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Básico em Malária na Atenção Primária à saúde

 BÁSICO EM MALÁRIA NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE

 

Prevenção e Controle 

Prevenção da Malária

 

A prevenção da malária é essencial para reduzir a incidência e a mortalidade da doença, especialmente em áreas endêmicas. As estratégias incluem a proteção individual, o controle do vetor e a conscientização das comunidades. Essas ações combinadas são fundamentais para interromper o ciclo de transmissão.

Uso de Mosquiteiros e Repelentes

Os mosquiteiros e os repelentes são medidas eficazes para a proteção individual contra a picada de mosquitos infectados.

1.     Mosquiteiros Tratados com Inseticidas (MTI):

o    Protegem contra a picada de mosquitos durante a noite, quando o Anopheles é mais ativo.

o    São impregnados com inseticidas de longa duração, que matam os mosquitos ao entrarem em contato com o material.

o    Benefícios:

§  Reduzem significativamente o risco de infecção.

§  São eficazes tanto para proteger o indivíduo quanto para reduzir a densidade de mosquitos na comunidade.

o    Uso correto:

§  Devem ser mantidos intactos, livres de rasgos e lavados conforme as instruções do fabricante para manter sua eficácia.

2.     Repelentes:

o    Cremes ou sprays à base de DEET, picaridina ou óleo de eucalipto-limão são eficazes para evitar picadas.

o    Uso especialmente recomendado durante atividades ao ar livre ou em horários de pico da atividade do vetor (início da noite e ao amanhecer).

Estratégias de Controle do Vetor (Anopheles)

O controle do vetor é um dos pilares da prevenção da malária, focando na redução da população de mosquitos em áreas endêmicas.

1.     Pulverização Residual Intradomiciliar (PRI):

o    Aplicação de inseticidas nas paredes internas das casas, onde os mosquitos costumam descansar.

o    Benefícios:

§  Mata os mosquitos em contato com as superfícies tratadas.

§  Oferece proteção prolongada quando realizada regularmente.

2.     Eliminação de Criadouros:

o    Identificação e remoção de locais com água parada ou de fluxo lento, que servem como criadouros para os mosquitos Anopheles.

o    Exemplos:

§  Drenagem de poças e áreas alagadas.

§  Manutenção de caixas d'água cobertas.

§  Tratamento de reservatórios com larvicidas seguros.

3.     Introdução de Predadores Naturais:

o    Uso de peixes larvófagos, como o peixe-gambusia, que se alimentam das larvas de mosquitos em reservatórios de água.

4.     Uso de Tecnologias Inovadoras:

o    Armadilhas para capturar mosquitos.

o    Técnicas de esterilização de

mosquitos machos, reduzindo sua capacidade de reprodução.

Educação em Saúde para a Comunidade

A conscientização das comunidades é essencial para a eficácia das estratégias preventivas. A educação em saúde deve:

1.     Promover o Conhecimento sobre a Malária:

o    Informar a população sobre os modos de transmissão, os sinais e sintomas e as formas de prevenção.

o    Destacar a importância do diagnóstico precoce e do tratamento adequado.

2.     Envolver a Comunidade no Controle Vetorial:

o    Incentivar a participação em campanhas de eliminação de criadouros.

o    Estimular o uso correto de mosquiteiros e repelentes.

3.     Apoiar Mudanças Comportamentais:

o    Reduzir a exposição ao vetor, como evitar atividades ao ar livre nos horários de maior atividade do mosquito.

o    Promover o uso de roupas longas e claras, que oferecem proteção adicional.

4.     Divulgar Campanhas de Saúde Pública:

o    Reforçar o papel da imunização e das campanhas de pulverização em massa em áreas endêmicas.

o    Informar sobre a distribuição gratuita de mosquiteiros e outros insumos preventivos.

A prevenção da malária é uma responsabilidade compartilhada entre governos, profissionais de saúde e comunidades. Combinando proteção individual, controle do vetor e educação em saúde, é possível reduzir significativamente os casos de malária e salvar vidas em regiões endêmicas.


Vigilância Epidemiológica da Malária

 

A vigilância epidemiológica é uma ferramenta essencial no controle e erradicação da malária. Ela permite o monitoramento sistemático de casos e surtos, a análise de dados em tempo real e a implementação de ações rápidas para interromper a transmissão e prevenir novos casos.

Monitoramento de Casos e Surtos

O monitoramento contínuo é o primeiro passo para compreender o comportamento da malária em uma região e agir de forma proativa. Os principais objetivos incluem:

1.     Identificação de Casos:

o    Diagnóstico precoce e registro dos casos confirmados para compreender os padrões de transmissão.

o    Diferenciação entre infecções locais e importadas para identificar áreas de maior risco.

2.     Rastreamento de Surtos:

o    Identificação de aumentos incomuns no número de casos em uma região.

o    Investigação das causas, como falhas no controle vetorial ou mudanças ambientais.

3.     Análise de Dados:

o    Utilização de ferramentas epidemiológicas para mapear áreas de risco.

o    Monitoramento de tendências ao longo do tempo para planejar

intervenções direcionadas.

4.     Avaliação de Intervenções:

o    Verificação da eficácia das estratégias de controle, como pulverização de inseticidas e distribuição de mosquiteiros tratados.

Notificação de Casos de Malária

A notificação de casos é uma das bases da vigilância epidemiológica, pois permite a criação de bancos de dados confiáveis e a resposta rápida a surtos.

1.     Sistema de Notificação:

o    Todos os casos confirmados de malária devem ser notificados às autoridades de saúde pública de forma padronizada e imediata.

o    A notificação inclui informações detalhadas sobre o paciente (idade, sexo, local de residência), a espécie do Plasmodium, a forma clínica da doença e o tratamento realizado.

2.     Ferramentas de Registro:

o    Sistemas eletrônicos de informações de saúde são amplamente utilizados para registrar e monitorar casos em tempo real.

o    Em áreas remotas, a notificação pode ser feita por meio de formulários manuais, que são posteriormente integrados ao sistema eletrônico.

3.     Importância da Notificação:

o    Auxilia na identificação de áreas prioritárias para ações de controle.

o    Facilita a alocação de recursos para áreas com maior incidência.

o    Permite o cálculo de indicadores epidemiológicos, como incidência, mortalidade e taxa de casos graves.

Papel da Vigilância na Erradicação

A vigilância epidemiológica é fundamental para alcançar a erradicação da malária, pois permite ações direcionadas e sustentáveis. Seus principais papéis incluem:

1.     Interrupção da Transmissão:

o    Identificar rapidamente novos casos e iniciar o tratamento para eliminar a carga parasitária.

o    Monitorar áreas onde a transmissão foi interrompida para evitar reintroduções.

2.     Mapeamento de Áreas Endêmicas:

o    A vigilância ajuda a determinar onde o controle do vetor e a prevenção devem ser intensificados.

3.     Prevenção de Recaídas:

o    Em infecções por P. vivax e P. ovale, rastrear e tratar casos com hipnozoítos para prevenir recorrências.

4.     Identificação de Resistência:

o    A vigilância detecta precocemente sinais de resistência do Plasmodium a medicamentos e do mosquito aos inseticidas, permitindo ajustes nos protocolos de controle.

5.     Educação e Conscientização:

o    A coleta e análise de dados pela vigilância são usados para informar campanhas de educação em saúde, promovendo o engajamento das comunidades.

6.     Integração Global:

o    A vigilância epidemiológica permite a troca de

informações entre países e regiões, essencial para estratégias coordenadas de erradicação.

A vigilância epidemiológica é um componente essencial dos programas de controle e erradicação da malária. Com sistemas robustos de monitoramento, notificação e análise, é possível antecipar surtos, implementar ações eficazes e, eventualmente, alcançar um mundo livre de malária.


Ações na Atenção Primária à Saúde para o Combate à Malária

 

A atenção primária à saúde desempenha um papel fundamental no enfrentamento da malária, especialmente em áreas endêmicas. Como ponto de contato inicial entre o paciente e o sistema de saúde, a atenção primária é responsável por ações de diagnóstico, tratamento, prevenção e educação comunitária, contribuindo significativamente para a redução da morbidade e mortalidade.

Acolhimento e Atendimento ao Paciente com Suspeita de Malária

O acolhimento de pacientes na atenção primária deve ser ágil e humanizado, garantindo o acesso rápido ao diagnóstico e tratamento. As principais ações incluem:

1.     Identificação de Casos Suspeitos:

o    Realizar triagem baseada nos sinais e sintomas típicos, como febre intermitente, calafrios, sudorese, cefaleia e fadiga.

o    Considerar o histórico de viagem ou residência em áreas endêmicas.

2.     Diagnóstico Precoce:

o    Coleta de amostras para exames laboratoriais, como a gota espessa ou teste rápido, confirmando a presença do Plasmodium e identificando a espécie.

3.     Início Imediato do Tratamento:

o    Para casos confirmados, iniciar o tratamento antimalárico de acordo com os protocolos clínicos locais.

o    Garantir que o paciente receba orientação sobre a adesão ao tratamento completo para evitar recaídas ou resistência.

4.     Encaminhamento de Casos Graves:

o    Identificar sinais de alerta, como confusão mental, dificuldade respiratória e anemia severa, e encaminhar imediatamente para unidades de maior complexidade.

Promoção de Campanhas de Prevenção na Comunidade

A prevenção é um dos pilares do controle da malária, e a atenção primária tem um papel estratégico na mobilização comunitária e disseminação de informações.

1.     Educação em Saúde:

o    Promover palestras, rodas de conversa e materiais educativos sobre os modos de transmissão, sinais e sintomas e formas de prevenção.

o    Informar sobre o uso correto de mosquiteiros impregnados com inseticida e repelentes.

2.     Campanhas de Controle Vetorial:

o    Envolver a comunidade em ações para eliminação de

criadouros do mosquito Anopheles, como drenagem de áreas alagadas e limpeza de ambientes.

3.     Distribuição de Insumos Preventivos:

o    Organizar campanhas para a entrega gratuita de mosquiteiros, repelentes e outros materiais preventivos em áreas vulneráveis.

4.     Parcerias Comunitárias:

o    Trabalhar com escolas, associações comunitárias e líderes locais para amplificar o alcance das mensagens de prevenção.

Papel dos Agentes Comunitários de Saúde no Combate à Malária

Os agentes comunitários de saúde (ACS) são fundamentais para levar as ações de combate à malária diretamente às comunidades, especialmente em áreas remotas.

1.     Educação e Conscientização:

o    Os ACS são responsáveis por educar a população sobre a importância da prevenção, como o uso de mosquiteiros e a eliminação de criadouros.

o    Ajudam a desmistificar a malária, incentivando a busca por atendimento precoce.

2.     Identificação de Casos:

o    Realizam visitas domiciliares para identificar precocemente pessoas com sintomas suspeitos e encaminhá-las às unidades de saúde.

o    Monitoram pacientes em tratamento, garantindo a adesão e a conclusão da terapia.

3.     Vigilância Epidemiológica:

o    Os ACS colaboram na notificação de casos suspeitos, ajudando no mapeamento das áreas mais afetadas.

o    Contribuem para o rastreamento de surtos e na coleta de informações essenciais para o planejamento de ações.

4.     Distribuição de Insumos:

o    Participam na entrega de materiais preventivos, como mosquiteiros tratados com inseticida, diretamente às famílias.

5.     Articulação com a Comunidade:

o    Atuam como ponte entre as comunidades e os serviços de saúde, promovendo um diálogo contínuo e fortalecendo a confiança da população no sistema.

A atenção primária, com foco no acolhimento, prevenção e atuação comunitária, é a base para o combate efetivo à malária. Fortalecer essas ações é essencial para reduzir a incidência da doença, proteger as populações mais vulneráveis e promover um futuro livre de malária.

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