LEITURA E
INTERPRETAÇÃO DE
PROJETOS ELÉTRICOS
Fundamentos dos Projetos Elétricos
Introdução
aos Projetos Elétricos
Os projetos elétricos são elementos fundamentais para garantir a
segurança, funcionalidade e eficiência de instalações elétricas em edificações
residenciais, comerciais e industriais. Eles envolvem o planejamento técnico
detalhado de todos os componentes do sistema elétrico, permitindo que a
execução da instalação ocorra de forma precisa e em conformidade com as normas
vigentes.
1. Conceito de Projeto Elétrico
Um projeto elétrico é um conjunto de documentos técnicos que descrevem a
estrutura e o funcionamento das instalações elétricas de um determinado
ambiente. Ele é composto por plantas, diagramas, memoriais descritivos,
cálculos de dimensionamento e listas de materiais. O objetivo do projeto é
organizar e detalhar como a energia elétrica será distribuída de forma segura,
eficiente e econômica, considerando a demanda e os equipamentos a serem
alimentados.
Dentro do projeto, encontram-se informações como a localização dos pontos
de iluminação, tomadas, interruptores, quadros de distribuição, eletrodutos e
demais elementos que compõem o sistema elétrico. Também constam dados como a
carga instalada, o balanceamento dos circuitos, o tipo de alimentação
(monofásica, bifásica ou trifásica) e as medidas de proteção a serem adotadas.
Segundo Souza e Teixeira (2017), o projeto elétrico é essencial para
prever o comportamento da instalação e prevenir falhas operacionais, garantindo
que todos os dispositivos funcionem dentro dos parâmetros técnicos e de
segurança exigidos.
2. Finalidade dos Projetos Elétricos
A principal finalidade do projeto elétrico é proporcionar uma instalação
segura e eficaz. Além disso, o projeto é necessário para:
Dessa forma, o projeto elétrico é um instrumento técnico e normativo indispensável
para qualquer tipo de construção que demande fornecimento de
energia elétrica.
3. Importância da Leitura Correta para Execução
A correta leitura e interpretação dos projetos elétricos são etapas
essenciais na execução das instalações. O executor — seja eletricista, técnico
ou engenheiro — deve estar apto a compreender plantas baixas, diagramas
unifilares e multifilares, simbologia elétrica, especificações técnicas e
detalhes construtivos.
Um erro comum em obras é a execução de instalações com base em interpretações equivocadas ou improvisações por falta de compreensão do projeto. Isso pode levar a falhas funcionais, riscos de acidentes elétricos, mau desempenho dos equipamentos e aumento dos custos de correção.
A leitura correta do projeto permite ao profissional identificar:
Como destacam Oliveira e Machado (2019), a leitura correta do projeto
garante que o sistema seja instalado conforme planejado, evitando
improvisações, atrasos e riscos à integridade das pessoas e do patrimônio.
4. Manutenção e Atualizações
Além da execução inicial, o projeto elétrico também é fundamental para a
manutenção do sistema ao longo do tempo. Em edificações existentes, a
documentação do projeto permite que intervenções futuras sejam feitas com maior
segurança, mesmo que o profissional responsável pela manutenção não tenha
participado da instalação original.
Durante a vida útil da instalação, podem surgir a necessidade de
substituição de componentes, expansão da carga ou adequações normativas. Sem um
projeto documentado, qualquer intervenção pode se tornar mais complexa, sujeita
a erros e improvisações perigosas.
O projeto elétrico atualizado também é uma exigência em auditorias de
segurança e em processos legais relacionados a acidentes com origem elétrica.
Considerações Finais
O conhecimento básico sobre projetos elétricos é imprescindível para todos os profissionais que atuam com instalações, manutenção ou fiscalização de sistemas elétricos. A compreensão do conceito, da finalidade e da importância da leitura correta desses projetos contribui diretamente para a qualidade das instalações e a segurança das edificações
ecimento básico sobre projetos elétricos é imprescindível para
todos os profissionais que atuam com instalações, manutenção ou fiscalização de
sistemas elétricos. A compreensão do conceito, da finalidade e da importância
da leitura correta desses projetos contribui diretamente para a qualidade das
instalações e a segurança das edificações e seus usuários.
Aprender a interpretar corretamente um projeto elétrico é, portanto, uma competência técnica essencial, que deve ser desenvolvida desde os cursos introdutórios e constantemente aprimorada com a prática profissional e a atualização normativa.
Referências Bibliográficas
ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 5410: Instalações
elétricas de baixa tensão. Rio de Janeiro, 2004.
OLIVEIRA, João C.; MACHADO, André L. Instalações Elétricas
Residenciais: Projeto, Execução e Manutenção. São Paulo: Érica, 2019.
SOUZA, Carlos A.; TEIXEIRA, Marcos F. Projetos Elétricos – Fundamentos
e Aplicações. Rio de Janeiro: LTC, 2017.
VARGAS, Paulo H. Leitura e Interpretação de Projetos Elétricos. 2.
ed. São Paulo: Editora Senai-SP, 2020.
DIFERENÇA
ENTRE PROJETO ELÉTRICO
RESIDENCIAL,
COMERCIAL E INDUSTRIAL
O projeto elétrico é o documento técnico responsável pelo planejamento e dimensionamento das instalações elétricas, abrangendo desde a entrada de energia até os pontos de consumo. Cada tipo de edificação — residencial, comercial e industrial — apresenta necessidades específicas quanto à demanda de energia, ao uso de equipamentos e à complexidade do sistema, o que determina abordagens distintas no desenvolvimento dos projetos. Compreender essas diferenças é essencial para garantir a segurança, a eficiência energética e a conformidade com as normas técnicas.
1. Características do Projeto Elétrico Residencial
Os projetos elétricos residenciais são, em geral, os mais simples do
ponto de vista técnico. Eles são aplicáveis a casas unifamiliares, edifícios de
apartamentos e habitações de interesse social, e têm como objetivo garantir o
suprimento de energia elétrica de forma segura e eficiente para atividades
domésticas.
A carga instalada costuma ser relativamente baixa, composta por circuitos
de iluminação, tomadas de uso geral (TUG), tomadas de uso específico (TUE) —
como chuveiros, fornos e máquinas de lavar — e alguns eletrodomésticos. A
alimentação pode ser monofásica, bifásica ou trifásica, dependendo da carga
total.
A norma ABNT NBR 5410 estabelece regras claras para dimensionamento de
condutores, proteção contra sobrecorrente, aterramento e divisão de circuitos. Além disso, exige que instalações residenciais possuam dispositivos diferenciais residuais (DR), visando a segurança dos moradores contra choques elétricos.
Segundo Vargas (2020), o projeto residencial deve prever circuitos independentes para cargas com potência elevada e reservar espaços no quadro de distribuição para futuras ampliações.
2. Características do Projeto Elétrico Comercial
Os projetos comerciais atendem edificações como lojas, supermercados,
restaurantes, escritórios, escolas e clínicas. Essas instalações demandam maior
carga elétrica, devido ao uso de sistemas de climatização, equipamentos de
informática, iluminação decorativa e outros dispositivos com alto consumo
energético.
A principal característica do projeto elétrico comercial é a diversidade
de carga e a necessidade de continuidade no fornecimento de energia, já que a
paralisação do sistema pode causar prejuízos financeiros. Por isso, a
confiabilidade e a proteção dos circuitos são tratadas com maior rigor.
A alimentação geralmente é bifásica ou trifásica, e o projeto costuma
contemplar sistemas de automação, controle de iluminação, no-breaks, grupos
geradores, além de dispositivos de proteção contra surtos elétricos (DPS).
Como destaca Oliveira e Machado (2019), a flexibilidade do sistema é
fundamental nesse tipo de projeto, pois estabelecimentos comerciais
frequentemente sofrem alterações de layout, exigindo reconfigurações das
instalações elétricas.
Outro fator relevante é a necessidade de atendimento às normas de acessibilidade e segurança contra incêndio, que exigem dispositivos de emergência, iluminação de rota de fuga e circuitos prioritários.
3. Características do Projeto Elétrico Industrial
Os projetos elétricos industriais são os mais complexos e tecnicamente
exigentes, uma vez que devem atender ambientes de produção com máquinas,
motores, sistemas de automação, iluminação industrial e equipamentos de alta
potência. Além disso, há grande variedade de tensões e frequências utilizadas,
que requerem atenção especial no dimensionamento e na compatibilidade dos
sistemas.
A alimentação em ambientes industriais é quase sempre trifásica, podendo
atingir níveis médios e altos de tensão. O projeto deve considerar a demanda
máxima simultânea, fator de potência, perdas por efeito Joule, distorções
harmônicas e condições severas de operação, como calor, umidade, poeira e
vibrações.
Outro aspecto
relevante é a subdivisão da instalação em áreas produtivas,
administrativas, de manutenção e armazenamento, cada uma com especificações
distintas quanto à iluminação, proteção e automação.
Conforme Souza e Teixeira (2017), os projetos industriais devem prever
sistemas redundantes de energia, painéis de controle, aterramento específico
para equipamentos sensíveis, e frequentemente integram sistemas de supervisão e
controle remoto (SCADA).
Além da NBR 5410, esses projetos podem envolver normas específicas como a NBR 14039 (instalações elétricas em média tensão) e a NR 10, que trata da segurança em instalações e serviços com eletricidade no ambiente de trabalho.
4. Comparativo Geral
Embora os três tipos de projeto compartilhem fundamentos comuns — como
respeito às normas técnicas, dimensionamento adequado de condutores e
dispositivos de proteção —, suas abordagens diferem profundamente em razão da
complexidade, da carga instalada e da criticidade do fornecimento de energia.
|
Tipo de Projeto |
Complexidade |
Alimentação Típica |
Cargas Principais |
Normas Complementares |
|
Residencial |
Baixa |
Mono/Bifásica |
Iluminação, eletrodomésticos |
NBR 5410 |
|
Comercial |
Média |
Bi/Trifásica |
Ar-condicionado, TI, iluminação comercial |
NBR 5410, normas locais de segurança |
|
Industrial |
Alta |
Trifásica/Alta Tensão |
Motores, automação, sistemas pesados |
NBR 5410, NBR 14039, NR 10 |
O profissional responsável pelo desenvolvimento de projetos deve, portanto, estar atento às particularidades de cada ambiente, avaliando a demanda energética, as condições operacionais e os requisitos de segurança e funcionalidade.
Considerações Finais
A diferenciação entre os projetos elétricos residencial, comercial e
industrial é fundamental para o planejamento adequado das instalações. Cada
categoria demanda soluções técnicas compatíveis com sua realidade de uso,
implicando diferentes níveis de complexidade, consumo e exigências normativas.
O conhecimento aprofundado dessas diferenças é essencial para garantir a eficiência energética, a segurança dos usuários e a conformidade legal das edificações. Ao respeitar as particularidades de cada tipo de projeto, o profissional promove instalações mais confiáveis, sustentáveis e duradouras.
Referências Bibliográficas
ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 5410:
Instalações
elétricas de baixa tensão. Rio de Janeiro, 2004.
ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 14039:
Instalações elétricas de média tensão de 1,0 kV a 36,2 kV. Rio de Janeiro,
2005.
BRASIL. Ministério do Trabalho. NR 10 – Segurança em instalações e
serviços em eletricidade. Brasília, 2011.
OLIVEIRA, João C.; MACHADO, André L. Instalações Elétricas
Residenciais: Projeto, Execução e Manutenção. São Paulo: Érica, 2019.
SOUZA, Carlos A.; TEIXEIRA, Marcos F. Projetos Elétricos – Fundamentos
e Aplicações. Rio de Janeiro: LTC, 2017.
VARGAS, Paulo H. Leitura e Interpretação de Projetos Elétricos. 2.
ed. São Paulo: Editora Senai-SP, 2020.
NORMAS
TÉCNICAS E SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES ELÉTRICAS: ENFOQUE NA NBR 5410
A execução de instalações elétricas exige a adoção de critérios técnicos rigorosos que garantam não apenas o funcionamento dos sistemas, mas principalmente a segurança de usuários, equipamentos e edificações. Nesse contexto, as normas técnicas desempenham papel fundamental ao estabelecer parâmetros de projeto, dimensionamento, montagem e manutenção das instalações. A principal referência normativa brasileira para instalações de baixa tensão é a NBR 5410, elaborada pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).
1. A Importância das Normas Técnicas
Normas técnicas são documentos que estabelecem requisitos, procedimentos
e critérios padronizados para a realização de atividades técnicas com
segurança, qualidade e confiabilidade. No caso das instalações elétricas, as
normas são essenciais para reduzir riscos de acidentes, como choques elétricos,
curtos-circuitos, incêndios e falhas operacionais.
Além de promoverem a padronização, as normas técnicas oferecem respaldo
legal e técnico, sendo frequentemente exigidas em licitações, contratos e
fiscalizações por órgãos reguladores. Elas também facilitam a comunicação entre
projetistas, instaladores, fabricantes de materiais e clientes, promovendo
clareza e coerência na execução das atividades.
A ABNT NBR 5410, em vigor desde 2004 (com atualizações
posteriores), é a principal norma brasileira que trata das instalações
elétricas de baixa tensão, abrangendo sistemas com tensões até 1.000 V em
corrente alternada ou 1.500 V em corrente contínua.
2. Principais Pontos da NBR 5410
A NBR 5410 estabelece os requisitos mínimos para o projeto, a execução, a
verificação, a manutenção e a ampliação de instalações elétricas. Seus
principais pontos envolvem os seguintes aspectos:
a)
Divisão de Circuitos
A norma exige a separação de circuitos de iluminação, tomadas de uso
geral (TUG) e tomadas de uso específico (TUE), visando o equilíbrio de cargas e
a facilidade de manutenção.
b) Dimensionamento de Condutores
O dimensionamento deve considerar a corrente nominal, a queda de tensão
admissível, o tipo de isolamento, o método de instalação e a temperatura
ambiente. A norma também trata da coordenação entre condutores e dispositivos
de proteção.
c) Proteção Contra Choques Elétricos
São obrigatórios dispositivos de proteção como disjuntores e dispositivos
diferenciais residuais (DRs) para garantir a integridade física das
pessoas. A proteção contra contatos diretos e indiretos é abordada
detalhadamente.
d) Aterramento e Equipotencialização
A norma impõe a obrigatoriedade do sistema de aterramento e da ligação
equipotencial, medidas que reduzem tensões perigosas e protegem
equipamentos sensíveis.
e) Proteção Contra Sobrecorrentes
É indispensável o uso de dispositivos de proteção contra sobrecargas e curtos-circuitos, como disjuntores termomagnéticos, que devem estar adequadamente dimensionados para cada circuito.
f) Proteção Contra Surtos
A norma recomenda o uso de dispositivos de proteção contra surtos
(DPS) em locais sujeitos a descargas atmosféricas ou perturbações na rede
elétrica.
g) Instalações em Áreas Especiais
Define requisitos específicos para banheiros, cozinhas, áreas externas e
locais com risco de explosão, exigindo maior rigor técnico.
h) Documentação e Inspeção
A norma exige que projetos e instalações sejam documentados e inspecionados, garantindo que estejam em conformidade com as exigências técnicas e funcionais.
3. Conceitos de Segurança e Proteção em Instalações
A segurança em instalações elétricas está diretamente ligada ao
cumprimento das normas técnicas, à qualificação dos profissionais envolvidos e
ao uso adequado de materiais certificados. Alguns dos principais conceitos
incluem:
a) Choque Elétrico
O contato direto com partes energizadas ou indireto com massas metálicas
mal aterradas pode causar choques perigosos. A norma determina medidas de
isolamento, uso de DRs e sistemas de aterramento eficazes para eliminar esse
risco.
b) Curto-Circuito e Sobrecarga
Curtos-circuitos ocorrem quando há contato direto entre condutores com potencial diferente, liberando grande quantidade de energia. Sobrecargas acontecem quando o circuito recebe corrente acima de sua capacidade. Disjuntores bem dimensionados e
condutores com potencial diferente, liberando grande quantidade de energia. Sobrecargas acontecem quando o circuito recebe corrente acima de sua capacidade. Disjuntores bem dimensionados e condutores adequados são a melhor defesa contra esses riscos.
c) Incêndios
Instalações mal dimensionadas ou executadas com materiais inadequados
podem provocar superaquecimento e incêndios. A NBR 5410 estabelece limites de
corrente, métodos de instalação e critérios de ventilação para evitar esse tipo
de acidente.
d) Falta de Manutenção
Instalações sem manutenção periódica podem se deteriorar e apresentar falhas críticas. A norma enfatiza a importância de inspeções regulares, testes de continuidade e verificação de dispositivos de proteção.
4. Relação entre Norma, Projeto e Execução
A elaboração de projetos elétricos deve seguir fielmente as diretrizes da
NBR 5410. O projetista é responsável por garantir que todos os aspectos
técnicos — como dimensionamento, proteção, aterramento e organização dos
circuitos — estejam em conformidade com a norma.
Durante a execução, o eletricista ou técnico deve respeitar as
especificações do projeto, evitando improvisações e adaptações sem respaldo
técnico. A divergência entre projeto e execução pode gerar riscos graves à
segurança e ao funcionamento do sistema.
Além disso, a norma orienta que todas as instalações sejam devidamente
testadas após sua conclusão, incluindo a verificação da continuidade dos
condutores, a eficiência dos dispositivos de proteção, a resistência de
isolamento e o funcionamento do DR.
Assim, a norma funciona como elo técnico entre projeto e execução, garantindo que as soluções idealizadas no papel sejam implementadas de forma segura e eficaz no ambiente físico da edificação.
Considerações Finais
A segurança das instalações elétricas depende diretamente do cumprimento
rigoroso das normas técnicas, em especial da NBR 5410. Conhecer seus principais
pontos e entender a relação entre norma, projeto e execução são passos
indispensáveis para qualquer profissional que atue na área elétrica.
A adoção de boas práticas, a escolha de materiais de qualidade e a capacitação contínua de projetistas e instaladores são complementos essenciais às exigências normativas. Afinal, a eletricidade, embora indispensável à vida moderna, exige respeito técnico e compromisso com a segurança para ser utilizada de maneira confiável.
Referências Bibliográficas
ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 5410: Instalações
elétricas de baixa tensão. Rio de Janeiro, 2004.
BRASIL. Ministério do Trabalho. NR 10 – Segurança em instalações e
serviços com eletricidade. Brasília, 2011.
OLIVEIRA, João C.; MACHADO, André L. Instalações Elétricas: Projeto e
Execução. São Paulo: Érica, 2019.
SOUZA, Carlos A.; TEIXEIRA, Marcos F. Projetos Elétricos – Fundamentos
e Aplicações. Rio de Janeiro: LTC, 2017.
VARGAS, Paulo H. Leitura e Interpretação de Projetos Elétricos.
São Paulo: Editora Senai-SP, 2020.
COMPONENTES
DE UM PROJETO ELÉTRICO
O projeto elétrico é um instrumento técnico essencial para o planejamento, execução e manutenção de instalações elétricas seguras e funcionais em edificações residenciais, comerciais e industriais. Ele é composto por um conjunto de documentos e representações gráficas que descrevem de forma precisa todos os elementos da instalação. Entre seus principais componentes estão a planta baixa elétrica, a lista de materiais com memorial descritivo e o quadro de cargas com detalhamento técnico. Cada uma dessas partes tem função específica e integrada dentro do projeto como um todo.
1. Planta Baixa Elétrica
A planta baixa elétrica é a representação gráfica da instalação elétrica
sobreposta ao desenho arquitetônico da edificação. Nela são inseridos os
símbolos elétricos normalizados que indicam a localização de luminárias,
interruptores, tomadas, quadros de distribuição, eletrodutos e demais
componentes do sistema.
Essa planta permite ao eletricista ou técnico compreender de maneira
visual e clara onde cada ponto elétrico deve ser instalado, quais caminhos os
condutores devem seguir, quais circuitos estão interligados e como se dá a
distribuição de energia ao longo dos ambientes. A planta deve seguir padrões
estabelecidos pela ABNT, especialmente no que diz respeito à simbologia
elétrica conforme a NBR 5444, e deve estar de acordo com os princípios de
organização e legibilidade.
Segundo Oliveira e Machado (2019), uma planta elétrica bem elaborada deve
apresentar clareza gráfica, escala adequada, legenda com identificação dos
símbolos e nomeação dos ambientes. A sobreposição dos circuitos deve ser feita
de forma ordenada, utilizando linhas e curvas para representar os eletrodutos e
circuitos sem comprometer a compreensão do desenho.
Além da representação dos pontos e condutores, a planta pode incluir indicações sobre comandos de iluminação (ex: interruptores simples, paralelos, intermediários) e as rotas preferenciais de eletrodutos, quando
necessárias. Sua função é garantir que a execução da instalação seja fiel ao projeto e que futuras intervenções possam ser feitas com segurança.
2. Lista de Materiais e Memorial Descritivo
Outro componente essencial de um projeto elétrico é a lista de
materiais, documento que relaciona todos os itens necessários para a
execução da instalação elétrica. Essa lista pode incluir:
A lista deve apresentar a quantidade, as especificações técnicas (bitola, corrente nominal, material) e, quando possível, fabricantes ou referências de qualidade. Ela é fundamental para o orçamento da obra e para o planejamento de compras, evitando atrasos e gastos desnecessários.
O memorial descritivo, por sua vez, é um texto técnico que
acompanha o projeto e descreve de forma detalhada os critérios adotados,
justificativas técnicas, normas aplicadas e recomendações para a execução. É
por meio do memorial que o projetista comunica formalmente suas decisões ao
executor, como:
De acordo com Souza e Teixeira (2017), o memorial descritivo garante a rastreabilidade das decisões técnicas e fornece suporte em eventuais auditorias, fiscalizações ou revisões de projeto. Ele também é indispensável para a aprovação do projeto junto à concessionária de energia ou aos órgãos públicos, dependendo da localidade.
3. Quadro de Cargas e Detalhamento Técnico
O quadro de cargas é uma das partes mais importantes do projeto
elétrico. Ele apresenta, em forma de tabela, os circuitos da instalação com
suas respectivas cargas, potências, correntes e dispositivos de proteção. Seu
objetivo é organizar e balancear a distribuição de carga elétrica ao longo do
sistema, permitindo o dimensionamento adequado dos condutores, dos disjuntores
e do quadro de distribuição.
Em um quadro de cargas típico constam informações como:
Com base no quadro de cargas, o projetista também determina a demanda
total da instalação, aplica os fatores de demanda, e define a
capacidade mínima do ramal de alimentação, do padrão de entrada e do sistema de
aterramento.
O detalhamento técnico inclui os diagramas unifilares e multifilares,
que mostram a interligação entre os circuitos, quadros, condutores e
dispositivos de proteção. Esses diagramas são fundamentais para a visualização
da lógica de funcionamento do sistema e servem como referência para a execução
e a manutenção.
Segundo Vargas (2020), o detalhamento técnico deve ser elaborado com precisão, respeitando as normas da ABNT, especialmente a NBR 5410, e as orientações específicas das concessionárias de energia.
Considerações Finais
Os componentes de um projeto elétrico — planta baixa elétrica, lista de
materiais com memorial descritivo e quadro de cargas com detalhamento técnico —
são peças interdependentes que formam o corpo do projeto. Cada elemento cumpre
um papel técnico específico, desde a visualização e localização dos pontos
elétricos até a especificação dos materiais e o dimensionamento das proteções.
A correta elaboração e interpretação desses componentes são essenciais
para a segurança da instalação, o cumprimento das normas e a viabilidade
técnica e econômica da obra. Um projeto completo e bem estruturado permite uma
execução eficiente, facilita manutenções futuras e assegura a confiabilidade do
sistema elétrico ao longo do tempo.
Referências Bibliográficas
ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 5410: Instalações
elétricas de baixa tensão. Rio de Janeiro, 2004.
OLIVEIRA, João C.; MACHADO, André L. Instalações Elétricas
Residenciais: Projeto, Execução e Manutenção. São Paulo: Érica, 2019.
SOUZA, Carlos A.; TEIXEIRA, Marcos F. Projetos Elétricos – Fundamentos
e Aplicações. Rio de Janeiro: LTC, 2017.
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