Técnicas e Procedimentos de Escleroterapia
Tipos
de Substâncias Utilizadas
A escleroterapia é realizada com a injeção de
substâncias chamadas esclerosantes, que causam o fechamento das veias
afetadas. Os esclerosantes podem ser usados em diferentes formas,
principalmente como líquidos ou espuma, e são escolhidos com base
no tipo de veia a ser tratada e nas características individuais do paciente. A
escolha correta do esclerosante é fundamental para garantir a eficácia do
tratamento e minimizar os riscos de complicações.
Esclerosantes
Líquidos e Espuma
Os esclerosantes líquidos são as formas mais
tradicionais e amplamente utilizadas na escleroterapia. Esses agentes são
injetados diretamente na veia, onde entram em contato com a parede interna do
vaso (o endotélio), provocando uma irritação controlada que leva à formação de
uma cicatriz. Essa cicatriz fecha a veia, impedindo que o sangue continue a
circular por ela, o que faz com que o vaso tratado seja gradualmente
reabsorvido pelo corpo.
Por outro lado, a escleroterapia com espuma é
uma técnica mais moderna e frequentemente utilizada para o tratamento de
varizes de maior calibre. Neste caso, o esclerosante é misturado com ar ou
outro gás, criando uma espuma densa. Essa espuma é capaz de preencher
completamente o lúmen da veia, deslocando o sangue com maior eficácia e
aumentando o contato do esclerosante com as paredes do vaso. A escleroterapia
com espuma é considerada mais potente e eficaz em veias de maior diâmetro, pois
a espuma permanece no local por mais tempo, permitindo uma ação mais
prolongada.
Mecanismos
de Ação dos Esclerosantes
Os esclerosantes agem diretamente na parede interna
da veia (o endotélio), causando uma lesão controlada. Esse processo é conhecido
como esclerose. A lesão induz uma resposta inflamatória que leva à
formação de um trombo ou coágulo na veia. Com o tempo, esse trombo é
substituído por tecido fibroso, fazendo com que a veia colapse e seja
reabsorvida pelo corpo.
Existem diferentes tipos de esclerosantes, cada um
com um mecanismo de ação específico:
Escolha
do Agente Esclerosante Adequado
A escolha do esclerosante adequado depende de vários
fatores, incluindo o diâmetro da veia, a localização da veia e as
características do paciente, como histórico de alergias ou
sensibilidades.
1.
Veias de pequeno calibre
(telangiectasias e veias reticulares):
o
Para veias
menores e mais superficiais, como telangiectasias (vasinhos), os esclerosantes
líquidos, como o polidocanol ou a glicose hipertônica, são
frequentemente utilizados. Essas substâncias são eficazes em veias de pequeno
calibre e causam menor irritação local, sendo ideais para fins estéticos.
2.
Veias de médio e grande calibre
(veias varicosas e veias reticulares maiores):
o
Para varizes de
maior calibre, a escleroterapia com espuma é a escolha mais indicada. A
espuma, geralmente feita com tetradecil sulfato de sódio ou polidocanol,
é capaz de preencher completamente a veia, permitindo um tratamento mais eficaz
e rápido. A espuma tem a vantagem de deslocar o sangue do interior da veia,
aumentando a área de contato com a parede do vaso.
3.
Histórico de alergias e
sensibilidades:
o Pacientes com histórico de alergia a determinados esclerosantes podem necessitar de opções alternativas. Polidocanol, por exemplo, é conhecido por ser menos irritante que outros esclerosantes, sendo uma escolha comum para pacientes sensíveis.
Conclusão
A eficácia da escleroterapia está diretamente
relacionada à escolha do agente esclerosante e à técnica utilizada. Esclerosantes
líquidos são mais adequados para veias menores, enquanto a escleroterapia
com espuma é preferível para varizes de maior calibre. Além disso, fatores
como histórico de alergias e sensibilidade à dor também influenciam na escolha
do esclerosante. Com a escolha correta do agente esclerosante, a escleroterapia
pode proporcionar resultados eficazes, com uma recuperação rápida e mínimas complicações.
Equipamentos e Materiais Utilizados na Escleroterapia
A escleroterapia é um procedimento minimamente invasivo, mas que requer uma série de equipamentos e materiais para garantir sua eficácia e segurança. A escolha adequada desses itens, o manuseio correto e a aplicação de técnicas de assepsia são fundamentais para evitar
complicações e garantir o sucesso do tratamento.
Materiais
Necessários para o Procedimento
Os materiais utilizados na escleroterapia variam
conforme o tipo de veia a ser tratada e a técnica empregada (líquida ou
espuma). Os principais itens incluem:
1.
Agentes esclerosantes: como tetradecil sulfato de sódio, polidocanol
ou glicose hipertônica, dependendo do tipo de veia e do objetivo do
tratamento.
2.
Seringas e agulhas: são utilizadas para injetar o esclerosante nas
veias. As seringas são geralmente de 1 ml a 5 ml, e as agulhas possuem calibres
finos, variando de 27G a 30G, adequadas para veias mais superficiais. Para
veias maiores, podem ser utilizadas agulhas de calibre maior.
3.
Cateteres ou micro cânulas: são, por vezes, utilizados em veias de maior
calibre ou em áreas onde o acesso com agulhas pode ser mais difícil.
4.
Frascos de solução salina: são usados para diluir os esclerosantes em
determinadas situações e também para limpeza das áreas de injeção.
5.
Luvas descartáveis e máscara
cirúrgica: essenciais para manter a
assepsia e prevenir infecções.
6.
Bandagens e esparadrapos: utilizados após o procedimento para comprimir a
área tratada e reduzir o risco de hematomas.
7.
Meias de compressão: recomendadas após a escleroterapia para manter a
pressão nas veias tratadas, promover o fechamento dos vasos e facilitar a
recuperação.
8.
Lâmpada ou transiluminador venoso: utilizado para identificar veias mais profundas ou
de difícil visualização, garantindo uma injeção precisa.
Manuseio
e Segurança dos Equipamentos
O manuseio seguro dos equipamentos é uma parte
fundamental do sucesso do procedimento. Isso envolve cuidados tanto com os
materiais quanto com o paciente.
1.
Seringas e agulhas: Devem ser manuseadas com precisão para evitar
injeções inadequadas ou desconforto excessivo ao paciente. O profissional deve
estar familiarizado com as técnicas de injeção intradérmica e subcutânea para
garantir que o esclerosante seja depositado no local correto.
2.
Evitar desperdícios: O esclerosante deve ser preparado em quantidades
adequadas para o número de injeções a serem realizadas. Preparar doses em
excesso pode levar ao desperdício ou à necessidade de descarte inadequado, o
que aumenta os custos e riscos de exposição.
3. Utilização de dispositivos de segurança: Seringas e agulhas devem ser descartadas imediatamente após o uso em recipientes apropriados para materiais perfurocortantes, a fim de evitar
acidentes com o profissional de
saúde.
4.
Cuidados com o esclerosante: Alguns agentes esclerosantes podem ser irritantes
para a pele e mucosas. É importante evitar o contato direto e garantir que os
frascos estejam devidamente vedados e armazenados em local seguro.
Técnicas
de Assepsia e Esterilização
A assepsia e a esterilização são
práticas fundamentais para garantir que o procedimento de escleroterapia seja
seguro e livre de contaminações. Como a escleroterapia envolve a inserção de
agulhas na pele e em veias superficiais, a correta higienização do ambiente e
dos instrumentos minimiza o risco de infecções.
1.
Higienização das mãos: O profissional deve realizar a higienização
adequada das mãos antes e depois de cada procedimento, utilizando água e sabão
ou soluções à base de álcool 70%.
2.
Uso de luvas e máscaras: As luvas devem ser descartáveis e trocadas entre
cada paciente. A máscara cirúrgica também deve ser utilizada para evitar a
contaminação da área tratada durante o procedimento.
3.
Limpeza da área de tratamento: Antes de iniciar a escleroterapia, a pele do
paciente deve ser limpa com uma solução antisséptica, como álcool 70% ou
clorexidina. Isso remove impurezas da superfície e reduz o risco de infecções.
4. Esterilização de materiais reutilizáveis: Se forem utilizados equipamentos não descartáveis, como cateteres ou micro cânulas, esses devem ser devidamente esterilizados em autoclave ou com soluções esterilizantes antes de cada uso.
5.
Descarte adequado de materiais: Materiais perfurocortantes, como agulhas e
seringas, devem ser descartados imediatamente após o uso em recipientes
específicos para lixo hospitalar. Esse descarte seguro protege o profissional
de saúde e outras pessoas envolvidas no processo de manipulação de resíduos.
Conclusão
A escleroterapia exige uma combinação de materiais
adequados, manuseio cuidadoso dos equipamentos e assepsia
rigorosa para garantir a segurança do paciente e o sucesso do procedimento.
A preparação correta, o uso de técnicas de injeção adequadas e a esterilização
dos materiais são passos essenciais para minimizar riscos e otimizar os
resultados. O compromisso com a higiene e segurança é fundamental em todas as
etapas do tratamento.
Passo a Passo do Procedimento de Escleroterapia
A escleroterapia é um procedimento relativamente simples, mas que requer precisão e atenção a detalhes para garantir sua eficácia e segurança. O processo envolve algumas etapas essenciais,
desde a avaliação
do paciente até os cuidados pós-procedimento. Abaixo, é descrito o
passo a passo detalhado da escleroterapia.
1.
Avaliação do Paciente e Marcação das Veias
O primeiro passo crucial é a avaliação inicial do
paciente. Durante essa fase, o profissional de saúde examina a condição do
paciente e decide quais veias devem ser tratadas, o tipo de esclerosante a ser
utilizado e a técnica apropriada para cada caso.
2.
Injeção do Esclerosante
A injeção do esclerosante é o núcleo do
procedimento de escleroterapia. Este passo exige técnica e cuidado,
especialmente em veias de diferentes calibres e profundidades.
3.
Pós-Procedimento e Cuidados Imediatos
Após a conclusão das injeções, é essencial seguir um
protocolo de cuidados pós-procedimento para garantir que o tratamento
seja eficaz e que o paciente tenha uma recuperação rápida e sem complicações.
Conclusão
O procedimento de escleroterapia,
quando realizado corretamente, pode proporcionar excelentes resultados tanto estéticos quanto funcionais. Desde a avaliação do paciente, passando pela injeção precisa do esclerosante, até os cuidados pós-procedimento, cada etapa desempenha um papel fundamental no sucesso do tratamento e na recuperação do paciente. Ao seguir essas diretrizes, o profissional garante que o tratamento seja seguro, eficaz e traga os melhores resultados possíveis.
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