Aperfeiçoamento em Cooperativismo
O cooperativismo é um modelo econômico e social baseado na
colaboração, solidariedade e participação ativa dos membros. No cerne do
cooperativismo estão os princípios cooperativistas, que guiam a criação e o
funcionamento dessas organizações que buscam o benefício mútuo dos seus
integrantes.
Uma cooperativa é uma associação autônoma de pessoas que se
unem voluntariamente para atender às suas necessidades e aspirações econômicas,
sociais e culturais comuns, por meio de uma empresa de propriedade coletiva e
controlada democraticamente. Nesse modelo, cada membro tem voz e voto nas
decisões que afetam a cooperativa.
Os sete princípios cooperativistas, estabelecidos pela
Aliança Cooperativa Internacional (ACI), são diretrizes que orientam o
funcionamento das cooperativas em todo o mundo:
1.
Adesão
voluntária e aberta: As cooperativas são abertas a todas as pessoas que
podem utilizar seus serviços e estão dispostas a aceitar as responsabilidades
da associação, sem discriminação.
2.
Gestão
democrática: As cooperativas são controladas democraticamente por seus
membros, que participam ativamente na tomada de decisões e na definição de
políticas.
3.
Participação
econômica dos membros: Os membros contribuem equitativamente para o capital
da cooperativa e, em momentos apropriados, compartilham equitativamente os
resultados.
4.
Autonomia
e independência: As cooperativas são organizações autônomas, controladas
por seus membros, e mantêm independência política e financeira.
5.
Educação,
formação e informação: As cooperativas oferecem oportunidades para a
educação e formação dos membros, dos dirigentes eleitos e dos trabalhadores,
para que possam contribuir de forma eficaz para o desenvolvimento da
cooperativa.
6.
Cooperação
entre cooperativas: As cooperativas servem seus membros mais eficazmente e
fortalecem o movimento cooperativista trabalhando em conjunto por meio de
estruturas locais, nacionais, regionais e internacionais.
7.
Interesse
pela comunidade: As cooperativas trabalham para o desenvolvimento
sustentável de suas comunidades por meio de políticas aprovadas pelos membros.
O cooperativismo tem raízes profundas que remontam às antigas
civilizações, mas ganhou impulso significativo durante a Revolução
Industrial, quando as condições de trabalho e vida eram adversas. A primeira
cooperativa moderna conhecida, a Sociedade dos Probos Pioneiros de Rochdale,
foi fundada em 1844 na Inglaterra. Eles estabeleceram os princípios que
continuam a ser a base do cooperativismo até hoje.
O modelo cooperativista oferece diversas vantagens, como a
promoção da igualdade, a distribuição equitativa dos resultados, a capacitação
dos membros e a contribuição para o desenvolvimento econômico e social das
comunidades. Além disso, as cooperativas podem fornecer serviços que, de outra
forma, seriam inacessíveis para alguns indivíduos.
No entanto, os desafios incluem a necessidade de gestão
eficiente, a manutenção do engajamento ativo dos membros, a obtenção de
financiamento adequado e a competição com outras formas de organização. A
adaptação às mudanças tecnológicas e aos mercados globais também é um aspecto
crucial para a sustentabilidade das cooperativas.
Os conceitos fundamentais do cooperativismo giram em torno
da colaboração, dos princípios cooperativistas e da busca pelo bem comum dos
membros. A história rica e os benefícios tangíveis das cooperativas continuam a
inspirar e impulsionar essa forma única de organização em um mundo em constante
evolução.
Os princípios cooperativistas formam a espinha dorsal do
modelo cooperativo, guiando a conduta, a estrutura e o funcionamento dessas
organizações. Eles encapsulam os valores de cooperação, equidade e participação
que são fundamentais para a filosofia cooperativista. Além disso, a ética e os
valores desempenham um papel central, assegurando que as ações das cooperativas
se alinhem com o bem comum e com os interesses dos membros.
1.
Adesão
voluntária e aberta: As cooperativas são comunidades inclusivas, abertas a
todos que compartilham suas necessidades e estão dispostos a contribuir e
respeitar os valores cooperativos. A adesão não deve ser discriminatória,
garantindo que todos tenham a oportunidade de se beneficiar.
2. Gestão democrática: A democracia é um princípio fundamental nas cooperativas. Cada membro tem o direito de participar na tomada de decisões por meio de voto igualitário,
independente de sua participação financeira na cooperativa. A
gestão deve ser transparente e responsável perante os membros.
3.
Participação
econômica dos membros: Os membros contribuem com recursos financeiros para
a cooperativa de forma equitativa, e a distribuição dos resultados é realizada
de acordo com a participação e o envolvimento de cada membro. Esse princípio
incentiva o senso de propriedade e responsabilidade coletiva.
4.
Autonomia
e independência: As cooperativas devem ser autônomas, controladas por seus
membros e capazes de tomar decisões que atendam aos interesses do grupo. A
independência é fundamental para garantir que as decisões não sejam
influenciadas por forças externas.
5.
Educação,
formação e informação: Capacitar os membros e lideranças por meio da
educação cooperativista é essencial para o fortalecimento do movimento
cooperativo. O conhecimento compartilhado permite uma melhor compreensão dos
processos decisórios e contribui para a eficácia da gestão.
6.
Cooperação
entre cooperativas: A colaboração entre cooperativas fortalece todo o
movimento cooperativista. Ao trabalharem juntas, as cooperativas podem
compartilhar recursos, experiências e conhecimento para alcançar objetivos
comuns e enfrentar desafios maiores.
7.
Interesse
pela comunidade: As cooperativas têm um compromisso com o desenvolvimento
sustentável das comunidades em que operam. Elas não visam apenas o lucro, mas
também buscam criar impactos positivos sociais, econômicos e ambientais.
A ética e os valores desempenham um papel crucial no
cooperativismo. A transparência, a honestidade e o respeito pelos membros e
pelas comunidades são essenciais para manter a confiança e a integridade das
cooperativas. Esses valores permeiam todas as decisões e interações, refletindo
o compromisso com a justiça, a equidade e o bem-estar coletivo.
A democracia é mais do que um processo de votação; é uma cultura de inclusão e participação. Nos contextos cooperativistas, a democracia garante que as decisões sejam tomadas de maneira coletiva e representativa, levando em consideração as necessidades e aspirações de todos os membros. A participação ativa não apenas fortalece a coesão interna, mas também promove a responsabilidade compartilhada e a tomada de decisões
informadas.
Os princípios cooperativistas e os valores éticos são a
base sobre a qual as cooperativas se sustentam. Eles garantem que as ações das
cooperativas se alinhem aos ideais de cooperação, igualdade e responsabilidade
social, resultando em organizações que não apenas prosperam economicamente, mas
também contribuem para o desenvolvimento sustentável e o bem-estar das
comunidades.
As cooperativas são uma forma versátil de organização que
abrange uma ampla gama de setores e necessidades. Elas surgem para atender às
demandas de seus membros, proporcionando benefícios econômicos e sociais por
meio da colaboração. Diferentes tipos de cooperativas têm surgido ao longo dos
anos, cada uma focada em satisfazer necessidades específicas.
1.
Cooperativas
Agrícolas: São formadas por agricultores que se unem para melhorar sua
produção, comercialização e acesso a recursos. Essas cooperativas podem
adquirir insumos a preços mais baixos, compartilhar equipamentos e tecnologias,
além de negociar melhores condições de venda de produtos.
2.
Cooperativas
de Consumo: São criadas por consumidores que se unem para comprar produtos
ou serviços em grande quantidade, geralmente a preços mais baixos. Exemplos
incluem cooperativas de alimentos, de energia renovável e de compras coletivas.
3.
Cooperativas
de Crédito: Proporcionam serviços financeiros aos membros, como
empréstimos, investimentos e contas de poupança. Os membros também participam
da gestão e tomada de decisões, garantindo que as necessidades financeiras da
comunidade sejam atendidas de maneira justa.
4.
Cooperativas
de Trabalhadores: Também conhecidas como empresas cooperativas, são
operadas e gerenciadas pelos próprios trabalhadores. Isso permite que os
funcionários tenham uma participação direta nos lucros, nas decisões e na
direção da empresa.
5.
Cooperativas
de Saúde: Oferecem serviços de saúde, como hospitais, clínicas e planos de
saúde, de forma colaborativa. Os membros podem acessar serviços de qualidade a
preços acessíveis, enquanto a cooperativa busca atender às necessidades de
saúde da comunidade.
- Cooperativa Mondragón (Espanha): É uma das cooperativas mais conhecidas do mundo. Fundada em 1956, é um grupo de
cooperativas mais conhecidas do mundo.
Fundada em 1956, é um grupo de cooperativas industriais e de serviços
localizado no País Basco, Espanha. Possui um modelo único de participação e
gestão dos membros, e opera em setores como manufatura, finanças, educação e
mais.
-
Cooperativa
Basa (Brasil): Uma cooperativa de crédito brasileira que oferece serviços
financeiros para comunidades rurais e urbanas. Ela promove a inclusão
financeira, ajudando pequenos agricultores e empreendedores a acessarem crédito
e serviços financeiros.
-
Grupo
Cabal (Argentina): Uma rede de cooperativas de consumo que oferece uma
ampla gama de produtos e serviços, desde supermercados até postos de gasolina.
O grupo busca beneficiar seus membros por meio de preços competitivos e
qualidade de produtos.
As cooperativas têm um impacto significativo no
desenvolvimento econômico e social. Elas promovem a distribuição equitativa dos
recursos, melhoram o acesso a bens e serviços, criam empregos e fortalecem
comunidades. Ao permitirem que os membros tenham voz nas decisões, as
cooperativas também promovem a participação cidadã e a responsabilidade
compartilhada.
Além disso, as cooperativas geralmente reinvestem seus
lucros na comunidade local, contribuindo para a prosperidade geral. Sua
abordagem voltada para o longo prazo e sustentável ajuda a fortalecer a
resiliência das comunidades em face de desafios econômicos e sociais.
Os diferentes tipos de cooperativas exemplificam a flexibilidade desse modelo, adaptando-se às necessidades diversas das pessoas. Com exemplos concretos de sucesso e uma contribuição clara para o desenvolvimento econômico e social, as cooperativas continuam a ser uma força motriz para a construção de comunidades mais inclusivas e sustentáveis.
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