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Gari de Varrição

GARI DE VARRIÇÃO

Introdução à Profissão e Ética no Trabalho 

A Profissão de Gari

  

Introdução

A profissão de gari representa uma das atividades mais essenciais para o funcionamento das cidades. Embora frequentemente invisibilizado, o trabalho do gari é vital para a saúde pública, a organização urbana e a preservação ambiental. Este texto tem como objetivo apresentar uma breve história da profissão no Brasil, bem como refletir sobre seu papel social e os desafios enfrentados por esses profissionais no cotidiano urbano.

História da Profissão no Brasil

O surgimento da profissão de gari no Brasil está diretamente relacionado ao crescimento urbano e à necessidade de organização dos serviços públicos de limpeza. No período colonial e imperial, a coleta de lixo era realizada de maneira rudimentar, muitas vezes sem um sistema centralizado. A responsabilidade pela limpeza das ruas recaía sobre escravizados ou moradores que se organizavam de maneira informal para manter o ambiente limpo.

Foi apenas no final do século XIX, especialmente após a Proclamação da República, que os municípios brasileiros começaram a estruturar serviços públicos de limpeza urbana. A cidade do Rio de Janeiro, então capital do país, foi uma das pioneiras nesse processo, principalmente a partir das reformas urbanas promovidas pelo prefeito Pereira Passos (1902–1906), que visavam modernizar a cidade e higienizá-la, inspiradas nos modelos europeus de saneamento.

O termo "gari" surgiu nessa época em homenagem a Pedro Aleixo Gary, empresário contratado pela prefeitura do Rio de Janeiro no final do século XIX para organizar o serviço de limpeza urbana. A empresa Gary & Companhia foi responsável por padronizar as equipes e introduzir novas práticas de varrição e coleta. Com o tempo, o nome "gari" passou a designar os trabalhadores responsáveis pela varrição das ruas, mesmo após o fim do contrato da empresa com a prefeitura.

A profissionalização e formalização do trabalho dos garis avançaram ao longo do século XX, especialmente com a criação de empresas municipais de limpeza urbana e com a consolidação das leis trabalhistas (CLT) na década de 1940. Ainda assim, a categoria sempre enfrentou estigmas sociais, sendo associada a trabalhos “sujos” ou de baixo prestígio, o que contribuiu para a invisibilização desses profissionais na esfera pública.

O Papel do Gari na Sociedade

O gari exerce um papel fundamental para o funcionamento adequado das cidades. É o profissional responsável por manter a limpeza das vias

públicas, praças, parques e outros espaços de uso comum. Essa atividade não se restringe à estética urbana: ela impacta diretamente a saúde pública, contribuindo para a prevenção de doenças relacionadas ao acúmulo de lixo, como dengue, leptospirose e infecções gastrointestinais.

Além disso, o trabalho do gari influencia diretamente o meio ambiente. A limpeza e a correta destinação dos resíduos sólidos urbanos ajudam a evitar a contaminação do solo e da água, a poluição visual e a proliferação de vetores de doenças. Dessa forma, o gari participa ativamente das políticas de sustentabilidade urbana, mesmo que muitas vezes sem o reconhecimento devido.

Outro aspecto relevante é o papel educador que o gari pode exercer junto à população. Ao interagir com os moradores e comerciantes, ele pode orientar sobre a importância do descarte correto do lixo, do uso de lixeiras e da separação de resíduos recicláveis. Em muitas cidades, campanhas de educação ambiental contam com o apoio direto ou indireto dos garis, que atuam como agentes multiplicadores da consciência ambiental.

No entanto, apesar da relevância social da profissão, os garis enfrentam condições de trabalho frequentemente precárias. A exposição a resíduos perigosos, o esforço físico intenso, o trabalho sob sol e chuva e os baixos salários são desafios constantes. Em algumas situações, também são alvos de preconceito ou desrespeito por parte da população. A valorização da profissão passa não apenas pelo reconhecimento simbólico, mas também por políticas públicas que garantam segurança, dignidade e remuneração justa.

Considerações Finais

A história e o papel do gari demonstram que esta profissão é muito mais do que uma função operacional. Trata-se de um serviço essencial, que sustenta aspectos fundamentais da vida urbana como a saúde, a limpeza, o meio ambiente e a cidadania. Reconhecer e valorizar o trabalho dos garis é um passo necessário para uma sociedade mais justa, solidária e consciente.

Referências

· BRASIL. Consolidação das Leis do Trabalho – CLT. Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943.

· COSTA, Ricardo Tavares. História da limpeza urbana no Brasil. São Paulo: Edusp, 2010.

· PEREIRA, Carlos Alberto Messeder. “Trabalho e invisibilidade: o caso dos garis”. Revista Brasileira de Ciências Sociais, vol. 22, n. 63, 2007.

· RIBEIRO, Lúcia. Cidade limpa: uma história da limpeza urbana no Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro, 2004.

· SANTOS, Milton. O espaço dividido: os dois

circuitos da economia urbana dos países subdesenvolvidos. São Paulo: Nobel, 2008.


Tipos de Serviços Realizados por Garis: Varrição, Coleta, Capina e Outros

 

Introdução

Os profissionais de limpeza urbana, conhecidos popularmente como garis, desempenham um papel essencial nas cidades modernas. Responsáveis por manter a limpeza, a higiene e o bom funcionamento dos espaços públicos, os garis exercem diversas atividades que vão além da varrição das vias. Os serviços executados por esses trabalhadores contribuem diretamente para a saúde pública, a segurança viária, a preservação ambiental e a qualidade de vida dos cidadãos. Este texto apresenta os principais tipos de serviços realizados por garis, com foco na varrição, coleta de resíduos, capina, raspagem, limpeza de bocas de lobo, entre outros.

Varrição

A varrição é uma das atividades mais tradicionais e visíveis realizadas pelos garis. Ela consiste na remoção de resíduos sólidos das vias públicas, calçadas, praças e outros espaços de uso comum. A varrição pode ser manual ou mecanizada. A varrição manual é feita com vassouras, pás e carrinhos, enquanto a mecanizada utiliza veículos especializados que aspiram ou recolhem os resíduos.

Esse serviço é fundamental para evitar o acúmulo de lixo nas ruas, o que pode causar entupimentos em bueiros, proliferação de insetos e roedores, mau cheiro e poluição visual. A frequência da varrição varia conforme o local e o volume de pessoas e veículos, sendo mais intensa em áreas comerciais e turísticas.

Segundo Costa (2010), a varrição regular contribui significativamente para a redução de doenças transmitidas por vetores urbanos, como a dengue, a leptospirose e a chikungunya. Além disso, o trabalho do gari é importante para manter a boa imagem da cidade, especialmente em centros históricos e regiões de grande circulação.

Coleta de Resíduos

Outro serviço essencial realizado por garis é a coleta de resíduos sólidos urbanos. Essa atividade inclui a coleta domiciliar (resíduos orgânicos e recicláveis), coleta seletiva, coleta de grandes volumes (entulhos e móveis) e, em algumas localidades, coleta hospitalar e industrial, embora essas últimas geralmente sejam especializadas.

A coleta pode ser feita manualmente, com os garis recolhendo os sacos de lixo e depositando-os em caminhões compactadores, ou por meio de sistemas mecanizados. A coleta eficiente é crucial para evitar o acúmulo de lixo nas calçadas, que pode causar riscos à saúde pública e ao meio ambiente.

De acordo com a Associação

Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe, 2022), o Brasil ainda enfrenta desafios no gerenciamento dos resíduos sólidos, com altos índices de descarte irregular. Nesse contexto, os garis são peças-chave na operacionalização das políticas públicas de resíduos e na orientação da população quanto ao descarte correto.

Capina e Raspagem

A capina é o serviço de remoção de vegetação indesejada, como mato e ervas daninhas, que crescem nas calçadas, meios-fios e praças. A capina pode ser manual, com o uso de enxadas, foices e rastelos, ou química, com o uso de herbicidas (cujo uso está cada vez mais restrito por questões ambientais).

A raspagem, por sua vez, é a remoção de terra, lama ou detritos acumulados nas sarjetas e calçadas, especialmente após chuvas fortes ou em regiões com obras. Essas atividades são fundamentais para a conservação dos espaços públicos e prevenção de acidentes, pois evitam escorregões e obstruções.

Além da estética urbana, a capina e a raspagem também contribuem para o controle de pragas e insetos, e previnem o entupimento de galerias pluviais. Segundo Ribeiro (2004), a negligência nesses serviços pode provocar alagamentos e danos à infraestrutura urbana.

Limpeza de Bocas de Lobo e Canais

Os garis também são responsáveis, em muitos municípios, pela limpeza de bocas de lobo, que são dispositivos de drenagem das águas das chuvas. Esse trabalho envolve a remoção de detritos, folhas, embalagens e outros resíduos que se acumulam e podem impedir o escoamento da água.

Em áreas sujeitas a alagamentos, esse serviço é vital para o bom funcionamento do sistema de drenagem urbana. A limpeza de canais e galerias pluviais, embora geralmente executada por equipes específicas, também pode contar com o apoio dos garis.

Essas atividades exigem cuidado e uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), como luvas, botas, máscaras e roupas impermeáveis, dada a exposição a agentes biológicos e materiais cortantes.

Serviços Complementares

Outros serviços realizados por garis incluem:

· Lavagem de ruas e calçadas, com uso de caminhões-pipa e detergentes;

· Coleta de feiras livres, que envolve a limpeza rápida após o encerramento das atividades;

· Serviços em eventos e grandes aglomerações públicas, como shows, festas populares e eventos esportivos;

· Distribuição de materiais informativos sobre reciclagem e descarte correto de resíduos, em campanhas educativas promovidas por prefeituras e empresas de limpeza urbana.

Considerações Finais

Os

diversos serviços realizados pelos garis são fundamentais para o funcionamento das cidades. Seja na varrição das ruas, na coleta de resíduos ou na capina de calçadas, esses profissionais garantem um ambiente urbano mais limpo, seguro e saudável. Apesar disso, ainda enfrentam desafios relacionados à valorização profissional, reconhecimento social e condições de trabalho.

A qualificação, o fornecimento adequado de EPIs, a valorização salarial e o respeito por parte da sociedade são aspectos essenciais para assegurar que esses profissionais continuem desempenhando suas funções com dignidade e segurança.

Referências

· ABRELPE – Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais. Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil 2022. São Paulo: Abrelpe, 2022.

· COSTA, Ricardo Tavares. História da limpeza urbana no Brasil. São Paulo: Edusp, 2010.

· RIBEIRO, Lúcia. Cidade limpa: uma história da limpeza urbana no Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: Prefeitura do Rio de Janeiro, 2004.

· SANTOS, Milton. O espaço dividido: os dois circuitos da economia urbana dos países subdesenvolvidos. São Paulo: Nobel, 2008.

· SILVA, Carlos Eduardo. “Serviços de limpeza urbana e saúde pública: uma relação negligenciada”. Revista de Saúde Ambiental, vol. 13, n. 2, 2018.


Ética, Cidadania e Postura Profissional: Fundamentos para o Trabalho de Qualidade

 

Introdução

No contexto profissional contemporâneo, especialmente em funções que envolvem o espaço público e o contato direto com a sociedade, como o trabalho dos garis, os princípios de ética, cidadania e postura profissional são elementos essenciais. Tais princípios não apenas garantem a eficiência e a segurança no desempenho das funções, mas também promovem o respeito mútuo, a valorização do trabalho e a harmonia nas relações humanas. Este texto discute a importância do comportamento adequado no ambiente de trabalho, o respeito às normas institucionais e a convivência com a equipe, além da abordagem e do atendimento à população.

Comportamento no Ambiente de Trabalho

O comportamento profissional adequado é um dos pilares da boa convivência e da produtividade no trabalho. No caso dos garis, esse comportamento está diretamente relacionado à imagem da equipe de limpeza urbana perante a população, já que seu trabalho é realizado em locais públicos e altamente visíveis.

Um bom comportamento inclui pontualidade, assiduidade, responsabilidade no cumprimento das tarefas, zelo pelos equipamentos e respeito pelas normas da instituição. Também

envolve atitudes proativas, como a disposição para ajudar colegas, o cuidado com a segurança e o compromisso com a qualidade do serviço prestado.

Segundo Chiavenato (2014), o comportamento no ambiente de trabalho reflete os valores pessoais e profissionais do indivíduo e é fator determinante para o clima organizacional. Assim, ações como evitar conflitos, manter uma postura respeitosa e cumprir as orientações da liderança são atitudes essenciais para garantir a ordem e a cooperação entre os trabalhadores.

Respeito às Normas e Convivência com a Equipe

O respeito às normas internas da organização é um componente fundamental da ética profissional. As regras e procedimentos estabelecidos visam assegurar a segurança, a produtividade e a harmonia no ambiente de trabalho. Isso inclui o uso correto de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), o cumprimento de escalas e horários, e a adoção de boas práticas operacionais.

Além do cumprimento das normas, a convivência respeitosa com os colegas de equipe é indispensável. O trabalho em grupo exige comunicação clara, empatia, tolerância e colaboração. O gari, como parte de uma equipe de limpeza urbana, precisa desenvolver a capacidade de lidar com diferenças de opinião, dividir tarefas de maneira equilibrada e manter um ambiente saudável.

De acordo com Oliveira (2017), ambientes de trabalho que promovem o respeito mútuo e a cooperação entre os trabalhadores tendem a apresentar maior engajamento, menos rotatividade e melhor desempenho coletivo. A convivência saudável reduz o estresse e melhora a qualidade de vida no trabalho, o que impacta diretamente na eficiência das equipes.

Atendimento e Abordagem à População

Uma das características marcantes da atuação dos garis é a interação com a população. Mesmo que essa interação não seja o foco principal da função, ela ocorre frequentemente nas ruas, praças, feiras e eventos públicos. Por isso, a abordagem respeitosa, cordial e profissional é fundamental.

A forma como o trabalhador se comunica com o público influencia na percepção social da sua profissão. Ser educado, ouvir com atenção e responder de forma clara e respeitosa são práticas que demonstram profissionalismo e contribuem para a valorização da categoria.

É importante também saber lidar com críticas, reclamações ou situações de conflito de forma equilibrada e sem agressividade. Conforme destaca Cortella (2011), a ética no atendimento está relacionada à dignidade do outro: tratar bem o cidadão é reconhecer sua importância,

mesmo que ele esteja em desacordo com algo.

Além disso, o gari pode exercer um papel educativo, orientando a população sobre práticas adequadas de descarte de lixo, separação de resíduos e cuidados com o espaço público. Essas ações reforçam o caráter cidadão do trabalho e promovem uma cultura de respeito e responsabilidade coletiva.

Ética e Cidadania como Fundamentos do Trabalho

A ética profissional está relacionada ao conjunto de valores que orientam as ações no ambiente de trabalho. Ela envolve honestidade, justiça, integridade e compromisso com o bem coletivo. No contexto da limpeza urbana, esses princípios são essenciais, pois o gari lida com bens públicos e presta um serviço que afeta diretamente a qualidade de vida da população.

Já a cidadania refere-se ao exercício consciente dos direitos e deveres na sociedade. Um gari cidadão é aquele que compreende sua importância social, respeita os outros e contribui ativamente para o bem-estar da comunidade. Ao mesmo tempo, deve ser respeitado, valorizado e incluído nas políticas públicas e sociais.

Como afirma Bobbio (2004), uma sociedade justa é aquela que reconhece a dignidade de todos os trabalhadores, independentemente da função que exercem. Assim, promover a ética e a cidadania entre os garis é também promover a justiça e a igualdade social.

Considerações Finais

O trabalho do gari, embora muitas vezes invisibilizado, é de extrema importância para a sociedade. Para que esse trabalho seja realizado com excelência, é fundamental que os profissionais adotem uma postura ética, cidadã e profissional. O comportamento adequado, o respeito às normas, a convivência harmoniosa com a equipe e o bom atendimento à população são práticas que valorizam o profissional, fortalecem a equipe e promovem o respeito à profissão.

Investir na formação ética dos garis é uma forma de fortalecer o serviço público, melhorar a convivência urbana e construir cidades mais humanas e conscientes.

Referências

· BOBBIO, Norberto. Igualdade e liberdade. São Paulo: Editora Unesp, 2004.

· CHIAVENATO, Idalberto. Gestão de pessoas: o novo papel dos recursos humanos nas organizações. Rio de Janeiro: Elsevier, 2014.

· CORTELLA, Mario Sergio. Qual é a tua obra? Inquietações propositivas sobre gestão, liderança e ética. Petrópolis: Vozes, 2011.

· OLIVEIRA, Denise M. de. Ética e comportamento organizacional. São Paulo: Atlas, 2017.

· RAMOS, Alberto Guerreiro. A nova ciência das organizações. Rio de Janeiro: FGV Editora, 2010.


Direitos e Deveres do Trabalhador

 

Introdução

A relação entre empregador e empregado é regida por um conjunto de normas que visam garantir a justiça, a dignidade e a proteção das partes envolvidas. No Brasil, os direitos e deveres dos trabalhadores são regulamentados principalmente pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), que estabelece condições mínimas para o exercício da atividade laboral. Além da legislação, a conduta ética e responsável do trabalhador é essencial para o bom desempenho de suas funções e para o funcionamento harmonioso das organizações. Este texto aborda os principais direitos trabalhistas, os deveres e responsabilidades do trabalhador e a relevância da pontualidade e da assiduidade no ambiente profissional.

Direitos Trabalhistas

Consolidação das Leis do Trabalho (CLT)

A CLT, instituída pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943, é o principal instrumento normativo que regula as relações de trabalho no Brasil. Ela assegura aos trabalhadores uma série de direitos fundamentais, como:

· Registro em carteira de trabalho;

· Salário mínimo legal;

· Jornada de trabalho de até 8 horas diárias ou 44 horas semanais;

· Descanso semanal remunerado;

· Férias anuais com adicional de um terço;

· Licença maternidade e paternidade;

· Aviso prévio proporcional;

· Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS);

· 13º salário;

· Seguro-desemprego.

Esses direitos visam proteger o trabalhador e promover condições mínimas de dignidade e segurança no trabalho. Sua aplicação é obrigatória para todas as empresas e instituições públicas ou privadas que mantêm vínculos empregatícios formais.

Equipamentos de Proteção Individual (EPI)

Um direito fundamental do trabalhador, especialmente em atividades operacionais como a dos garis, é o fornecimento gratuito de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs). Conforme previsto na Norma Regulamentadora nº 6 do Ministério do Trabalho (NR-6), os EPIs são indispensáveis para a segurança e saúde do trabalhador, devendo ser fornecidos em perfeito estado de conservação.

Entre os EPIs comuns para trabalhadores da limpeza urbana estão: luvas, botas, máscaras, óculos de proteção, protetores auriculares e vestimentas especiais. A empresa é responsável pelo fornecimento, orientação sobre o uso correto e substituição dos equipamentos danificados. O trabalhador, por sua vez, tem o dever de utilizá-los corretamente, preservando sua integridade física.

Jornada de Trabalho

A jornada de trabalho padrão, segundo a CLT, é de até 8 horas por dia e 44 horas por semana. O que exceder esse

limite caracteriza-se como hora extra, que deve ser remunerada com acréscimo mínimo de 50% sobre o valor da hora normal (Art. 59, CLT).

O controle da jornada é uma forma de preservar a saúde física e mental do trabalhador. Intervalos para descanso e alimentação, bem como o repouso semanal remunerado, também são garantidos por lei. Em atividades insalubres ou perigosas, o tempo máximo de exposição pode ser ainda mais restrito, conforme regulamentações específicas.

Deveres e Responsabilidades do Trabalhador

A legislação não apenas protege, mas também estabelece deveres que o trabalhador deve cumprir para manter uma relação de trabalho ética e eficiente. Entre os principais deveres, destacam-se:

· Cumprir com assiduidade e pontualidade os horários estabelecidos;

· Executar as tarefas com zelo e responsabilidade;

· Respeitar superiores, colegas e normas da empresa;

· Utilizar adequadamente os equipamentos e ferramentas de trabalho;

· Seguir as instruções de segurança e utilizar os EPIs fornecidos;

· Manter a confidencialidade das informações da empresa;

· Comunicar imediatamente qualquer situação de risco, acidente ou irregularidade.

Segundo Oliveira (2015), o comprometimento com as responsabilidades atribuídas é um fator determinante para a construção de uma carreira sólida e para o fortalecimento do ambiente de trabalho saudável e produtivo.

Importância da Pontualidade e Assiduidade

A pontualidade e a assiduidade são qualidades valorizadas em qualquer profissão. Ser pontual significa respeitar os horários definidos para o início das atividades, reuniões e demais compromissos laborais. Já a assiduidade diz respeito à presença constante no trabalho, sem faltas injustificadas.

Essas qualidades demonstram respeito pela empresa, pelos colegas de trabalho e pelas normas organizacionais. Além disso, são fundamentais para o bom funcionamento das equipes e para o cumprimento das metas e prazos. A ausência frequente ou os atrasos reiterados podem comprometer a operação do serviço, gerar sobrecarga para outros colaboradores e até mesmo ocasionar advertências e penalizações.

Conforme Chiavenato (2014), a disciplina no ambiente de trabalho é elemento essencial para a organização e a produtividade, sendo a pontualidade uma manifestação concreta desse comportamento disciplinado.

Trabalhadores que apresentam altos índices de presença e regularidade tendem a conquistar a confiança da liderança, ter mais oportunidades de crescimento e servir como exemplo para os demais colegas.

Considerações

Finais

O equilíbrio entre os direitos e deveres é fundamental para a construção de relações de trabalho justas, saudáveis e produtivas. Os trabalhadores têm direito a condições dignas de trabalho, proteção legal e segurança, mas também devem cumprir seus deveres com responsabilidade, respeito e profissionalismo.

A correta aplicação da CLT, o uso dos EPIs, a observância da jornada de trabalho, o cumprimento das normas da empresa, e a valorização da pontualidade e da assiduidade são aspectos centrais de uma postura profissional comprometida com o desenvolvimento pessoal e coletivo.

Promover a educação trabalhista e a conscientização dos direitos e deveres contribui para um ambiente de trabalho mais justo, humano e eficiente, favorecendo tanto os trabalhadores quanto as organizações.

Referências

· BRASIL. Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943. Aprova a Consolidação das Leis do Trabalho. Disponível em: https://www.planalto.gov.br.

· BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. Norma Regulamentadora nº 6 (NR-6) – Equipamentos de Proteção Individual.

· CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à Teoria Geral da Administração. 8. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2014.

· OLIVEIRA, Denise M. de. Ética e comportamento organizacional. São Paulo: Atlas, 2015.

· VASCONCELLOS, Marco Aurélio. Direito do Trabalho: teoria e prática. São Paulo: Saraiva, 2016.

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