptores: Pontos de conexão para dispositivos elétricos, permitindo o controle manual do fornecimento de energia. Devem ser instalados de acordo com normas de segurança para prevenir choques e curtos-circuitos.

7.     Isoladores: Componentes que impedem a passagem de corrente elétrica para partes não condutoras, garantindo a segurança das instalações e a integridade dos suportes estruturais.

8.     Equipamentos de Proteção: Incluem relés de proteção, para-raios e sistemas de aterramento, que protegem as instalações contra surtos de tensão, descargas atmosféricas e falhas de isolamento.

Compreender os diferentes tipos de instalações elétricas e seus componentes principais é fundamental para projetar, instalar e manter sistemas elétricos seguros e eficientes. Cada tipo de instalação exige conhecimentos específicos e práticas de segurança adequadas para prevenir acidentes e garantir o fornecimento contínuo de energia elétrica.

Procedimentos de Trabalho Seguro

Análise de Risco e Permissão de Trabalho

A análise de risco é um passo fundamental para garantir a segurança nas operações envolvendo eletricidade. Este processo consiste em identificar, avaliar e controlar os riscos associados a atividades elétricas antes de sua execução. A análise de risco permite a criação de um ambiente de trabalho seguro, minimizando a probabilidade de acidentes e incidentes.

Elementos da Análise de Risco:

1.     Identificação de

de Riscos: Identificar todos os possíveis riscos elétricos presentes no ambiente de trabalho, como choques elétricos, arcos elétricos, incêndios e explosões.

2.     Avaliação dos Riscos: Avaliar a severidade e a probabilidade dos riscos identificados, considerando fatores como a tensão elétrica, a proximidade com partes energizadas e as condições ambientais.

3.     Controle de Riscos: Implementar medidas de controle adequadas para eliminar ou reduzir os riscos avaliados, como a utilização de equipamentos de proteção, procedimentos de segurança e sinalização.

Após a análise de risco, a emissão de uma Permissão de Trabalho (PT) é crucial. A PT é um documento formal que autoriza a execução de trabalhos em instalações elétricas, detalhando os riscos identificados, as medidas de controle implementadas e as responsabilidades dos trabalhadores.

Componentes da Permissão de Trabalho:

  • Descrição da Tarefa: Detalhamento do trabalho a ser realizado.
  • Identificação dos Riscos: Lista dos riscos associados à tarefa.
  • Medidas de Controle: Descrição das medidas adotadas para mitigar os riscos.
  • Responsáveis: Identificação dos trabalhadores e supervisores envolvidos.
  • Validade: Período de validade da permissão de trabalho.

Procedimentos para Desenergização

A desenergização é um dos procedimentos mais eficazes para garantir a segurança durante a execução de trabalhos em instalações elétricas. Consiste na interrupção total do fornecimento de energia elétrica para a área ou equipamento onde será realizada a intervenção.

Passos para Desenergização Segura:

1.     Planejamento: Planejar a desenergização com antecedência, identificando todas as fontes de energia e os dispositivos de isolamento.

2.     Isolamento da Energia: Desligar todos os disjuntores, chaves seccionadoras e outros dispositivos de isolamento que alimentam a área ou equipamento a ser trabalhado.

3.     Bloqueio e Etiquetagem (Lockout/Tagout): Aplicar dispositivos de bloqueio físico nos interruptores e dispositivos de isolamento, e fixar etiquetas de advertência para informar que a área ou equipamento está desenergizado.

4.     Verificação da Desenergização: Testar as instalações para garantir que não há energia residual e que a desenergização foi efetiva.

5.     Comunicação: Informar a equipe de trabalho e outros envolvidos sobre a desenergização e a liberação para início das atividades.

Manutenção Preventiva e Corretiva

A manutenção preventiva e corretiva é essencial para garantir o

funcionamento seguro e eficiente das instalações elétricas. A manutenção preventiva envolve a realização de inspeções, testes e serviços regulares para evitar falhas e prolongar a vida útil dos componentes elétricos. Já a manutenção corretiva é realizada para reparar falhas e defeitos detectados durante as operações ou nas inspeções de rotina.

Manutenção Preventiva:

  • Inspeções Regulares: Realizar inspeções visuais e testes periódicos em componentes críticos, como cabos, conexões, disjuntores e transformadores.
  • Limpeza e Lubrificação: Manter os componentes livres de poeira, sujeira e corrosão, e lubrificar partes móveis conforme necessário.
  • Atualização de Registros: Manter registros detalhados de todas as atividades de manutenção, incluindo datas, resultados de inspeções e ações corretivas realizadas.

Manutenção Corretiva:

  • Diagnóstico de Falhas: Identificar e diagnosticar rapidamente falhas e defeitos em componentes elétricos, utilizando ferramentas e técnicas adequadas.
  • Reparos e Substituições: Realizar reparos ou substituir componentes defeituosos de maneira segura e eficiente, seguindo procedimentos técnicos e de segurança.
  • Testes Pós-Reparo: Após a correção, realizar testes para garantir que o sistema está funcionando corretamente e que os problemas foram resolvidos.

A aplicação rigorosa desses procedimentos de trabalho seguro é fundamental para minimizar os riscos associados às atividades elétricas, proteger a integridade dos trabalhadores e garantir a operação contínua e segura das instalações elétricas. A educação e o treinamento contínuos são igualmente importantes para manter todos os envolvidos informados sobre as melhores práticas e atualizações nas normas de segurança.

Sinalização e Isolamento

Sinalização de Segurança

A sinalização de segurança é um elemento fundamental para a prevenção de acidentes em ambientes que envolvem trabalho com eletricidade. Ela tem o objetivo de alertar, informar e orientar os trabalhadores sobre os perigos existentes, bem como indicar as medidas de segurança que devem ser adotadas. A sinalização eficiente contribui para a conscientização dos riscos e para a adoção de comportamentos seguros.

Tipos de Sinalização de Segurança:

  • Sinais de Advertência: Indicam a presença de riscos e alertam os trabalhadores para tomar precauções. Exemplos incluem placas de “Perigo: Alta Tensão” e “Risco de Choque Elétrico”.
  • Sinais de Obrigação: Informam
  • Informam sobre as ações obrigatórias para a segurança, como “Uso Obrigatório de EPI” e “Desligar a Energia Antes de Trabalhar”.
  • Sinais de Proibição: Proíbem ações que podem resultar em acidentes, como “Proibido Fumar” ou “Não Toque”.
  • Sinais de Orientação: Fornecem informações adicionais e orientações sobre procedimentos de segurança, como “Saída de Emergência” e “Primeiros Socorros”.

A eficácia da sinalização de segurança depende da sua visibilidade, clareza e padronização. As placas devem ser posicionadas de forma estratégica, ser legíveis à distância adequada e seguir padrões reconhecidos, como as normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) e da International Organization for Standardization (ISO).

Barreiras e Bloqueios

As barreiras e bloqueios são medidas físicas utilizadas para isolar áreas de risco e prevenir o acesso não autorizado ou inadvertido a zonas perigosas. Essas medidas são essenciais para proteger os trabalhadores e evitar acidentes durante a realização de trabalhos em instalações elétricas.

Tipos de Barreiras e Bloqueios:

  • Barreiras Físicas: Estruturas temporárias ou permanentes que impedem o acesso a áreas energizadas. Podem ser cercas, grades, portas trancadas ou coberturas.
  • Bloqueios Mecânicos: Dispositivos que impedem a operação de equipamentos ou sistemas elétricos enquanto estiverem sendo realizados trabalhos de manutenção ou reparo. Exemplos incluem cadeados em chaves seccionadoras e tampas em painéis de controle.
  • Etiquetas de Bloqueio (Lockout/Tagout): Utilizadas em conjunto com bloqueios mecânicos, as etiquetas fornecem informações sobre o estado de bloqueio e o motivo do isolamento. As etiquetas devem incluir detalhes como o nome do responsável pelo bloqueio, a data e a natureza do trabalho em andamento.

A utilização adequada de barreiras e bloqueios requer planejamento e coordenação. Todos os trabalhadores devem ser informados sobre a existência dessas medidas e a importância de respeitá-las para garantir sua própria segurança e a dos colegas.

Procedimentos de Isolamento Elétrico

O isolamento elétrico é um procedimento crítico que garante a segurança durante a execução de trabalhos em sistemas elétricos, prevenindo a exposição a energias perigosas. O processo de isolamento envolve a interrupção da energia elétrica para assegurar que o circuito ou equipamento está totalmente desenergizado antes de qualquer intervenção.

Passos

para o Isolamento Elétrico Seguro:

1.     Identificação do Circuito ou Equipamento: Localizar e identificar claramente o circuito ou equipamento que será isolado, utilizando diagramas e documentação técnica.

2.     Desligamento da Energia: Desativar todos os dispositivos de alimentação de energia, como disjuntores, fusíveis e chaves seccionadoras, garantindo a interrupção do fornecimento de energia.

3.     Aplicação de Bloqueios e Etiquetas: Colocar dispositivos de bloqueio em todos os pontos de isolamento e fixar etiquetas informativas, seguindo o procedimento de Lockout/Tagout para evitar a reativação acidental da energia.

4.     Verificação da Ausência de Tensão: Utilizar instrumentos de medição adequados, como multímetros e detectores de tensão, para confirmar que o circuito está realmente desenergizado. Essa verificação deve ser realizada por pessoal qualificado.

5.     Descarga de Energia Residual: Garantir a descarga de qualquer energia residual presente nos componentes elétricos, como capacitores, para evitar choques elétricos.

6.     Testes e Confirmações: Realizar testes adicionais conforme necessário para assegurar que todas as partes do sistema estão seguras para o trabalho. Documentar todas as verificações realizadas.

O isolamento elétrico deve ser mantido durante todo o período de execução do trabalho e somente deve ser removido após a conclusão das atividades e a confirmação de que é seguro restabelecer a energia.

A implementação rigorosa dos procedimentos de sinalização e isolamento, juntamente com o uso de barreiras e bloqueios, é essencial para garantir a segurança dos trabalhadores e a integridade das instalações elétricas. A educação e o treinamento contínuos são igualmente importantes para assegurar que todos os envolvidos compreendam e apliquem corretamente essas medidas de segurança.

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