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Projeto e Dimensionamento de Prevenção e Combate de Incêndio e Pânico

Projeto e Dimensionamento de Sistemas de Combate a Incêndio

Princípios de Dimensionamento de Equipamentos

 

O dimensionamento adequado dos equipamentos de combate a incêndio é essencial para garantir a segurança de qualquer ambiente, sejam edifícios residenciais, comerciais ou industriais. Esse processo envolve a definição dos parâmetros de instalação, a escolha e a localização dos equipamentos e o atendimento às normas regulamentadoras. Uma vez corretamente dimensionados, os equipamentos – como extintores, hidrantes e sprinklers – permitem uma resposta rápida e eficaz, minimizando os riscos associados ao incêndio.

Parâmetros e Normas para Dimensionamento de Extintores

Os extintores de incêndio são equipamentos portáteis destinados ao combate de incêndios em sua fase inicial, e seu dimensionamento é regulamentado por normas específicas, como a NBR 13.434 da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). Essa norma estabelece critérios para a escolha do tipo de extintor, quantidade necessária e a distância entre eles, considerando o tipo de ocupação e os materiais presentes no ambiente.

Para definir o tipo e a quantidade de extintores, o dimensionamento leva em conta a classificação do incêndio (classe A, B, C, D ou K) e as particularidades de cada ambiente. Em locais com materiais combustíveis sólidos, como papel e madeira (classe A), extintores de água ou de pó químico são recomendados, enquanto áreas com líquidos inflamáveis (classe B) demandam extintores de espuma ou pó químico. Já locais com equipamentos elétricos (classe C) requerem extintores de CO₂, que não conduzem eletricidade.

A norma também orienta a quantidade de extintores com base na área do ambiente, e as unidades devem ser distribuídas de forma que estejam facilmente acessíveis, com uma distância máxima de percurso até o extintor, normalmente entre 15 a 30 metros, dependendo da classe de risco.

Escolha e Localização dos Equipamentos

A escolha e localização dos equipamentos de combate a incêndio são fundamentais para que eles possam ser usados com eficácia no momento da emergência. Ao escolher os extintores, é importante considerar o tipo de incêndio que pode ocorrer no ambiente, o tamanho do espaço e a presença de barreiras que possam dificultar o acesso aos equipamentos.

· Escolha dos extintores: Os extintores devem ser adequados à classe de incêndio para que sejam eficazes. Em um escritório, por exemplo, pode ser adequado ter extintores de CO₂, devido à presença de equipamentos eletrônicos. Já em

Os extintores devem ser adequados à classe de incêndio para que sejam eficazes. Em um escritório, por exemplo, pode ser adequado ter extintores de CO₂, devido à presença de equipamentos eletrônicos. Já em uma garagem ou depósito de produtos inflamáveis, extintores de pó químico são mais indicados.

· Localização estratégica: Os extintores devem ser instalados em locais visíveis e de fácil acesso, como próximo às saídas de emergência e em corredores principais. As unidades devem estar a uma altura adequada (geralmente entre 1,2 a 1,5 metros do chão) para permitir que sejam rapidamente identificadas e alcançadas por qualquer pessoa em caso de emergência.

· Sinalização: A presença de placas e sinalizações adequadas indicando a localização dos extintores e outros equipamentos de combate a incêndio é essencial, principalmente em ambientes grandes ou com alto fluxo de pessoas. A sinalização deve ser visível à distância e posicionada de forma que guie as pessoas até o equipamento em caso de baixa visibilidade, como em um ambiente com fumaça.

Normas Regulamentadoras e Cálculo de Dimensionamento

O cálculo de dimensionamento dos equipamentos de combate a incêndio segue regulamentações específicas, como as Normas Regulamentadoras (NRs) do Ministério do Trabalho e Emprego no Brasil e as normas da ABNT. Essas normas fornecem diretrizes detalhadas sobre o número de extintores, capacidade mínima de combate, classes de risco e distâncias máximas para garantir que o local esteja devidamente protegido.

· Norma Regulamentadora NR 23: A NR 23 estabelece que toda edificação deve possuir equipamentos de combate a incêndio adequados e que os trabalhadores devem ser treinados para utilizá-los. Ela também orienta sobre o dimensionamento de extintores e sistemas de alarme e rotas de fuga, garantindo que os ambientes de trabalho estejam prontos para uma evacuação segura em caso de incêndio.

· Normas da ABNT: A ABNT estabelece padrões de instalação e manutenção para equipamentos de combate a incêndio, como a já mencionada NBR 13.434 e a NBR 13.931, que trata do sistema de hidrantes e mangotinhos. Além disso, há normas para sistemas de alarme e detecção (NBR 17.040), que complementam a segurança contra incêndios, e normas para dimensionamento de sistemas fixos, como os sprinklers (NBR 10.897).

· Cálculo de Dimensionamento: O cálculo para determinar a quantidade e a capacidade dos extintores é feito com base em fatores como a área total do ambiente, a divisão em setores de risco e o tempo de

resposta desejado. Para áreas de grande risco, recomenda-se aumentar a quantidade e a capacidade dos extintores, enquanto áreas de baixo risco podem seguir as diretrizes mínimas estabelecidas pela norma.

Um dimensionamento adequado não só garante a conformidade com as normas, mas também aumenta a eficiência dos equipamentos no combate a incêndios, protegendo a vida das pessoas e preservando o patrimônio. O cumprimento rigoroso das normas e a atenção aos princípios de escolha e posicionamento dos equipamentos são fundamentais para assegurar uma resposta eficaz e segura em qualquer situação de incêndio.


Sistemas de Combate Fixos e Portáteis

 

Os sistemas de combate a incêndio, tanto fixos quanto portáteis, são essenciais para a proteção contra incêndios em ambientes de diversos tipos. Cada um desses sistemas desempenha uma função específica e complementa a segurança do local ao prover meios de controle e extinção rápida de incêndios. Enquanto os sistemas fixos são instalados de forma permanente e atuam automaticamente ou mediante acionamento, os sistemas portáteis são utilizados manualmente, sendo facilmente transportados para o local do incêndio.

Sistemas de Combate Fixo (Hidrantes, Sprinklers)

Os sistemas de combate a incêndio fixos, como hidrantes e sprinklers, são instalados de maneira permanente em edificações e têm a função de atuar imediatamente em caso de incêndio, aumentando as chances de controle rápido e eficaz.

· Hidrantes: Os hidrantes são pontos de abastecimento de água que permitem o combate a incêndios em áreas internas e externas. Normalmente, são conectados a uma rede de tubulações pressurizadas e fornecem uma fonte contínua de água para os bombeiros ou para equipes treinadas. Existem dois tipos principais: hidrantes externos, localizados fora dos edifícios, e hidrantes internos, que são instalados dentro das edificações e comumente equipados com mangueiras e válvulas de controle. A pressão e a vazão de água dos hidrantes devem ser dimensionadas conforme as características do local, seguindo normas específicas para garantir a eficácia do combate.

· Sprinklers: O sistema de sprinklers é um dos métodos automáticos mais eficientes para combater incêndios nas fases iniciais. Esses dispositivos possuem cabeças de sprinkler instaladas no teto, que são acionadas automaticamente quando a temperatura ambiente atinge um valor crítico. Ao ser ativado, o sprinkler libera água diretamente sobre a área afetada pelo fogo, ajudando a conter a propagação das

chamas. Existem diversos tipos de sprinklers (padrão, de resposta rápida, residencial, entre outros), e cada tipo é dimensionado conforme o tipo de ocupação e os riscos presentes no ambiente.

Esses sistemas fixos são indispensáveis em locais como edifícios comerciais, industriais e residenciais, onde o risco de incêndio pode ser maior e o tempo de resposta precisa ser imediato para evitar maiores danos.

Dimensionamento de Sistemas Portáteis (Extintores)

Os sistemas portáteis, representados principalmente pelos extintores de incêndio, são equipamentos de combate usados manualmente e projetados para conter incêndios em seus estágios iniciais. Os extintores são classificados conforme a classe de incêndio (A, B, C, D ou K) e devem ser escolhidos e posicionados estrategicamente para garantir acesso fácil e rápido.

· Classificação e escolha: Cada tipo de extintor contém um agente específico (água, pó químico, CO₂, espuma) adequado para uma classe de incêndio. Por exemplo, extintores de água são usados para materiais sólidos (classe A), enquanto os extintores de pó químico são eficazes em líquidos inflamáveis (classe B) e extintores de CO₂ são indicados para incêndios envolvendo equipamentos elétricos (classe C).

· Distribuição e acesso: A quantidade e a localização dos extintores são determinadas com base na área do ambiente e nos riscos específicos. Normas técnicas, como a NBR 13.434, orientam a distribuição dos extintores, recomendando uma distância máxima de percurso (geralmente entre 15 a 30 metros) para que possam ser facilmente alcançados. Os extintores devem ser instalados em locais visíveis, próximos a saídas de emergência e em áreas de circulação, facilitando seu uso rápido em uma situação de emergência.

Requisitos Técnicos e Manutenção dos Sistemas

Para que esses sistemas sejam confiáveis e eficazes, é essencial que atendam a requisitos técnicos rigorosos e que sejam submetidos a um programa regular de manutenção e inspeção. A manutenção periódica dos sistemas de combate a incêndio, tanto fixos quanto portáteis, é fundamental para garantir sua operação segura e eficiente.

· Manutenção preventiva e inspeção: Os sistemas fixos, como hidrantes e sprinklers, e os extintores portáteis devem passar por inspeções regulares para verificar seu funcionamento. As verificações incluem testes de pressão em hidrantes e sprinklers, checagem de vazão, inspeção visual de mangueiras, válvulas e bocais, e verificação dos lacres e validade dos extintores.

· Normas de manutenção: A

A manutenção preventiva deve seguir as orientações das normas regulamentadoras e recomendações dos fabricantes, bem como das normas técnicas, como a NBR 13.434 (extintores) e a NBR 10.897 (sprinklers). Esses padrões especificam os intervalos de manutenção, procedimentos de teste e requisitos para substituição de peças ou recarga dos extintores. Os extintores de incêndio, por exemplo, precisam ser recarregados após cada uso ou de acordo com a validade do agente extintor.

· Testes e simulações: Realizar testes práticos e simulações periódicas é uma prática recomendada para garantir que todos os sistemas e equipamentos estejam prontos para uso em caso de emergência. Isso inclui a realização de simulações de combate a incêndio e evacuação, o que ajuda a manter os equipamentos e a equipe treinada em boas condições.

A combinação de sistemas de combate fixos e portáteis, juntamente com uma manutenção rigorosa, proporciona um alto nível de segurança e controle em caso de incêndio. Esses elementos, quando corretamente dimensionados e localizados, aumentam significativamente a capacidade de resposta e a proteção de pessoas e patrimônios, garantindo que qualquer emergência possa ser tratada com rapidez e eficiência.


Cálculo de Pressão e Vazão para Hidrantes

 

O cálculo de pressão e vazão para hidrantes é um dos elementos fundamentais no projeto de sistemas de combate a incêndio em edificações. Esses parâmetros garantem que a quantidade de água fornecida durante um combate a incêndio seja suficiente para conter e extinguir as chamas. Para que um sistema de hidrantes funcione corretamente, é preciso considerar a pressão mínima e a vazão necessárias, o dimensionamento de bombas e reservatórios e os ajustes específicos para diferentes tipos de edificações.

Definição de Pressão Mínima e Vazão Necessária

A pressão mínima e a vazão necessária para os hidrantes variam conforme o tipo de ocupação e o risco de incêndio da edificação. A pressão é essencial para que a água alcance o foco do incêndio com força suficiente, especialmente em edifícios altos ou áreas amplas. De acordo com normas técnicas, como a NBR 13.714 da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), recomenda-se uma pressão mínima de 4,0 kgf/cm² (ou 400 kPa) na saída dos hidrantes internos, embora essa exigência possa ser adaptada conforme o projeto específico.

A vazão é definida em função da área de risco e do tipo de ocupação do local. Para ambientes de baixo risco, a vazão mínima pode ser de 250 litros por minuto

vazão é definida em função da área de risco e do tipo de ocupação do local. Para ambientes de baixo risco, a vazão mínima pode ser de 250 litros por minuto (L/min), enquanto locais com risco médio a alto podem exigir vazões de até 1.000 L/min. Em algumas edificações industriais ou grandes centros comerciais, a vazão necessária pode ser ainda maior, dependendo dos materiais presentes e da vulnerabilidade ao fogo. Esses valores são estabelecidos de modo a garantir que o combate ao incêndio seja eficiente, com água suficiente para controlar o fogo antes que ele se espalhe.

Dimensionamento de Bombas e Reservatórios

Para assegurar o fornecimento adequado de água aos hidrantes, é necessário dimensionar corretamente as bombas e reservatórios do sistema. As bombas de incêndio são responsáveis por manter a pressão e a vazão adequadas, mesmo quando o sistema é acionado em múltiplos pontos. Elas devem ter capacidade suficiente para fornecer a vazão necessária sem queda de pressão, especialmente em edifícios de grande porte ou locais com alta densidade de hidrantes.

· Bombas de incêndio: O dimensionamento das bombas deve levar em conta tanto a vazão total necessária quanto a pressão mínima exigida em cada ponto de hidrante. Bombas de incêndio precisam ser selecionadas de acordo com as características da rede hidráulica e a altura do edifício, pois locais mais altos requerem maior pressão. Em sistemas mais complexos, podem ser instaladas bombas de reforço em pontos intermediários para manter a pressão adequada em toda a rede.

· Reservatórios de água: Além das bombas, é essencial que o sistema possua um reservatório de água exclusivo para combate a incêndio. Esse reservatório deve ter capacidade para abastecer o sistema com a vazão total necessária durante um período mínimo de operação, geralmente estipulado para sustentar o combate a incêndio por até 30 minutos sem reabastecimento. Em grandes edificações, como indústrias e shoppings, reservatórios mais robustos e interligados a sistemas externos podem ser recomendados para garantir uma autonomia maior.

Simulação e Ajustes para Diferentes Tipos de Edificações

Cada tipo de edificação apresenta desafios específicos para o cálculo de pressão e vazão dos hidrantes, exigindo simulações e ajustes que assegurem a funcionalidade do sistema em situações reais. Simulações hidráulicas são ferramentas importantes no planejamento do sistema, pois permitem avaliar o comportamento da rede de hidrantes sob diferentes condições e identificar

tipo de edificação apresenta desafios específicos para o cálculo de pressão e vazão dos hidrantes, exigindo simulações e ajustes que assegurem a funcionalidade do sistema em situações reais. Simulações hidráulicas são ferramentas importantes no planejamento do sistema, pois permitem avaliar o comportamento da rede de hidrantes sob diferentes condições e identificar possíveis pontos de falha antes da instalação.

· Simulação hidráulica: A simulação é usada para modelar o fluxo de água e verificar se a pressão e a vazão serão mantidas em todos os hidrantes durante o uso simultâneo. Essa análise permite ajustar o dimensionamento das bombas e posicionamento dos hidrantes de forma que todas as áreas críticas da edificação fiquem protegidas. Em prédios altos, por exemplo, a simulação pode revelar a necessidade de bombas de reforço para garantir que a pressão seja suficiente nos andares superiores.

· Ajustes para tipos de edificações: Edificações residenciais, comerciais, industriais e de serviços têm demandas variadas de combate a incêndio. Em indústrias químicas, onde há alta presença de produtos inflamáveis, pode ser necessário projetar um sistema de hidrantes com vazão e pressão superiores aos padrões comuns, além de incluir agentes extintores específicos. Já em edifícios residenciais, o foco pode estar na distribuição uniforme dos hidrantes e na facilidade de acesso para os moradores.

· Manutenção e teste de sistema: Após a instalação, é imprescindível realizar testes periódicos e ajustes para garantir que o sistema mantenha a pressão e vazão projetadas ao longo do tempo. Testes de pressão, vazão e funcionamento das bombas são realizados para garantir que o sistema está operando conforme projetado, e ajustes podem ser necessários caso o prédio sofra alterações estruturais ou de ocupação.

O cálculo de pressão e vazão para hidrantes é um processo técnico e essencial que requer atenção a normas, simulações rigorosas e ajustes específicos para diferentes tipos de edificações. A garantia de pressão e vazão adequadas permite que o sistema de hidrantes seja uma ferramenta eficaz na proteção de vidas e patrimônios em situações de incêndio.

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