Desafios da Radiologia Pediátrica
A radiologia pediátrica é um setor que ainda
enfrenta muitos desafios e obstáculos.
Em primeiro lugar, é preciso ter em mente que as próprias crianças ainda não
entendem bem essa situação, por isso, é normal que se sintam confusas e
instáveis.
Para tranquilizá-las um pouco mais, o ideal é que
os profissionais deixem o ambiente mais
amigável e confortável. Além disso, outro grande desafio está na
necessidade de agir da forma correta para obter a confiança da criança. Apenas
dessa forma as crianças ficaram mais tranquilas para colaborar com o exame.
Isso ocorre porque elas costumam chorar, ficam mais
inquietas e procuram os pais, ainda mais caso estejam com dores. É por essa
razão que é essencial contar com o apoio
dos pais.
O raio X feito de modo digital tem como base os mesmos princípios da analógica. No
entanto, o que difere é que no modo tradicional os raios que atravessam o
objeto são capturados por um filme que precisa ser revelado. Enquanto na forma
digital não é preciso realizar a
revelação de filmes.
Isso porque, na radiografia digital, os raios X são
capturados por meio de placas de circuitos, que permitem que uma imagem mais nítida seja gerada. Em seguida,
essa imagem é enviada para um computador, onde poderá ser armazenada e enviada
para outros profissionais.
Veja logo abaixo quais são as principais vantagens
do raio X digital pediátrico:
• Imagens
com resolução de qualidade maior e
melhor, o que torna mais fácil a visualização do profissional para conferir
com maior precisão os exames;
• Imagem
obtida de forma mais rápida, e até
mesmo é possível enviála de modo mais
eficiente;
• Os
níveis de exposição à radiação são
bem menores em comparação ao que ocorre no processo feito de modo analógico.
Até porque, no modo analógico, por vezes é preciso que o paciente repita o
processo mais de uma vez até obter uma imagem de boa visualização;
• Por fim, o processo de revelação do raio X digital não usa filmes compostos por produtos químicos, o que ajuda a contribuir para a preservação do meio ambiente.
Há dois tipos de modalidades do exame de raio X
digital pediátrico.
Um deles é a radiografia
digital direta, onde a chapa sensível é responsável por enviar os dados ao
computador, sem precisar de interferência humana.
Ao passo que o raio X indireto, é preciso escanear a chapa eletrônica para permitir que o computador possa receber as devidas
informações.
Técnicas utilizadas para manter as crianças quietas durante o
posicionamento radiológico
O profissional das técnicas radiológicas enfrenta
muitos desafios no exercício da profissão. Atuar exposto a agentes nocivos,
executar técnicas complexas com precisão e suportar a pressão pelo diagnóstico
dos pacientes são apenas algumas das inúmeras tarefas na rotina de um
profissional da Radiologia. Contudo, não há dúvidas: de todas as
responsabilidades, uma das mais difíceis é conseguir posicionar e manter as
crianças quietas por alguns segundos até a realização de um exame radiológico.
Essa proeza exige técnica, paciência e um bocado de criatividade.
Do alto de sua experiência de 32 anos, a técnica em
Radiologia Ivonete Maria Santos decidiu criar uma verdadeira festa em seu
ambiente de trabalho, para envolver as crianças e criar um universo lúdico para
os pequenos. “Uso uma luz dessas de balada, colorida, adaptada na tomada. Jogo
a luz para o teto e ligo um rádio, no qual fiz uma seleção de músicas infantis.
Só a luz já deixa os pequenos perplexos e, quando ligo o som, elas ficam
paradas”, conta. Pequenas intervenções como essas ajudam a melhorar o ambiente,
quebram o gelo e geram melhores resultados.
Mas, se a missão é realmente difícil, o profissional
pode contar até com os super-heróis. “Quando eu faço procedimentos envolvendo
crianças, procuro deixá-las o mais calmas possível, haja vista que crianças são
bastante inquietas, e isso prejudica o exame. Eu digo: ‘fulano, tú quer ver o
homem aranha? Olha para aquela luz (luz do colimador), o homem aranha vai
aparecer lá. Fulana, tú gosta da Frozen? Olha para aquela luz, ela vai aparecer
ali, oh...’”. A criança trava no posicionamento. Sempre dá certo”, ensina o
técnico em Radiologia Marcone Castro, de Teresina, no Piauí. “Sempre uso
técnicas assim. Em minha sala, aparece tudo que é bichinho. O avental
plumbífero é a roupa do super homem, para proteger a mamãe.
Também uso a brincadeira da estátua: ser ele mexer
eu ganho e ele perde.
Funciona que é uma beleza”, conta a profissional Fabi
Alves.
Para quem trabalha diariamente com crianças, o maior risco é se apaixonar e entrar no mundo lúdico que elas criam a cada imaginação. A técnica em Radiologia Sthefany Rebeca sabe bem o que é isso. “Tenho paixão por fazer exames em crianças, uso todas as técnicas que tenho quando é preciso. Até que um dia eu fiquei um pouco preocupada. Falei para o paciente continuar olhando no
colimador que iria aparecer um passarinho verde. Realizei o exame
logo perguntei: você viu? Ele respondeu que sim.
Logo disse que não viu um, e sim vários coloridos”,
relembra. Dentro do universo lúdico, o simples também funciona. “Encho luvas
descartáveis para fazer de bexigas, as crianças adoram”, diz a profissional
Leila Cristina Rocha.
No atendimento geral de um hospital, onde as crianças
não são maioria, pequenos artifícios como esses podem ser usados para facilitar
os atendimentos mais complexos. Entretanto, para quem trabalha exclusivamente
com crianças, as ‘mentirinhas’ e fantasias não podem virar rotina. “Eu trabalho
em hospital infantil e digo, mentir pra criança não vale! Na maioria das vezes
eu digo o seguinte: ‘Eu estou aqui para ajudar você a ficar melhor, por isso eu
vou tirar uma foto do seu corpo para o médico ver. Não vai doer absolutamente
nada, pois se fosse doer eu falava. Não tem agulha nem nada que vai te machucar
e sua/seu mãe/pai vai ficar do seu lado’. Assim eu ofereço o avental de chumbo
para o responsável e faço o exame com menos transtorno para o pequeno”, conta a
profissional Mônica Faria.
No dia a dia de trabalho, a maioria dos profissionais
observa que a estabilidade emocional das crianças depende dos pais. É mais
fácil fazer o posicionamento radiológico e executar o exame se o acompanhante
estiver tranquilo e convencido sobre a segurança do procedimento. Portanto, é
importante ter diálogo aberto e transparente com quem vai ajudar na tarefa.
“Muitas vezes os pais dão mais trabalho do que os filhos, já entram na sala
falando que não vai doer e isso é péssimo, pois a criança já fica desconfiada
que irá doer. Então o que eu faço sempre é explicar para a criança que ela irá
tirar uma foto e falo que essa foto vai aparecer tudo por dentro, como o
coração, os ossinhos e ainda complemento que ela irá levar para casa e mostrar
para toda família. Quase sempre isso funciona”, alega a técnica Sandra Diniz.
Mas como tomar as melhores decisões e aplicar
técnicas com paciência quando existe uma fila enorme de pacientes para atender
e a pressão por resultados só aumenta? Nesses casos, sem abrir mão do
profissionalismo, é necessário ter agilidade. “Acalmar uma criança agitada
demanda tempo e, como o tempo é na maioria das vezes algo escasso para nós, o
jeito é passar a bola para os pais, colocar foco grosso, girar o anodo e ficar
de olho o momento oportuno para disparar”, considera o profissional Joubert
Senra.
Nos
procedimentos mais específicos, em que a criança,
além de ficar quieta, deve executar algum comando, os profissionais recorrem a
barganhas mais resolutivas. “Hoje eu passei por uma situação bem difícil, para
realizar RX de Cavum em uma criança de 1 ano e 6 meses extremamente assustada,
apavorada e a mãe chorando junto. Tentei pela primeira vez e não deu certo.
Pedi para a mãe acalmar a criança a ela me perguntou se poderia dar de mamar.
Sem querer, ela ajudou a solucionar o problema. Deitei a mãe na mesa de lado e
colocamos o bebê a mamar. Realizei o procedimento, lindo! Mamando o ar passou
certinho pelo nariz.
Às vezes, precisamos ser criativos e aproveitar as oportunidades”, lembra a técnica em Radiologia Bruna Laurentino.
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