Suporte
Básico de Vida
Suporte Básico de Vida (SBV)
O
Suporte Básico de Vida (SBV) é um conjunto de procedimentos que tem como
objetivo manter a circulação e a oxigenação do organismo até que medidas
avançadas possam ser aplicadas. Ele é fundamental no atendimento inicial de
vítimas de parada cardiorrespiratória (PCR), traumas e outras emergências
médicas. A rápida identificação da PCR e a realização precoce das manobras
de Ressuscitação Cardiopulmonar (RCP) e do uso do Desfibrilador Externo
Automático (DEA) aumentam significativamente as chances de sobrevivência do
paciente (American Heart Association, 2020).
Reconhecimento
de Parada Cardiorrespiratória
A
Parada Cardiorrespiratória (PCR) ocorre quando há interrupção súbita da
atividade cardíaca, resultando na ausência de circulação sanguínea e ventilação
espontânea. As principais causas incluem:
Para
reconhecer a PCR, a American Heart Association (AHA) recomenda o seguinte
protocolo:
1. Avaliação
do nível de consciência: Chamar a vítima em voz alta e
estimular fisicamente (sacudir levemente os ombros). Se não houver resposta,
suspeitar de PCR.
2. Verificação
da respiração: Observar se a vítima respira normalmente
por pelo menos 10 segundos. A gasping (respiração agônica) não é considerada
uma respiração eficaz e deve ser tratada como PCR.
3. Checagem
do pulso carotídeo (para profissionais treinados):
Se o socorrista for treinado, pode verificar a presença de pulso na artéria
carótida (lado do pescoço). Caso não encontre em até 10 segundos, deve iniciar
a RCP imediatamente.
Se
a PCR for confirmada, o socorrista deve acionar o serviço de emergência
imediatamente (192 no Brasil) e iniciar as manobras de ressuscitação
cardiopulmonar (RCP) sem demora.
Manobras
de Ressuscitação Cardiopulmonar (RCP)
A
RCP é um conjunto de manobras que visa manter a perfusão sanguínea para órgãos
vitais, como o cérebro e o coração, até que a circulação espontânea seja
restabelecida. Ela inclui compressões torácicas, ventilação de
resgate e, quando disponível, o uso do Desfibrilador Externo Automático
(DEA).
1.
Compressões Torácicas
As compressões torácicas são a parte mais
importante da RCP, pois garantem a circulação mínima necessária para manter os órgãos oxigenados.
Técnica
correta de compressão torácica para adultos:
Se
o socorrista não for treinado ou não estiver seguro para realizar a ventilação
de resgate, a RCP somente com compressões pode ser realizada até a chegada do
suporte avançado.
2.
Ventilação de Resgate
A
ventilação de resgate fornece oxigênio aos pulmões do paciente. A técnica pode
ser feita por boca a boca, máscara de bolso ou bolsa-válvula-máscara
(BVM).
Se
o socorrista estiver sozinho e sem equipamentos, a RCP com apenas
compressões torácicas deve ser mantida até a chegada de ajuda
especializada.
Uso
do Desfibrilador Externo Automático (DEA)
O
Desfibrilador Externo Automático (DEA) é um dispositivo que analisa o
ritmo cardíaco da vítima e, se indicado, aplica um choque elétrico para
restaurar o ritmo normal do coração. A desfibrilação precoce é essencial para
casos de fibrilação ventricular (FV) e taquicardia ventricular sem pulso
(TVSP), pois aumenta significativamente as chances de sobrevida (American
Heart Association, 2020).
Passos
para o uso do DEA:
1. Ligar
o aparelho e seguir as instruções sonoras.
2. Expor
o tórax da vítima e garantir que a pele esteja seca (se
necessário, remover roupas ou umidade).
3. Posicionar
os eletrodos adesivos:
o Um
eletrodo deve ser colocado na parte superior direita do tórax, logo abaixo da
clavícula.
o O
outro deve ser posicionado no lado esquerdo do tórax, abaixo da axila.
4. Aguardar
a análise do DEA: O aparelho irá analisar o ritmo cardíaco
da vítima e indicar se o choque é necessário.
5. Se
indicado, aplicar o choque:
o O DEA informará quando o choque está
pronto para ser administrado.
o Antes
de pressionar o botão para aplicar o choque, todos devem se afastar da vítima.
6. Após
o choque, retomar a RCP imediatamente, seguindo o ciclo de 30
compressões para 2 ventilações, até nova análise do DEA ou até que o
paciente recupere sinais vitais.
Se
o DEA não recomendar choque, a RCP deve ser continuada até a chegada do suporte
avançado.
Conclusão
O
Suporte Básico de Vida (SBV) é uma ferramenta essencial para salvar
vidas em situações de emergência. O reconhecimento precoce da Parada
Cardiorrespiratória (PCR), a realização correta da Ressuscitação
Cardiopulmonar (RCP) e o uso adequado do Desfibrilador Externo
Automático (DEA) aumentam significativamente a sobrevida das vítimas.
Treinamentos regulares e a disseminação do conhecimento sobre SBV são
fundamentais para capacitar profissionais e leigos a agir de forma eficaz em
situações críticas.
Referências
Atendimento a Pacientes com
Comprometimento Respiratório
O
atendimento a pacientes com comprometimento respiratório é uma das situações
mais críticas no contexto da urgência e emergência. A insuficiência
respiratória pode levar à hipóxia, colocando o paciente em risco de morte caso
não seja tratado rapidamente. Para garantir um atendimento adequado, é
essencial reconhecer precocemente os sinais de insuficiência respiratória,
aplicar técnicas de desobstrução das vias aéreas quando necessário e utilizar
suporte ventilatório adequado, como a oxigenoterapia e a ventilação manual.
Identificação
de Insuficiência Respiratória
A
insuficiência respiratória ocorre quando o sistema respiratório não consegue
garantir uma oxigenação adequada do sangue ou a eliminação do dióxido de
carbono, resultando em hipóxia (baixa concentração de oxigênio no sangue) ou
hipercapnia (acúmulo de dióxido de carbono). Ela pode ser classificada em insuficiência
respiratória hipoxêmica (Tipo 1) e insuficiência respiratória
hipercápnica (Tipo 2) (MACHADO, 2020).
Sinais
e Sintomas de Insuficiência Respiratória
A
identificação precoce da insuficiência respiratória permite intervenções
rápidas, reduzindo complicações e a necessidade de suporte ventilatório
invasivo.
Técnicas
de Desobstrução das Vias Aéreas
A
obstrução das vias aéreas pode ser causada por secreções, corpos estranhos,
edema ou relaxamento da língua em pacientes inconscientes. Em emergências, a
prioridade é garantir a permeabilidade das vias aéreas por meio de manobras
adequadas.
1.
Manobra de Elevação do Queixo e Tração da Mandíbula
2.
Manobra de Inclinação da Cabeça e Elevação do Queixo
3.
Manobra de Substituição da Língua e Tração Mandibular
4.
Manobra de Heimlich (para Obstrução por Corpo Estranho)
Essas
técnicas são fundamentais para restaurar a ventilação espontânea e evitar a
progressão para insuficiência respiratória grave.
Oxigenoterapia
e Ventilação Manual
A
administração de oxigênio e o suporte ventilatório são medidas essenciais no
tratamento da insuficiência respiratória, garantindo a manutenção da oxigenação
até que a causa do comprometimento respiratório seja tratada.
1.
Oxigenoterapia
A oxigenoterapia consiste na
administração de oxigênio suplementar para corrigir
a hipóxia. Os dispositivos utilizados variam de acordo com a gravidade da
insuficiência respiratória:
A
escolha do dispositivo depende da condição clínica do paciente e da necessidade
de suporte ventilatório adicional.
2.
Ventilação Manual com Bolsa-Válvula-Máscara (BVM)
A
ventilação manual com Bolsa-Válvula-Máscara (BVM), conhecida como
"Ambu", é utilizada quando o paciente não consegue respirar
adequadamente por conta própria.
Passos
para utilização do BVM:
1. Posicionar
a máscara sobre o nariz e boca do paciente, garantindo um
selamento adequado.
2. Realizar
a ventilação em um ritmo de 10 a 12 ventilações por minuto
em adultos (1 ventilação a cada 5-6 segundos).
3. Observar
a elevação do tórax, garantindo que a ventilação seja eficaz.
4. Evitar
hiper insuflação, aplicando apenas o volume necessário
para elevar o tórax.
Se o paciente não apresentar melhora com a ventilação manual, pode ser necessária a intubação orotraqueal e suporte ventilatório mecânico.
Conclusão
O
atendimento ao paciente com comprometimento respiratório exige rapidez no reconhecimento
da insuficiência respiratória, aplicação correta das técnicas de
desobstrução das vias aéreas e, se necessário, o uso de oxigenoterapia e
ventilação manual. O conhecimento e a prática desses procedimentos são
essenciais para garantir a sobrevida do paciente e evitar complicações graves.
Referências
Atendimento a Pacientes com Alteração
Circulatória
O sistema circulatório é responsável por garantir a oxigenação e a nutrição de todos os
tecidos do corpo. Qualquer alteração que comprometa essa função pode
resultar em choque circulatório, colocando a vida do paciente em risco.
O reconhecimento precoce de sinais como hipotensão e hipoperfusão é essencial
para um atendimento rápido e eficaz. Além disso, medidas como controle de
hemorragias e reposição volêmica com soluções parenterais são fundamentais
para estabilizar o paciente.
Identificação
de Choque e Hipotensão
O
choque circulatório é um estado de hipoperfusão tecidual, em que a
oferta de oxigênio e nutrientes é insuficiente para atender às demandas
metabólicas do organismo. Ele pode ser classificado em diferentes tipos,
dependendo da causa subjacente:
A
hipotensão arterial (pressão arterial sistólica abaixo de 90 mmHg ou
queda de 40 mmHg em relação ao basal) é um dos principais indicadores de
choque. Outros sinais clínicos incluem:
O
diagnóstico precoce do choque permite a adoção rápida de medidas terapêuticas,
reduzindo o risco de falência orgânica e morte.
Manutenção
da Perfusão e Controle de Hemorragias
Uma
das prioridades no atendimento ao paciente com choque é garantir a manutenção
da perfusão tecidual. O primeiro passo é corrigir a causa do choque,
que pode envolver controle de hemorragias, suporte cardiovascular ou
administração de fármacos vasoativos.
Controle
de Hemorragias
Em
casos de choque hipovolêmico hemorrágico, o controle do sangramento é
fundamental. As principais técnicas incluem:
Além
do controle da hemorragia, a posição do paciente pode auxiliar na
perfusão tecidual. Em casos de choque hipovolêmico, recomenda-se a posição de Trendelemburg
modificado (elevação dos membros inferiores), exceto em casos de choque
cardiogênico, onde isso pode agravar a condição.
Suporte
Hemodinâmico
Nos
casos de choque distributivo (sepse, anafilaxia), além da reposição volêmica, o
uso de vasopressores pode ser necessário para restaurar a perfusão
tecidual. As drogas mais utilizadas incluem:
A
administração dessas drogas deve ser feita por via intravenosa central e
com monitorização rigorosa dos parâmetros hemodinâmicos.
Uso
de Soluções Parenterais
A
reposição volêmica é uma das estratégias mais importantes no manejo do choque,
especialmente nos quadros de hipovolemia. A escolha da solução a ser
administrada depende do tipo de choque e da condição clínica do paciente.
1.
Cristaloides
Os
cristaloides são as soluções mais utilizadas na reposição volêmica inicial. São
compostos por eletrólitos dissolvidos em água e apresentam boa capacidade de
expansão do volume intravascular. Os principais incluem:
A
administração inicial de cristaloides deve ser feita com bolus de 20-30
mL/kg, reavaliando a resposta clínica do paciente.
2.
Coloides
Os coloides são soluções que contêm macromoléculas, como albumina ou amido hidroxietílico, que aumentam a pressão oncótica e retêm fluidos no espaço intravascular. No entanto, seu uso é
controverso devido ao risco de efeitos
adversos, como lesão renal.
3.
Hemoderivados
Nos
casos de hemorragia grave, a reposição com sangue e derivados é essencial para
restaurar a capacidade de transporte de oxigênio.
A
reposição sanguínea deve ser guiada por exames laboratoriais e resposta clínica
do paciente, evitando hiper transfusão e sobrecarga de volume.
Conclusão
O
atendimento ao paciente com alteração circulatória exige rápida
identificação do choque, controle da hipotensão e manutenção da perfusão
tecidual. O reconhecimento precoce do tipo de choque, a aplicação de técnicas
de controle de hemorragias e a administração criteriosa de soluções
parenterais são fundamentais para estabilizar o paciente e evitar
complicações graves. O tratamento adequado depende da integração entre equipe
médica, protocolos bem estabelecidos e monitorização contínua do quadro
clínico.
Referências
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