Aperfeiçoamento
e Ferramentas Complementares ao FMEA
FMEA Integrado com Outras Ferramentas da
Qualidade
A fase de preparação e planejamento é crucial para o
sucesso da Análise de Modos de Falhas e Efeitos (FMEA). Ela garante que o
processo seja conduzido de forma organizada e eficiente, permitindo que a
equipe identifique falhas potenciais de maneira detalhada e implemente ações
corretivas eficazes. Essa etapa envolve a definição do escopo e dos objetivos,
a montagem da equipe e a coleta de dados e informações relevantes.
Definição
de Escopo e Objetivos
O primeiro passo no planejamento do FMEA é a definição
clara do escopo da análise. Isso envolve determinar quais produtos,
processos ou sistemas serão avaliados e a profundidade da análise a ser
realizada. Um escopo bem definido ajuda a evitar que a equipe perca o foco ou
se desvie do objetivo principal.
Ao definir o escopo, é importante considerar:
Após definir o escopo, é essencial estabelecer os objetivos
da análise. Esses objetivos devem ser específicos e mensuráveis, como
reduzir o número de falhas em um processo de manufatura em 20% ou melhorar a
confiabilidade de um componente crítico de um sistema.
Montagem
da Equipe de FMEA
Uma equipe de FMEA eficaz é multidisciplinar,
composta por profissionais com diferentes experiências e conhecimentos. A
montagem da equipe é fundamental para garantir que todas as áreas relevantes
sejam contempladas na análise, desde a concepção até a execução do produto ou
processo.
A equipe de FMEA geralmente inclui:
A presença de uma equipe diversa garante que a
análise seja feita com diferentes perspectivas, aumentando a identificação de
falhas potenciais que podem não ser percebidas por apenas um grupo de
especialistas.
Coleta
de Dados e Informações Relevantes
Uma análise FMEA eficaz depende da qualidade das
informações disponíveis. A coleta de dados é uma etapa essencial para
fundamentar o processo de análise. Durante essa fase, a equipe deve reunir
todos os dados e informações necessários sobre o produto, processo ou sistema
que será analisado.
As fontes de dados incluem:
Além disso, a equipe deve analisar fatores externos que podem influenciar a análise, como regulamentações, normas do setor e padrões de qualidade. Quanto mais detalhada for a coleta de dados, mais precisa será a análise FMEA.
Ao final da fase de preparação e planejamento, a
equipe terá definido claramente o escopo da análise, seus objetivos e terá
reunido todas as informações necessárias. Isso cria uma base sólida para a
execução eficiente do FMEA, permitindo que o processo de identificação e
mitigação de falhas seja conduzido com sucesso.
Condução de uma Análise
FMEA
A condução de uma Análise de Modos de Falhas e
Efeitos (FMEA) envolve uma série de etapas estruturadas que visam identificar
falhas potenciais, avaliar seus riscos e definir ações corretivas para mitigar
ou eliminar esses riscos. A seguir, detalharemos os principais passos para a
identificação de modos de falhas, avaliação de riscos e determinação do Número
de Prioridade de Risco (NPR).
Passos
para Identificação de Modos de Falhas
O primeiro passo na condução
primeiro passo na condução de uma análise FMEA é a
identificação dos modos de falhas. Um modo de falha é qualquer maneira
pela qual um componente, processo ou sistema pode falhar em cumprir sua função
prevista. Esse processo envolve a análise cuidadosa de cada etapa de um
processo ou de cada componente de um produto, com o objetivo de prever falhas
que possam ocorrer.
Passos
para identificar os modos de falhas:
1.
Divisão do Produto ou Processo em
Elementos: A análise começa dividindo
o sistema em componentes ou o processo em etapas, dependendo do tipo de FMEA
(projeto ou processo). Cada um desses elementos deve ser avaliado de forma
independente.
2.
Perguntas-Chave para Identificação de
Falhas: A equipe de FMEA deve se
perguntar:
o
"De que
maneiras esse componente ou processo pode falhar?"
o
"Quais
funções ele desempenha e como essas funções podem ser comprometidas?"
3.
Análise de Documentação e Histórico
de Falhas: A consulta a relatórios de
falhas anteriores, especificações técnicas e dados operacionais é fundamental
para a identificação de modos de falha comuns ou conhecidos.
Exemplo: Em um sistema de freios automotivo, um modo de
falha poderia ser a perda de pressão do fluido de freio, comprometendo a função
de frenagem.
Avaliação
de Riscos: Severidade, Ocorrência e Detecção
Após identificar os modos de falha, o próximo passo
é avaliar os riscos associados a cada um deles. Essa avaliação é feita
com base em três critérios principais: severidade, ocorrência e detecção.
1.
Severidade (S):
o
Avalia o impacto
potencial de uma falha, ou seja, o quão grave seria o efeito dessa falha no
produto ou no processo.
o
A severidade é
classificada em uma escala de 1 a 10, onde 10 representa uma falha catastrófica
que pode comprometer a segurança do usuário ou a integridade do sistema, e 1
representa um impacto mínimo.
2.
Ocorrência (O):
o
Mede a
probabilidade de que o modo de falha ocorra. Essa probabilidade é estimada com
base em dados históricos e na experiência da equipe.
o A ocorrência também é classificada em uma escala de 1 a 10, onde 10 significa que a falha ocorre com muita frequência e 1 indica que a falha é altamente improvável.
3.
Detecção (D):
o
Avalia a
capacidade do sistema ou processo de detectar a falha antes que ela cause
danos. Um sistema com alta capacidade de detecção pode identificar uma falha
iminente e prevenir suas consequências.
o A detecção é classificada em uma escala de 1
assificada em uma escala de 1 a 10, onde 10 significa que a falha
provavelmente não será detectada até que ocorra um problema grave, e 1
significa que a falha será detectada com certeza.
Exemplo
de Classificação:
Determinação
do Número de Prioridade de Risco (NPR)
Com a severidade, ocorrência e detecção
classificadas, é possível calcular o Número de Prioridade de Risco (NPR).
O NPR é o produto das três classificações:
NPR = Severidade (S) × Ocorrência (O)
× Detecção (D)
O NPR serve como uma métrica que indica a prioridade de ação para cada modo de falha. Quanto maior o NPR, mais crítico é o risco associado àquele modo de falha, exigindo uma atenção imediata.
Exemplo
de Cálculo de NPR:
NPR = 9 × 3 × 7 = 189
Esse valor indica que, embora o impacto seja alto, a
baixa probabilidade de ocorrência e a detecção relativamente difícil colocam a
falha como uma prioridade média.
Após calcular o NPR, a equipe de FMEA deve priorizar os modos de falha com maior NPR e definir ações corretivas para reduzir os riscos, como modificar o design, melhorar processos de fabricação ou implementar melhores mecanismos de detecção.
Implementação de Ações
Corretivas no FMEA
A etapa de implementação de ações corretivas no FMEA (Análise de Modos de Falhas e Efeitos) é essencial para garantir que os riscos identificados sejam efetivamente mitigados ou eliminados. Depois de avaliar os modos de falha e calcular o Número de Prioridade de Risco (NPR), é necessário agir de
forma organizada para reduzir esses riscos. Essa fase
envolve o planejamento de ações corretivas, a revisão contínua da análise e o
monitoramento dos resultados.
Planejamento
de Ações para Reduzir Riscos
O primeiro passo na implementação de ações
corretivas é o planejamento de ações concretas que visam reduzir os
riscos associados aos modos de falha identificados. Essas ações podem envolver
mudanças no design, melhorias no processo de fabricação, reforço em controles
de qualidade ou até mesmo o treinamento de funcionários.
Tipos
de Ações Corretivas:
Planejamento
Detalhado: Cada ação corretiva deve
ser detalhada no plano de ação, com responsabilidades atribuídas a membros da
equipe, prazos estabelecidos e recursos designados para garantir que as
correções sejam realizadas de maneira eficaz.
Revisão
e Atualização da Análise de FMEA
Após a implementação das ações corretivas, é
importante realizar uma revisão e atualização da análise de FMEA. Isso
garante que as mudanças introduzidas foram eficazes e que os novos riscos ou
modificações sejam adequadamente documentados.
Etapas
da Revisão:
1.
Verificação das Ações Corretivas: Revisar se todas as ações corretivas foram
implementadas conforme o planejado e se os modos de falha foram eliminados ou
tiveram seu risco significativamente reduzido.
2. Reavaliação de Riscos: Uma vez que as ações corretivas são implementadas, a
equipe deve recalcular o NPR (Número de Prioridade de Risco) para avaliar o
impacto das correções. Se o NPR for reduzido de forma significativa, as ações
podem ser consideradas eficazes.
3.
Atualização da Documentação: A análise de FMEA é um documento vivo e deve ser
atualizado sempre que uma mudança significativa for feita. Isso inclui a
revisão dos modos de falha, suas causas, efeitos e as novas medidas de controle
aplicadas. Essas atualizações garantem que as informações estejam sempre
disponíveis para futuras revisões ou auditorias.
4.
Planejamento para Novos Ciclos de
Análise: A revisão do FMEA também
deve incluir uma estratégia para futuras análises e monitoramentos, pois novos
modos de falha podem surgir com o tempo ou com mudanças nos processos.
Monitoramento
e Verificação de Resultados
A implementação eficaz de ações corretivas requer monitoramento
contínuo e verificação dos resultados para assegurar que os riscos tenham
sido controlados de forma sustentável. Essa etapa envolve acompanhar os
indicadores de desempenho e qualidade para garantir que as falhas não se
repitam.
Ações
de Monitoramento:
Verificação
de Resultados:
A combinação de um planejamento detalhado, revisão contínua e monitoramento eficaz é a chave para garantir que as ações corretivas no FMEA resultem em melhorias significativas e duradouras na qualidade, segurança e confiabilidade do produto ou processo.
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