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Básico em Escleroterapia

 BÁSICO EM ESCLEROTERAPIA

 

Fundamentos da Escleroterapia 

Introdução à Escleroterapia 

 

A escleroterapia é um procedimento médico utilizado para o tratamento de vasos sanguíneos anormais ou varizes, especialmente em áreas como pernas e rosto. Este método envolve a injeção de uma solução chamada esclerosante diretamente nas veias afetadas, provocando a destruição da parede interna do vaso, levando ao seu fechamento e, eventualmente, à sua absorção pelo corpo.

Definição e Histórico da Escleroterapia

A escleroterapia tem suas origens no século XVII, quando médicos começaram a utilizar agentes químicos para tratar varizes. No entanto, foi no século XX, com o desenvolvimento de substâncias esclerosantes mais seguras e eficazes, que o procedimento se tornou amplamente utilizado e aperfeiçoado. Ao longo das décadas, a técnica evoluiu, com o surgimento de escleroterapia com espuma, um método mais recente e eficaz, especialmente para varizes de maior calibre.

Hoje, a escleroterapia é considerada uma abordagem de baixo risco e minimamente invasiva para o tratamento de condições como telangiectasias (os "vasinhos") e veias varicosas de pequeno e médio porte.

Indicações e Contraindicações

A escleroterapia é indicada para o tratamento de:

  • Veias varicosas: especialmente em estágios iniciais, onde as veias não estão tão dilatadas.
  • Telangiectasias: também conhecidas como vasinhos ou veias aranhas, que afetam a estética das pernas e do rosto.
  • Hemangiomas: pequenas malformações vasculares que podem ser tratadas por meio da escleroterapia.

Entretanto, o procedimento não é indicado para todos os casos. Existem algumas contraindicações importantes, incluindo:

  • Gravidez e amamentação: é recomendado evitar o procedimento durante esses períodos.
  • Alergia ao agente esclerosante: pacientes com alergia aos componentes da solução injetável não devem realizar o procedimento.
  • Trombose venosa profunda (TVP): pessoas com histórico de trombose venosa profunda devem ser avaliadas com cuidado, pois a escleroterapia pode aumentar o risco de complicações.
  • Doenças cardíacas não controladas: a escleroterapia, especialmente com espuma, pode representar riscos em pacientes com doenças cardíacas.

Objetivos e Resultados Esperados

O principal objetivo da escleroterapia é eliminar ou reduzir significativamente a aparência de veias varicosas e telangiectasias, além de aliviar sintomas associados, como dor, sensação de peso e inchaço nas

significativamente a aparência de veias varicosas e telangiectasias, além de aliviar sintomas associados, como dor, sensação de peso e inchaço nas pernas.

Os resultados esperados incluem:

  • Fechamento eficaz das veias tratadas: a maioria das veias tratadas deixa de ser visível e, com o tempo, o corpo reabsorve os vasos inutilizados.
  • Melhora estética: a redução dos "vasinhos" e varizes melhora significativamente a aparência das pernas.
  • Alívio de sintomas: para pacientes com dor ou desconforto, o procedimento pode trazer alívio imediato.

É importante ressaltar que os resultados não são imediatos. O processo de reabsorção das veias pode levar algumas semanas ou meses, e o acompanhamento pós-tratamento é fundamental para garantir a eficácia. Além disso, o tratamento pode precisar de múltiplas sessões, dependendo da extensão da condição.

A escleroterapia, quando realizada corretamente, é um método seguro e eficaz, proporcionando melhorias funcionais e estéticas.


Anatomia e Fisiologia das Veias

 

O sistema venoso é uma parte essencial do sistema circulatório, responsável por devolver o sangue desoxigenado ao coração. Diferente das artérias, que levam o sangue rico em oxigênio do coração para o corpo, as veias desempenham o papel inverso, transportando o sangue que já passou pelos tecidos de volta aos pulmões para ser reoxigenado. A compreensão da anatomia e fisiologia das veias é crucial para o sucesso de tratamentos como a escleroterapia.

Anatomia do Sistema Venoso

O sistema venoso humano é composto por dois tipos principais de veias:

1.     Veias superficiais: localizam-se logo abaixo da pele e são visíveis em várias partes do corpo, como braços e pernas. Incluem veias como a veia safena magna e a veia safena parva nas pernas, que são comumente afetadas por varizes.

2.     Veias profundas: estão localizadas mais profundamente nos músculos e são responsáveis pela maior parte do retorno venoso ao coração. As veias profundas estão conectadas às veias superficiais através das veias perfurantes, que permitem a passagem de sangue entre os dois sistemas.

As veias são equipadas com válvulas unidirecionais, que auxiliam no fluxo sanguíneo, evitando que o sangue retorne para os pés ou outras extremidades devido à gravidade. Quando essas válvulas funcionam de forma inadequada, pode ocorrer a formação de varizes, levando ao acúmulo de sangue nas veias superficiais.

Funcionamento do Sistema Venoso Superficial e Profundo

O sistema venoso

superficial é responsável por cerca de 10% do retorno de sangue ao coração e, como mencionado, é visível sob a pele. Este sistema é mais suscetível ao desenvolvimento de problemas estéticos, como telangiectasias (vasinhos) e veias varicosas, que frequentemente afetam as pernas devido à pressão gravitacional.

O sistema venoso profundo tem a tarefa de retornar aproximadamente 90% do sangue ao coração, sendo suportado pelos músculos, que comprimem as veias durante a contração, ajudando a bombear o sangue de volta. As veias profundas, no entanto, estão menos propensas a desenvolver varizes, pois são suportadas por estruturas musculares.

As veias perfurantes conectam os dois sistemas, permitindo que o sangue flua das veias superficiais para as profundas. O desequilíbrio nesse fluxo ou a incompetência valvular pode resultar em refluxo, um dos principais mecanismos subjacentes ao desenvolvimento de varizes.

Problemas Venosos Comuns Tratados com Escleroterapia

A escleroterapia é eficaz no tratamento de várias condições venosas que afetam o sistema superficial, incluindo:

1.     Varizes: caracterizam-se por veias dilatadas e tortuosas, visíveis logo abaixo da pele. Elas resultam de falhas nas válvulas venosas, permitindo que o sangue se acumule nas veias superficiais. As varizes podem causar dor, desconforto e, em casos graves, úlceras venosas.

2.     Telangiectasias (vasinhos): são veias finas e vermelhas ou azuladas que aparecem na superfície da pele, geralmente nas pernas e no rosto. Embora sejam principalmente uma questão estética, podem estar associadas a sintomas como queimação ou coceira.

3.     Hemangiomas: são malformações vasculares que podem ser tratadas com escleroterapia. Esses vasos anormais, geralmente localizados superficialmente, podem ser reduzidos ou eliminados com o tratamento adequado.

4.     Veias reticulares: também conhecidas como veias azuis, são veias ligeiramente maiores que os vasinhos, localizadas logo abaixo da pele e frequentemente conectadas às telangiectasias. Elas podem ser tratadas de forma eficaz com escleroterapia, melhorando tanto a estética quanto os sintomas associados.

A escleroterapia atua promovendo o fechamento das veias afetadas, redirecionando o sangue para veias saudáveis e restaurando o funcionamento adequado do sistema venoso. Ao tratar problemas venosos superficiais, ela melhora tanto a aparência estética quanto o conforto do paciente, prevenindo complicações mais graves em longo prazo.

 

Tipos de Veias

Tratadas na Escleroterapia

 

A escleroterapia é amplamente utilizada no tratamento de várias condições venosas, principalmente em veias que apresentam problemas funcionais e estéticos. As veias afetadas por essas condições geralmente fazem parte do sistema venoso superficial, que se encontra logo abaixo da pele. As principais veias e malformações venosas tratadas incluem veias varicosas, veias reticulares, telangiectasias (vasinhos), e hemangiomas.

Veias Varicosas e Veias Reticulares

As veias varicosas são uma das condições mais comuns tratadas com escleroterapia. Elas se desenvolvem quando as válvulas das veias superficiais, que deveriam impedir o fluxo retrógrado do sangue, falham. Isso resulta em um acúmulo de sangue na veia, fazendo com que ela se dilate, fique tortuosa e visível sob a pele. As veias varicosas geralmente ocorrem nas pernas devido à pressão gravitacional e podem causar dor, inchaço, sensação de peso e cansaço nas pernas. Em casos mais avançados, varizes podem levar a complicações, como úlceras venosas e inflamação.

Já as veias reticulares, também chamadas de veias alimentadoras, são veias de calibre médio (2 a 4 mm de diâmetro), localizadas logo abaixo da superfície da pele. Elas são visíveis, de cor azulada ou esverdeada, e costumam alimentar telangiectasias (vasinhos). Embora não sejam tão dilatadas quanto as veias varicosas, as veias reticulares podem ser desconfortáveis e causar sintomas leves. O tratamento dessas veias não só melhora a aparência estética, mas também previne a progressão para condições mais graves.

Telangiectasias (Vasinhos)

As telangiectasias, comumente conhecidas como vasinhos, são pequenas veias dilatadas que aparecem logo abaixo da superfície da pele. Elas têm uma aparência vermelha, azulada ou roxa e geralmente são encontradas nas pernas e no rosto. Embora geralmente sejam assintomáticas, as telangiectasias podem causar desconforto estético, além de sensações de queimação ou coceira em alguns casos.

Esses vasinhos podem surgir devido a vários fatores, como predisposição genética, exposição prolongada ao sol, alterações hormonais (como na gravidez ou menopausa), e até mesmo o envelhecimento natural. Embora as telangiectasias não representem um risco significativo à saúde, muitas pessoas buscam escleroterapia para eliminá-las por motivos estéticos.

Hemangiomas e Malformações Venosas

Os hemangiomas são tumores benignos formados por um crescimento anormal de vasos sanguíneos. Eles podem aparecer na pele

ou em tecidos subjacentes e, muitas vezes, são visíveis como manchas avermelhadas ou arroxeadas. Embora sejam geralmente inofensivos, podem crescer e causar desconforto, problemas funcionais ou estéticos.

As malformações venosas são defeitos congênitos nos vasos sanguíneos, resultando em veias dilatadas e tortuosas que podem estar presentes em várias partes do corpo. Essas malformações podem causar dor, inchaço e desconforto, especialmente quando localizadas em áreas que estão sujeitas à pressão ou fricção.

A escleroterapia é eficaz no tratamento de hemangiomas e malformações venosas menores, induzindo o colapso dos vasos afetados e sua subsequente reabsorção pelo corpo. Isso resulta na redução do volume do hemangioma ou malformação, melhorando a aparência estética e aliviando os sintomas.

Conclusão

Cada tipo de veia tratada com escleroterapia, desde veias varicosas até telangiectasias e hemangiomas, exige uma abordagem individualizada. A escolha da técnica e do esclerosante ideal depende do tipo, tamanho e localização da veia, além das condições específicas de cada paciente. O tratamento adequado pode oferecer não só melhorias estéticas, mas também o alívio de sintomas e a prevenção de complicações futuras.

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