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Posicionamento Radiográfico Membros Superiores

POSICIONAMENTO RADIOGRÁFICO DOS MEMBROS SUPERIORES

 

 

 

Posicionamento Radiográfico da Mão, Punho e Antebraço

Mão

 

A mão é uma das regiões mais frequentemente radiografadas na prática clínica, tanto por seu envolvimento em traumas quanto por doenças osteoarticulares que acometem suas estruturas. A radiografia convencional continua sendo o método de imagem mais utilizado para avaliar fraturas, luxações, artrites, deformidades congênitas e outras alterações anatômicas. A correta execução das projeções básicas — posteroanterior (PA), oblíqua e perfil — é fundamental para garantir um diagnóstico preciso, reduzindo a necessidade de exames repetidos e exposição desnecessária à radiação.

1. Considerações Anatômicas da Mão

A mão é composta por 27 ossos, divididos em três grupos principais:

  • Falanges: ossos dos dedos. Cada dedo, com exceção do polegar, possui três falanges — proximal, média e distal. O polegar possui apenas duas: proximal e distal.
  • Metacarpos: cinco ossos longos que formam a palma da mão, numerados de I (polegar) a V (mínimo).
  • Carpo: formado por oito ossos curtos dispostos em duas fileiras. A fileira proximal (do rádio para a ulna) inclui o escafoide, semilunar, piramidal e pisiforme. A fileira distal inclui o trapézio, trapezoide, capitato e hamato.

Essas estruturas estão interligadas por articulações sinoviais e ligamentos, formando um sistema altamente móvel, adaptável e sensível. Por isso, é especialmente vulnerável a fraturas, entorses e doenças degenerativas.

2. Incidências Radiográficas Básicas

a) Projeção PA (posteroanterior)

A incidência PA é considerada a projeção básica e padrão para avaliação da mão. Ela permite uma visão geral dos ossos e articulações, sendo útil para a análise de fraturas, alinhamento ósseo, alterações degenerativas e processos inflamatórios.

  • Objetivo: visualização em posição anatômica dos ossos do carpo, metacarpos e falanges.
  • Indicações clínicas: fraturas, artrite reumatoide, osteoartrose, deformidades, corpo estranho.

b) Projeção Oblíqua (semi-pronada, 45 graus)

A incidência oblíqua da mão oferece uma visão suplementar, destacando as articulações entre os ossos do carpo e os metacarpos, além de permitir melhor avaliação de fraturas e deslocamentos.

  • Objetivo: reduzir sobreposição entre metacarpos e evidenciar estruturas como o trapézio e o escafoide.
  • Indicações clínicas: avaliação de fraturas em ossos do carpo,
  • deslocamentos articulares e pequenos corpos estranhos.

c) Projeção Lateral (perfil verdadeiro)

A projeção lateral é útil para avaliação da profundidade das estruturas, sobreposição óssea, corpos estranhos radiopacos, além da extensão de fraturas com deslocamento.

  • Objetivo: verificar alinhamento ósseo e extensão de lesões.
  • Indicações clínicas: avaliação de fraturas com deslocamento, corpos estranhos e infecções.

3. Posicionamento do Paciente e Técnica Radiográfica

Para todas as incidências, o paciente deve estar confortavelmente sentado ao lado da mesa de exame, com o ombro, cotovelo e punho no mesmo plano horizontal, evitando distorções causadas por angulações incorretas.

a) Projeção PA

  • Posição: paciente com a mão espalmada sobre o receptor de imagem, dedos estendidos e separados, palma em contato com o receptor.
  • Feixe central (CR): perpendicular ao receptor, centrado na terceira articulação metacarpofalângica.
  • Distância foco-filme (DFF): geralmente 100 cm.

b) Projeção Oblíqua

  • Posição: mão rotacionada lateralmente em 45°, com apoio em cunha ou espuma. Os dedos permanecem estendidos.
  • Feixe central: perpendicular, centrado na terceira articulação metacarpofalângica.
  • Observações: cuidado para evitar rotação excessiva ou insuficiente, o que compromete a avaliação da sobreposição óssea.

c) Projeção Lateral

  • Posição: mão posicionada com a margem ulnar em contato com o receptor, dedos totalmente estendidos ou em “leque” (fanned lateral) para melhor separação.
  • Feixe central: perpendicular, centrado na segunda articulação metacarpofalângica.
  • Considerações: usar suporte adequado para manter os dedos na posição, especialmente em casos de dor ou fratura.

Em todas as projeções, é fundamental aplicar colimação rigorosa, proteção com avental de chumbo, e utilizar a menor dose possível (seguindo o princípio ALARA) para obter imagens diagnósticas com segurança.

4. Patologias Comuns da Mão

A radiografia da mão é indicada em diversas situações clínicas. Entre as principais patologias, destacam-se:

  • Fraturas: especialmente nas falanges, metacarpos e escafoide. Comuns em quedas com apoio manual.
  • Artrite Reumatoide: doença inflamatória crônica que afeta principalmente articulações interfalângicas e metacarpofalângicas, sendo a mão um dos primeiros locais acometidos.
  • Osteoartrose: afeta articulações interfalângicas
  • distais, com presença de osteófitos, esclerose subcondral e redução do espaço articular.
  • Luxações e subluxações: especialmente em articulações metacarpofalângicas e interfalângicas, muitas vezes relacionadas a traumas esportivos.
  • Corpos estranhos: objetos metálicos ou radiopacos frequentemente visualizados em ferimentos penetrantes.
  • Tumores ósseos benignos: como encondromas, que podem ser encontrados em falanges.
  • Infecções ósseas (osteomielite): podem ser sugeridas por áreas de rarefação óssea, irregularidade cortical e reação periosteal.

Conclusão

A avaliação radiográfica da mão exige conhecimento técnico rigoroso para posicionar o paciente adequadamente e obter imagens com qualidade diagnóstica. As projeções PA, oblíqua e lateral são fundamentais para a visualização completa das estruturas ósseas e articulações. A compreensão anatômica detalhada, aliada à correta centralização e técnica de exposição, é essencial para o diagnóstico preciso de diversas condições traumáticas, inflamatórias e degenerativas que afetam a mão.

A atuação do técnico em radiologia deve sempre aliar competência técnica, atenção aos detalhes e compromisso com a segurança do paciente, minimizando a exposição à radiação e otimizando a qualidade das imagens produzidas.

Referências Bibliográficas

  • BONTRAGER, Kenneth L.; LAMPIGNANO, Denise. Manual de posicionamento e técnicas em radiologia. 8. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2015.
  • OLIVEIRA, Marcos M. de. Posicionamento radiológico: teoria e prática. 2. ed. São Paulo: Rideel, 2020.
  • MOY, Lílian L. Anatomia radiológica: princípios básicos para técnicos em radiologia. São Paulo: Senac, 2012.
  • BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria GM/MS nº 453, de 1º de junho de 1998. Diretrizes de proteção radiológica em radiodiagnóstico médico e odontológico.
  • ICRP – International Commission on Radiological Protection. Recommendations of the ICRP. Publication 103, 2007.


Radiologia do Punho: Incidências, Patologias e Cuidados Técnicos

A radiografia do punho é um dos exames mais solicitados em unidades de urgência, ortopedia e reumatologia, principalmente devido à alta incidência de traumas, patologias osteoarticulares e condições degenerativas que acometem essa articulação. A correta execução das incidências básicas e complementares, aliada a cuidados no posicionamento, imobilização e conforto do paciente, é essencial para a obtenção de

imagens diagnósticas com qualidade. Este texto aborda os principais aspectos técnicos e clínicos da radiografia do punho, incluindo as projeções PA, lateral e oblíquas, patologias frequentes e boas práticas na assistência ao paciente.

1. Anatomia Radiológica do Punho

O punho é composto por oito ossos do carpo dispostos em duas fileiras:

  • Fileira proximal: escafoide, semilunar, piramidal e pisiforme.
  • Fileira distal: trapézio, trapezoide, capitato e hamato.

Esses ossos se articulam entre si, com os ossos do antebraço (rádio e ulna) e com os metacarpos da mão. A articulação radiocárpica, que une o rádio aos ossos do carpo, é a principal articulação funcional do punho, responsável por movimentos de flexão, extensão e desvio radial/ulnar.

Outras estruturas importantes incluem os ligamentos interósseos, a cartilagem triangular do carpo (TFCC) e o túnel do carpo — uma passagem anatômica por onde passam os tendões flexores e o nervo mediano.

2. Incidências Radiográficas Básicas

a) Projeção PA (posteroanterior)

A projeção PA do punho é a incidência padrão, proporcionando uma visão geral das articulações radiocárpica e intercarpais, além dos ossos do carpo e da base dos metacarpos.

  • Posição do paciente: sentado, com o ombro, cotovelo e punho no mesmo plano horizontal. A palma da mão deve estar apoiada no receptor de imagem, com os dedos ligeiramente flexionados para reduzir a angulação do carpo.
  • Feixe central: perpendicular ao receptor, centrado na articulação radiocárpica.
  • Objetivo: avaliar alinhamento ósseo, espaços articulares e detectar fraturas, deslocamentos ou lesões degenerativas.

b) Projeção Lateral (perfil verdadeiro)

A projeção lateral é essencial para avaliar o alinhamento entre o rádio, a ulna e os ossos do carpo, especialmente em casos de fraturas e luxações.

  • Posição do paciente: a borda ulnar do punho deve estar em contato com o receptor, com o polegar estendido lateralmente para fora do campo. O punho deve estar em posição neutra.
  • Feixe central: perpendicular ao receptor, centrado na articulação do punho.
  • Importância clínica: evidenciar deslocamentos dorsais ou volares, avaliar a relação entre o escafoide e o semilunar, e verificar presença de corpos estranhos.

c) Projeções Oblíquas

As projeções oblíquas complementam a PA e a lateral, proporcionando melhor visualização das estruturas do carpo com redução de sobreposição óssea.

  • Oblíqua lateral
  • (semi-pronada): a mão é rotacionada lateralmente cerca de 45°, permitindo avaliação detalhada dos ossos trapézio, trapezoide e escafoide.
  • Oblíqua medial (semi-supinada): menos utilizada, mas indicada em casos específicos, como avaliação da ulna distal ou do pisiforme.
  • Objetivo: detectar fraturas ocultas, como as do escafoide, avaliar alinhamento intercarpal e artropatias localizadas.

3. Patologias Comuns do Punho

a) Fraturas

O punho é um dos locais mais frequentemente fraturados, especialmente após quedas com apoio da mão. As fraturas mais comuns incluem:

  • Fratura do escafoide: geralmente ocorre por trauma em hiperextensão. Pode ser de difícil detecção inicial, sendo necessária projeção com desvio ulnar.
  • Fratura de Colles: fratura distal do rádio com deslocamento dorsal do fragmento distal, típica em idosos.
  • Fratura de Smith: também do rádio distal, mas com deslocamento volar.
  • Fratura de Barton: envolve deslocamento do fragmento articular do rádio.

b) Luxações

As luxações do punho são menos comuns, porém graves. A mais conhecida é a luxação perilunar, que envolve deslocamento do semilunar e ruptura dos ligamentos intercarpais.

c) Síndrome do Túnel do Carpo

Embora não seja detectada diretamente na radiografia, este exame pode ser solicitado para excluir fraturas ou artropatias que comprimam o nervo mediano. A síndrome resulta da compressão crônica desse nervo e manifesta-se por dormência e formigamento nos dedos. A radiografia pode mostrar alterações degenerativas ou aumento do volume dos tecidos moles.

Outras condições frequentes incluem:

  • Osteoartrose: com estreitamento do espaço articular e osteófitos.
  • Artrite reumatoide: erosões marginais, osteopenia e alinhamentos anormais.
  • Cistos ósseos e tumores benignos.

4. Cuidados com a Imobilização e Conforto do Paciente

O posicionamento do punho deve ser feito com precisão técnica, mas também com atenção ao conforto e à segurança do paciente, especialmente em situações de trauma, dor aguda ou limitação funcional.

a) Imobilização

  • Em casos de suspeita de fratura ou luxação, o punho deve ser manuseado com extrema cautela. É indicado usar talas, suporte de espuma ou auxílio de outra pessoa para manter o posicionamento adequado.
  • A imobilização correta evita movimentações que possam agravar lesões, melhora a qualidade da imagem e reduz a necessidade de repetição do exame.

b) Conforto

  • O
  • paciente deve ser orientado sobre o procedimento antes da realização do exame, com linguagem simples e empática.
  • O técnico deve ajustar a altura da mesa e dos suportes de forma ergonômica, proporcionando estabilidade e reduzindo desconfortos.
  • Em crianças, idosos ou pessoas com limitações motoras, o uso de dispositivos de apoio e a presença de acompanhantes podem ser necessários.

c) Proteção radiológica

  • A proteção com avental de chumbo é obrigatória, assim como a colimação adequada do campo de exposição.
  • A aplicação do princípio ALARA (As Low As Reasonably Achievable) deve ser sempre respeitada, garantindo a menor dose possível para imagens diagnósticas eficazes.

Conclusão

A radiografia do punho é uma ferramenta valiosa na investigação de traumas, alterações degenerativas e patologias compressivas. O domínio das incidências PA, lateral e oblíquas permite uma avaliação completa da anatomia e das possíveis lesões. O técnico em radiologia deve aplicar com precisão os princípios de posicionamento, priorizar o conforto do paciente e adotar rigorosos cuidados com a imobilização e proteção radiológica.

O comprometimento com a qualidade da imagem e com a segurança do paciente é um dos pilares da boa prática em radiologia, refletindo diretamente na confiabilidade do diagnóstico médico.

Referências Bibliográficas

  • BONTRAGER, Kenneth L.; LAMPIGNANO, Denise. Manual de posicionamento e técnicas em radiologia. 8. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2015.
  • OLIVEIRA, Marcos M. de. Posicionamento radiológico: teoria e prática. 2. ed. São Paulo: Rideel, 2020.
  • MOY, Lílian L. Anatomia radiológica: princípios básicos para técnicos em radiologia. São Paulo: Senac, 2012.
  • BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria GM/MS nº 453, de 1º de junho de 1998. Diretrizes de proteção radiológica em radiodiagnóstico médico e odontológico.
  • ICRP – International Commission on Radiological Protection. Recommendations of the ICRP. Publication 103, 2007.

  

Radiologia do Antebraço: Incidências, Técnica e Limitações

A radiografia do antebraço é um exame simples, porém essencial na prática radiológica, frequentemente utilizado para avaliação de fraturas, lesões traumáticas, infecções ósseas, corpos estranhos ou deformidades congênitas. A correta realização das incidências padrão — anteroposterior (AP) e lateral — exige conhecimento anatômico, aplicação técnica precisa e atenção às

limitações do campo de imagem, com o objetivo de fornecer registros diagnósticos de qualidade, respeitando os princípios da proteção radiológica e o conforto do paciente.

1. Anatomia Radiológica do Antebraço

O antebraço é a porção do membro superior situada entre o cotovelo e o punho, composto por dois ossos longos: rádio e ulna.

  • O rádio está localizado lateralmente (do lado do polegar) e participa das articulações radiocárpica (com o carpo) e radioulnar (com a ulna), permitindo os movimentos de pronação e supinação.
  • A ulna está situada medialmente (do lado do dedo mínimo), conectando-se ao úmero proximalmente, formando a articulação do cotovelo.

Esses dois ossos correm paralelamente em posição anatômica neutra e são unidos por uma membrana interóssea. A anatomia do antebraço é particularmente sensível a posicionamentos inadequados, pois pequenos desalinhamentos podem gerar sobreposição de estruturas e dificultar a avaliação de fraturas ou deslocamentos.

2. Incidência Anteroposterior (AP)

Objetivo

A projeção AP do antebraço tem como finalidade obter uma imagem clara e não sobreposta do rádio e da ulna em posição anatômica, além de permitir a avaliação das articulações do cotovelo e do punho, idealmente incluídas na imagem.

Posicionamento

  • O paciente deve estar sentado, com o ombro, cotovelo e punho no mesmo plano horizontal.
  • O antebraço é estendido com a mão supinada, apoiada no receptor de imagem, palma voltada para cima.
  • Os dedos devem estar estendidos para manter o antebraço em rotação neutra.
  • O feixe central deve ser perpendicular ao receptor e centrado na diáfise do antebraço, aproximadamente na metade entre cotovelo e punho.
  • A distância foco-filme (DFF) padrão é de 100 cm.

Considerações Técnicas

  • A projeção AP é preferível à PA, pois evita a rotação do rádio sobre a ulna, comum na posição pronada.
  • O campo deve incluir tanto a articulação do cotovelo quanto a do punho para completa avaliação da extensão de possíveis lesões.
  • A colimação deve ser precisa para reduzir a exposição e melhorar o contraste da imagem.

3. Incidência Lateral

Objetivo

A projeção lateral visa demonstrar o antebraço em perfil verdadeiro, com o rádio e a ulna parcialmente sobrepostos e as articulações do cotovelo e punho incluídas.

Posicionamento

  • O paciente mantém o braço fletido a 90° no cotovelo, com o antebraço em posição lateral (margem ulnar contra o
  • receptor).
  • O ombro, cotovelo e punho devem estar no mesmo plano horizontal.
  • O polegar deve estar voltado para cima (posição de “joinha”), garantindo que o antebraço permaneça em posição lateral neutra.
  • O feixe central é perpendicular ao receptor, centrado na metade do antebraço.
  • A DFF permanece em 100 cm.

Considerações Técnicas

  • A projeção lateral é fundamental para avaliar deslocamentos ântero-posteriores de fraturas, bem como angulações e desalinhamentos.
  • O ideal é que o cotovelo esteja fletido exatamente em 90°, e o punho em posição neutra, sem flexão ou desvio.
  • A sobreposição parcial do rádio e da ulna no terço proximal é esperada e não compromete a qualidade diagnóstica.

4. Limitações de Campo e Estratégias de Correção

a) Inclusão das articulações

Um dos principais desafios da radiografia do antebraço é incluir simultaneamente as articulações do cotovelo e do punho em uma única imagem, especialmente em pacientes com braços longos. A omissão de uma dessas articulações pode dificultar a detecção de fraturas articulares ou outras lesões adjacentes.

Soluções possíveis:

  • Utilizar receptores de imagem de maior tamanho (35 x 43 cm, por exemplo).
  • Posicionar o braço diagonalmente no chassi para melhor aproveitamento do campo.
  • Realizar duas radiografias — uma focada no punho e outra no cotovelo — em casos em que a articulação estiver fora do campo, especialmente em emergências ou imobilização.

b) Imobilização e dor

Pacientes com fraturas ou dor intensa frequentemente apresentam dificuldade para posicionar o membro de forma adequada. Isso pode comprometer a obtenção da imagem em AP ou lateral verdadeiro.

Cuidados técnicos:

  • Usar suportes de espuma ou sacos de areia para estabilização.
  • Orientar o paciente de forma clara e empática sobre a necessidade do posicionamento.
  • Adaptar a técnica (por exemplo, realizar a AP com a mão pronada) apenas quando estritamente necessário e com anotação para o radiologista.

c) Repetição de exames

A repetição de exames deve ser evitada sempre que possível, pois aumenta a dose de radiação e o desconforto do paciente. Um bom posicionamento inicial, colimação adequada e escolha correta dos parâmetros técnicos reduzem significativamente esse risco.

5. Técnica Radiográfica e Proteção

A técnica radiográfica deve ser ajustada conforme o biotipo do paciente e a espessura da região a ser examinada. Os parâmetros

comuns incluem:

  • kV: entre 50 e 65 kV.
  • mAs: baixos, geralmente entre 2 e 5, dependendo do sistema digital ou analógico.
  • Foco: preferencialmente o foco fino para maior nitidez.

A proteção radiológica deve incluir:

  • Uso de aventais plumbíferos para o paciente.
  • Aplicação rigorosa do princípio ALARA.
  • Colimação restrita ao campo de interesse.
  • Distância adequada do técnico em relação ao feixe durante a exposição.

Conclusão

A radiografia do antebraço, embora simples na aparência, exige atenção aos detalhes técnicos para garantir imagens de qualidade diagnóstica. As incidências AP e lateral devem incluir o comprimento total do rádio e da ulna, assim como as articulações do punho e do cotovelo. A compreensão anatômica, os cuidados com o posicionamento e a adaptação às limitações de campo são essenciais para uma boa prática em radiologia. O técnico em radiologia tem papel decisivo na obtenção de exames precisos, seguros e que respeitem o conforto e a condição clínica do paciente.

Referências Bibliográficas

  • BONTRAGER, Kenneth L.; LAMPIGNANO, Denise. Manual de posicionamento e técnicas em radiologia. 8. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2015.
  • OLIVEIRA, Marcos M. de. Posicionamento radiológico: teoria e prática. 2. ed. São Paulo: Rideel, 2020.
  • MOY, Lílian L. Anatomia radiológica: princípios básicos para técnicos em radiologia. São Paulo: Senac, 2012.
  • BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria GM/MS nº 453, de 1º de junho de 1998. Diretrizes de proteção radiológica em radiodiagnóstico médico e odontológico.
  • ICRP – International Commission on Radiological Protection. The 2007 Recommendations of the International Commission on Radiological Protection. ICRP Publication 103.

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