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Noções Básicas de Primeiros Socorros no Trânsito

NOÇÕES BÁSICAS DE PRIMEIROS SOCORROS NO TRÂNSITO


Situações Especiais e Emergências no Trânsito

Atendimento a Vítimas com Condições Especiais

Os acidentes de trânsito podem envolver vítimas com condições especiais, como gestantes, idosos, crianças e pessoas com deficiências. Cada grupo requer cuidados diferenciados para minimizar danos e evitar complicações.

O atendimento correto pode salvar vidas e reduzir a gravidade das lesões.

1.   Primeiros Socorros para Gestantes em Acidentes de Trânsito

Mulheres grávidas envolvidas em acidentes de trânsito podem sofrer complicações tanto para si quanto para o bebê. Mesmo em casos onde a gestante aparenta estar bem, é essencial um atendimento cuidadoso.

       Avaliação inicial: verifique a consciência, respiração e sinais vitais da gestante.

       Posicionamento adequado: se possível, a gestante deve ser posicionada de lado, preferencialmente sobre o lado esquerdo, para evitar compressão da veia cava, o que pode comprometer a circulação sanguínea.

       Sinais de alerta: fique atento a sangramentos, dores abdominais intensas, tontura ou perda de líquido amniótico, que podem indicar risco para o bebê.

       Evitar compressão abdominal: jamais aplique pressão sobre o abdômen da gestante, pois isso pode prejudicar o bebê.

       Acionamento de socorro: chame imediatamente o serviço de emergência e informe sobre a gravidez, a idade gestacional e qualquer sintoma relevante.

2.   Primeiros Socorros para Idosos em Acidentes de Trânsito

Idosos podem ter maior fragilidade óssea, dificuldades de mobilidade e condições pré-existentes, como hipertensão e diabetes, que podem agravar os efeitos de um acidente.

       Avaliação inicial: verifique a consciência e os sinais vitais. Pergunte sobre dores e possíveis doenças pré-existentes.

       Evite movimentação brusca: ossos mais frágeis aumentam o risco de fraturas, especialmente no fêmur, quadril e coluna.

       Verifique sinais de choque: tontura, pele fria e pegajosa, confusão mental e fraqueza podem indicar choque hipovolêmico.

       Fique atento a doenças preexistentes: se possível, pergunte à vítima se tem alguma condição médica, como problemas cardíacos, diabetes ou uso de medicamentos anticoagulantes, o que pode aumentar o risco de complicações.

       Apoio emocional: idosos podem ficar mais desorientados ou assustados após um acidente, então manter a calma e oferecer segurança é fundamental.

3.   Primeiros Socorros para

Crianças em Acidentes de Trânsito

Crianças têm estruturas corporais menores e mais delicadas, tornando-as mais vulneráveis a impactos. Além disso, podem ter dificuldades para expressar dor ou desconforto.

       Manter a calma e acalmar a criança: uma abordagem tranquila ajuda a reduzir o medo e facilita a cooperação da criança.

       Avaliação inicial: observe sinais de dificuldade respiratória, sangramentos e fraturas. Se a criança estiver chorando alto, geralmente é um bom sinal de que está consciente.

       Não balance ou sacuda a criança: movimentos bruscos podem agravar possíveis lesões internas.

       Cuidado com traumas na cabeça e pescoço: como o peso da cabeça da criança é proporcionalmente maior que o do corpo, há mais risco de lesões na região cervical. Evite movimentá-la caso haja suspeita de trauma.

       Se a criança for muito pequena: verifique se há engasgo com objetos pequenos ou partes do veículo após o impacto.

       Atenção ao uso da cadeirinha: se a criança estava na cadeirinha, não tente retirá-la abruptamente caso haja suspeita de lesões na coluna.

Aguarde a chegada do socorro.

4.   Cuidados Especiais para Vítimas com Deficiências

Pessoas com deficiências físicas, auditivas, visuais ou cognitivas podem ter necessidades específicas em situações de emergência.

       Deficiência Física:

o    Evite puxar ou remover próteses ou dispositivos de auxílio (cadeiras de rodas, muletas) sem necessidade. o Movimente a vítima com cuidado, respeitando limitações de mobilidade. o Em caso de amputações recentes, verifique sinais de choque e contenha sangramentos.

       Deficiência Auditiva:

o    Utilize gestos e expressões faciais para se comunicar. o Se a vítima estiver acompanhada, pergunte se há alguém que possa interpretar para facilitar a comunicação. o Fale devagar e articule bem as palavras para facilitar a leitura labial, se necessário.

       Deficiência Visual:

o    Identifique-se verbalmente e informe cada ação que será feita. o Ofereça apoio físico com delicadeza, permitindo que a vítima segure seu braço para orientação, se necessário.

       Deficiência Intelectual ou Transtornos Cognitivos:

o    Mantenha um tom de voz calmo e tranquilizador.

o    Evite informações confusas ou perguntas complicadas. o Se possível, peça ajuda a familiares ou acompanhantes que conheçam a vítima.

Conclusão

O atendimento a vítimas com condições especiais requer atenção, paciência e conhecimento das

necessidades individuais de cada grupo. Cada caso deve ser tratado com sensibilidade e cuidado para garantir um resgate seguro e minimizar danos. Além disso, acionar o serviço de emergência o mais rápido possível é essencial para um atendimento eficaz e especializado.

Emergências Médicas no Trânsito 

Os acidentes de trânsito não são apenas causados por colisões ou falhas mecânicas, mas também podem ocorrer devido a emergências médicas súbitas que afetam motoristas e passageiros. Condições como crises convulsivas, Acidente Vascular Cerebral (AVC) e infarto podem incapacitar uma pessoa ao volante e colocar todos ao redor em risco. Além disso, estados de choque, como o hipovolêmico e o anafilático, exigem uma resposta rápida para evitar complicações fatais. Este texto aborda o reconhecimento e o manejo dessas emergências para garantir um atendimento eficaz até a chegada do socorro especializado.

1. Atendimento a Crises Convulsivas no Trânsito

As crises convulsivas ocorrem devido a descargas elétricas anormais no cérebro e podem ser desencadeadas por diversas condições, como epilepsia, febre alta, traumas cranianos e distúrbios metabólicos.

Como identificar uma crise convulsiva?

       Movimentos involuntários e descontrolados dos membros.

       Perda de consciência.

       Salivação excessiva ou espuma na boca.

       Respiração irregular ou dificuldade para respirar.

       Rigidez corporal seguida de espasmos musculares.

O que fazer?

       Mantenha a calma e afaste objetos perigosos para evitar lesões secundárias.

       Não tente conter os movimentos da vítima. Apenas proteja a cabeça com um objeto macio.

       Nunca introduza objetos na boca da vítima para evitar sufocamento.

       Após a convulsão, vire a vítima de lado para evitar aspiração de saliva ou vômito.

       Se a crise durar mais de 5 minutos ou ocorrerem convulsões repetidas, chame imediatamente o socorro médico (SAMU – 192).

2. Atendimento a Acidente Vascular Cerebral (AVC) no Trânsito

O AVC ocorre quando há uma interrupção do fluxo sanguíneo para o cérebro (AVC isquêmico) ou um sangramento cerebral (AVC hemorrágico). Motoristas e passageiros podem apresentar sintomas súbitos e precisam de atendimento imediato.

Como identificar um AVC?

Utilize        o        método        SAMU        para        identificar        sinais:

   Sorriso: Peça à vítima para sorrir. Se um lado do rosto ficar paralisado, pode ser AVC.

   Abraço: Peça para

levantar os braços. Se um deles cair ou houver fraqueza, é um sinal de alerta.

   Música (fala): Peça para repetir uma frase simples. Se houver dificuldade ou fala arrastada, suspeite de AVC.

   Urgência: O tempo é crucial!

O que fazer?

       Mantenha a vítima sentada ou deitada com a cabeça levemente elevada.

       Evite oferecer alimentos ou líquidos, pois pode haver dificuldade de engolir.

       Chame imediatamente o serviço de emergência. Quanto mais rápido for o atendimento hospitalar, maiores são as chances de recuperação.

3. Atendimento a Infartos no Trânsito

O infarto ocorre devido à obstrução das artérias que irrigam o coração, levando à falta de oxigenação no músculo cardíaco. Se um motorista sofrer um infarto ao volante, ele pode perder o controle do veículo, causando acidentes graves.

Como identificar um infarto?

       Dor intensa no peito, que pode irradiar para o braço, mandíbula ou costas.

       Sensação de aperto no peito.

       Suor excessivo, palidez e tontura.

       Falta de ar e náusea.

       Ansiedade intensa, podendo ser confundida com crise de pânico.

O que fazer?

       Se a vítima estiver consciente, peça para ela parar o veículo imediatamente.

       Afrouxe roupas apertadas e a mantenha sentada ou levemente reclinada.

       Se a pessoa já faz uso de medicamentos cardíacos (como

nitroglicerina), ajude-a a tomá-los.

       Caso a vítima perca a consciência e não tenha pulso, inicie RCP (Reanimação Cardiopulmonar).

       Acione o socorro imediatamente e informe os sintomas ao atender a ligação.

4. Reconhecimento e Manejo do Choque Hipovolêmico

O choque hipovolêmico ocorre quando há uma grande perda de sangue ou fluidos corporais, levando à redução do volume circulante e queda da pressão arterial.

Como identificar?

       Pele pálida, fria e pegajosa.

       Respiração rápida e superficial.

       Pulso fraco e acelerado.

       Confusão mental ou perda de consciência.

O que fazer?

       Mantenha a vítima deitada e eleve as pernas para melhorar o fluxo sanguíneo para órgãos vitais.

       Cubra a vítima com um pano ou cobertor para evitar a perda de calor.

       Evite oferecer água ou alimentos.

       Se houver hemorragia externa, faça compressão direta no local do sangramento.

       Acione imediatamente o socorro médico.

5. Reconhecimento e Manejo do Choque Anafilático

O choque anafilático é uma reação alérgica grave e

potencialmente fatal, que pode ser desencadeada por picadas de insetos, alimentos ou medicamentos.

Como identificar?

       Inchaço da face, lábios e língua.

       Dificuldade para respirar ou chiado no peito.

       Erupções na pele e coceira intensa.

       Queda rápida da pressão arterial, podendo levar à inconsciência.

O que fazer?

       Se a vítima tiver um auto injetor de epinefrina (adrenalina), ajude-a a usá-lo.

       Deite a vítima e eleve as pernas para melhorar a circulação.

       Afrouxe roupas apertadas e mantenha a calma.

       Acione o serviço de emergência imediatamente, pois o choque anafilático pode ser fatal sem tratamento adequado.

Conclusão

As emergências médicas no trânsito podem ser fatais se não forem reconhecidas e tratadas rapidamente. Saber como agir diante de crises convulsivas, AVC, infarto e estados de choque pode salvar vidas e evitar complicações graves. O atendimento adequado e a rápida comunicação com o serviço de emergência são essenciais para garantir que as vítimas recebam o suporte médico necessário o quanto antes.

Procedimentos de Extração Segura de Vítimas (Resgate Veicular)

Em acidentes de trânsito, a remoção de vítimas de dentro do veículo exige cautela e técnicas adequadas para evitar o agravamento das lesões. A extração segura deve ser realizada com base na avaliação dos riscos e, sempre que possível, em colaboração com equipes de resgate profissional. Neste texto, abordaremos os principais procedimentos para a retirada segura de vítimas em situações emergenciais.

1. Avaliação de Riscos e Quando Remover a Vítima do Veículo

Antes de iniciar qualquer tentativa de remoção, é essencial avaliar os riscos do ambiente e as condições da vítima. A extração deve ser realizada apenas quando:

   Houver risco iminente à vida da vítima (incêndio, vazamento de combustível, risco de explosão ou desabamento de estrutura).

   A vítima estiver em parada cardiorrespiratória e precisar de RCP em local seguro.

   O veículo estiver instável e em risco de capotamento ou deslizamento.

   A vítima estiver inconsciente e em risco de asfixia devido à posição em que se encontra.

Se não houver perigo imediato, a remoção não deve ser realizada sem avaliação profissional, pois um movimento inadequado pode agravar lesões na coluna, tórax e membros.

Passos para a Avaliação de Riscos

Sinalizar o local do acidente para evitar novos impactos e proteger os socorristas.

Desligar o motor do

veículo, se possível, para evitar incêndios. Observar vazamentos de combustível ou riscos elétricos antes de tocar na vítima.

Avaliar o estado da vítima sem movimentá-la, verificando respiração, nível de consciência e presença de sangramentos graves.

Se a vítima estiver consciente e sem risco iminente, aguarde a chegada do resgate profissional para garantir a remoção adequada.

2. Técnicas Seguras de Retirada de Vítimas Presas nas Ferragens (Princípios Básicos)

Quando uma vítima está presa nas ferragens, o resgate deve ser feito com máxima cautela para evitar agravar possíveis fraturas e lesões internas.

Passos básicos para a retirada segura:

   Verifique a consciência da vítima: tente manter contato verbal e

tranquilizá-la.

   Imobilize a coluna cervical: se possível, segure a cabeça da vítima ou utilize um colar cervical improvisado para evitar movimentos bruscos.    Evite puxar a vítima à força: se estiver presa, aguarde ferramentas adequadas para cortar as ferragens.

   Se a remoção for necessária, utilize a técnica do arrasto de segurança, movimentando a vítima com apoio na cabeça, tronco e membros inferiores.

   Caso a vítima esteja sentada e consciente, a remoção pode ser feita com a técnica do Rautek, onde o socorrista segura a vítima sob as axilas e apoia sua cabeça no peito, retirando-a com controle.

Importante: nunca tente retirar uma vítima presa pelas pernas ou pelo tórax sem apoio especializado. A pressão exercida pelas ferragens pode estar bloqueando hemorragias internas que se agravarão ao remover a vítima de maneira inadequada.

3. Colaboração com Equipes de Resgate Profissional

O resgate de vítimas presas em veículos deve ser realizado, sempre que possível, por equipes especializadas, como bombeiros e equipes do SAMU. Os primeiros socorristas no local podem colaborar da seguinte maneira:

   Fornecendo informações precisas sobre a vítima e o cenário do acidente.

   Sinalizando e controlando o fluxo de trânsito para facilitar o acesso

dos                                                                                          socorristas.

   Apoiando a estabilização da vítima até a chegada do resgate.

   Evitando movimentações desnecessárias e informando se houve alguma tentativa de retirada prévia.

Os profissionais utilizarão equipamentos como desencarceradores hidráulicos (tesouras e alargadores) para cortar as ferragens e remover a vítima com segurança.

Conclusão

A extração segura de vítimas em

acidentes veiculares exige avaliação cuidadosa, técnicas adequadas e, sempre que possível, a presença de equipes especializadas. Em situações críticas, onde há risco iminente à vida, a remoção pode ser necessária, mas deve ser feita com extrema cautela para evitar lesões secundárias. O socorrista que presta os primeiros atendimentos deve sempre priorizar a segurança e colaborar com os profissionais de resgate para garantir um atendimento eficiente e sem maiores danos à vítima.

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