LEITURA E
INTERPRETAÇÃO DE
PROJETOS ELÉTRICOS
Simbologia e Diagramas Elétricos
Simbologia
Elétrica
A simbologia elétrica é a linguagem gráfica utilizada na elaboração de projetos elétricos para representar de forma padronizada os diversos componentes de uma instalação. Por meio de símbolos técnicos, o projetista transmite informações essenciais como a localização e a função de tomadas, interruptores, luminárias, eletrodutos, quadros de distribuição e condutores. O uso correto da simbologia é fundamental para garantir a clareza, a uniformidade e a compreensão dos projetos por todos os profissionais envolvidos na obra, desde o planejamento até a execução e a manutenção.
1. Símbolos Gráficos Normalizados
Os símbolos gráficos utilizados nos projetos elétricos seguem normas
técnicas específicas que asseguram a padronização e a legibilidade dos
desenhos. No Brasil, a principal norma de referência é a ABNT NBR 5444 –
Símbolos gráficos para instalações elétricas prediais e similares, que
define a representação dos elementos mais comuns encontrados em edificações.
a) Tomadas
As tomadas são representadas por círculos ou semicírculos com traços internos que indicam sua função e características. Exemplos incluem:
b) Interruptores
Os interruptores possuem representação variada conforme seu tipo:
c) Luminárias
As luminárias são geralmente indicadas por pequenos círculos ou
elipses, com variações conforme o tipo de luminária:
Esses símbolos devem estar acompanhados por legendas explicativas, facilitando a interpretação e a identificação dos dispositivos no campo.
2. Convenções Gráficas
Além dos símbolos específicos de dispositivos, os projetos elétricos
utilizam convenções gráficas que indicam como os condutores, eletrodutos
e quadros devem ser representados. Essas convenções garantem uma linguagem
visual uniforme, facilitando a comunicação técnica entre projetistas e
executores.
a) Representação de Eletrodutos
Os eletrodutos, que abrigam os condutores, são representados por
linhas contínuas ou tracejadas, dependendo do tipo de instalação:
A rota dos eletrodutos na planta deve ser clara e objetiva, evitando
cruzamentos desnecessários e facilitando a execução no campo.
b) Representação de Condutores
Os condutores elétricos são, em geral, representados nos diagramas
unifilares ou multifilares. No desenho da planta baixa, os condutores são
implicitamente indicados pelas ligações entre os dispositivos (ex:
interruptor-lâmpada), mas seus detalhes técnicos são descritos no memorial
descritivo ou nos diagramas específicos.
É comum a utilização de letras para indicar o tipo de condutor:
As cores padrão também são importantes para identificação em campo: preto
ou vermelho para fase, azul claro para neutro, verde ou verde-amarelo para o
condutor de proteção.
c) Representação de Quadros de Distribuição
Os quadros de distribuição são representados por um retângulo, com
indicação da entrada de alimentação e saída para os circuitos. Dentro do
projeto, o quadro deve ter uma identificação (QDC – Quadro de Distribuição de
Circuitos, por exemplo) e ser ligado aos demais pontos por meio dos
eletrodutos.
A localização do quadro deve seguir critérios de acessibilidade, segurança e facilidade de manutenção. Os circuitos que dele partem devem ser claramente identificados na planta e no quadro de cargas.
3. Aplicação da Simbologia na Leitura de Projetos
A correta leitura da simbologia elétrica é essencial para a interpretação precisa do projeto. Isso garante que os pontos elétricos sejam instalados nos locais planejados, os circuitos sejam respeitados, e os dispositivos sejam aplicados conforme suas funções técnicas e
operacionais.
Na leitura de uma planta elétrica, o profissional deve identificar:
O domínio da simbologia também facilita a execução conforme o projeto e
reduz falhas ou improvisações no canteiro de obras. Uma leitura incorreta pode
levar à instalação de dispositivos inadequados, sobrecarga de circuitos ou até
riscos à segurança dos usuários.
De acordo com Vargas (2020), a padronização dos símbolos é uma ferramenta de comunicação universal entre os profissionais da área elétrica, permitindo que técnicos de diferentes regiões, formações ou experiências compreendam e executem um projeto com fidelidade e segurança.
Considerações Finais
A simbologia elétrica é um dos pilares fundamentais para o
desenvolvimento e a execução de projetos elétricos. Seu conhecimento é
indispensável para projetistas, técnicos, eletricistas e todos os profissionais
envolvidos na área de instalações. Ao utilizar símbolos gráficos normalizados e
convenções adequadas, o projeto se torna mais claro, eficiente e seguro, além
de estar em conformidade com as normas técnicas vigentes.
Aprender a identificar, aplicar e interpretar corretamente os símbolos e convenções gráficas é, portanto, uma etapa essencial no processo de formação técnica em elétrica. Esse conhecimento não apenas viabiliza a leitura de projetos como também contribui diretamente para a qualidade e a confiabilidade das instalações.
Referências Bibliográficas
ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 5444: Símbolos
gráficos para instalações elétricas prediais e similares. Rio de Janeiro,
2004.
ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 5410: Instalações
elétricas de baixa tensão. Rio de Janeiro, 2004.
OLIVEIRA, João C.; MACHADO, André L. Instalações Elétricas
Residenciais: Projeto, Execução e Manutenção. São Paulo: Érica, 2019.
SOUZA, Carlos A.; TEIXEIRA, Marcos F. Projetos Elétricos – Fundamentos
e Aplicações. Rio de Janeiro: LTC, 2017.
VARGAS, Paulo H. Leitura e Interpretação de Projetos Elétricos.
São Paulo: Editora Senai-SP, 2020.
DIFERENÇA
ENTRE SIMBOLOGIA UNIFILAR E
MULTIFILAR
EM PROJETOS ELÉTRICOS
A representação gráfica das instalações elétricas é essencial para a correta elaboração, execução e manutenção dos sistemas elétricos.
No campo da simbologia aplicada aos projetos, destacam-se duas formas principais de representação dos circuitos: os diagramas unifilares e os diagramas multifilares. Cada um deles possui características, objetivos e aplicações distintas, devendo ser escolhidos conforme a complexidade do projeto e o nível de detalhamento necessário. Compreender suas diferenças é fundamental para todos os profissionais envolvidos na área de elétrica.
1. Conceito de Diagrama Unifilar
O diagrama unifilar, também chamado de esquema unifilar, é
uma representação simplificada dos circuitos elétricos, na qual cada circuito é
representado por uma única linha, independentemente da quantidade real de
condutores presentes.
Nesse tipo de diagrama, os componentes como disjuntores, cargas,
dispositivos de proteção, quadros de distribuição e transformadores são
indicados com seus respectivos símbolos normalizados. Os condutores (fases,
neutro e terra) são representados de forma resumida em uma única linha por
circuito, e suas características — como bitola, tipo e quantidade — são
descritas por meio de anotações técnicas ao lado da linha.
A norma ABNT NBR 8190 orienta a elaboração de diagramas elétricos e recomenda o uso do unifilar para representar sistemas de baixa e média tensão com maior clareza e objetividade, especialmente em projetos prediais e comerciais.
Vantagens do diagrama unifilar:
Contudo, por ser uma representação simplificada, o diagrama unifilar não mostra a conexão real de cada condutor individualmente, nem os detalhes de ligação entre as fases e os pontos de consumo.
2. Conceito de Diagrama Multifilar
O diagrama multifilar, ou esquema multifilar, representa o
circuito elétrico com todas as ligações físicas entre os condutores.
Nesse tipo de diagrama, cada fio (fase, neutro e terra) é desenhado
separadamente, com as conexões representadas de forma explícita e individual.
Esse modelo é mais completo e detalhado, sendo amplamente utilizado em
sistemas industriais, painéis de comando, quadros de automação e instalações
complexas, onde o controle sobre cada ligação é essencial.
No diagrama multifilar, a disposição dos fios e sua interconexão com os dispositivos refletem a realidade da
instalação. São também especificadas as
cores dos condutores, os pontos de entrada e saída, os terminais de conexão e
os trajetos internos de cabeamento.
Vantagens do diagrama multifilar:
Por outro lado, esse tipo de diagrama é mais trabalhoso e complexo de elaborar, exigindo mais tempo e espaço gráfico, além de maior conhecimento técnico por parte do projetista e do executor.
3. Comparação entre Simbologia Unifilar e Multifilar
As diferenças entre os dois tipos de simbologia podem ser resumidas em
termos de nível de detalhamento, finalidade e aplicação prática.
Enquanto o diagrama unifilar prioriza a visão macro e a organização dos
circuitos em planta, o multifilar foca no detalhamento operacional e funcional
dos sistemas.
A simbologia utilizada em ambos segue normas técnicas da ABNT,
como a NBR 5444 (símbolos gráficos para instalações elétricas) e a NBR
8190 (representações gráficas em diagramas elétricos). A aplicação adequada
dessas normas assegura uniformidade e compreensão padronizada entre os
profissionais envolvidos.
Conforme Oliveira e Machado (2019), o uso combinado dos dois tipos de diagrama é uma prática recomendada em projetos mais complexos: o unifilar para representar a estrutura geral da instalação e o multifilar para detalhar quadros, comandos e interligações específicas.
4. Aplicações Práticas
a) Diagrama Unifilar:
b) Diagrama Multifilar:
A escolha entre um ou outro tipo de diagrama deve ser feita com base nas necessidades do projeto, no perfil do sistema elétrico e na exigência de detalhamento por parte do cliente, do executor ou da norma aplicável.
Considerações Finais
A simbologia unifilar e multifilar são ferramentas fundamentais na documentação e no desenvolvimento de projetos elétricos. Cada uma tem sua função específica e se aplica a
diferentes contextos técnicos. O conhecimento claro de suas diferenças permite que o projetista adote a melhor abordagem conforme o tipo de instalação e as exigências normativas.
Profissionais qualificados devem ser capazes de interpretar ambos os tipos de representação e compreender como cada um deles contribui para a execução segura, eficaz e conforme das instalações elétricas. Em última instância, a combinação estratégica entre diagramas unifilares e multifilares é um sinal de excelência no planejamento elétrico.
Referências Bibliográficas
ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 5444: Símbolos
gráficos para instalações elétricas prediais e similares. Rio de Janeiro,
2004.
ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 8190:
Representação de diagramas elétricos. Rio de Janeiro, 1999.
ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 5410: Instalações
elétricas de baixa tensão. Rio de Janeiro, 2004.
OLIVEIRA, João C.; MACHADO, André L. Instalações Elétricas
Residenciais: Projeto, Execução e Manutenção. São Paulo: Érica, 2019.
SOUZA, Carlos A.; TEIXEIRA, Marcos F. Projetos Elétricos – Fundamentos
e Aplicações. Rio de Janeiro: LTC, 2017.
VARGAS, Paulo H. Leitura e Interpretação de Projetos Elétricos.
São Paulo: Editora Senai-SP, 2020.
DIAGRAMAS
UNIFILARES E MULTIFILARES EM
PROJETOS
ELÉTRICOS
A representação gráfica de circuitos elétricos é essencial para o correto entendimento, execução e manutenção de sistemas elétricos. Dentro dessa representação, destacam-se os diagramas unifilares e multifilares, amplamente utilizados na documentação técnica de projetos elétricos prediais, comerciais e industriais. Ambos cumprem funções distintas, com níveis de detalhamento e aplicabilidades próprias, sendo fundamentais para o sucesso do projeto. Este texto explora as definições, aplicações e formas de interpretação desses dois tipos de diagrama, com foco na prática profissional.
1. Definição e Aplicação dos Diagramas
Diagrama Unifilar
O diagrama unifilar (ou diagrama unifásico) é uma forma de
representação gráfica que utiliza uma única linha por circuito elétrico,
independentemente do número de condutores reais envolvidos. Essa linha
simboliza todas as conexões entre os elementos principais do sistema, como
disjuntores, cargas, quadros de distribuição e dispositivos de proteção.
Conforme a norma ABNT NBR 8190, o diagrama unifilar é recomendado para projetos de instalações elétricas prediais, sendo amplamente utilizado em
residências, comércios e edifícios, especialmente em sistemas de baixa tensão. Sua simplicidade o torna ideal para representar a estrutura geral da instalação, facilitando a visualização e o entendimento global do sistema.
Diagrama Multifilar
O diagrama multifilar (ou esquema multifásico) é uma representação
gráfica mais detalhada, em que cada condutor é representado separadamente.
Isso inclui todas as fases, o neutro e o condutor de proteção (terra). As
ligações entre os dispositivos, os terminais e os pontos de conexão são
mostrados de forma explícita.
Este tipo de diagrama é indicado para instalações mais complexas, como sistemas industriais, painéis de automação, comandos elétricos e sistemas de controle. Ele fornece uma visão completa e realista das ligações internas, sendo essencial para montagem precisa e para manutenção técnica especializada.
2. Interpretação de um Diagrama Unifilar Típico
Em um diagrama unifilar típico, encontram-se elementos fundamentais como:
Essas linhas são acompanhadas de informações técnicas, como a
bitola dos fios (em mm²), a corrente nominal do disjuntor (em amperes), o tipo
de cabo e a potência da carga. Algumas representações incluem legendas e
códigos que facilitam a leitura.
Por exemplo, em um circuito de iluminação, o diagrama unifilar indicará a
partir do quadro de distribuição:
Esse circuito será representado por uma única linha, com anotações laterais contendo os dados técnicos. A simplicidade desse tipo de diagrama permite ao profissional visualizar rapidamente a quantidade de circuitos, a carga total e a organização geral da instalação.
3. Leitura de Circuitos Multifilares e Suas Vantagens
Diferentemente do unifilar, o diagrama multifilar detalha cada fio do circuito. Cada linha corresponde a um condutor específico, identificado com sua função (fase,
neutro ou terra), sua cor e sua bitola. Os dispositivos são
desenhados com seus terminais de conexão, e as ligações são mostradas de forma exata,
como em uma representação real da instalação.
Ao ler um diagrama multifilar, o técnico pode verificar:
Essas informações são imprescindíveis em sistemas de automação e
painéis de comando, onde há grande número de interligações, cruzamentos de
condutores e controle preciso de equipamentos.
Vantagens do diagrama multifilar:
Contudo, por sua complexidade, o diagrama multifilar exige mais tempo e conhecimento técnico para ser elaborado e interpretado, sendo mais comum em projetos industriais ou técnicos avançados.
Considerações Finais
Os diagramas unifilar e multifilar são representações complementares
dentro de um projeto elétrico. O unifilar fornece uma visão geral da
instalação, com foco em organização, dimensionamento e distribuição de carga.
Já o multifilar é voltado para o detalhamento das conexões e controle preciso
dos circuitos.
A escolha entre um e outro deve levar em consideração o tipo de
instalação, a complexidade dos circuitos e as necessidades de montagem e
manutenção. Em muitos projetos, especialmente os mais complexos, ambos os
diagramas são utilizados: o unifilar como ferramenta de planejamento geral e o
multifilar como detalhamento técnico.
O domínio dessas representações é essencial para projetistas, eletricistas, técnicos e engenheiros, garantindo instalações mais seguras, funcionais e alinhadas com as normas técnicas.
Referências Bibliográficas
ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 8190:
Representação de diagramas elétricos. Rio de Janeiro, 1999.
ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 5444: Símbolos gráficos para instalações elétricas prediais e similares.
Rio de Janeiro,
2004.
ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 5410: Instalações
elétricas de baixa tensão. Rio de Janeiro, 2004.
OLIVEIRA, João C.; MACHADO, André L. Instalações Elétricas
Residenciais: Projeto, Execução e Manutenção. São Paulo: Érica, 2019.
SOUZA, Carlos A.; TEIXEIRA, Marcos F. Projetos Elétricos – Fundamentos
e Aplicações. Rio de Janeiro: LTC, 2017.
VARGAS, Paulo H. Leitura e Interpretação de Projetos Elétricos.
São Paulo: Editora Senai-SP, 2020.
IDENTIFICAÇÃO
DE CIRCUITOS E CARGAS EM
PROJETOS
ELÉTRICOS
A identificação correta de circuitos e cargas é um aspecto essencial na elaboração, execução e manutenção de instalações elétricas. Esse processo garante que o sistema funcione de maneira segura, eficiente e em conformidade com as normas técnicas. Em um projeto elétrico, os circuitos devem ser organizados de forma a distribuir adequadamente a carga entre os diversos pontos de consumo, considerando a natureza dos equipamentos, a finalidade dos ambientes e o tipo de alimentação elétrica disponível. Este texto apresenta os fundamentos sobre circuitos de iluminação, tomadas e usos específicos, bem como as diferenças entre circuitos monofásicos, bifásicos e trifásicos e a interpretação da carga elétrica.
1. Circuitos de Iluminação, Tomadas e Usos Específicos
Os circuitos elétricos são os caminhos por onde circula a corrente
elétrica, alimentando os diversos pontos de consumo. De acordo com a ABNT
NBR 5410, os circuitos devem ser organizados por função e por carga, sendo
classificados basicamente em:
a) Circuitos de Iluminação
São os circuitos responsáveis por alimentar lâmpadas, luminárias e sistemas de iluminação em geral. Normalmente utilizam condutores de 1,5 mm² e disjuntores de 10 A, suficientes para suportar a carga de lâmpadas LED, fluorescentes ou incandescentes de uso doméstico. Esses circuitos devem ser separados por ambiente ou grupo de ambientes, de forma a evitar sobrecargas e facilitar a manutenção.
b) Circuitos de Tomadas de Uso Geral (TUG)
Destinam-se à alimentação de aparelhos de pequeno porte e uso cotidiano,
como televisores, carregadores, computadores, ventiladores e eletroportáteis.
São projetados com condutores de 2,5 mm² e disjuntores de 16 ou 20 A, de acordo
com o número de pontos e a potência total prevista. A NBR 5410 recomenda a
instalação de no máximo 6 a 8 tomadas por circuito em ambientes residenciais.
c) Circuitos de Tomadas de Uso Específico (TUE)
São aqueles destinados a
alimentar equipamentos com potência superior a
600 VA, como chuveiros elétricos, fornos, máquinas de lavar roupa,
ar-condicionado, entre outros. Para cada equipamento é necessário um circuito
exclusivo, com condutores dimensionados conforme a corrente nominal do
aparelho. A bitola do fio pode variar de 4 mm² a 10 mm² ou mais, e o disjuntor
deve estar compatível com a potência do equipamento.
A separação dos circuitos por tipo e uso é essencial para a segurança da instalação, o balanceamento da carga e a eficiência no fornecimento de energia.
2. Diferença entre Circuitos Monofásicos, Bifásicos e Trifásicos
A classificação dos circuitos em monofásicos, bifásicos ou trifásicos
está relacionada à forma como a energia elétrica é fornecida e distribuída,
conforme o número de condutores de fase utilizados.
a) Circuitos Monofásicos
São os mais comuns em residências e pequenos comércios. Utilizam uma
fase e um neutro, com tensão de 127 V ou 220 V, dependendo da região. São
apropriados para cargas de menor potência, como iluminação e pequenos
eletrodomésticos. A corrente circula por um único condutor ativo, o que
simplifica o projeto e a instalação.
b) Circuitos Bifásicos
Utilizam duas fases (sem neutro) ou duas fases e um neutro,
com tensão entre fases de 220 V e tensão fase-neutro de 127 V. São empregados
em ambientes que exigem cargas intermediárias, como aquecedores, chuveiros, e
máquinas de lavar. A divisão da carga entre duas fases permite maior capacidade
de fornecimento e menor queda de tensão.
c) Circuitos Trifásicos
Utilizam três fases e, geralmente, um neutro, fornecendo tensões
de 220 V, 380 V ou 440 V, dependendo da rede de distribuição. São comuns em
instalações industriais, comerciais de médio e grande porte e em equipamentos
que exigem potência elevada, como motores trifásicos. A principal vantagem do sistema
trifásico é a capacidade de transmitir mais energia com menor corrente e maior
eficiência.
De acordo com Souza e Teixeira (2017), a escolha entre esses sistemas depende da carga total instalada, da necessidade dos equipamentos e da disponibilidade do tipo de alimentação pela concessionária de energia.
3. Interpretação de Carga Elétrica e Divisão de Circuitos
A carga elétrica representa a quantidade de energia consumida
pelos equipamentos conectados à instalação. É expressa em watts (W) ou
quilowatts (kW) e determina o dimensionamento dos condutores, dos disjuntores e
da própria entrada de energia do imóvel.
A carga de cada circuito
é calculada somando-se a potência dos
equipamentos conectados a ele. Essa carga pode ser contínua (equipamentos que
funcionam constantemente) ou intermitente (de uso eventual). Para fins de
projeto, aplica-se o fator de demanda, que ajusta a carga real esperada
em função do uso simultâneo.
A divisão de circuitos é feita de forma a:
Por exemplo, em uma residência, o projetista pode prever:
Cada circuito será identificado no quadro de distribuição com as informações sobre a carga total, a corrente prevista, a bitola do condutor e o disjuntor correspondente. Essa organização permite maior segurança, facilidade de operação e confiabilidade da instalação.
Considerações Finais
A identificação precisa dos circuitos e das cargas é uma etapa central na concepção de um projeto elétrico eficiente. O entendimento da diferença entre os tipos de circuitos, suas aplicações e o balanceamento de carga são essenciais para evitar sobrecargas, quedas de tensão, falhas operacionais e riscos de acidentes elétricos.
A escolha entre sistemas monofásicos, bifásicos ou trifásicos deve
considerar a demanda da instalação, a natureza das cargas e as condições locais
de fornecimento de energia. Uma divisão criteriosa dos circuitos permite não
apenas o dimensionamento adequado, mas também a flexibilidade para futuras
ampliações e manutenções.
Profissionais que atuam com projetos e execução de instalações elétricas devem estar plenamente capacitados a interpretar e aplicar corretamente esses conceitos, em conformidade com as normas técnicas e as boas práticas do setor.
Referências Bibliográficas
ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 5410: Instalações
elétricas de baixa tensão. Rio de Janeiro, 2004.
OLIVEIRA, João C.; MACHADO, André L. Instalações Elétricas
Residenciais: Projeto, Execução e Manutenção. São Paulo: Érica, 2019.
SOUZA, Carlos A.; TEIXEIRA, Marcos F. Projetos Elétricos – Fundamentos
e Aplicações. Rio de Janeiro: LTC, 2017.
VARGAS, Paulo H.
Leitura e Interpretação de Projetos Elétricos. São Paulo: Editora Senai-SP, 2020.
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