POSICIONAMENTO
RADIOGRÁFICO DOS MEMBROS SUPERIORES
Posicionamento
do Cotovelo, Braço e Ombro
Cotovelo
A
articulação do cotovelo é uma das regiões mais complexas e importantes do
membro superior, sendo frequentemente avaliada por radiografia em casos de
trauma, dor, rigidez articular ou suspeita de patologias ósseas e articulares.
As projeções padrão — anteroposterior (AP), lateral (perfil) e oblíquas —
fornecem imagens essenciais para o diagnóstico de fraturas, luxações,
osteoartrites e outras alterações. No entanto, desafios técnicos como a
limitação de flexão, comuns em casos agudos, exigem adaptações no posicionamento
e bom conhecimento anatômico por parte do técnico em radiologia.
1.
Anatomia Radiológica do Cotovelo
O
cotovelo é uma articulação sinovial composta por três articulações em uma
cápsula comum:
- Úmero-radial:
entre o capítulo do úmero e a cabeça do rádio.
- Úmero-ulnar:
entre a tróclea do úmero e a incisura troclear da ulna.
- Rádio-ulnar proximal:
entre a cabeça do rádio e a incisura radial da ulna.
Essas
estruturas permitem movimentos de flexão, extensão, pronação e supinação.
Os
principais marcos anatômicos do cotovelo visualizados em radiografias incluem:
- Epicôndilo medial e
lateral do úmero.
- Capítulo e tróclea.
- Olecrano,
cabeça e colo do rádio, e processo coronóide da ulna.
- Linha gordurosa
anterior e posterior (visualizadas em perfil).
A
identificação precisa dessas estruturas é essencial para detectar fraturas
ocultas, deslocamentos e incongruências articulares.
2.
Incidência Anteroposterior (AP)
Técnica
- O paciente deve
estar sentado, com o ombro, cotovelo e antebraço no mesmo plano
horizontal.
- O antebraço é
estendido com a palma da mão voltada para cima (supinação).
- O feixe central é perpendicular
ao receptor, centrado na articulação do cotovelo.
- A distância
foco-filme (DFF) padrão é de 100 cm.
Objetivo
e Avaliação
- Permite observar o
alinhamento da tróclea com a ulna e do capítulo com a cabeça do rádio.
- Os epicôndilos devem
estar equidistantes e visíveis.
- É essencial para
avaliar fraturas do úmero distal, da cabeça do rádio e alterações na
morfologia articular.
Limitações
Em
casos de dor aguda ou limitação de extensão, o paciente pode não conseguir
estender completamente o cotovelo. Nessas situações, a radiografia em duas
posições (úmero e antebraço paralelos ao receptor) pode ser realizada para
garantir
visualização adequada.
3.
Incidência Lateral (Perfil)
Técnica
- O cotovelo é fletido
a 90°, com a margem ulnar do antebraço apoiada sobre o receptor.
- O polegar deve estar
voltado para cima (posição lateral neutra).
- O feixe central é perpendicular
à articulação do cotovelo, centrado na região olecraniana.
Avaliação
Clínica
- Essencial para
identificar fraturas do olecrano, luxações e desalinhamentos
articulares.
- Permite visualização
clara das linhas gordurosas, especialmente a linha posterior, que
pode indicar hemartrose secundária a fratura intra-articular.
- O alinhamento entre
o úmero e a ulna deve ser contínuo.
Cuidados
Em
pacientes com mobilidade reduzida ou fraturas, pode ser difícil alcançar os 90°
ideais. Nesses casos, devem-se usar suportes ou ajustar o ângulo conforme a
tolerância do paciente.
4.
Incidências Oblíquas
As
incidências oblíquas do cotovelo são complementares às projeções padrão e
melhoram a visualização de áreas anatômicas específicas.
a)
Oblíqua Interna (rotação medial)
- O membro é
rotacionado internamente até formar um ângulo de 45° entre o antebraço e o
receptor.
- Utilizada para
destacar a ulna e o processo coronóide.
- Auxilia na avaliação
de fraturas escondidas na visão AP convencional.
b)
Oblíqua Externa (rotação lateral)
- O membro é
rotacionado lateralmente em 45°, mantendo o antebraço em supinação.
- Evidencia a cabeça
e colo do rádio sem sobreposição da ulna.
- Indicada para
identificar fraturas isoladas da cabeça radial ou impactos por trauma.
As
incidências oblíquas são particularmente úteis em situações de trauma quando a
fratura não é visível em AP ou perfil, proporcionando um estudo tridimensional
das estruturas articulares.
5.
Interpretação Radiológica e Casos de Trauma
As
lesões traumáticas do cotovelo são comuns em quedas com apoio do braço ou
acidentes esportivos. Entre as mais frequentes, destacam-se:
- Fratura da cabeça do
rádio: comumente oculta na AP; oblíqua externa e
perfil são mais úteis.
- Fratura do olecrano:
bem evidenciada em perfil; pode causar perda de extensão do cotovelo.
- Luxação posterior do
cotovelo: perda da congruência entre úmero e
ulna, visível em todas as projeções.
- Fraturas
supracondilianas (frequentes em crianças): AP e
perfil auxiliam na avaliação da angulação e alinhamento.
A
presença de linhas gordurosas deslocadas, especialmente a linha
posterior visível em
especialmente a linha
posterior visível em perfil, pode ser o único indicativo radiográfico de
fratura não evidente.
Em
casos de limitação de flexão, o técnico deve adaptar a posição com cuidado,
utilizando espumas de apoio e imobilizadores se necessário, sempre buscando a
imagem de melhor qualidade possível dentro das limitações do paciente.
Conclusão
O
estudo radiográfico do cotovelo exige atenção aos detalhes anatômicos e
técnicos para garantir uma avaliação completa e eficaz. As incidências AP,
lateral e oblíquas (interna e externa) oferecem diferentes perspectivas que,
quando combinadas, aumentam a sensibilidade do exame para detecção de fraturas,
luxações e alterações articulares. A habilidade do técnico em adaptar o
posicionamento em casos de trauma ou flexão limitada é essencial para evitar
exames inconclusivos ou repetições, respeitando sempre os princípios de
proteção radiológica.
Referências
Bibliográficas
- BONTRAGER, Kenneth
L.; LAMPIGNANO, Denise. Manual de posicionamento e técnicas em
radiologia. 8. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2015.
- OLIVEIRA, Marcos M.
de. Posicionamento radiológico: teoria e prática. 2. ed. São Paulo:
Rideel, 2020.
- MOY, Lílian L. Anatomia
radiológica: princípios básicos para técnicos em radiologia. São
Paulo: Senac, 2012.
- BRASIL. Ministério
da Saúde. Portaria GM/MS nº 453, de 1º de junho de 1998. Diretrizes
de proteção radiológica em radiodiagnóstico médico e odontológico.
- ICRP – International
Commission on Radiological Protection. Recommendations of the ICRP.
Publication 103, 2007.
Radiologia do Braço: Incidências,
Considerações Especiais e Avaliação do Úmero Proximal
A
radiografia do braço, também conhecida como radiografia do úmero, é um exame
radiológico simples e rotineiro, utilizado para investigar lesões ósseas e
alterações articulares entre o ombro e o cotovelo. Apesar de sua aparente
simplicidade, o exame requer cuidados específicos com o posicionamento, a
colimação e o conforto do paciente — especialmente em crianças e indivíduos
acamados. As projeções padrão anteroposterior (AP) e lateral devem incluir toda
a extensão do úmero e, preferencialmente, as articulações do ombro e cotovelo.
Este texto apresenta os princípios técnicos fundamentais da radiografia do
braço, destacando ainda a importância da avaliação do úmero proximal,
frequentemente envolvido em traumas.
1.
Anatomia Radiológica do Braço
O
braço é a porção do membro superior
localizada entre a articulação glenoumeral
(ombro) e a articulação do cotovelo. Contém apenas um osso longo: o úmero.
As
principais estruturas anatômicas do úmero visualizadas em radiografias incluem:
- Cabeça do úmero,
que se articula com a cavidade glenoidal da escápula.
- Colo anatômico e
colo cirúrgico, regiões comuns de fraturas
proximais.
- Tubérculo maior
(troquiter) e menor (troquim), onde se inserem
tendões do manguito rotador.
- Diáfise umeral,
região central do osso.
- Epicôndilos medial e
lateral, localizados distalmente, junto à
articulação com o rádio e a ulna.
A
adequada identificação dessas estruturas é essencial para avaliação de
fraturas, tumores, osteomielites, doenças metabólicas ósseas e processos
degenerativos.
2.
Incidência Anteroposterior (AP)
Técnica
- O paciente deve
estar em posição ereta ou sentado, com o braço em extensão lateralmente ao
corpo.
- A palma da mão deve
estar voltada para frente (posição anatômica), com o cotovelo estendido.
- O feixe central deve
ser perpendicular ao receptor, centrado na metade da diáfise do
úmero.
- A distância
foco-filme (DFF) padrão é de 100 cm.
Objetivos
- Visualizar toda a
extensão do úmero, desde a cabeça até os epicôndilos.
- Avaliar alinhamentos
ósseos, integridade cortical, presença de fraturas ou lesões ósseas.
- Preferencialmente,
incluir as articulações do ombro e do cotovelo no mesmo exame.
Observações
Técnicas
- Em caso de trauma, o
paciente pode não conseguir rotacionar o braço; nesse caso, a projeção AP
pode ser feita com o braço em posição neutra, respeitando os limites
clínicos.
- A colimação deve ser
precisa para evitar exposição desnecessária e melhorar o contraste da
imagem.
3.
Incidência Lateral
Técnica
- O paciente é
posicionado com o lado do braço examinado em contato com o receptor.
- O cotovelo é fletido
e a mão colocada sobre o abdome ou posicionada em “posição lateral
verdadeira” com o braço dobrado em 90°.
- O feixe central é perpendicular
à diáfise do úmero, centrado no terço médio do osso.
- A DFF permanece em
100 cm.
Objetivos
- Avaliar a
profundidade das estruturas, a angulação de fraturas e o grau de
deslocamento ósseo.
- Visualizar com
clareza a sobreposição da cabeça umeral sobre a escápula.
Dificuldades
Técnicas
- Pacientes com dor,
limitação de mobilidade ou acamados podem ter dificuldades para manter
- com dor,
limitação de mobilidade ou acamados podem ter dificuldades para manter o
braço em posição adequada. Nesses casos, adaptações com almofadas, apoio e
auxílio de terceiros são recomendadas.
4.
Considerações para Pacientes Pediátricos e Acamados
a)
Pacientes Pediátricos
Radiografar
crianças exige abordagens específicas, considerando fatores como medo, pouca
colaboração, movimentação involuntária e anatomia em desenvolvimento.
- Imobilização:
dispositivos como pranchas, velcros ou auxílio de um acompanhante são
úteis.
- Comunicação:
instruções simples, firmes e acolhedoras ajudam a tranquilizar o paciente.
- Parâmetros técnicos:
ajustar mAs e kV conforme a espessura do braço infantil, evitando
superexposição.
- Colimação rigorosa:
essencial para reduzir dose e focar apenas na área de interesse.
b)
Pacientes Acamados
Para
pacientes em leito hospitalar ou com mobilidade comprometida, adaptar o exame é
indispensável:
- AP supina:
o receptor é colocado sob o braço estendido e o feixe direcionado
perpendicularmente.
- Lateral em decúbito:
o receptor pode ser posicionado lateralmente, e o feixe angulado conforme
o possível.
- Auxílio de outros
profissionais pode ser necessário para manter a
imobilidade e posicionamento correto.
- Uso de protetores
plumbíferos para regiões próximas deve ser
mantido mesmo em ambientes hospitalares.
5.
Avaliação do Úmero Proximal
O
úmero proximal é uma das regiões mais acometidas por fraturas em idosos,
especialmente associadas à osteoporose e quedas. A correta visualização dessa
área é crucial na radiografia do braço, mesmo quando não há queixa direta no
ombro.
A
avaliação da cabeça umeral inclui:
- Localização e
alinhamento da cabeça com a cavidade glenoidal.
- Presença de fraturas
no colo cirúrgico, região de transição entre a epífise e a diáfise.
- Deslocamentos ou
impactos da cabeça umeral no acrômio ou no
processo coracoide.
- Visualização dos tubérculos
maior e menor, que podem se romper em traumas de alta energia ou em
pacientes com degenerações musculares.
Quando
a avaliação da articulação glenoumeral for essencial (ex: suspeita de luxação),
podem ser necessárias incidências específicas de ombro, como a AP em rotação
interna/externa, Y escapular ou axilar.
Conclusão
A
radiografia do braço é uma ferramenta fundamental para avaliação de patologias
traumáticas, inflamatórias e degenerativas do úmero.
As projeções AP e lateral
devem sempre que possível incluir o ombro e o cotovelo, e devem ser adaptadas
conforme a condição do paciente. O técnico em radiologia deve estar capacitado
para realizar posicionamentos adequados mesmo diante de limitações, garantindo
conforto, proteção e qualidade da imagem. A visualização do úmero proximal é
especialmente relevante em idosos e em traumas de alta energia, e pode impactar
diretamente na conduta clínica.
Referências
Bibliográficas
- BONTRAGER, Kenneth
L.; LAMPIGNANO, Denise. Manual de posicionamento e técnicas em
radiologia. 8. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2015.
- OLIVEIRA, Marcos M.
de. Posicionamento radiológico: teoria e prática. 2. ed. São Paulo:
Rideel, 2020.
- MOY, Lílian L. Anatomia
radiológica: princípios básicos para técnicos em radiologia. São
Paulo: Senac, 2012.
- BRASIL. Ministério
da Saúde. Portaria GM/MS nº 453, de 1º de junho de 1998. Diretrizes
de proteção radiológica em radiodiagnóstico médico e odontológico.
- ICRP – International
Commission on Radiological Protection. Recommendations of the ICRP.
Publication 103, 2007.
Radiologia do Ombro: Incidências,
Avaliação de Lesões e Técnicas de Apoio
A
articulação do ombro é uma das mais móveis e instáveis do corpo humano, sendo
frequentemente acometida por luxações, fraturas e alterações degenerativas. A
radiografia convencional continua sendo o método de imagem inicial mais
utilizado para avaliação da articulação glenoumeral, escápula, clavícula e suas
estruturas adjacentes. A realização de incidências adequadas e adaptadas às
condições do paciente é essencial para a identificação precisa de
anormalidades. Este texto aborda as principais incidências radiográficas do
ombro — AP neutro, AP em rotação externa e interna, Y escapular e axilar —, a
avaliação de luxações e fraturas, e o uso de cassetes e apoios adequados no
posicionamento.
1.
Anatomia Radiológica do Ombro
A
articulação do ombro (glenoumeral) é formada pela cabeça do úmero e a cavidade
glenoidal da escápula. Outras estruturas importantes incluem:
- Clavícula,
que se articula com o acrômio (articulação acromioclavicular) e o esterno.
- Escápula,
com seus processos (espinha, acrômio e coracoide) e a fossa glenoidal.
- Tubérculo maior e
menor do úmero, sítios de inserção muscular
importantes.
- Colo anatômico e
colo cirúrgico do úmero, áreas suscetíveis
a fraturas.
Essas
estruturas são mais bem avaliadas por
meio de diversas incidências
radiográficas que permitem análise em diferentes planos.
2.
Incidências Radiográficas
a)
AP Neutro
Esta
projeção é utilizada principalmente em pacientes com limitação de movimento,
como em casos de trauma agudo.
- Posição:
paciente em ortostase ou sentado, com o dorso em contato com o receptor e
o braço em posição anatômica neutra (mão repousando ao lado do corpo).
- Feixe central:
perpendicular ao receptor, centrado a 2,5 cm inferior ao acrômio.
- Utilidade clínica:
avaliação geral da articulação glenoumeral, clavícula distal e fraturas do
úmero proximal, embora não evidencie completamente os tubérculos.
b)
AP em Rotação Externa
- Posição:
semelhante à AP neutra, porém com a mão supinada e o braço levemente
abduzido.
- Objetivo:
colocar o tubérculo maior em perfil lateral, facilitando sua
avaliação.
- Indicações:
útil em suspeita de fraturas do colo do úmero e inserções tendíneas.
c)
AP em Rotação Interna
- Posição:
paciente com a mão apoiada sobre o abdome ou com o dorso da mão contra a
coxa.
- Objetivo:
colocar o tubérculo menor em perfil medial.
- Indicações:
avaliação complementar em lesões proximais do úmero e cabeça umeral.
As
projeções AP em diferentes rotações são fundamentais para avaliação dos
tubérculos do úmero e para diferenciar fraturas de lesões de partes moles.
d)
Y Escapular (Lateral da escápula)
- Posição:
paciente em ortostase ou sentado, com o lado do ombro examinado junto ao
receptor. O corpo é rotacionado cerca de 45° a 60° em direção oposta ao
ombro em estudo.
- Objetivo:
a escápula forma um "Y" com seu corpo e os processos acrômio e
coracoide.
- Indicações clínicas:
ideal para identificação de luxações, pois permite ver se a cabeça
do úmero está centrada na cavidade glenoidal. Desvios sugerem luxações
anteriores ou posteriores.
- Importante:
essa incidência não requer movimentação do braço, sendo adequada para
pacientes com dor aguda.
e)
Axilar (Superoinferior ou Inferosuperior)
- Posição
superoinferior: paciente sentado, com o braço
abduzido em 90° e o raio incidindo de cima para baixo.
- Posição
inferosuperior: paciente em decúbito dorsal com o
braço abduzido, raio incidindo de baixo para cima com o receptor sob o
ombro.
- Objetivo:
mostrar a relação entre a cabeça do úmero e a cavidade glenoidal.
- Indicações:
luxações, fraturas da cabeça
- umeral, avaliação de espaçamentos
articulares.
A
axilar é uma das incidências mais informativas para confirmar ou excluir
luxações glenoumerais e deve ser realizada sempre que possível.
3.
Avaliação de Luxações e Fraturas
a)
Luxações do Ombro
As
luxações glenoumerais são as mais comuns do corpo humano, especialmente a luxação
anterior, onde a cabeça do úmero desloca-se anteriormente à cavidade
glenoidal. Menos comuns são as luxações posteriores, que podem ser difíceis de
detectar na AP.
- Incidência Y
escapular: ideal para avaliar a posição da
cabeça do úmero em relação à escápula.
- Incidência axilar:
confirma a direção da luxação (anterior, posterior ou inferior).
b)
Fraturas
O
úmero proximal é local frequente de fraturas, sobretudo em idosos com
osteoporose. As fraturas podem envolver:
- Cabeça e colos do
úmero.
- Tubérculo maior e/ou
menor.
- Luxações-fraturas,
com deslocamento associado.
As
incidências AP (rotacionadas), Y e axilar são complementares e indispensáveis
na análise de fraturas complexas, pois cada uma mostra o osso em ângulos
distintos.
4.
Uso de Cassetes e Apoio Adequado
A
escolha do equipamento e a preparação do paciente são fundamentais para obter
uma imagem de boa qualidade diagnóstica.
a)
Cassetes e Receptores
- Tamanho:
o cassete padrão de 24 x 30 cm geralmente é suficiente para as incidências
AP. Para Y escapular e axilar pode ser necessário cassete maior.
- Orientação:
deve ser ajustada conforme o tipo de projeção — vertical para AP e Y
escapular, horizontal ou inclinado para axilar.
- Receptores digitais
(DR ou CR): exigem cuidados com alinhamento,
sensibilidade e colimação.
b)
Apoio e Imobilização
- Espumas, cunhas e
suportes ajudam a estabilizar o paciente,
especialmente em situações de trauma, dor ou limitação de movimento.
- Em pacientes com
mobilidade reduzida ou acamados, a realização das incidências pode ser
adaptada com auxílio de outro profissional ou com técnica portátil,
respeitando os princípios de proteção radiológica e colimação
adequada.
c)
Proteção
- Avental plumbífero
deve ser utilizado sempre que possível, cobrindo áreas não envolvidas na
exposição.
- O princípio ALARA
deve orientar a prática radiológica, evitando exposições desnecessárias e
repetição de exames.
Conclusão
A
radiografia do ombro requer domínio técnico e conhecimento anatômico para
selecionar as incidências mais
indicadas conforme o quadro clínico. As
projeções AP neutra, em rotação externa e interna, Y escapular e axilar
oferecem visualizações complementares, fundamentais para o diagnóstico de
luxações e fraturas. O uso correto de cassetes, posicionamento cuidadoso e
apoio técnico adequado são determinantes para a obtenção de imagens
diagnósticas com segurança e qualidade. A atuação do profissional em radiologia
deve priorizar a precisão técnica, o conforto do paciente e a proteção contra a
radiação, contribuindo para uma prática ética e eficiente.
Referências
Bibliográficas
- BONTRAGER, Kenneth
L.; LAMPIGNANO, Denise. Manual de posicionamento e técnicas em
radiologia. 8. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2015.
- OLIVEIRA, Marcos M.
de. Posicionamento radiológico: teoria e prática. 2. ed. São Paulo:
Rideel, 2020.
- MOY, Lílian L. Anatomia
radiológica: princípios básicos para técnicos em radiologia. São
Paulo: Senac, 2012.
- BRASIL. Ministério
da Saúde. Portaria GM/MS nº 453, de 1º de junho de 1998. Diretrizes
de proteção radiológica em radiodiagnóstico médico e odontológico.
- ICRP – International
Commission on Radiological Protection. Recommendations of the ICRP.
Publication 103, 2007.
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