Urgências
Médicas Mais Comuns no Consultório
Síncope, lipotimia e crises de
ansiedade
Síncope, lipotimia e crises de ansiedade estão entre as intercorrências médicas mais frequentes no consultório odontológico. Revisões mostram que a síncope vasovagal é a emergência médica mais comum na prática odontológica, geralmente associada a fatores psicogênicos como medo, dor, estresse e visão de sangue ou agulhas. Em paralelo, crises de ansiedade e hiperventilação aparecem especialmente em pacientes apreensivos e podem simular quadros orgânicos, exigindo avaliação rápida e conduta calmante e objetiva. Esses eventos, embora na maioria das vezes benignos, podem evoluir para risco maior se não forem reconhecidos precocemente e conduzidos com técnicas de suporte básico e controle do estresse.
Síncope vasovagal: causas e mecanismo
A síncope vasovagal, também chamada de “desmaio
simples” ou síncope vasodepressora, é uma perda transitória de consciência
causada por redução abrupta da perfusão cerebral. O mecanismo clássico envolve
estímulo forte ao sistema nervoso autônomo, levando a aumento do tônus vagal
e/ou queda do tônus simpático. Isso provoca bradicardia, vasodilatação
periférica, diminuição do retorno venoso e queda da pressão arterial,
culminando em hipoperfusão cerebral.
Na odontologia, os gatilhos mais comuns são ansiedade intensa, dor, estresse emocional, postura mantida por muito tempo e, às vezes, jejum prolongado; por isso pode ocorrer tanto antes quanto durante anestesia local ou procedimentos cirúrgicos.
Sinais e sintomas pré-síncope
O período pré-síncope costuma ser breve, mas oferece sinais clínicos típicos. O paciente pode relatar tontura, “escurecimento” visual, calor súbito, náusea, fraqueza, palidez, sudorese fria e sensação de desfalecimento. O profissional pode observar queda do tônus postural, bocejos repetidos, olhar “perdido”, agitação súbita ou silêncio incomum. Muitas vezes há taquicardia inicial pela ansiedade, seguida de bradicardia e hipotensão quando o reflexo vasovagal se instala. Reconhecer essa fase é essencial porque intervenções simples nessa etapa frequentemente evitam a perda completa de consciência.
Diferenciação entre síncope, hipotensão postural e mal-estar
inespecífico
Embora possam parecer semelhantes, esses quadros têm
características clínicas distintas:
Na prática, a presença de pródromos autonômicos intensos e recuperação rápida ao deitar favorece síncope vasovagal; a relação temporal clara com levantar da cadeira favorece hipotensão postural.
Conduta clínica imediata
O manejo inicial da síncope no consultório deve ser
rápido e sistemático:
1.
Interromper
o procedimento e remover materiais da boca.
2. Posicionar o paciente em decúbito dorsal (supino) com pernas elevadas, favorecendo retorno venoso e perfusão cerebral. Algumas diretrizes também admitem posição lateral de recuperação se houver risco de aspiração, mas a posição supina com pernas elevadas é a mais usada na síncope simples.
3.
Garantir
vias aéreas pérvias e monitorar respiração.
4.
Oxigênio
suplementar se disponível, especialmente se a recuperação for
lenta.
5.
Monitorar
sinais vitais (PA, pulso, SpO₂).
6.
Estimular
recuperação com calma, sem levantar o paciente rapidamente.
Se não houver recuperação rápida, se a respiração se tornar irregular ou se não houver pulso detectável, o quadro deve ser tratado como potencial parada cardiorrespiratória, iniciando SBV e acionando resgate.
Crise de ansiedade e pânico
Crises de ansiedade no consultório variam de desconforto leve até pânico. Um ataque de pânico é uma descarga autonômica abrupta que atinge pico em poucos minutos e frequentemente ocorre desencadeada por percepção de ameaça,
dor antecipada, anestesia ou sensação de perda de controle. Clinicamente, o paciente pode relatar medo intenso, sensação de morte iminente, falta de ar, palpitações, tremores, sudorese, parestesias, náusea e tontura. Embora pareça grave, a crise é autolimitada quando manejada adequadamente; o risco maior está no diagnóstico diferencial com emergências reais (asma, evento cardíaco), exigindo avaliação clínica e sinais vitais.
Hiperventilação: sinais clínicos e manejo
A hiperventilação é muito associada a
ansiedade/pânico e resulta em redução do CO₂ sanguíneo (hipocapnia), o que
provoca sintomas neurológicos e musculares. Os sinais típicos incluem
respiração rápida e profunda, sensação de sufocamento, aperto torácico sem
alteração cardíaca primária, tontura, “formigamento” em mãos e ao redor da
boca, espasmo carpopedal, visão turva e sensação de desmaio. A saturação de
oxigênio costuma permanecer normal, o que ajuda a diferenciar de broncoespasmo.
O manejo recomendado foca em reduzir o ritmo
ventilatório e restaurar CO₂:
Métodos como reinalação de ar expirado são descritos em textos mais antigos, mas diretrizes modernas preferem o controle respiratório guiado, por ser mais seguro e suficiente na maioria dos casos.
Prevenção durante anestesia e procedimentos prolongados
A prevenção desses eventos é baseada em reduzir
gatilhos autonômicos e psicológicos. As estratégias mais citadas incluem:
Em conjunto, essas medidas reduzem a incidência de síncope e crises de ansiedade, melhoram a experiência do paciente e aumentam a segurança do atendimento.
Referências bibliográficas
Herbelet S, et al. Syncope in dental practices: a systematic
review on aetiology and management. Journal of Dental Sciences, 2021.
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medical emergencies in dental practice. British Dental Journal, 2023.
Malamed SF. Medical Emergencies in the Dental
Office. Elsevier, edições recentes.
Dentalcare.com. Managing Adult Medical Emergencies
in the Dental Office: Hyperventilation. Curso de educação continuada,
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practice. Revisão clínica aplicada, 2014.
Dentalkart. Management of medical emergencies in
dentistry: vasovagal syncope and hyperventilation. Revisão prática, 2025.
Hipoglicemia e intercorrências em
diabéticos
A hipoglicemia e outras intercorrências em pacientes
diabéticos são eventos relevantes na odontologia porque o consultório combina
fatores capazes de desestabilizar o metabolismo glicídico: jejum inadvertido,
ansiedade, procedimentos prolongados, dor, infecção e interação medicamentosa.
A literatura aponta que a hipoglicemia é uma das emergências médicas mais
comuns em ambiente odontológico, sobretudo em pessoas que usam insulina ou
secretagogos de insulina. Dessa forma, o cirurgião-dentista deve ser capaz de
identificar rapidamente o quadro, tratá-lo de modo seguro no consultório e
planejar atendimentos que minimizem riscos.
O diabetes mellitus é uma doença metabólica crônica caracterizada por hiperglicemia decorrente de defeitos na secreção de insulina, na ação da insulina, ou em ambos. Pode ser classificado principalmente em diabetes tipo 1, tipo 2, diabetes gestacional e outros tipos específicos. Do ponto de vista odontológico, o diabetes tem implicações diretas porque altera resposta inflamatória, aumenta susceptibilidade a infecções, pode retardar cicatrização e, quando descompensado, eleva o risco de complicações sistêmicas durante procedimentos clínicos. Em pacientes bem controlados, a maior parte dos tratamentos odontológicos pode ser
realizada com segurança, desde que se
respeitem cuidados de planejamento, monitoramento e prevenção de hipoglicemia.
A hipoglicemia é definida como redução da glicose
sanguínea a ponto de desencadear sinais e sintomas neuroglicopênicos e
autonômicos. As diretrizes atuais a categorizam em três níveis: nível 1 quando
a glicemia está abaixo de 70 mg/dL e igual ou acima de 54 mg/dL; nível 2 quando
está abaixo de 54 mg/dL; e nível 3 quando há alteração cognitiva ou física
importante, exigindo ajuda de terceiros, independentemente do valor exato da
glicose. Na prática clínica odontológica, esses níveis podem ser traduzidos como
hipoglicemia leve (sintomas iniciais e paciente colaborativo), moderada
(sintomas evidentes com dificuldade de controle) e grave (rebaixamento de
consciência, confusão profunda, convulsão ou coma).
Os sinais da hipoglicemia resultam de dois
mecanismos principais. O primeiro é a ativação autonômica (adrenérgica e
colinérgica), que gera manifestações como sudorese fria, palidez, tremores,
taquicardia, ansiedade, fome intensa e sensação de fraqueza súbita. O segundo é
a neuroglicopenia, isto é, a falta de glicose para o sistema nervoso central,
levando a tontura, confusão mental, dificuldade de fala, sonolência, alteração
de comportamento, visão turva, perda de coordenação motora e, nos casos graves,
convulsão e coma. Com frequência o paciente apresenta sinais autonômicos
primeiro; se não houver correção rápida, os sinais neurológicos predominam.
Reconhecer essa progressão é crucial porque intervenções com o paciente ainda
consciente são mais simples e evitam evolução para quadro grave.
A conduta imediata varia conforme o nível de
consciência. Em paciente consciente e capaz de engolir, a prioridade é oferecer
carboidrato de rápida absorção. As recomendações atuais sugerem administrar
cerca de 15 g de carboidrato (exemplos: glicose em gel, suco adoçado, tabletes
de glicose) e reavaliar o quadro em cerca de 15 minutos, repetindo se
necessário. No consultório odontológico, é útil ter glicose oral no kit de
emergência e, quando possível, confirmar a glicemia com glicosímetro, conforme
orienta a Associação Odontológica Americana.
Após recuperação, deve-se fornecer um carboidrato de
ação mais lenta (lanche) se o paciente não se alimentar imediatamente, para
evitar recorrência.
Em paciente inconsciente, confuso a ponto de não colaborar, ou com risco de aspiração, não se deve oferecer nada por via oral. A ação correta é colocar o paciente
em posição supina ou lateral de segurança,
garantir vias aéreas pérvias, fornecer oxigênio se disponível e acionar suporte
de emergência. Se o profissional tiver treinamento e acesso ao medicamento, o
uso de glucagon intramuscular é recomendado em hipoglicemia grave fora do
ambiente hospitalar; entretanto, sua disponibilidade e uso dependem do protocolo
local e da capacitação da equipe. Importante notar que, em odontologia, muitos
consultórios não dispõem de glucagon; por isso o foco é suporte básico,
acionamento rápido do resgate e continuidade do SBV se houver piora
respiratória ou circulatória.
A relação entre jejum, medicação e horário de
atendimento é um dos determinantes mais fortes de hipoglicemia no consultório.
Pacientes que comparecem em jejum, especialmente se mantiveram a dose habitual
de insulina ou hipoglicemiantes orais, têm risco elevado de queda glicêmica
durante a consulta. Isso é mais provável em atendimentos matinais ou longos.
Diretrizes recomendam confirmar, antes de iniciar o procedimento, se o paciente
comeu normalmente e tomou seus medicamentos no horário habitual. Quando houver
dúvida, histórico de episódios prévios ou uso de insulina, a aferição de
glicemia capilar pré-procedimento é uma medida prudente.
Esses cuidados se traduzem em ajustes no
planejamento clínico. Para pacientes diabéticos, recomenda-se preferir
consultas de curta duração, com mínimo de estresse, mantendo intervalos para
descanso em procedimentos prolongados.
O agendamento deve ser feito em horários nos quais o
paciente tenha feito sua refeição e esteja em rotina medicamentosa estável. Em
indivíduos bem controlados, tratamentos restauradores, endodônticos e
cirúrgicos simples podem ser realizados sem mudanças profundas, mas sempre com
monitoramento adequado. Em diabéticos mal controlados ou com HbA1c elevada
(quando essa informação estiver disponível), procedimentos eletivos extensos
devem ser adiados até melhor controle sistêmico, especialmente cirurgias invasivas,
implantes e extrações múltiplas, devido ao maior risco de infecção e
cicatrização lenta. A literatura também destaca a importância de comunicação
com o médico assistente quando o paciente relata controle instável ou episódios
frequentes de hipoglicemia.
O manejo de infecções odontogênicas em diabéticos merece atenção extra. Infecções podem elevar a glicemia por resposta inflamatória e estresse, desestabilizando o paciente; ao mesmo tempo, a hiperglicemia prejudica o sistema imune e pode
favorecer disseminação. Assim,
em casos de infecção aguda, pode ser necessário instituir antibiótico e
drenagem com maior urgência, além de orientar o paciente a monitorar glicemia
e, se indicado pelo médico, ajustar a terapêutica hipoglicemiante.
No pós-procedimento, os cuidados se distribuem entre
prevenção de hipoglicemia tardia e controle de cicatrização. Procedimentos
dolorosos ou com uso de analgésicos e anti-inflamatórios podem reduzir ingestão
alimentar; isso, em diabéticos medicados, aumenta o risco de hipoglicemia horas
depois. Por isso, deve-se orientar o paciente a manter alimentação regular,
adaptar consistência dos alimentos sem pular refeições e monitorar glicemia com
mais frequência no dia do procedimento e no dia seguinte. Em cirurgias,
reforça-se a necessidade de higiene rigorosa, observação de sinais de infecção
(dor crescente, supuração, febre) e retorno precoce se houver complicações.
Em pacientes descompensados, o acompanhamento
pós-operatório deve ser mais próximo, porque a chance de atraso de cicatrização
e infecção é maior.
Em síntese, a hipoglicemia no consultório odontológico é previsível em grande parte dos casos. Ela pode ser evitada com anamnese dirigida, confirmação de refeição e medicação prévias, agendamento adequado e atenção ao tempo de consulta. Quando ocorre, o manejo eficiente depende de reconhecer sinais autonômicos e neurológicos, tratar imediatamente pacientes conscientes com glicose oral e conduzir pacientes inconscientes com suporte básico de vida e acionamento do resgate. Esses cuidados integram a rotina de segurança em urgência e emergência odontológica e elevam a qualidade do atendimento ao paciente diabético.
Referências bibliográficas
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Diabetes – 2024 e 2025: seções sobre metas glicêmicas e hipoglicemia, incluindo
classificação em níveis 1, 2 e 3.
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odontológicas, monitoramento glicêmico e protocolo para hipoglicemia em
pacientes conscientes e inconscientes.
Malamed SF. Medical Emergencies in the Dental
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emergências médicas em odontologia.
Yarmohammadi S, et al. Emergency protocol in the
dental clinic. Journal of the American Dental Association, 2022. Revisão de
protocolos de emergência incluindo hipoglicemia.
Lalla E, Kunzel C, Burkett S, Cheng B, Lamster IB. Dental considerations for the treatment of patients with diabetes
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Dental treatment planning in diabetic patients. ADRE
Journal, 2024. Recomendações de horários, refeições, monitoramento e risco de
hipoglicemia.
Frontiers in Endocrinology. Pathogenesis and
treatment of wound healing impairment in diabetes. 2022. Evidências sobre
atraso de cicatrização e risco infeccioso.
Crises
respiratórias e obstrução de vias aéreas na odontologia
Crises respiratórias e episódios de obstrução de vias aéreas representam emergências potencialmente graves no consultório odontológico. Elas podem surgir tanto por descompensação de doenças respiratórias pré-existentes quanto por eventos diretamente relacionados ao procedimento, como aspiração de corpo estranho ou edema alérgico. A resposta clínica deve ser rápida porque a hipóxia evolui em minutos e pode levar à parada cardiorrespiratória. Por isso, diretrizes de emergência em odontologia destacam a necessidade de reconhecer precocemente sinais de insuficiência respiratória, iniciar medidas de suporte básico e acionar ajuda especializada quando indicado.
Asma e DPOC: considerações odontológicas
Asma e Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) são
condições comuns na população adulta e idosa e, portanto, frequentes na rotina
odontológica. Em asmáticos, o risco principal é o broncoespasmo desencadeado
por estresse, hiperventilação, alergênicos ou irritantes, além de reações a
alguns fármacos (como AINEs em pacientes sensíveis). Já em pacientes com DPOC,
o consultório pode precipitar dispneia por posição supina prolongada,
ansiedade, infecções ativas ou uso inadequado de oxigênio.
Cuidados gerais recomendados:
Crise asmática e broncoespasmo: quadro clínico
A crise asmática é uma exacerbação aguda com estreitamento das vias aéreas por broncoconstrição, edema e secreção. Clinicamente, o paciente apresenta falta de ar súbita, sensação de aperto torácico, tosse, sibilos (chiado), prolongamento expiratório e ansiedade
crescente. Em crises moderadas a graves, há dificuldade para falar frases
completas, uso de musculatura acessória, taquicardia e possível queda da
saturação de oxigênio.
O broncoespasmo no consultório pode ocorrer em asmáticos, em pacientes com alergia respiratória ou como parte de anafilaxia. Sinais de gravidade incluem silêncio auscultatório (quando o fluxo de ar está muito baixo), cianose, rebaixamento de consciência e SpO₂ persistentemente baixa. Essas condições exigem resposta emergencial e acionamento imediato do suporte avançado.
Conduta com broncodilatador e oxigênio
O tratamento inicial da crise asmática em ambiente
odontológico segue recomendações de guias de asma e de emergências dentais:
Diretrizes recentes reforçam que, em ataque asmático, o inalador necessário é o de “resgate” e não os controladores. Também destacam que a pior evolução está associada a atraso no broncodilatador e à falta de oxigênio quando indicado.
Papel do estresse e alergênicos no consultório
O estresse emocional é um gatilho frequente de broncoespasmo. Medo de anestesia, dor antecipada, sensação de sufocamento e procedimentos longos favorecem hiperventilação e descarga autonômica, predispondo crises. Além disso, alergênicos ambientais podem contribuir: pó de luva de látex, cheiros fortes de desinfetantes, aerossóis de profilaxia, polimento e materiais de moldagem. Em asmáticos sensíveis, AINEs e sulfito presente em anestésicos com vasoconstritor também podem ser gatilhos, embora isso seja menos comum e deva ser avaliado na anamnese.
Prevenção prática inclui comunicação acolhedora, analgesia adequada, pausa em procedimentos longos, ambiente ventilado e uso de materiais alternativos quando houver história de sensibilidade.
Engasgo e aspiração de corpo estranho
A aspiração ou engasgo com corpo estranho é uma emergência típica do ambiente odontológico, porque pequenos
instrumentos,
fragmentos dentários, coroas, brocas ou gaze podem deslocar-se para a
orofaringe durante o atendimento. A literatura descreve que, embora a
incidência absoluta seja baixa, o risco é real e a evolução pode ser fatal se
houver obstrução total.
O evento pode se apresentar de duas formas:
Obstrução parcial x total das vias aéreas
Reconhecer o grau de obstrução é decisivo para a
conduta:
Manobras iniciais no consultório
Os algoritmos de suporte básico de vida recomendados
para engasgo (adulto) seguem sequência progressiva:
1.
Estimular
tosse se a obstrução for parcial.
2.
Aplicar
até 5 golpes interescapulares (tapotagem nas costas) na
obstrução total consciente.
3.
Se
não resolver, realizar até 5 compressões abdominais (manobra
de Heimlich).
4.
Alternar golpes nas costas e compressões abdominais
até resolução ou perda de consciência.
5.
Se
o paciente ficar inconsciente: acionar resgate, iniciar RCP, e a
cada ciclo abrir a boca e retirar somente o corpo estranho visível.
No consultório odontológico, deve-se também:
Referências bibliográficas
Global Initiative for Asthma (GINA). Global Strategy
for Asthma Management and Prevention, relatório 2024.
SIGN, BTS e NICE. British guideline on the
management of asthma, atualização 2024.
CPD4DentalHygienists.
Medical Emergencies: Asthma
and the Management of Asthma in Dental Practice. 2024.
Pérez-Castrillón JL et al. Dental considerations in
patients with respiratory problems (asma e DPOC). Journal of Clinical and
Experimental Dentistry.
Resuscitation Council UK. Guidance on choking and
adult foreign-body airway obstruction algorithm. Atualizações 2024–2025.
Fry A, et al. Management of choking in the dental
practice. British Dental Journal. 2019.
Jang Y, et al. Foreign body aspiration associated with dentistry: clinical course and management. Journal of Dental Anesthesia and Pain Medicine. 2022.
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