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Noções Básicas de Atenção em Enfermagem no Trabalho de Parto

 NOÇÕES BÁSICAS DE ATENÇÃO EM ENFERMAGEM NO TRABALHO DE PARTO

 


Complicações e Cuidados Especiais

Hemorragia Pós-Parto e Manejo de Emergência

 

A hemorragia pós-parto (HPP) é uma das principais causas de mortalidade materna no mundo, sendo definida como a perda sanguínea superior a 500 mL após um parto vaginal ou 1000 mL após uma cesariana dentro das primeiras 24 horas (HPP primária) ou até 12 semanas após o parto (HPP secundária) (CUNNINGHAM et al., 2021).

A identificação precoce dos sinais de alerta e a implementação rápida de medidas emergenciais são fundamentais para evitar complicações graves, como choque hipovolêmico e falência múltipla de órgãos. A equipe de enfermagem desempenha um papel essencial na monitorização da paciente, administração de fármacos uterotônicos e realização de intervenções que visam controlar o sangramento.

1. Principais Causas da Hemorragia Pós-Parto

As principais causas da HPP são conhecidas como os "4 T's":

1.1. Tônus (Atonia Uterina - 70% dos casos)

Ocorre quando o útero não se contrai adequadamente após o parto, impedindo a hemostasia.
Fatores de risco:

  • Parto prolongado ou muito rápido.
  • Macrossomia fetal.
  • Gravidez gemelar.
  • Uso excessivo de ocitocina ou relaxantes uterinos.

1.2. Trauma (Lesões do Canal de Parto - 20%)

Lacerações cervicais, vaginais ou perineais.
Ruptura uterina (mais comum em partos cesáreos prévios).
Inversão uterina (rara, mas grave).

1.3. Tecidos (Retenção de Fragmentos Placentários - 10%)

Ocorre quando restos da placenta permanecem no útero, impedindo a contração efetiva.
A placenta acreta (aderência anormal da placenta ao útero) é um fator de risco significativo.

1.4. Trombina (Distúrbios de Coagulação - 1%)

Alterações da coagulação, como coagulopatia consumptiva (CIVD) ou trombocitopenia.
Comum em casos de descolamento prematuro de placenta e sepse obstétrica (GABBE et al., 2020).

2. Sinais de Alerta e Condutas de Enfermagem

A detecção precoce da HPP é essencial para prevenir choque hipovolêmico e morte materna.

2.1. Sinais Clínicos da Hemorragia Pós-Parto

Sangramento vaginal excessivo, com encharcamento de absorventes em minutos.
Útero flácido e aumentado, indicando atonia uterina.
Hipotensão arterial (PA <90/60 mmHg) e taquicardia compensatória (>100 bpm).
Pele pálida, fria e pegajosa, sugerindo choque hipovolêmico.
Alteração do nível de consciência e letargia.

2.2. Condutas de Enfermagem para o Manejo da HPP

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