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Noções Básicas em Traumas e Imobilizações

 NOÇÕES BÁSICAS EM TRAUMAS E IMOBILIZAÇÃO

                       

 

Técnicas de Imobilização 

Fundamentos da Imobilização 

 

A imobilização é uma etapa fundamental no atendimento ao trauma, sendo essencial para minimizar danos adicionais, reduzir a dor e evitar complicações secundárias. O correto uso de técnicas e dispositivos de imobilização pode determinar a evolução clínica do paciente, principalmente em casos de fraturas, luxações e lesões na coluna vertebral. Este texto aborda a importância da imobilização, os principais equipamentos e materiais utilizados, além das indicações e contraindicações desse procedimento.

Importância da Imobilização no Atendimento ao Trauma

A imobilização consiste na restrição do movimento de uma parte do corpo lesionada para evitar agravamento da lesão e facilitar o transporte seguro do paciente. Seu objetivo principal é manter a estabilidade da região afetada até a avaliação definitiva e tratamento especializado.

1. Benefícios da Imobilização

  • Redução da dor: O movimento pode aumentar a dor em fraturas e luxações. A imobilização adequada minimiza o desconforto do paciente.
  • Prevenção de lesões secundárias: Evita deslocamento ósseo, lesão de tecidos moles e comprometimento de vasos sanguíneos e nervos.
  • Redução do risco de choque hipovolêmico: Ao limitar o movimento de ossos fraturados, evita-se a lesão de grandes vasos sanguíneos.
  • Facilitação do transporte: Pacientes imobilizados podem ser transferidos com maior segurança para o hospital.
  • Prevenção de complicações neurológicas: Em casos de lesão na coluna vertebral, a imobilização evita compressões adicionais na medula espinhal.

A falha na imobilização pode levar a complicações graves, como hemorragias internas, danos neurológicos irreversíveis e piora da instabilidade articular.

Equipamentos e Materiais Utilizados

A escolha do material de imobilização depende do tipo e da gravidade do trauma. Entre os principais dispositivos utilizados no atendimento pré-hospitalar e hospitalar, destacam-se:

1. Colar Cervical

  • Indicado para suspeita de lesão na coluna cervical.
  • Deve ser aplicado imediatamente em casos de trauma cranioencefálico e torácico grave.

2. Maca Rígida e Prancha Longa

  • Utilizadas para imobilização da coluna vertebral em vítimas de trauma de alta energia.
  • Necessitam de fixação com cintas de segurança para
  • garantir a estabilização completa.

3. Talas Rígidas e Articuladas

  • Auxiliam na imobilização de fraturas em membros superiores e inferiores.
  • Podem ser confeccionadas em madeira, plástico, papelão ou metal, sendo fixadas com ataduras ou faixas.

4. Talas Pneumáticas

  • Dispositivos infláveis que se adaptam à anatomia do membro lesionado.
  • Oferecem suporte adequado sem compressão excessiva.

5. Gesso e Órteses

  • Usados no tratamento definitivo de fraturas após o atendimento inicial.
  • Moldam-se ao corpo e promovem a imobilização prolongada.

6. Bandagens e Ataduras

  • Auxiliam na fixação de talas e imobilização de articulações.
  • São essenciais no controle de edemas e estabilização temporária.

A correta aplicação desses dispositivos requer conhecimento técnico para evitar complicações, como compressão excessiva e déficit circulatório.

Indicações e Contraindicações

A imobilização é amplamente indicada no atendimento ao trauma, porém existem situações específicas onde seu uso deve ser cauteloso ou contraindicado.

1. Indicações da Imobilização

A imobilização é recomendada para:

  • Fraturas ósseas: Principalmente em fêmur, tíbia, úmero e rádio.
  • Luxações articulares: Como ombro, joelho e tornozelo.
  • Lesões na coluna vertebral: Casos suspeitos de trauma raquimedular.
  • Lesões ligamentares graves: Como ruptura de ligamentos do joelho.
  • Ferimentos extensos em membros: Para evitar mobilização excessiva da região afetada.

O uso precoce da imobilização reduz complicações e melhora a recuperação funcional do paciente.

2. Contraindicações e Precauções

Embora a imobilização seja uma prática segura, algumas precauções devem ser observadas:

  • Não imobilizar sem avaliação adequada: Aplicar um dispositivo de imobilização sem avaliar a circulação e a integridade neuro vascular pode agravar a lesão.
  • Evitar compressão excessiva: Uma imobilização muito apertada pode comprometer a circulação sanguínea e causar isquemia.
  • Não tentar reposicionar fraturas expostas: O alinhamento inadequado pode causar lesão adicional em tecidos moles.
  • Monitorar sinais de síndrome compartimental: Qualquer paciente imobilizado deve ser reavaliado periodicamente para evitar necrose muscular e neuropatias compressivas.
  • Contraindicação relativa em pacientes com queimaduras extensas: O contato direto com talas rígidas pode agravar o dano
  • tecidual.

Caso o paciente apresente sinais de comprometimento vascular, como extremidades frias e ausência de pulsos distais, a imobilização deve ser reavaliada imediatamente.

Considerações Finais

A imobilização é uma medida essencial no atendimento ao trauma, contribuindo para a estabilização do paciente, a redução da dor e a prevenção de complicações. Seu uso correto depende da avaliação criteriosa da lesão, da seleção do dispositivo adequado e da aplicação de técnicas padronizadas para garantir a segurança do paciente. A capacitação contínua de profissionais de saúde e socorristas é fundamental para assegurar um atendimento eficaz e minimizar riscos durante o transporte e tratamento definitivo das lesões traumáticas.

Referências Bibliográficas

1.     American College of Surgeons - ATLS: Advanced Trauma Life Support. 10ª ed. Chicago: ACS, 2018.

2.     BRASIL. Ministério da Saúde. Manual de Atendimento Pré-Hospitalar. Brasília: Ministério da Saúde, 2019.

3.     NAEMT. Prehospital Trauma Life Support (PHTLS). 9ª ed. Burlington: Jones & Bartlett Learning, 2019.

4.     PORTO, C. C. Semiologia Médica. 8ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2019.

5.     RUGGIERO, C.; ANDRADE, S. Emergências e Trauma. São Paulo: Manole, 2020.

 

Imobilização de Membros

 

A imobilização de membros é um procedimento fundamental no atendimento ao trauma, pois previne o agravamento de lesões, reduz a dor e facilita o transporte seguro do paciente. Esse processo é especialmente importante em casos de fraturas, luxações e lesões musculoesqueléticas, onde a movimentação inadequada pode levar a complicações como hemorragias, lesões vasculares e neurológicas. A correta aplicação das técnicas de imobilização, aliada ao uso adequado de dispositivos como talas e bandagens, garante maior segurança e eficácia no tratamento inicial do trauma.

Uso de Talas Rígidas e Articuladas

As talas são dispositivos utilizados para manter a estabilidade de um membro lesionado, impedindo seu movimento excessivo até que o paciente receba atendimento definitivo. Elas podem ser rígidas ou articuladas, dependendo da necessidade da imobilização e do tipo de lesão.

1. Talas Rígidas

São estruturas fixas que impedem completamente o movimento do membro imobilizado. Podem ser feitas de diferentes materiais, como:

  • Madeira: Leves e fáceis de encontrar em situações de emergência.
  • Metal: Resistentes e mais indicadas para fraturas expostas.
  • Plástico ou PVC: Duráveis e frequentemente
  • reutilizáveis.
  • Papelão ou materiais improvisados: Alternativa viável em ambientes sem recursos adequados.

As talas rígidas devem ser aplicadas respeitando a posição anatômica do membro, evitando compressões excessivas que possam comprometer a circulação sanguínea.

2. Talas Articuladas

Possuem um mecanismo que permite certo grau de mobilidade, sendo mais indicadas para recuperação de lesões onde um mínimo de movimento controlado é necessário. São comumente utilizadas em tratamentos pós-operatórios ou em lesões ligamentares, promovendo suporte e estabilidade ao membro sem impedir completamente seu funcionamento.

Técnica de Aplicação das Talas

1.     Avaliação da lesão: Verificar pulsos distais, sensibilidade e mobilidade do membro antes da imobilização.

2.     Posicionamento adequado: Manter o membro na posição mais confortável possível, evitando movimentações bruscas.

3.     Fixação com ataduras ou bandagens: Garantir que a tala esteja firme, mas sem comprometer a circulação sanguínea.

4.     Monitoramento contínuo: Observar sinais de comprometimento vascular, como inchaço, alteração na cor da pele e formigamento.

A correta aplicação das talas é essencial para evitar complicações como síndrome compartimental, que ocorre quando há compressão excessiva dos tecidos, levando à isquemia e necrose muscular.

Bandagens e Técnicas de Contenção

As bandagens desempenham um papel crucial na fixação de dispositivos de imobilização, na compressão de lesões e no suporte a articulações instáveis. Elas podem ser feitas de tecidos elásticos, ataduras de crepe ou faixas adesivas específicas para imobilização.

1. Tipos de Bandagens

  • Bandagens elásticas: Usadas para compressão e suporte em entorses e contusões.
  • Bandagens de crepe: Auxiliam na fixação de talas e imobilização de articulações.
  • Fitas adesivas ortopédicas: Oferecem suporte adicional sem restringir completamente o movimento.

2. Técnicas de Aplicação das Bandagens

As técnicas de contenção variam de acordo com a necessidade do paciente e o tipo de lesão. As principais incluem:

Bandagem Espiral

  • Indicada para membros longos, como braços e pernas.
  • Deve ser aplicada de forma ascendente, sem comprimir excessivamente a circulação.

Bandagem Oito (em X ou em 8)

  • Usada para imobilização de articulações, como tornozelos, punhos e ombros.
  • Fornece suporte adequado e previne movimentação excessiva da articulação lesionada.

Bandagem Circular

  • Aplicada para fixação de talas ou curativos.
  • Deve ser ajustada para evitar compressão excessiva dos tecidos.

A correta aplicação das bandagens é essencial para garantir uma imobilização eficaz e evitar problemas como edema e redução da perfusão sanguínea.

Transporte Seguro do Paciente Imobilizado

O transporte do paciente traumatizado deve ser realizado com extremo cuidado, especialmente em casos de lesões nos membros. Movimentos inadequados podem agravar fraturas, deslocar articulações ou comprometer a estabilidade hemodinâmica do paciente.

1. Princípios do Transporte Seguro

  • Manter a imobilização adequada: O membro lesionado deve permanecer estável durante todo o transporte.
  • Monitorar sinais vitais: A cada etapa do transporte, verificar a perfusão periférica e a resposta do paciente.
  • Evitar movimentação desnecessária: Sempre que possível, utilizar dispositivos de transporte como macas rígidas e cintas de segurança.
  • Garantir conforto ao paciente: Reduzir a dor com a correta imobilização e administração de analgesia, quando indicada.

2. Métodos de Transporte

Transporte Manual

  • Em situações emergenciais, pode ser necessário carregar o paciente manualmente.
  • O ideal é que sejam utilizadas técnicas seguras, como a técnica do arrasto para remoção rápida e a técnica de apoio duplo para locomoção de curtas distâncias.

Uso de Maca Rígida

  • Indicado para pacientes com múltiplas lesões ou suspeita de fraturas complexas.
  • A imobilização com colar cervical deve ser feita em pacientes com trauma associado à coluna vertebral.

Uso de Pranchas Longas e Cintas de Segurança

  • Utilizadas para vítimas de acidentes automobilísticos e quedas de altura.
  • Devem ser aplicadas com suporte adequado para evitar hiperextensão dos membros.

O transporte inadequado pode comprometer o prognóstico do paciente, sendo essencial seguir protocolos de segurança para garantir a integridade das estruturas lesionadas.

Considerações Finais

A imobilização de membros desempenha um papel fundamental no atendimento ao trauma, prevenindo complicações e garantindo um transporte seguro até o atendimento definitivo. O uso adequado de talas rígidas e articuladas, bandagens e técnicas de contenção permite a estabilização eficaz da lesão, enquanto um transporte adequado evita danos secundários e melhora o prognóstico do paciente. A capacitação contínua de profissionais de saúde e socorristas

evita danos secundários e melhora o prognóstico do paciente. A capacitação contínua de profissionais de saúde e socorristas é essencial para garantir a aplicação correta dessas técnicas e minimizar riscos durante o atendimento pré-hospitalar e hospitalar.

Referências Bibliográficas

1.     American College of Surgeons - ATLS: Advanced Trauma Life Support. 10ª ed. Chicago: ACS, 2018.

2.     BRASIL. Ministério da Saúde. Manual de Atendimento Pré-Hospitalar. Brasília: Ministério da Saúde, 2019.

3.     NAEMT. Prehospital Trauma Life Support (PHTLS). 9ª ed. Burlington: Jones & Bartlett Learning, 2019.

4.     PORTO, C. C. Semiologia Médica. 8ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2019.

5.     RUGGIERO, C.; ANDRADE, S. Emergências e Trauma. São Paulo: Manole, 2020.

 

Imobilização da Coluna e Cervical

 

A imobilização da coluna vertebral é uma etapa fundamental no atendimento pré-hospitalar de vítimas de trauma, especialmente quando há suspeita de lesão medular. A mobilização inadequada de um paciente com lesão na coluna pode resultar em déficits neurológicos permanentes e, em casos graves, em paraplegia ou tetraplegia. Dessa forma, o uso correto de dispositivos como o colar cervical e a maca rígida, bem como a aplicação de protocolos específicos, são essenciais para garantir a estabilização do paciente e minimizar o risco de complicações.

Uso do Colar Cervical e Maca Rígida

Os dispositivos de imobilização da coluna são projetados para restringir os movimentos da cabeça, pescoço e coluna vertebral, evitando deslocamentos que possam agravar lesões neurológicas.

1. Colar Cervical

O colar cervical é um dos principais dispositivos utilizados na imobilização de vítimas com suspeita de trauma na coluna cervical. Ele tem como função principal limitar os movimentos da cabeça e do pescoço, reduzindo o risco de agravamento de lesões na medula espinhal.

Indicações para Uso do Colar Cervical

  • Pacientes envolvidos em acidentes automobilísticos, quedas de altura ou traumas diretos no pescoço.
  • Indivíduos com dor cervical, dormência ou formigamento nos membros.
  • Pacientes inconscientes ou com rebaixamento do nível de consciência devido a trauma.
  • Suspeita de fratura ou luxação da coluna cervical.

Técnica de Aplicação do Colar Cervical

1.     Avaliação inicial: Manter a estabilização manual da cabeça e pescoço até a aplicação do colar.

2.     Escolha do tamanho adequado: O colar deve ser ajustado ao tamanho do pescoço do paciente

para evitar compressões ou instabilidade.

3.     Fixação segura: O colar deve ser colocado cuidadosamente ao redor do pescoço, garantindo que esteja bem ajustado, sem limitar a respiração.

4.     Reavaliação contínua: Monitorar sinais de desconforto, dificuldades respiratórias ou déficits neurológicos.

2. Maca Rígida e Prancha Longa

A maca rígida, também conhecida como prancha longa, é utilizada para a imobilização total da coluna vertebral, garantindo estabilidade durante o transporte do paciente.

Indicações para Uso da Maca Rígida

  • Suspeita de fratura ou luxação vertebral.
  • Politraumatizados com risco de lesão medular.
  • Pacientes com trauma de alta energia, como atropelamentos e quedas de grande altura.

Técnica de Imobilização com Maca Rígida

1.     Estabilização inicial da cabeça e pescoço, mantendo a coluna alinhada.

2.     Deslizamento cuidadoso do paciente para a prancha longa, utilizando a técnica de rolamento em bloco (movimentação simultânea por pelo menos três socorristas).

3.     Fixação do paciente com cintas de segurança, garantindo estabilidade da coluna.

4.     Aplicação do imobilizador de cabeça, evitando movimentos laterais da região cervical.

5.     Monitoramento contínuo dos sinais vitais e do nível de consciência do paciente.

A utilização correta do colar cervical e da maca rígida é essencial para evitar lesões adicionais e proporcionar um transporte seguro da vítima até o hospital.

Protocolo de Retirada de Capacetes

A remoção do capacete em vítimas de trauma deve ser realizada apenas quando estritamente necessária, pois um manuseio inadequado pode piorar lesões na coluna cervical. O protocolo recomendado para retirada do capacete segue diretrizes padronizadas para garantir a segurança do paciente.

1. Indicações para Retirada do Capacete

  • Paciente inconsciente com dificuldade respiratória, onde o capacete compromete a via aérea.
  • Suspeita de vômito ou secreção, com risco de aspiração.
  • Capacete muito solto ou danificado, não oferecendo suporte adequado à cabeça e pescoço.
  • Necessidade de acesso imediato à via aérea para intubação ou ventilação.

2. Técnica de Remoção Segura do Capacete

A retirada do capacete deve ser realizada por duas pessoas treinadas para evitar movimentações bruscas na coluna cervical.

1.     Primeiro socorrista: Posiciona-se atrás da cabeça do paciente, estabilizando firmemente o pescoço e a cabeça.

2.     Segundo socorrista: Afrouxa a cinta jugular do

capacete e segura a base do capacete para começar a remoção.

3.     Retirada cuidadosa: O segundo socorrista desliza lentamente o capacete, enquanto o primeiro mantém a estabilidade da cabeça e pescoço.

4.     Aplicação do colar cervical: Assim que o capacete for removido, um colar cervical deve ser colocado imediatamente para garantir a imobilização.

5.     Fixação na maca rígida: O paciente deve ser imobilizado corretamente para transporte seguro.

A retirada incorreta do capacete pode agravar fraturas cervicais e resultar em lesões medulares irreversíveis.

Cuidados na Movimentação de Pacientes com Suspeita de Lesão Medular

Pacientes com suspeita de lesão medular devem ser manuseados com extremo cuidado, pois qualquer movimento inadequado pode causar danos irreversíveis à medula espinhal.

1. Técnicas de Movimentação Segura

Rolamento em Bloco

  • Técnica utilizada para transferir o paciente para uma maca rígida.
  • Requer três a cinco socorristas, que movimentam o paciente simultaneamente.
  • Um socorrista mantém a estabilização manual da cabeça e pescoço durante todo o procedimento.

Elevação em Bloco

  • Usada para levantar o paciente sem flexionar a coluna.
  • Necessita de quatro ou mais socorristas para distribuir o peso uniformemente.
  • Movimentos devem ser lentos e sincronizados.

2. Monitoramento Contínuo do Paciente

  • Avaliação neurológica frequente com a Escala de Coma de Glasgow (ECG).
  • Verificação da perfusão periférica para identificar possíveis déficits circulatórios.
  • Monitoramento da sensibilidade e motricidade dos membros, observando sinais de lesão medular.

3. Prevenção de Complicações

  • Pacientes com lesão medular são suscetíveis a hipotermia, devido à dificuldade na regulação térmica.
  • Monitoramento da função respiratória, pois lesões cervicais podem comprometer os músculos respiratórios.
  • Atenção ao choque neurogênico, caracterizado por hipotensão e bradicardia, exigindo reposição volêmica e suporte hemodinâmico.

A movimentação inadequada de pacientes com suspeita de lesão medular pode resultar em paralisia permanente. Portanto, os profissionais envolvidos no atendimento pré-hospitalar devem estar bem treinados na aplicação correta dos protocolos de imobilização e transporte.

Considerações Finais

A imobilização da coluna e da região cervical é uma etapa crítica no atendimento a vítimas de trauma, pois protege contra lesões secundárias e melhora os

desfechos clínicos. O uso adequado do colar cervical e da maca rígida, a correta retirada de capacetes e os cuidados na movimentação de pacientes com suspeita de lesão medular são fundamentais para evitar complicações graves. Profissionais de emergência devem estar capacitados para aplicar essas técnicas com segurança, garantindo um atendimento eficaz e a melhor recuperação possível para os pacientes.

Referências Bibliográficas

1.     American College of Surgeons - ATLS: Advanced Trauma Life Support. 10ª ed. Chicago: ACS, 2018.

2.     BRASIL. Ministério da Saúde. Manual de Atendimento Pré-Hospitalar. Brasília: Ministério da Saúde, 2019.

3.     NAEMT. Prehospital Trauma Life Support (PHTLS). 9ª ed. Burlington: Jones & Bartlett Learning, 2019.

4.     RUGGIERO, C.; ANDRADE, S. Emergências e Trauma. São Paulo: Manole, 2020.

5.     PORTO, C. C. Semiologia Médica. 8ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2019.

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