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Noções Básicas em Urgência e Emergência

 NOÇÕES BÁSICAS EM URGÊNCIA E EMERGÊNCIA

                       

 

Atendimento em Situações Especiais 

Atendimento a Pacientes Psiquiátricos 

 

O atendimento a pacientes psiquiátricos em situações de emergência é um desafio para os profissionais de saúde, pois exige identificação rápida dos sinais de risco, manejo adequado da agitação psicomotora e abordagem humanizada, garantindo a segurança do paciente e da equipe. O suporte emergencial inclui técnicas de comunicação eficazes, uso criterioso de medicações e, quando necessário, contenção física para evitar danos a terceiros e ao próprio paciente.

Identificação de Situações Psiquiátricas de Urgência

As emergências psiquiátricas englobam condições que colocam o paciente ou outras pessoas em risco imediato, exigindo intervenção rápida. Entre as principais situações de urgência, destacam-se:

1. Agitação Psicótica ou Psicose Aguda

Caracteriza-se por comportamento desorganizado, delírios, alucinações e perda do contato com a realidade. Pode ocorrer em transtornos como:

  • Esquizofrenia e transtornos psicóticos agudos.
  • Intoxicação por substâncias psicoativas (anfetaminas, cocaína, álcool).
  • Delirium secundário a doenças metabólicas e neurológicas.

2. Risco de Suicídio e Autoagressão

Pacientes com ideação suicida ativa, histórico de tentativas anteriores e planejamento detalhado apresentam alto risco de suicídio e exigem internação psiquiátrica imediata. Algumas condições associadas incluem:

  • Depressão grave.
  • Transtorno de personalidade borderline.
  • Transtornos psicóticos com alucinações comandatárias.

3. Transtornos de Ansiedade e Pânico

Crises agudas de ansiedade ou ataques de pânico podem simular doenças cardíacas, apresentando:

  • Palpitações, sudorese intensa e tremores.
  • Sensação de morte iminente.
  • Falta de ar e aperto no peito.

4. Transtornos Relacionados ao Uso de Substâncias

Pacientes sob efeito de drogas podem apresentar agitação extrema, paranoia e comportamento agressivo, sendo necessário um manejo especializado para evitar complicações, como síndrome de abstinência grave.

O reconhecimento desses quadros permite uma abordagem inicial mais eficaz e direcionada.

 Conduta com Pacientes Agitados ou em Crise

O paciente agitado representa um risco potencial para si e para os outros. O primeiro passo no manejo é avaliar o nível de agitação e estabelecer uma abordagem escalonada,

iniciando com medidas não farmacológicas e, se necessário, avançando para sedação e contenção física.

1. Comunicação e Ambiente Seguro

A abordagem inicial deve ser baseada na comunicação verbal calma e empática, reduzindo a tensão da situação. As estratégias incluem:

  • Falar em tom de voz baixo e pausado.
  • Evitar contato visual fixo e postura ameaçadora.
  • Permitir espaço físico para que o paciente não se sinta encurralado.
  • Evitar discussões e confrontos diretos.

Sempre que possível, o paciente deve ser conduzido para um ambiente tranquilo, com pouca estimulação sensorial.

2. Contenção Química (Medicação Sedativa)

Quando a comunicação não é suficiente para acalmar o paciente, a administração de medicação pode ser necessária. As classes mais utilizadas incluem:

  • Antipsicóticos (haloperidol, olanzapina, quetiapina): utilizados em casos de agitação psicótica.
  • Benzodiazepínicos (diazepam, lorazepam, midazolam): eficazes para ansiedade extrema e agitação por abstinência alcoólica.
  • Anticonvulsivantes/sedativos (clorpromazina, prometazina): usados para sedação leve em casos de agitação moderada.

A escolha do medicamento deve ser baseada na causa subjacente da agitação, monitorando sinais vitais e efeitos adversos, como depressão respiratória e hipotensão.

3. Contenção Física

A contenção física deve ser um recurso de última linha, utilizado apenas quando o paciente representa risco iminente de agressão ou autolesão grave.

Os principais critérios para contenção incluem:

  • Falha na contenção verbal e medicamentosa.
  • Comportamento violento com risco de lesão para terceiros.
  • Tentativa ativa de autoagressão.

A contenção deve ser realizada por pelo menos quatro profissionais treinados, garantindo que os membros superiores, inferiores e a cabeça estejam imobilizados com segurança. O tempo de contenção deve ser o mínimo necessário, e o paciente deve ser monitorado continuamente para evitar complicações, como rabdomiólise e sufocamento.

Abordagem Humanizada e Medicações de Contenção

O atendimento a pacientes psiquiátricos deve ser conduzido de forma ética e humanizada, respeitando sua dignidade e autonomia sempre que possível. Algumas diretrizes essenciais incluem:

  • Evitar rótulos e estigmatização do paciente com transtornos psiquiátricos.
  • Garantir comunicação eficaz com familiares e acompanhantes.
  • Oferecer suporte psicológico após a estabilização da crise.
  • Encaminhar o paciente para acompanhamento especializado, evitando que ele retorne ao ambiente sem suporte adequado.

Medicações de Contenção Farmacológica

A escolha das medicações deve ser individualizada, considerando o histórico do paciente, a causa da crise e possíveis contraindicações.

Situação

Medicação Indicada

Agitação psicótica

Haloperidol IM/IV + Diazepam IM

Crise de ansiedade

Lorazepam oral/IM ou Diazepam IM/IV

Síndrome de abstinência alcoólica

Diazepam IV + tiamina IM

Agitação refratária

Olanzapina IM ou Clorpromazina IM

As doses devem ser ajustadas de acordo com a resposta clínica, evitando sedação excessiva e complicações respiratórias.

Aspectos Éticos e Legais

No Brasil, a abordagem de pacientes psiquiátricos segue diretrizes estabelecidas pela Lei nº 10.216/2001, que regula o tratamento de pessoas com transtornos mentais. Entre os princípios fundamentais, destacam-se:

  • O paciente tem direito ao tratamento menos restritivo possível.
  • A internação involuntária deve ser justificada e comunicada ao Ministério Público.
  • A equipe médica deve priorizar intervenções que respeitem a autonomia do paciente.

Respeitar esses princípios é essencial para garantir um atendimento ético e humanizado.

Conclusão

O atendimento de emergências psiquiátricas exige um equilíbrio entre segurança, manejo adequado da crise e abordagem humanizada. O reconhecimento precoce das situações de risco, a conduta escalonada no manejo da agitação e o uso criterioso de medicações de contenção são fundamentais para estabilizar o paciente sem comprometer sua dignidade. A capacitação contínua dos profissionais de saúde e a implementação de protocolos de atendimento são essenciais para garantir um atendimento psiquiátrico emergencial eficaz e seguro.

Referências

  • BRASIL. Lei nº 10.216, de 6 de abril de 2001. Dispõe sobre a proteção e os direitos das pessoas com transtornos mentais. Disponível em: https://www.planalto.gov.br.
  • AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION. The American Psychiatric Association Practice Guidelines for the Psychiatric Evaluation of Adults. 3rd ed. Washington, DC: APA, 2020.
  • WORLD HEALTH ORGANIZATION (WHO). Guidelines for Mental Health Crisis Intervention. Geneva: WHO, 2021. Disponível em: https://www.who.int.
  • NATIONAL INSTITUTE FOR HEALTH AND CARE EXCELLENCE (NICE). Management of
  • Acute Behavioural Disturbance in Mental Health Settings. London: NICE, 2019.

 

Emergências Obstétricas e Pediátricas

 

As emergências obstétricas e pediátricas requerem atendimento especializado e rápido, pois envolvem situações de alto risco para a mãe, o recém-nascido e a criança. O parto de emergência, o suporte neonatal imediato e o atendimento de crianças em situações críticas são desafios que exigem capacitação profissional, protocolos padronizados e abordagem humanizada.

Atendimento ao Parto de Emergência

O parto de emergência ocorre quando a gestante entra em trabalho de parto sem tempo hábil para transporte a uma unidade hospitalar. A assistência correta pode reduzir riscos de complicações maternas e neonatais.

1. Avaliação Inicial da Gestante

O primeiro passo é identificar se o parto é iminente. Os sinais de alerta incluem:

  • Contrações frequentes e intensas (intervalo menor que 2 minutos).
  • Sensação de pressão intensa na região perineal.
  • Coroa da cabeça fetal visível no canal de parto.

Se o parto for inevitável, a equipe deve preparar um ambiente seguro e limpo, garantindo privacidade para a gestante.

2. Procedimentos no Parto de Emergência

  • Lavagem das mãos e uso de EPIs para reduzir o risco de infecção.
  • Orientar a gestante a respirar calmamente e evitar empurrar até a dilatação estar completa.
  • Auxiliar na saída do bebê, controlando a descida da cabeça fetal para evitar lacerações perineais graves.
  • Após a expulsão do bebê, estimular o choro e secá-lo imediatamente para evitar hipotermia.
  • Pinçar o cordão umbilical entre 1 e 3 minutos após o nascimento.

3. Cuidados Pós-Parto

  • Verificar sinais de hemorragia materna e realizar massagem uterina, se necessário.
  • Garantir a amamentação precoce, o que ajuda na contração uterina e previne hemorragias.
  • Encaminhar mãe e bebê para atendimento hospitalar o mais breve possível.

Se houver complicações como prolapso de cordão umbilical, hemorragia pós-parto ou retenção placentária, a gestante deve receber suporte emergencial enquanto aguarda transporte.

Suporte Neonatal Imediato

O recém-nascido requer uma abordagem específica nos primeiros minutos de vida para garantir adaptação adequada à vida extrauterina. O protocolo Apgar e reanimação neonatal orienta os primeiros cuidados.

1. Avaliação Inicial do Recém-Nascido

O escore de Apgar é utilizado para avaliar a vitalidade do bebê no 1º e 5º minuto

de vida, considerando:

  • Frequência cardíaca.
  • Respiração.
  • Tônus muscular.
  • Irritabilidade reflexa.
  • Cor da pele.

Se o escore for inferior a 7, medidas de reanimação devem ser iniciadas imediatamente.

2. Passos do Suporte Neonatal

1.     Aquecimento e secagem: Manter o recém-nascido aquecido é fundamental para evitar hipotermia.

2.     Estímulo da respiração: Se o bebê não chorar, estimular com fricção nas costas e batidas leves nos pés.

3.     Aspiração de vias aéreas: Apenas se houver obstrução evidente por secreções.

4.     Ventilação com balão autoinflável: Se houver apneia ou frequência cardíaca < 100 bpm, iniciar ventilação com máscara a 40-60 insuflações/minuto.

5.     Massagem cardíaca externa: Se a frequência cardíaca for < 60 bpm, iniciar compressões torácicas (3 compressões para 1 ventilação).

6.     Administração de oxigênio e suporte avançado: Em casos graves, pode ser necessário intubação e uso de adrenalina intravenosa.

Após a estabilização, o recém-nascido deve ser monitorado e encaminhado para cuidados neonatais especializados.

Atendimento a Crianças em Situação de Emergência

O atendimento de emergências pediátricas exige avaliação rápida e abordagem adaptada às características fisiológicas da criança. As condições mais comuns incluem:

1. Avaliação Inicial e Suporte ABCDE

O protocolo ABCDE pediátrico orienta a estabilização do paciente:

  • A – Via aérea: Garantir a permeabilidade da via aérea, posicionando a cabeça levemente estendida e aspirando secreções.
  • B – Respiração: Avaliar a frequência respiratória, esforço ventilatório e saturação de oxigênio. Administrar oxigênio suplementar, se necessário.
  • C – Circulação: Verificar sinais de choque (taquicardia, extremidades frias, tempo de preenchimento capilar > 2s). Reposição volêmica com soro fisiológico pode ser necessária.
  • D – Déficit neurológico: Avaliar nível de consciência com a escala AVPU (Alerta, Responde à voz, Responde à dor, Inconsciente).
  • E – Exposição: Verificar sinais de trauma, lesões e temperatura corporal.

2. Condições Comuns e Manejo

  • Parada cardiorrespiratória: Em crianças, geralmente decorre de hipóxia. A RCP deve ser iniciada com ventilação de resgate antes das compressões torácicas.
  • Choque séptico: Administrar antibióticos precocemente e garantir suporte hemodinâmico com fluidos intravenosos.
  • Convulsões febris: Controlar temperatura e administrar diazepam ou
  • midazolam, se necessário.
  • Obstrução de vias aéreas: Manobra de Heimlich em crianças maiores ou tapotagem torácica em lactentes.

A rápida identificação e estabilização dessas condições aumentam as chances de recuperação e reduzem complicações.

Conclusão

As emergências obstétricas e pediátricas requerem resposta rápida, técnica e humanização para garantir a segurança da mãe, do recém-nascido e da criança. O parto de emergência exige preparo adequado para minimizar riscos. O suporte neonatal imediato garante a estabilização do recém-nascido nos primeiros minutos de vida, enquanto o atendimento pediátrico emergencial deve seguir protocolos específicos para evitar complicações graves. A capacitação contínua dos profissionais de saúde e o seguimento de diretrizes baseadas em evidências são fundamentais para melhorar os desfechos nessas situações críticas.

Referências

  • BRASIL. Ministério da Saúde. Diretrizes para Assistência ao Parto e Atendimento Neonatal. Brasília, 2021. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br.
  • AMERICAN HEART ASSOCIATION. Neonatal Resuscitation Program (NRP) Guidelines. Circulation, 2020. Disponível em: https://www.ahajournals.org.
  • WORLD HEALTH ORGANIZATION (WHO). Guidelines for the Management of Pediatric Emergencies. Geneva, 2021. Disponível em: https://www.who.int.
  • AMERICAN ACADEMY OF PEDIATRICS. Pediatric Advanced Life Support (PALS) Guidelines. Pediatrics, 2020.

 

Atendimento em Desastres e Múltiplas Vítimas

 

O atendimento em desastres e incidentes com múltiplas vítimas representa um grande desafio para os serviços de emergência, exigindo uma organização eficiente, triagem adequada e segurança para a equipe. Esses eventos podem ser naturais (terremotos, enchentes, incêndios florestais) ou provocados pelo homem (acidentes de trânsito em massa, explosões, ataques terroristas), e sua resposta deve ser coordenada para maximizar a sobrevivência das vítimas e otimizar o uso de recursos disponíveis.

Triagem de Múltiplas Vítimas (START)

A triagem de vítimas em cenários de desastre é fundamental para garantir que os recursos limitados sejam direcionados àqueles com maior necessidade. O método mais utilizado no atendimento pré-hospitalar é o START (Simple Triage and Rapid Treatment), que classifica as vítimas com base na gravidade de seus ferimentos.

1. Classificação de Vítimas pelo START

O protocolo START categoriza as vítimas em quatro cores, de acordo com sua condição

clínica:

  • Vermelho (Emergente – Atendimento imediato): Vítimas com risco iminente de morte, mas que podem ser salvas com intervenção rápida (exemplo: dificuldade respiratória grave, hemorragia não controlada).
  • Amarelo (Urgente – Atendimento intermediário): Vítimas com lesões significativas, mas que podem aguardar atendimento por um curto período (exemplo: fraturas fechadas, ferimentos extensos sem risco imediato).
  • Verde (Pouco Urgente – Atendimento tardio): Vítimas com ferimentos leves que podem andar e não necessitam de cuidados imediatos (exemplo: cortes superficiais, entorses).
  • Preto (Expectante – Sem prioridade de atendimento): Vítimas em óbito ou com ferimentos fatais sem possibilidade de sobrevivência com os recursos disponíveis (exemplo: parada cardiorrespiratória prolongada, traumatismo craniano grave com exposição de massa encefálica).

2. Aplicação do Protocolo START

A avaliação é feita em menos de 60 segundos por vítima, seguindo três critérios principais:

1.     Respiração: Se a vítima não respira, reposicionar a via aérea. Se não houver resposta, classificar como preto.

2.     Perfusão: Avaliar pulso radial ou tempo de enchimento capilar. Se ausente ou superior a 2 segundos, classificar como vermelho.

3.     Resposta neurológica: Se a vítima não consegue obedecer comandos simples, classificar como vermelho.

Esse método permite uma identificação rápida das prioridades de atendimento e facilita a organização das equipes de resgate.

Organização e Recursos em Grandes Emergências

A resposta eficiente a desastres depende de uma estrutura organizacional bem definida, garantindo que o atendimento seja coordenado e eficaz.

1. Comando de Incidentes

O sistema de comando de incidentes (SCI) é um modelo de gestão adotado mundialmente para organizar a resposta a emergências em grande escala. Ele inclui funções essenciais, como:

  • Comandante do incidente: Responsável pela coordenação geral.
  • Seção de operações: Equipe de resgate e atendimento médico.
  • Seção de logística: Gerenciamento de suprimentos, transporte e comunicação.
  • Seção de planejamento: Avaliação da evolução do desastre e estratégias futuras.

A ativação desse sistema permite que as equipes trabalhem de forma integrada, evitando desperdício de recursos e garantindo uma resposta mais rápida.

2. Gestão de Recursos

Em eventos com múltiplas vítimas, os recursos de saúde podem ser limitados. O

eventos com múltiplas vítimas, os recursos de saúde podem ser limitados. O planejamento deve incluir:

  • Pontos de atendimento avançado (PTA): Estações médicas próximas ao local do desastre para triagem e estabilização inicial.
  • Hospitais de referência: Designação de unidades que receberão vítimas graves.
  • Estoque de insumos críticos: Garantia de acesso a oxigênio, fluidos intravenosos, medicamentos de emergência e equipamentos de imobilização.

3. Comunicação e Coordenação

A comunicação eficiente entre equipes médicas, bombeiros, polícia e defesa civil é essencial para evitar falhas operacionais. Isso pode ser facilitado por:

  • Uso de rádios e sistemas de comunicação integrados.
  • Protocolos padronizados para passagem de informações.
  • Definição clara de funções e cadeias de comando.

A organização prévia e a realização de simulações periódicas ajudam a aprimorar a capacidade de resposta e reduzir erros durante emergências reais.

Segurança da Equipe e Continuidade do Atendimento

A segurança dos profissionais envolvidos na resposta a desastres é fundamental para garantir um atendimento eficaz e evitar novos feridos entre os socorristas.

1. Avaliação da Cena e Riscos Ambientais

Antes de iniciar o atendimento, é necessário realizar uma avaliação da cena, considerando riscos como:

  • Estruturas instáveis (desabamentos, incêndios).
  • Materiais perigosos (vazamento de produtos químicos, explosivos).
  • Risco de novos eventos (réplicas de terremotos, deslizamentos secundários).

Os socorristas devem utilizar Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) apropriados, como capacetes, luvas resistentes e máscaras respiratórias.

2. Prevenção do Esgotamento da Equipe

Em desastres prolongados, a exaustão física e mental dos profissionais de emergência pode comprometer o atendimento. Medidas preventivas incluem:

  • Rodízio de turnos para evitar fadiga excessiva.
  • Suporte psicológico para profissionais expostos a eventos traumáticos.
  • Hidratação e alimentação adequadas durante o trabalho.

3. Continuidade do Atendimento e Encaminhamentos

Após a estabilização inicial, as vítimas devem ser encaminhadas para centros de referência, garantindo continuidade do atendimento hospitalar. Além disso, a fase pós-desastre inclui:

  • Acompanhamento psicológico das vítimas para minimizar traumas emocionais.
  • Reabilitação de pacientes com sequelas físicas.
  • Avaliação e revisão
  • do plano de resposta para melhorias futuras.

Conclusão

O atendimento a desastres e múltiplas vítimas exige planejamento, coordenação e protocolos bem estabelecidos para maximizar a sobrevivência e minimizar os impactos. A triagem pelo método START permite uma priorização rápida e eficaz das vítimas, enquanto a organização de recursos garante a eficiência do atendimento. A segurança da equipe deve ser sempre uma prioridade, assegurando que os socorristas possam atuar sem riscos desnecessários. A capacitação contínua e simulações de resposta são essenciais para aprimorar a gestão de emergências e preparar as equipes para eventos de grande magnitude.

Referências

  • BRASIL. Ministério da Saúde. Manual de Atendimento a Desastres com Múltiplas Vítimas. Brasília, 2020. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br.
  • AMERICAN COLLEGE OF EMERGENCY PHYSICIANS. Mass Casualty Triage: START and Other Triage Systems. Annals of Emergency Medicine, 2021.
  • WORLD HEALTH ORGANIZATION (WHO). Mass Casualty Management Systems: Strategies for Health Facilities. Geneva: WHO, 2019. Disponível em: https://www.who.int.
  • FEDERAL EMERGENCY MANAGEMENT AGENCY (FEMA). Incident Command System (ICS) for Emergency Response. Washington, DC: FEMA, 2020.

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