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Básico em Punção Hipodermóclise

 BÁSICO EM PUNÇÃO HIPODERMÓCLISE

 

Técnica e Procedimento da Punção Hipodermóclise 

Preparação do Paciente e do Profissional

 

Passos para a Preparação do Paciente para a Punção

A preparação adequada do paciente é um passo essencial para garantir o sucesso da hipodermóclise e minimizar o risco de complicações. Abaixo estão os principais passos a serem seguidos:

1.     Explicação do Procedimento: Antes de iniciar, o profissional de saúde deve explicar claramente o procedimento ao paciente, abordando o que será feito, por que é necessário e o que o paciente pode esperar durante e após a infusão. Isso ajuda a reduzir a ansiedade e melhora a cooperação do paciente.

2.     Verificação de Alergias e Condições Médicas: É crucial verificar se o paciente possui alguma alergia a medicamentos, soluções ou materiais que serão utilizados. Além disso, o profissional deve avaliar as condições médicas do paciente, como distúrbios de coagulação, que podem impactar o procedimento.

3.     Hidratação e Nutrição: Certifique-se de que o paciente está adequadamente hidratado e nutrido antes do procedimento, especialmente se for necessário um volume significativo de infusão. Em alguns casos, pode ser necessário ajustar a dieta ou a ingestão de líquidos antes da punção.

4.     Posicionamento do Paciente: Coloque o paciente em uma posição confortável, que permita fácil acesso ao local da punção. A posição escolhida deve também garantir que o paciente permaneça imóvel durante o procedimento, minimizando o risco de lesões.

5.     Avaliação da Pele e Tecido Subcutâneo: Examine a pele do paciente para verificar a presença de lesões, infecções ou inflamações que possam contraindicar a punção. A área deve estar íntegra e sem sinais de edema.

6.     Consentimento Informado: Obtenha o consentimento informado do paciente ou de seus familiares, explicando os benefícios, riscos e possíveis complicações da hipodermóclise. O consentimento deve ser documentado antes do início do procedimento.

Medidas de Higiene e Segurança para o Profissional de Saúde

A segurança do procedimento depende tanto da técnica utilizada quanto da adesão a protocolos rigorosos de higiene. As seguintes medidas são fundamentais:

1.     Higienização das Mãos: A lavagem das mãos com água e sabão ou o uso de soluções alcoólicas deve ser realizada antes e depois do contato com o paciente, assim como antes da manipulação dos materiais. As mãos devem ser esfregadas por pelo menos 20 segundos, garantindo que todas

A lavagem das mãos com água e sabão ou o uso de soluções alcoólicas deve ser realizada antes e depois do contato com o paciente, assim como antes da manipulação dos materiais. As mãos devem ser esfregadas por pelo menos 20 segundos, garantindo que todas as áreas, incluindo as unhas, sejam limpas.

2.     Uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPI): O profissional deve usar luvas estéreis para evitar a contaminação do local da punção e prevenir a transmissão de infecções. Além disso, é recomendável o uso de máscara e avental, especialmente em ambientes hospitalares ou em pacientes com alto risco de infecção.

3.     Manutenção da Assepsia: Todos os materiais que entrarão em contato com o paciente devem ser estéreis. A área de punção deve ser desinfetada com álcool 70% antes da inserção da agulha ou cânula, e a técnica asséptica deve ser seguida rigorosamente durante todo o procedimento.

4.     Ambiente Seguro e Limpo: O local onde o procedimento será realizado deve estar limpo e livre de contaminantes. Superfícies que entrarão em contato com os materiais devem ser desinfetadas previamente.

Avaliação Prévia do Local da Punção

A escolha adequada do local para a punção é fundamental para garantir a eficácia da hipodermóclise e minimizar o desconforto e as complicações. A avaliação prévia do local deve incluir:

1.     Seleção da Área de Infusão: As áreas mais comuns para a infusão subcutânea incluem a região abdominal, a parte superior dos braços, a região subclavicular e as coxas. Essas áreas são escolhidas por terem uma quantidade suficiente de tecido subcutâneo e serem relativamente fáceis de acessar e monitorar.

2.     Inspeção da Pele: Verifique se a pele no local escolhido está livre de lesões, infecções, cicatrizes ou outras condições que possam interferir na infusão. A pele deve estar íntegra e sem sinais de inflamação.

3.     Avaliação da Espessura do Tecido Subcutâneo: Certifique-se de que o local escolhido tem uma quantidade adequada de tecido subcutâneo para suportar a infusão. Áreas com tecido subcutâneo muito fino ou muito espesso podem não ser ideais e podem requerer ajustes na técnica ou na escolha dos materiais.

4.     Consideração de Preferências do Paciente: Sempre que possível, leve em consideração as preferências do paciente em relação ao local da punção, respeitando questões de conforto e privacidade.

5.     Verificação da Mobilidade e Acesso: Certifique-se de que o local da punção permitirá a mobilidade do paciente após o

procedimento e que será fácil monitorar o local durante a infusão. Áreas de difícil acesso ou que podem sofrer fricção excessiva (por exemplo, devido a roupas ou movimentação) devem ser evitadas.

Uma preparação cuidadosa tanto do paciente quanto do profissional, juntamente com uma avaliação criteriosa do local da punção, são fundamentais para o sucesso do procedimento de hipodermóclise. Essas etapas garantem uma administração segura e confortável dos fluidos, reduzindo o risco de complicações e promovendo o bem-estar do paciente.


Procedimento de Inserção e Administração na Hipodermóclise

 

Técnica Passo a Passo para a Inserção da Agulha

A inserção da agulha ou cânula na hipodermóclise é um procedimento que requer precisão e cuidado para garantir a eficácia da infusão e o conforto do paciente. Abaixo estão os passos a serem seguidos:

1.     Preparação dos Materiais: Reúna todos os materiais necessários, incluindo a agulha ou cânula, solução antisséptica, luvas estéreis, curativo e a solução que será administrada.

2.     Higienização das Mãos e Uso de EPIs: Realize a higienização das mãos conforme os protocolos de segurança e vista luvas estéreis. Se necessário, utilize outros Equipamentos de Proteção Individual (EPI), como máscara e avental.

3.     Preparação da Pele do Paciente: Limpe a área de punção escolhida com solução antisséptica, utilizando movimentos circulares do centro para fora. Aguarde que a pele seque antes de continuar.

4.     Escolha da Agulha ou Cânula: Dependendo do volume a ser infundido e da área escolhida, selecione uma agulha ou cânula adequada. Normalmente, agulhas de calibre 25G a 27G ou cânulas de 24G a 26G são usadas.

5.     Inserção da Agulha ou Cânula: Segure a pele do paciente com uma mão, criando uma leve prega. Com a outra mão, insira a agulha ou cânula em um ângulo de aproximadamente 30 a 45 graus em relação à superfície da pele, de forma suave, até que esteja totalmente posicionada no tecido subcutâneo. Se estiver utilizando uma cânula, retire o mandril após a inserção.

6.     Fixação do Dispositivo: Após a inserção correta, fixe a agulha ou cânula com um adesivo ou curativo transparente, garantindo que o dispositivo permaneça estável durante a infusão.

7.     Verificação da Posicionamento: Antes de iniciar a infusão, aspire suavemente para garantir que a agulha ou cânula não tenha penetrado em um vaso sanguíneo. Se houver retorno de sangue, o dispositivo deve ser removido e inserido em outro local.

Cálculo de

Velocidade de Infusão e Volume Administrado

O cálculo da velocidade de infusão e do volume a ser administrado é crucial para garantir que o paciente receba a quantidade adequada de fluido sem sobrecarregar o tecido subcutâneo ou causar desconforto. Os principais fatores a considerar são:

1.     Volume Total a Ser Administrado: Em geral, o volume máximo que pode ser infundido em um único local de punção varia entre 1 a 2 litros por 24 horas, dependendo da capacidade de absorção do tecido subcutâneo e das condições clínicas do paciente. Esse volume pode ser dividido em infusões menores realizadas em intervalos regulares.

2.     Velocidade de Infusão: A velocidade de infusão deve ser ajustada para garantir uma absorção gradual dos fluidos. A velocidade usual varia entre 20 a 80 mL/h, dependendo da condição do paciente e do tipo de solução utilizada. Em pacientes idosos ou com fragilidade do tecido subcutâneo, a velocidade deve ser reduzida para minimizar o risco de complicações.

3.     Ajuste com Bomba de Infusão (se disponível): Se estiver utilizando uma bomba de infusão, programe a velocidade de acordo com o cálculo realizado. Em infusões manuais, o controle deve ser feito pela altura do frasco ou bolsa de infusão em relação ao local da punção e pela abertura da pinça de controle.

Cuidados Durante a Administração dos Fluidos

Durante a administração dos fluidos, é essencial monitorar o paciente e a área de infusão para garantir que o procedimento esteja ocorrendo de maneira segura e eficaz. Abaixo estão os cuidados a serem observados:

1.     Monitoramento do Local de Infusão: Verifique regularmente a área ao redor da agulha ou cânula para identificar sinais de extravasamento, edema, vermelhidão ou dor. Se qualquer um desses sinais estiver presente, interrompa a infusão imediatamente e avalie a necessidade de reposicionar o dispositivo.

2.     Avaliação dos Sinais Vitais: Durante a infusão, monitore os sinais vitais do paciente, incluindo pressão arterial, frequência cardíaca e temperatura, para detectar qualquer reação adversa precoce. Ajustes na velocidade de infusão podem ser necessários se houver alterações significativas nos sinais vitais.

3.     Controle da Conforto do Paciente: Pergunte regularmente ao paciente sobre o nível de conforto e a presença de qualquer desconforto, dor ou sensação de ardência no local de infusão. Qualquer desconforto deve ser abordado imediatamente, ajustando a posição do paciente, a velocidade de infusão ou o local

de conforto e a presença de qualquer desconforto, dor ou sensação de ardência no local de infusão. Qualquer desconforto deve ser abordado imediatamente, ajustando a posição do paciente, a velocidade de infusão ou o local de punção.

4.     Troca de Local de Infusão: Se o paciente necessitar de infusão prolongada ou contínua, é recomendável trocar o local da punção a cada 48 a 72 horas para evitar complicações como infecções ou endurecimento do tecido subcutâneo.

5.     Documentação do Procedimento: Registre todos os detalhes do procedimento, incluindo o volume de fluido administrado, a velocidade de infusão, a localização da punção e qualquer observação relevante sobre a resposta do paciente.

A aplicação correta da técnica de inserção e administração, combinada com monitoramento cuidadoso, garante que a hipodermóclise seja realizada de maneira segura, eficaz e confortável para o paciente. Esses passos são fundamentais para minimizar riscos e maximizar os benefícios do procedimento.


Monitoramento e Avaliação Pós-Procedimento na Hipodermóclise

 

Monitoramento dos Sinais Vitais e Resposta do Paciente

Após a realização da hipodermóclise, o monitoramento contínuo do paciente é essencial para garantir a segurança e a eficácia do procedimento. Os sinais vitais e a resposta geral do paciente devem ser acompanhados de perto, especialmente nas primeiras horas após a infusão. Os principais aspectos a serem observados incluem:

1.     Pressão Arterial: A pressão arterial deve ser monitorada para detectar qualquer alteração que possa indicar uma resposta inadequada à infusão, como hipotensão (pressão baixa) devido à sobrecarga de fluidos ou hipertensão (pressão alta) causada por retenção de líquidos.

2.     Frequência Cardíaca: A frequência cardíaca é outro indicador importante. Aumento significativo da frequência cardíaca pode sugerir desconforto, dor, ou até mesmo sobrecarga cardiovascular, especialmente em pacientes mais frágeis.

3.     Temperatura Corporal: A monitorização da temperatura ajuda a identificar sinais precoces de infecção no local da punção ou resposta sistêmica do paciente.

4.     Estado Geral do Paciente: A observação do estado geral do paciente, incluindo nível de consciência, conforto e qualquer relato de dor ou desconforto, é crucial. Qualquer alteração deve ser registrada e investigada imediatamente.

5.     Monitoramento Específico da Área de Infusão: Além dos sinais vitais, o local da infusão deve ser inspecionado regularmente para

detectar sinais de complicações locais, como inchaço, vermelhidão, calor ou dor.

Avaliação de Possíveis Complicações e Como Manejá-las

Embora a hipodermóclise seja geralmente segura, algumas complicações podem ocorrer e devem ser tratadas prontamente para evitar problemas maiores. As complicações mais comuns e suas abordagens são:

1.     Extravasamento de Fluidos: O extravasamento ocorre quando o fluido infundido sai do tecido subcutâneo para a pele ao redor, causando inchaço e desconforto. Para manejá-lo, a infusão deve ser interrompida imediatamente, o dispositivo deve ser removido e a área deve ser avaliada. Aplicar compressas frias pode ajudar a reduzir o inchaço. O local de infusão deve ser mudado para outra área.

2.     Infecção Local: Sinais de infecção, como vermelhidão, calor, dor ou a presença de pus no local da infusão, indicam a necessidade de intervenção. A infusão deve ser interrompida e o dispositivo removido. O local infectado deve ser tratado com antibióticos tópicos ou sistêmicos, conforme prescrição médica, e monitorado para sinais de agravamento.

3.     Edema Generalizado: Se o paciente apresentar inchaço não apenas no local da infusão, mas em outras áreas do corpo, isso pode indicar sobrecarga de fluidos. A infusão deve ser suspensa, e o paciente deve ser avaliado para possível ajuste do volume de fluido administrado. Medicações diuréticas podem ser consideradas para ajudar a eliminar o excesso de fluidos.

4.     Reações Alérgicas: Embora raras, reações alérgicas à solução infundida podem ocorrer. Sintomas incluem erupções cutâneas, prurido, dificuldade respiratória e anafilaxia. Em caso de suspeita de reação alérgica, a infusão deve ser interrompida imediatamente, e o tratamento apropriado deve ser administrado, incluindo anti-histamínicos, corticosteroides ou epinefrina, conforme necessário.

Manutenção e Troca de Locais de Infusão

Para infusões prolongadas ou repetidas, a troca regular do local de infusão é fundamental para prevenir complicações como infecções e endurecimento do tecido subcutâneo. Abaixo estão as orientações para a manutenção e troca de locais:

1.     Manutenção do Local Atual: Durante o uso contínuo de um local de infusão, verifique regularmente a área para sinais de irritação, inflamação ou qualquer alteração que possa indicar necessidade de troca. Certifique-se de que o curativo esteja limpo e seco, e substitua-o sempre que estiver sujo ou molhado.

2.     Intervalo para Troca de Local: Recomenda-se

trocar o local da infusão a cada 48 a 72 horas, mesmo que não haja sinais de complicações, para minimizar o risco de infecção e outras complicações. Em alguns pacientes, pode ser necessário trocar o local com maior frequência, dependendo da condição da pele e da resposta do tecido subcutâneo.

3.     Escolha de Novo Local de Infusão: Ao escolher um novo local, siga os mesmos critérios utilizados para a seleção inicial, incluindo a integridade da pele e a adequação do tecido subcutâneo. Rotacione entre diferentes áreas do corpo para permitir a recuperação dos locais previamente utilizados.

4.     Documentação da Troca: Registre todas as trocas de locais de infusão, incluindo o novo local escolhido, a data e a hora da troca, e qualquer observação relevante sobre a condição do local anterior.

A monitoração cuidadosa e a avaliação pós-procedimento são essenciais para garantir a segurança e o bem-estar do paciente após a hipodermóclise. Com a aplicação adequada dessas práticas, é possível prevenir complicações e garantir que o procedimento alcance os resultados terapêuticos desejados.

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