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Controle de Qualidade em Indústria

CONTROLE DE QUALIDADE EM INDÚSTRIA

Fundamentos do Controle de Qualidade

Introdução ao Controle de Qualidade 

 

Definição e Importância do Controle de Qualidade

O controle de qualidade é um conjunto de atividades e técnicas utilizadas para garantir que produtos ou serviços atendam aos padrões e requisitos especificados. O objetivo principal é assegurar a conformidade e a consistência, reduzindo variações e defeitos, o que resulta em produtos de alta qualidade que atendem às expectativas dos clientes.

A importância do controle de qualidade é fundamental em qualquer indústria, pois ele:

1.     Aumenta a Satisfação do Cliente: Produtos e serviços de alta qualidade geram confiança e lealdade, aumentando a satisfação e a retenção de clientes.

2.     Reduz Custos: Identificar e corrigir problemas antes que os produtos cheguem ao mercado evita retrabalho, desperdício de material e custos de recall.

3.     Melhora a Eficiência: Processos bem controlados e padronizados aumentam a eficiência operacional, resultando em maior produtividade.

4.     Cumprimento de Regulamentações: Muitas indústrias são regulamentadas por normas de qualidade que devem ser cumpridas para operar legalmente.

5.     Vantagem Competitiva: Empresas que consistentemente entregam produtos de alta qualidade se destacam no mercado e ganham uma reputação positiva.

História e Evolução do Controle de Qualidade

O controle de qualidade evoluiu significativamente ao longo dos anos, acompanhando as mudanças nas práticas industriais e nas expectativas dos consumidores.

1.     Era da Inspeção (Antes de 1920): Inicialmente, o controle de qualidade era puramente baseado na inspeção. Os produtos eram inspecionados após a produção para identificar defeitos, e os itens defeituosos eram descartados ou retrabalhados.

2.     Era Estatística (1920-1940): Com o desenvolvimento de métodos estatísticos, como o Controle Estatístico de Processos (CEP), o foco mudou para a prevenção de defeitos durante a produção. Walter Shewhart, da Bell Labs, foi pioneiro na aplicação de gráficos de controle para monitorar e controlar a variabilidade do processo.

3.     Era da Qualidade Total (1940-1980): Após a Segunda Guerra Mundial, a abordagem de qualidade total foi promovida por especialistas como W. Edwards Deming e Joseph Juran. Eles defenderam a integração do controle de qualidade em todos os níveis da organização e a participação de todos os funcionários no processo de melhoria contínua.

4.     Era da Excelência

(1980-Presente): A partir dos anos 1980, conceitos como Six Sigma, Lean Manufacturing e o Modelo de Excelência EFQM foram desenvolvidos para aprimorar ainda mais o controle de qualidade. A ênfase está na eliminação de desperdícios, na maximização da eficiência e na criação de valor para o cliente.

Principais Conceitos e Terminologias

Para compreender o controle de qualidade, é essencial familiarizar-se com alguns conceitos e terminologias fundamentais:

1.     Qualidade: Grau em que um conjunto de características inerentes satisfaz a requisitos. A qualidade não se refere apenas à ausência de defeitos, mas também à capacidade de um produto ou serviço atender às necessidades e expectativas dos clientes.

2.     Controle Estatístico de Processos (CEP): Técnica que utiliza métodos estatísticos para monitorar e controlar um processo. O objetivo é garantir que o processo opere de maneira estável e previsível.

3.     Não-Conformidade: Falha em atender a um requisito especificado. Pode ocorrer devido a defeitos no produto ou falhas no processo.

4.     Auditoria de Qualidade: Exame sistemático e independente para determinar se as atividades e os resultados relacionados à qualidade estão de acordo com os planos estabelecidos e se essas disposições são implementadas efetivamente.

5.     Ação Corretiva: Medida tomada para eliminar a causa de uma não-conformidade detectada, visando evitar a sua recorrência.

6.     Ação Preventiva: Medida tomada para eliminar a causa de uma potencial não-conformidade, visando evitar a sua ocorrência.

7.     Ciclo PDCA (Plan-Do-Check-Act): Método iterativo de gestão de processos utilizado para a melhoria contínua de processos e produtos. Envolve planejar, executar, verificar e agir.

O controle de qualidade é uma disciplina vital que abrange diversas técnicas e práticas para garantir que produtos e serviços atendam aos padrões desejados. Sua evolução reflete a crescente complexidade e exigências das indústrias modernas, onde a qualidade é um diferencial competitivo essencial.


Normas e Padrões de Qualidade

 

Introdução às Normas ISO

As normas ISO (International Organization for Standardization) são um conjunto de padrões internacionalmente reconhecidos que fornecem diretrizes e requisitos para garantir a qualidade, segurança, eficiência e interoperabilidade de produtos e serviços. A ISO, fundada em 1947, é uma organização independente e não governamental que reúne membros de órgãos nacionais de padronização de mais de 160

países.

As normas ISO mais conhecidas no contexto de qualidade incluem:

1.     ISO 9001: Trata do sistema de gestão da qualidade. É a norma mais popular e estabelece critérios para um sistema de gestão da qualidade, garantindo que as organizações possam atender consistentemente aos requisitos do cliente e regulamentares.

2.     ISO 14001: Relacionada ao sistema de gestão ambiental, ajuda as organizações a melhorar seu desempenho ambiental por meio de um uso mais eficiente de recursos e a redução de resíduos.

3.     ISO 45001: Foca na saúde e segurança ocupacional, proporcionando um quadro para melhorar a segurança dos trabalhadores, reduzir riscos no local de trabalho e criar condições de trabalho mais seguras.

Essas normas são revisadas periodicamente para garantir que permaneçam relevantes e eficazes diante das mudanças nas práticas industriais e nas expectativas dos consumidores.

Outras Normas e Certificações Relevantes

Além das normas ISO, existem outras normas e certificações que desempenham um papel crucial no controle de qualidade em diversas indústrias. Algumas delas incluem:

1.     GMP (Good Manufacturing Practices): Práticas recomendadas que garantem que produtos sejam produzidos e controlados de acordo com os padrões de qualidade. Amplamente aplicadas nas indústrias farmacêutica e alimentícia.

2.     HACCP (Hazard Analysis and Critical Control Points): Sistema de gestão que aborda a segurança alimentar por meio da análise e controle de riscos biológicos, químicos e físicos na produção de alimentos.

3.     ISO/TS 16949: Específica para a indústria automotiva, fornece requisitos para o desenvolvimento de um sistema de gestão da qualidade voltado para a melhoria contínua, com ênfase na prevenção de defeitos e na redução de variação e desperdício na cadeia de suprimentos.

4.     AS9100: Norma de qualidade para a indústria aeroespacial, baseada na ISO 9001, mas com requisitos adicionais específicos para aviação, espaço e defesa.

5.     CE Marking: Indica que um produto atende aos requisitos de segurança, saúde e proteção ambiental da União Europeia.

Como Implementar e Manter as Normas de Qualidade

A implementação e manutenção das normas de qualidade requerem um compromisso contínuo e uma abordagem sistemática. Aqui estão os passos essenciais para garantir a conformidade com as normas de qualidade:

1.     Comprometimento da Alta Direção: O suporte e o comprometimento da alta administração são fundamentais. A liderança deve estar

comprometida com a qualidade e com a alocação de recursos necessários para a implementação das normas.

2.     Treinamento e Capacitação: Todos os colaboradores devem ser treinados nas normas e procedimentos de qualidade. Isso garante que todos entendam suas responsabilidades e a importância de seguir os padrões estabelecidos.

3.     Documentação: Desenvolva e mantenha a documentação necessária, incluindo políticas de qualidade, manuais, procedimentos operacionais padrão (POPs) e registros. A documentação deve ser clara, acessível e atualizada regularmente.

4.     Auditorias Internas: Realize auditorias internas periódicas para verificar a conformidade com os requisitos das normas. As auditorias ajudam a identificar áreas de melhoria e a garantir que os processos estejam sendo seguidos corretamente.

5.     Ações Corretivas e Preventivas: Estabeleça um sistema para identificar, documentar e corrigir não conformidades. As ações corretivas eliminam as causas das não conformidades detectadas, enquanto as ações preventivas evitam a ocorrência de problemas futuros.

6.     Revisão pela Direção: Conduza revisões regulares pela direção para avaliar o desempenho do sistema de gestão da qualidade. Essas revisões devem analisar os resultados das auditorias, feedback dos clientes, desempenho de processos e ações de melhoria.

7.     Melhoria Contínua: Adote uma abordagem de melhoria contínua, utilizando ferramentas como o ciclo PDCA (Plan-Do-Check-Act) para revisar e melhorar continuamente os processos e produtos.

Implementar e manter normas de qualidade é um processo contínuo que exige dedicação e esforço coletivo. No entanto, os benefícios de cumprir com esses padrões são substanciais, incluindo maior satisfação do cliente, eficiência operacional e uma sólida reputação no mercado.

 

Ferramentas Básicas de Controle de Qualidade

 

Diagrama de Pareto

O Diagrama de Pareto é uma ferramenta utilizada para priorizar problemas ou causas em um processo, ajudando a identificar as áreas que necessitam de maior atenção. Baseia-se no princípio de Pareto, também conhecido como a regra 80/20, que afirma que 80% dos problemas são frequentemente causados por 20% das causas. O diagrama é um gráfico de barras que classifica os problemas em ordem decrescente de frequência ou impacto.

Como usar o Diagrama de Pareto:

1.     Identificar e listar os problemas: Coletar dados sobre os problemas ou defeitos observados.

2.     Classificar os problemas: Organizar os problemas em

categorias que fazem sentido para o processo.

3.     Quantificar os problemas: Medir a frequência ou o impacto de cada problema.

4.     Construir o gráfico: Desenhar o gráfico de barras com as categorias de problemas no eixo horizontal e a frequência ou impacto no eixo vertical.

5.     Analisar o gráfico: Identificar as poucas causas principais que contribuem para a maioria dos problemas e focar nos esforços de melhoria nessas áreas.

O Diagrama de Pareto é uma ferramenta eficaz para a tomada de decisões, pois ajuda a concentrar recursos e esforços nas áreas que terão o maior impacto na melhoria da qualidade.

Gráficos de Controle

Os gráficos de controle são utilizados no Controle Estatístico de Processos (CEP) para monitorar e controlar a variabilidade de um processo ao longo do tempo. Eles ajudam a identificar quando um processo está fora de controle e necessita de intervenção. Existem diferentes tipos de gráficos de controle, como gráficos de médias (X-barra), gráficos de amplitude (R) e gráficos de pontos individuais (I-MR).

Componentes de um gráfico de controle:

1.     Linha Central (LC): Representa a média do processo.

2.     Limites de Controle Superior (LCS) e Inferior (LCI): Limites calculados que indicam a faixa de variação aceitável do processo. Valores fora desses limites indicam que o processo pode estar fora de controle.

3.     Pontos de Dados: Representam as medições coletadas ao longo do tempo.

Como usar gráficos de controle:

1.     Coletar dados: Registrar medições do processo em intervalos regulares.

2.     Calcular média e limites de controle: Determinar a média e os limites de controle com base nos dados coletados.

3.     Plotar os dados: Inserir os pontos de dados no gráfico.

4.     Analisar o gráfico: Verificar se os pontos estão dentro dos limites de controle. Identificar padrões ou tendências que possam indicar problemas no processo.

Os gráficos de controle são ferramentas poderosas para detectar variações não naturais em processos, permitindo a intervenção antes que problemas maiores ocorram.

Análise de Causa e Efeito (Diagrama de Ishikawa)

O Diagrama de Ishikawa, também conhecido como Diagrama de Causa e Efeito ou Diagrama de Espinha de Peixe, é uma ferramenta visual utilizada para identificar, explorar e representar graficamente todas as causas possíveis de um problema específico. Foi desenvolvido pelo professor Kaoru Ishikawa e é amplamente utilizado para análises de causa raiz.

Componentes do Diagrama de

Ishikawa:

1.     Cabeça do Peixe: Representa o problema ou efeito a ser analisado.

2.     Espinha Central: Linha horizontal que aponta para a cabeça do peixe.

3.     Espinhas Primárias: Ramas principais que se ramificam da espinha central, representando categorias principais de causas (como Método, Máquina, Material, Mão de Obra, Meio Ambiente e Medição).

4.     Espinhas Secundárias: Sub-ramificações das espinhas primárias que detalham causas mais específicas.

Como usar o Diagrama de Ishikawa:

1.     Definir o problema: Especificar claramente o problema a ser analisado.

2.     Identificar categorias principais: Determinar as principais categorias de causas que contribuem para o problema.

3.     Brainstorming de causas: Listar todas as possíveis causas dentro de cada categoria.

4.     Desenhar o diagrama: Construir o diagrama com o problema na cabeça do peixe e as causas nas espinhas.

5.     Analisar o diagrama: Examinar todas as causas identificadas para determinar as mais prováveis e prioritárias.

O Diagrama de Ishikawa é uma ferramenta útil para equipes que trabalham na solução de problemas, pois facilita a visualização das relações de causa e efeito e promove uma análise detalhada das possíveis causas de um problema.

Em resumo, o Diagrama de Pareto, os gráficos de controle e o Diagrama de Ishikawa são ferramentas básicas, mas essenciais no controle de qualidade. Elas ajudam a identificar, monitorar e resolver problemas de maneira sistemática, contribuindo para a melhoria contínua dos processos e produtos.

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