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Noções Básicas em Urgência e Emergência

 NOÇÕES BÁSICAS EM URGÊNCIA E EMERGÊNCIA

                       

 

Emergências Clínicas 

Emergências Cardíacas 

 

As emergências cardíacas representam uma das principais causas de morbimortalidade no mundo, exigindo atendimento imediato para reduzir complicações e salvar vidas. O Infarto Agudo do Miocárdio (IAM) é uma das emergências mais comuns, e o rápido reconhecimento dos sinais, o início precoce do tratamento e o suporte avançado são fundamentais para melhorar o prognóstico dos pacientes.

Infarto Agudo do Miocárdio: Sinais e Sintomas

O Infarto Agudo do Miocárdio (IAM) ocorre quando há obstrução parcial ou total de uma artéria coronária, reduzindo ou interrompendo o fluxo sanguíneo para o músculo cardíaco. Essa isquemia prolongada pode levar à necrose do tecido miocárdico, resultando em disfunção cardíaca e risco de morte.

Os principais fatores de risco incluem:

  • Hipertensão arterial sistêmica.
  • Diabetes mellitus.
  • Dislipidemia.
  • Tabagismo.
  • Sedentarismo e obesidade.
  • Histórico familiar de doença cardiovascular precoce.

Os sintomas do IAM variam conforme o paciente, podendo ser típicos ou atípicos.

Sinais e Sintomas Típicos

  • Dor torácica intensa, opressiva e persistente (localizada no centro do tórax, podendo irradiar para o braço esquerdo, mandíbula ou costas).
  • Sudorese fria e intensa.
  • Náuseas e vômitos.
  • Dispneia (falta de ar).
  • Palpitações e tontura.

Sinais e Sintomas Atípicos

Alguns grupos, como mulheres, idosos e diabéticos, podem apresentar sintomas atípicos, como:

  • Dor abdominal ou desconforto semelhante à indigestão.
  • Fraqueza extrema e fadiga inexplicável.
  • Desmaios ou tontura súbita.

O reconhecimento precoce dos sintomas do IAM é fundamental para que o paciente receba atendimento rápido e adequado.

Atendimento Inicial e Medicações de Emergência

Diante de um paciente com suspeita de IAM, é fundamental adotar medidas imediatas para minimizar o dano cardíaco. O atendimento inicial deve seguir o protocolo MONA, que envolve:

1.     M – Morfina: Indicada para alívio da dor quando a dor torácica persiste após o uso de nitratos.

2.     O – Oxigênio: Administrado apenas em pacientes com saturação de oxigênio < 90% ou sinais de insuficiência respiratória.

3.     N – Nitratos (Nitroglicerina sublingual ou intravenosa): Promovem vasodilatação e alívio da dor torácica, sendo contraindicados em pacientes com

hipotensão.

4.     A – AAS (Ácido Acetilsalicílico): Tem ação antiplaquetária, reduzindo a progressão do trombo na artéria coronária.

Além disso, outras medicações podem ser administradas conforme o quadro clínico:

  • Betabloqueadores: Reduzem a demanda de oxigênio do miocárdio.
  • Inibidores da Enzima Conversora de Angiotensina (IECA): Indicados para melhorar a função cardíaca a longo prazo.
  • Anticoagulantes (heparina não fracionada ou de baixo peso molecular): Reduzem o risco de formação de novos trombos.
  • Trombolíticos (alteplase, tenecteplase): Indicados quando a angioplastia primária não está disponível dentro das primeiras 90 a 120 minutos.

Se disponível, a angioplastia coronariana com implante de stent é o tratamento de escolha para desobstrução da artéria, devendo ser realizada o mais rápido possível.

Monitoramento Cardíaco e Suporte Avançado

O paciente com IAM deve ser encaminhado para uma unidade de terapia intensiva (UTI) ou unidade coronariana para monitoramento contínuo. O suporte avançado inclui:

1. Monitorização Eletrocardiográfica

  • O eletrocardiograma (ECG) deve ser realizado em até 10 minutos após a chegada do paciente ao hospital.
  • Alterações no segmento ST indicam a necessidade de terapia de reperfusão (angioplastia ou trombólise).
  • Monitoramento contínuo para detectar arritmias, como fibrilação ventricular ou taquicardia ventricular.

2. Suporte Hemodinâmico

  • Controle rigoroso da pressão arterial e frequência cardíaca.
  • Administração de vasodilatadores e diuréticos em casos de insuficiência cardíaca associada ao IAM.
  • Uso de drogas vasoativas (dopamina, noradrenalina) em casos de choque cardiogênico.

3. Suporte Respiratório

  • Administração de oxigênio em pacientes com dispneia ou saturação abaixo de 90%.
  • Ventilação mecânica pode ser necessária em casos de edema agudo de pulmão ou insuficiência respiratória grave.

4. Cuidados Pós-IAM

Após a estabilização do paciente, a reabilitação inclui:

  • Controle rigoroso dos fatores de risco cardiovascular (dieta, exercício, abandono do tabagismo).
  • Uso contínuo de medicamentos antiplaquetários para evitar novos eventos cardiovasculares.
  • Acompanhamento cardiológico regular, incluindo exames de função cardíaca.

Conclusão

O Infarto Agudo do Miocárdio (IAM) é uma emergência médica grave que exige rápida identificação e intervenção precoce. O

reconhecimento imediato dos sintomas, a administração de medicações de emergência e o monitoramento adequado são essenciais para reduzir complicações e melhorar a sobrevida do paciente. O suporte avançado com monitorização cardíaca, suporte ventilatório e terapias de reperfusão garante um tratamento eficaz e uma melhor recuperação.

Referências

  • AMERICAN HEART ASSOCIATION. Guidelines for Cardiopulmonary Resuscitation and Emergency Cardiovascular Care. Dallas: AHA, 2020.
  • BRASIL. Ministério da Saúde. Diretrizes para o Atendimento de Emergências Cardiovasculares. Brasília, 2018. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br.
  • EUROPEAN SOCIETY OF CARDIOLOGY. Guidelines for the management of acute coronary syndromes in patients presenting without persistent ST-segment elevation. European Heart Journal, 2020. Disponível em: https://www.escardio.org.
  • O'GARA, P. T.; KUSHNER, F. G.; ASCHEIM, D. D. 2013 ACCF/AHA Guideline for the Management of ST-Elevation Myocardial Infarction. Journal of the American College of Cardiology, 2013.


Emergências Neurológicas

 

As emergências neurológicas representam um conjunto de condições críticas que afetam o sistema nervoso central e periférico, podendo causar danos permanentes ou morte se não forem tratadas rapidamente. Dentre essas condições, o Acidente Vascular Cerebral (AVC) e as convulsões são as mais frequentes e exigem reconhecimento imediato e intervenção precoce. O atendimento adequado no ambiente pré-hospitalar pode minimizar sequelas e melhorar os desfechos clínicos, destacando-se a importância da rapidez no tratamento.

Identificação do AVC e Convulsões

1. Acidente Vascular Cerebral (AVC)

O AVC ocorre devido à interrupção do fluxo sanguíneo cerebral, podendo ser classificado em:

  • AVC Isquêmico: Representa cerca de 85% dos casos e ocorre por obstrução arterial, reduzindo o suprimento de oxigênio ao cérebro.
  • AVC Hemorrágico: Decorre do rompimento de um vaso sanguíneo cerebral, levando a sangramento intracraniano e aumento da pressão intracraniana.

Os principais fatores de risco incluem hipertensão arterial, diabetes mellitus, tabagismo, arritmias cardíacas (como fibrilação atrial), sedentarismo e dislipidemia.

Os sinais e sintomas do AVC podem ser rapidamente identificados pelo mnemônico SAMU:

  • S – Sorriso: O paciente consegue sorrir normalmente ou apresenta desvio da boca?
  • A – Abraço: Consegue levantar os dois braços ou há
  • fraqueza em um deles?
  • M – Mensagem: Consegue falar normalmente ou apresenta fala arrastada?
  • U – Urgência: Se houver qualquer um desses sinais, é necessário acionar o serviço de emergência imediatamente (192 no Brasil).

Outros sinais incluem:

  • Déficit motor ou sensitivo em um lado do corpo.
  • Alteração súbita da visão.
  • Perda de equilíbrio ou coordenação.
  • Dor de cabeça intensa e súbita, especialmente nos casos hemorrágicos.

2. Convulsões

As convulsões resultam de descargas elétricas anormais no cérebro, podendo ocorrer em diversas condições, como epilepsia, AVC, traumatismo cranioencefálico (TCE), hipoglicemia, intoxicações e infecções do sistema nervoso central.

Elas podem ser classificadas em:

  • Convulsões generalizadas: Atingem ambos os hemisférios cerebrais e podem causar perda de consciência, movimentos tônico-clônicos generalizados e relaxamento esfincteriano.
  • Convulsões focais: Afetam uma região específica do cérebro e podem ocorrer com ou sem comprometimento da consciência.
  • Status Epilepticus: Estado convulsivo prolongado (duração superior a 5 minutos) ou crises recorrentes sem recuperação da consciência entre elas. É uma emergência neurológica grave.

Os principais sinais de uma crise convulsiva incluem:

  • Perda súbita de consciência.
  • Movimentos involuntários e espasmos musculares.
  • Mordedura da língua e salivação excessiva.
  • Perda de controle urinário ou fecal.

Condutas Imediatas no Atendimento Pré-Hospitalar

1. Atendimento ao Paciente com AVC

O AVC requer intervenção rápida para minimizar o dano cerebral. No atendimento pré-hospitalar, as principais condutas incluem:

  • Garantir a segurança do paciente e colocá-lo em posição confortável.
  • Manter a via aérea pérvia e fornecer oxigênio, se necessário.
  • Monitorar os sinais vitais e a glicemia capilar para descartar hipoglicemia como causa do déficit neurológico.
  • Transportar o paciente o mais rápido possível para um hospital de referência, preferencialmente com unidade de AVC.
  • Registrar o horário de início dos sintomas, pois isso influencia a decisão terapêutica (exemplo: indicação de trombólise).

O AVC isquêmico pode ser tratado com trombólise intravenosa (alteplase) dentro de 4,5 horas do início dos sintomas ou com trombectomia mecânica em até 24 horas, dependendo do caso.

2. Atendimento ao Paciente com Convulsão

Durante uma crise

convulsiva, o objetivo principal é proteger o paciente e evitar complicações. As condutas incluem:

  • Evitar contenção física excessiva, pois pode causar lesões.
  • Posicionar o paciente de lado (posição lateral de segurança) para evitar aspiração de saliva ou vômito.
  • Afastar objetos próximos que possam causar ferimentos.
  • Monitorar o tempo da crise e, se durar mais de 5 minutos, considerar status epilepticus, acionando suporte avançado.

Se a crise não cessar espontaneamente, pode ser necessária a administração de benzodiazepínicos (diazepam, lorazepam ou midazolam), conforme protocolo médico.

Após a crise, o paciente pode apresentar um período de confusão mental transitória (estado pós-ictal), sendo essencial monitorar a recuperação da consciência.

Importância do Tempo no Atendimento

A rapidez no atendimento das emergências neurológicas é essencial para reduzir sequelas e melhorar a sobrevida dos pacientes. O conceito de "tempo é cérebro" no AVC destaca que cada minuto perdido representa a morte de milhões de neurônios, reduzindo as chances de recuperação funcional.

Impacto do Tempo no AVC

  • Em um AVC isquêmico, a cada minuto sem tratamento, cerca de 1,9 milhão de neurônios são perdidos.
  • O tratamento trombolítico só é eficaz dentro da janela terapêutica de 4,5 horas após o início dos sintomas.
  • A trombectomia mecânica pode ser realizada em até 24 horas em casos selecionados.
  • Pacientes tratados dentro da janela terapêutica têm maiores chances de recuperação sem sequelas.

Impacto do Tempo nas Convulsões

  • Se a crise convulsiva durar mais de 5 minutos, o risco de lesão cerebral irreversível aumenta.
  • O status epilepticus tem mortalidade superior a 20% se não tratado rapidamente.
  • A administração precoce de medicamentos pode interromper a crise e prevenir danos neurológicos.

Portanto, o rápido reconhecimento e encaminhamento para centros especializados são essenciais para otimizar os desfechos clínicos.

Conclusão

As emergências neurológicas, como AVC e convulsões, exigem uma abordagem rápida e eficiente. O reconhecimento imediato dos sintomas, as condutas pré-hospitalares adequadas e a importância do tempo no atendimento são fundamentais para reduzir danos neurológicos e melhorar a qualidade de vida dos pacientes. O treinamento contínuo dos profissionais de saúde e a conscientização da população sobre os sinais de alerta são medidas essenciais

para reduzir danos neurológicos e melhorar a qualidade de vida dos pacientes. O treinamento contínuo dos profissionais de saúde e a conscientização da população sobre os sinais de alerta são medidas essenciais para melhorar os índices de tratamento precoce.

Referências

  • AMERICAN HEART ASSOCIATION. Guidelines for the Early Management of Patients with Acute Ischemic Stroke. Circulation, 2021. Disponível em: https://www.ahajournals.org.
  • BRASIL. Ministério da Saúde. Protocolo de Atendimento ao Acidente Vascular Cerebral no SUS. Brasília, 2020. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br.
  • WORLD HEALTH ORGANIZATION (WHO). Neurological Disorders: Public Health Challenges. Geneva: WHO, 2021. Disponível em: https://www.who.int.
  • INTERNATIONAL LEAGUE AGAINST EPILEPSY (ILAE). Guidelines for Management of Status Epilepticus. Epilepsia, 2020.

 

Emergências Endócrinas e Metabólicas

 

As emergências endócrinas e metabólicas englobam condições graves que afetam o equilíbrio hormonal e metabólico do organismo, podendo resultar em complicações sistêmicas e risco de morte se não tratadas prontamente. Entre as mais comuns estão a hipoglicemia e hiperglicemia, os distúrbios hidroeletrolíticos e a crise adrenal, que exigem reconhecimento imediato e intervenção adequada para estabilização do paciente.

Hipoglicemia e Hiperglicemia: Diagnóstico e Manejo

A glicemia deve ser mantida dentro de níveis fisiológicos para garantir o funcionamento adequado das células, especialmente as do sistema nervoso. Tanto a hipoglicemia quanto a hiperglicemia podem desencadear sintomas graves e necessitam de atendimento emergencial.

1. Hipoglicemia

A hipoglicemia ocorre quando a glicemia cai abaixo de 70 mg/dL, podendo resultar em sintomas neurogênicos e neuroglicopênicos graves. As principais causas incluem:

  • Uso excessivo de insulina ou hipoglicemiantes orais.
  • Jejum prolongado ou baixa ingestão de carboidratos.
  • Exercício intenso sem ajuste na reposição de glicose.
  • Doenças hepáticas ou insuficiência renal.

Os sinais e sintomas incluem:

  • Tremores, sudorese fria e palpitações.
  • Confusão mental, tontura e irritabilidade.
  • Convulsões e perda da consciência em casos graves.

Manejo da Hipoglicemia

O tratamento depende do nível de consciência do paciente:

  • Paciente consciente: Administração de 15-20 g de glicose oral (suco, açúcar, mel).
  • Paciente inconsciente: Administração de glicose
  • intravenosa a 25-50% (25-50 mL de glicose a 50%) ou glucagon intramuscular (1 mg).

Após o tratamento inicial, deve-se monitorar a glicemia a cada 15 minutos e repetir a administração de glicose se necessário.

2. Hiperglicemia

A hiperglicemia ocorre quando a glicemia se eleva acima de 250 mg/dL, podendo evoluir para condições graves, como:

  • Cetoacidose diabética (CAD): Deficiência absoluta de insulina que leva à produção excessiva de corpos cetônicos, resultando em acidose metabólica.
  • Estado Hiper osmolar Hiperglicêmico (EHH): Marcado por hiperglicemia extrema (> 600 mg/dL) e desidratação grave, sem produção significativa de cetonas.

Os sintomas incluem:

  • Poliúria, polidipsia e perda de peso.
  • Náuseas, vômitos e dor abdominal (mais comuns na CAD).
  • Alteração do nível de consciência e desidratação intensa (mais comum no EHH).

Manejo da Hiperglicemia

  • Reposição volêmica com soro fisiológico 0,9% (1-2 L na primeira hora).
  • Correção da hiperglicemia com insulina intravenosa (bolus inicial de 0,1 U/kg seguido de infusão contínua de 0,1 U/kg/h).
  • Monitoramento de eletrólitos, especialmente potássio, pois a reposição pode ser necessária antes da administração de insulina.

O manejo adequado reduz o risco de complicações, como edema cerebral e arritmias, e melhora a sobrevida dos pacientes.

Desidratação e Distúrbios Hidroeletrolíticos

Os distúrbios hidroeletrolíticos são frequentes em emergências metabólicas e podem comprometer a função celular, a estabilidade hemodinâmica e a atividade neuromuscular.

1. Desidratação

A desidratação ocorre quando há perda excessiva de líquidos, podendo ser classificada em leve, moderada ou grave, de acordo com a severidade da hipovolemia.

As principais causas incluem:

  • Vômitos e diarreia intensos.
  • Sudorese excessiva e febre.
  • Diabetes descompensado (CAD e EHH).

Os sinais clínicos de desidratação incluem:

  • Leve a moderada: Sede intensa, mucosas secas e oligúria.
  • Grave: Hipotensão, taquicardia, confusão mental e choque hipovolêmico.

Manejo da Desidratação

A reposição hídrica depende da gravidade:

  • Leve a moderada: Administração oral de solução de reidratação (sais de reidratação oral ou isotônicos).
  • Grave: Reposição intravenosa com soro fisiológico 0,9% (20-30 mL/kg em 1-2 horas), monitorando sinais vitais.

2. Distúrbios Hidroeletrolíticos

Os principais desequilíbrios

hidroeletrolíticos nas emergências metabólicas incluem:

Hiponatremia (< 135 mEq/L)

Causada por perdas gastrointestinais, insuficiência renal e síndrome da secreção inapropriada do hormônio antidiurético (SIADH).

  • Sintomas: Cefaleia, confusão mental, edema cerebral em casos graves.
  • Tratamento: Reposição lenta de sódio com solução hipertônica (NaCl 3%) se a hiponatremia for sintomática grave.

Hipercalemia (> 5,5 mEq/L)

Frequentemente associada a insuficiência renal e cetoacidose diabética.

  • Sintomas: Fraqueza muscular, arritmias cardíacas graves.
  • Tratamento: Administração de gluconato de cálcio, insulina com glicose e diuréticos.

A correção desses distúrbios deve ser feita de forma cautelosa para evitar complicações, como edema cerebral e arritmias.

Atendimento ao Paciente com Crise Adrenal

A crise adrenal é uma emergência endocrinológica causada pela insuficiência adrenal aguda, resultando em deficiência grave de cortisol e aldosterona.

Causas da Crise Adrenal

  • Interrupção abrupta de corticoides exógenos.
  • Insuficiência adrenal primária (doença de Addison).
  • Sepse ou estresse intenso em pacientes com insuficiência adrenal subclínica.

Sinais e Sintomas

  • Hipotensão refratária a volume.
  • Hipoglicemia, hiponatremia e hipercalemia.
  • Fadiga extrema, dor abdominal e vômitos.

Manejo da Crise Adrenal

  • Administração imediata de corticoides:
    • Hidrocortisona 100 mg IV em bolus, seguida de infusão contínua ou doses repetidas a cada 6 horas.
  • Reposição volêmica com soro fisiológico 0,9% para estabilização hemodinâmica.
  • Correção da hipoglicemia e distúrbios eletrolíticos, se presentes.

A reposição rápida de glicocorticoides pode ser salvadora nesses pacientes, prevenindo choque e falência orgânica.

Conclusão

As emergências endócrinas e metabólicas requerem diagnóstico e manejo rápidos para evitar complicações graves. O reconhecimento precoce de hipoglicemia e hiperglicemia, o tratamento adequado da desidratação e dos distúrbios hidroeletrolíticos e a abordagem eficaz da crise adrenal são essenciais para garantir a estabilidade clínica e a recuperação do paciente. O conhecimento dessas condições permite um atendimento emergencial mais seguro e eficaz.

Referências

  • BRASIL. Ministério da Saúde. Protocolo Clínico para Atendimento de Emergências Endócrinas. Brasília, 2021. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br.
  • AMERICAN DIABETES
  • ASSOCIATION. Standards of Medical Care in Diabetes. Diabetes Care, 2022.
  • EUROPEAN SOCIETY OF ENDOCRINOLOGY. Management of Adrenal Insufficiency in the Emergency Department. Endocrine Reviews, 2021.
  • WORLD HEALTH ORGANIZATION (WHO). Guidelines for Management of Electrolyte Imbalance and Dehydration. Geneva, 2020.

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