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Gestão Pública

GESTÃO PÚBLICA



Planejamento e Gestão Orçamentária

Planejamento Governamental

O planejamento governamental é um instrumento essencial para a administração pública, pois permite organizar, priorizar e direcionar os recursos públicos de forma eficiente e estratégica. Ele é fundamental para a execução das políticas públicas e para o desenvolvimento econômico e social do país. O planejamento ajuda a alinhar as ações do governo às necessidades da sociedade, garantindo que os objetivos de curto, médio e longo prazo sejam alcançados.

O Processo de Planejamento no Setor Público

O planejamento no setor público é um processo sistemático e contínuo que busca antecipar as necessidades da sociedade e organizar as ações do governo para atendê-las de maneira eficiente. Ele envolve várias etapas, desde a definição de objetivos até a avaliação dos resultados, e é uma ferramenta essencial para o desenvolvimento de políticas públicas consistentes.

1.     Diagnóstico: O primeiro passo no processo de planejamento é a realização de um diagnóstico da realidade social, econômica e administrativa. O governo deve identificar os principais problemas e desafios que a sociedade enfrenta e mapear os recursos disponíveis para resolvê-los.

2.     Definição de Objetivos: Com base no diagnóstico, são definidos os objetivos do planejamento governamental. Esses objetivos devem ser claros, mensuráveis e alinhados às necessidades da população. Eles podem variar de metas de curto prazo, como a construção de escolas, a metas de longo prazo, como a redução da desigualdade social.

3.     Formulação de Estratégias: Nessa etapa, são desenvolvidas as estratégias que permitirão alcançar os objetivos definidos. As estratégias incluem a alocação de recursos financeiros, humanos e materiais, além da definição de prazos e responsabilidades para a execução das ações.

4.     Implementação: Após a formulação das estratégias, o planejamento é colocado em prática. Essa fase envolve a execução das políticas públicas planejadas, o acompanhamento dos resultados e a correção de possíveis desvios.

5.     Avaliação: A última fase do processo de planejamento é a avaliação dos resultados. O governo deve monitorar as ações implementadas para verificar se os objetivos estão sendo atingidos e se os recursos estão sendo utilizados de forma eficiente. A avaliação contínua permite ajustes no planejamento para melhorar sua eficácia.

O processo de planejamento no setor público é cíclico e dinâmico, o que

significa que, à medida que o governo enfrenta novos desafios e a realidade social se transforma, o planejamento deve ser revisado e atualizado.

Planejamento Estratégico e Operacional

No contexto da gestão pública, o planejamento pode ser dividido em dois tipos principais: planejamento estratégico e planejamento operacional.

1. Planejamento Estratégico: O planejamento estratégico é de longo prazo e se concentra em definir os grandes objetivos e metas do governo, levando em consideração as mudanças econômicas, sociais e tecnológicas que podem ocorrer no futuro. Ele estabelece diretrizes amplas para o desenvolvimento do país, buscando garantir o crescimento sustentável e a melhoria da qualidade de vida da população.

O planejamento estratégico tem as seguintes características:

o    Visão de Longo Prazo: Define as direções e prioridades do governo para períodos de quatro, cinco ou mais anos. o Alinhamento com Políticas Públicas: Está diretamente vinculado às políticas públicas e às diretrizes governamentais.

o    Flexibilidade: Embora estabeleça objetivos de longo prazo, o planejamento estratégico deve ser flexível o suficiente para se adaptar a mudanças no ambiente externo.

2. Planejamento Operacional: O planejamento operacional, por outro lado, está voltado para o curto prazo e foca na execução das ações necessárias para atingir os objetivos estratégicos. Ele lida com a operacionalização dos recursos, a alocação de verbas e a definição de cronogramas e atividades específicas.

O planejamento operacional tem as seguintes características:

o    Execução de Ações Específicas: Detalha as ações que serão realizadas, os responsáveis por cada atividade e os prazos a serem cumpridos.

o    Gestão de Recursos: Envolve a alocação eficiente de recursos financeiros, humanos e materiais, garantindo que as ações sejam realizadas conforme o planejado.

o    Monitoramento Contínuo: O planejamento operacional é constantemente monitorado para garantir que as metas estabelecidas sejam atingidas e para corrigir qualquer desvio durante a execução.

Em resumo, enquanto o planejamento estratégico traça o caminho de longo prazo e define a direção para o desenvolvimento governamental, o planejamento operacional lida com a implementação prática e diária das políticas e ações.

Plano Plurianual (PPA), LDO e LOA

No Brasil, o planejamento governamental é estruturado a partir de três instrumentos principais: o Plano Plurianual (PPA), a Lei de Diretrizes

Orçamentárias (LDO) e a Lei Orçamentária Anual (LOA). Esses instrumentos garantem que o planejamento governamental seja integrado e articulado, abrangendo tanto as diretrizes estratégicas quanto as ações imediatas.

1.     Plano Plurianual (PPA): O PPA é o principal instrumento de planejamento estratégico do governo. Ele define as diretrizes, objetivos e metas da administração pública para um período de quatro anos, sempre coincidindo com o segundo ano de um governo até o primeiro ano do próximo mandato. O PPA orienta as políticas públicas e os investimentos que o governo pretende realizar nesse período.

 

Principais características do PPA:

o    Diretrizes Gerais: O PPA estabelece as diretrizes de atuação do governo para o desenvolvimento do país em áreas como saúde, educação, infraestrutura, segurança, entre outras.

o    Integração entre Esferas de Governo: O PPA integra as ações da União, Estados e Municípios, garantindo uma atuação coordenada. o Visão de Longo Prazo: O PPA define ações de médio e longo prazo, visando garantir a continuidade das políticas públicas.

2.     Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO): A LDO é elaborada anualmente e tem como função estabelecer as prioridades e metas para o próximo ano, com base no que foi definido no PPA. A LDO serve como um elo entre o PPA e a LOA, orientando a elaboração do orçamento anual.

Funções da LDO:

o    Fixação de Prioridades: A LDO define quais programas e áreas terão prioridade na alocação de recursos no ano seguinte.

o    Compatibilização com o PPA: A LDO garante que o orçamento anual esteja de acordo com as diretrizes estabelecidas no PPA. o Controle de Gastos: A LDO inclui orientações para a contenção de gastos públicos e o equilíbrio fiscal.

3.     Lei Orçamentária Anual (LOA): A LOA é o instrumento que detalha o orçamento do governo para o ano seguinte, ou seja, ela especifica quanto o governo vai arrecadar e quanto poderá gastar em cada área.

A LOA segue as diretrizes da LDO e deve estar alinhada com o PPA.

Principais aspectos da LOA:

o    Detalhamento de Receitas e Despesas: A LOA apresenta de forma detalhada as receitas que o governo pretende arrecadar (como impostos e taxas) e as despesas previstas (como investimentos e custeio de serviços públicos).

o    Aprovação Legislativa: A LOA precisa ser aprovada pelo Poder Legislativo, garantindo que o orçamento esteja em conformidade com os interesses da sociedade.

o    Execução do Orçamento: A LOA é o documento que

orienta a execução financeira e orçamentária do governo ao longo do ano.

Esses três instrumentos são essenciais para garantir que o planejamento governamental seja bem estruturado, transparente e eficaz, permitindo que os recursos públicos sejam aplicados de forma responsável e estratégica em benefício da sociedade.

Gestão Orçamentária e Financeira

A gestão orçamentária e financeira é um dos pilares fundamentais da administração pública, pois envolve a correta aplicação dos recursos públicos para a implementação de políticas e programas governamentais. Esse processo visa garantir a eficiência, transparência e responsabilidade no uso do dinheiro público, garantindo que as metas e os objetivos do governo sejam atingidos dentro das possibilidades financeiras. Através de mecanismos como o orçamento público, a execução orçamentária e o controle de contas, a gestão pública busca equilibrar receitas e despesas de modo sustentável.

Orçamento Público: Conceitos e Importância

O orçamento público é um plano detalhado que estima as receitas (dinheiro que o governo espera arrecadar) e define as despesas (gastos que o governo planeja realizar) para um determinado período, normalmente um ano. Ele é um instrumento essencial para a gestão dos recursos públicos e para a implementação das políticas governamentais.

1.     Conceito de Orçamento Público: O orçamento público é o documento oficial que prevê as receitas e fixa as despesas do governo para um exercício financeiro. Ele serve como um planejamento financeiro que orienta onde e como os recursos serão aplicados.

2.     Importância do Orçamento Público:

o    Planejamento Governamental: O orçamento é a ferramenta que permite ao governo planejar suas ações, garantindo que os recursos estejam disponíveis para a execução das políticas públicas.

o    Equilíbrio Financeiro: Um orçamento bem estruturado ajuda o governo a equilibrar receitas e despesas, evitando déficits excessivos e garantindo a sustentabilidade financeira.

o    Transparência: O orçamento público é um documento público, permitindo que a sociedade e os órgãos de controle acompanhem como os recursos estão sendo utilizados.

o    Instrumento de Controle Social: Através do orçamento, cidadãos e organizações podem exercer o controle social, fiscalizando se os recursos estão sendo aplicados de maneira correta e eficiente.

3.     Etapas do Orçamento:

o    Elaboração: A proposta orçamentária é elaborada pelo Poder Executivo, levando em

consideração as diretrizes definidas no Plano Plurianual (PPA) e na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO).

o    Aprovação: A proposta de orçamento é enviada ao Legislativo (Congresso Nacional, Assembleias Legislativas ou Câmaras Municipais), que tem a função de aprovar ou modificar o orçamento antes de sua execução.

o    Execução: Após aprovado, o orçamento é implementado, com o governo arrecadando receitas e realizando despesas conforme planejado.

o    Avaliação e Controle: Durante e após a execução, o orçamento é avaliado para verificar se as metas foram atingidas e se os recursos foram bem aplicados.

Execução Orçamentária e Financeira

A execução orçamentária e financeira é a fase em que o orçamento público aprovado começa a ser efetivamente implementado. Nessa etapa, o governo utiliza os recursos arrecadados para financiar suas atividades e realizar as despesas previstas no orçamento.

1.     Execução Orçamentária: Refere-se à realização das despesas públicas, ou seja, ao cumprimento do que foi planejado no orçamento.

As despesas públicas podem ser divididas em:

o    Despesas Correntes: Gastos com o funcionamento da máquina pública, como salários, manutenção de serviços e despesas com custeio.

o    Despesas de Capital: Gastos com investimentos, como obras públicas e aquisições de bens de capital, que visam aumentar a capacidade produtiva do governo.

2.     Etapas da Execução Orçamentária:

o    Empenho: Primeira fase da execução, em que o governo reserva parte do orçamento para determinada despesa. o Liquidação: Confirmação de que o serviço foi prestado ou o produto foi entregue, gerando a obrigação de pagamento. o Pagamento: Fase final, em que o governo paga a despesa ao credor, utilizando os recursos financeiros disponíveis.

3.     Execução Financeira: Está relacionada à movimentação dos recursos financeiros, ou seja, ao fluxo de entrada e saída de dinheiro nos cofres públicos. Enquanto a execução orçamentária lida com a previsão e autorização de gastos, a execução financeira trata da efetiva arrecadação das receitas e do pagamento das despesas.

o    Arrecadação de Receitas: Inclui a coleta de impostos, taxas e contribuições que compõem as receitas públicas.

o    Gestão de Caixa: O governo deve garantir que o fluxo de caixa seja suficiente para cobrir suas despesas, planejando adequadamente os pagamentos.

4.     Desafios da Execução:

o    Contingenciamento de Recursos: Em algumas situações, o governo pode enfrentar

dificuldades para arrecadar todas as receitas previstas, o que pode levar ao contingenciamento, ou seja, à suspensão de parte das despesas planejadas.

o    Gestão Eficiente dos Recursos: A execução eficiente depende de uma boa gestão, que deve evitar desperdícios e garantir que os recursos sejam aplicados nas áreas prioritárias.

Controle e Prestação de Contas

A última etapa do ciclo orçamentário envolve o controle e a prestação de contas, que são mecanismos fundamentais para garantir a transparência e a legalidade no uso dos recursos públicos. O controle pode ser exercido tanto internamente, por órgãos governamentais, quanto externamente, por instituições independentes e pela sociedade.

1.     Controle Interno: Realizado pelos próprios órgãos do governo, o controle interno tem a função de acompanhar a execução orçamentária e financeira, assegurando que os recursos estejam sendo aplicados de acordo com o planejado. No Brasil, cada órgão ou entidade pública possui uma área de controle interno responsável por fiscalizar suas ações.

2.     Controle Externo: O controle externo é realizado por órgãos independentes, como os Tribunais de Contas e o Poder Legislativo. Esses órgãos analisam a execução do orçamento, verificam a conformidade das despesas e julgam as contas dos gestores públicos.

o    Tribunais de Contas: No âmbito federal, o Tribunal de Contas da União (TCU) é responsável por fiscalizar a execução orçamentária e financeira do governo federal. Nos estados e municípios, a fiscalização é feita pelos Tribunais de Contas estaduais e municipais.

o    Legislativo: O Poder Legislativo tem a função de aprovar as contas do Executivo e verificar se o governo está cumprindo suas responsabilidades fiscais.

3.     Prestação de Contas: A prestação de contas é o processo pelo qual os gestores públicos demonstram como aplicaram os recursos financeiros e os resultados obtidos com as políticas e ações governamentais. A prestação de contas é uma obrigação de todos os gestores públicos e tem como objetivo: o Garantir a Transparência: Permitir que a sociedade acompanhe a utilização dos recursos públicos.

o    Evitar Irregularidades: Ao prestar contas, os gestores precisam justificar suas decisões, evitando fraudes e desperdícios.

o    Promover a Responsabilidade Fiscal: A prestação de contas incentiva uma gestão mais responsável e eficiente dos recursos públicos.

 

4.     Responsabilidade Fiscal: A Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) é um importante

A Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) é um importante marco legal no Brasil que estabelece regras para garantir a responsabilidade na gestão das finanças públicas. A LRF exige que os gestores públicos mantenham o equilíbrio fiscal, controlando a arrecadação e os gastos, e impõe limites para endividamento e despesas com pessoal.

Em resumo, o controle e a prestação de contas são fundamentais para assegurar que os recursos públicos sejam utilizados de maneira correta e eficiente, garantindo a confiança da sociedade na administração pública e promovendo a boa governança.

Finanças Públicas

As finanças públicas são um campo da economia que estuda a administração dos recursos financeiros do governo, abarcando a arrecadação de receitas, o controle de despesas e a gestão da dívida pública. Sua principal função é garantir que o governo possa prover bens e serviços públicos à sociedade, mantendo o equilíbrio fiscal e a sustentabilidade das finanças do Estado. O gerenciamento adequado das finanças públicas é essencial para promover o desenvolvimento econômico, reduzir desigualdades sociais e garantir a estabilidade macroeconômica.

Introdução às Finanças Públicas

As finanças públicas se referem ao conjunto de políticas e práticas que o governo utiliza para arrecadar, gerir e aplicar os recursos públicos. Elas são fundamentais para que o Estado cumpra suas funções básicas, como prover serviços públicos (saúde, educação, segurança), infraestrutura e bem-estar social.

1.     Funções das Finanças Públicas:

o    Alocativa: O governo aloca recursos para a produção de bens e serviços públicos, como educação, saúde e segurança. Essa função busca corrigir falhas de mercado, onde o setor privado não consegue atender de forma eficiente.

o    Distributiva: Através de políticas fiscais, o governo busca redistribuir a renda e reduzir desigualdades sociais, por meio de tributos progressivos e gastos sociais.

 


Estabilizadora: O governo utiliza as finanças públicas para garantir a estabilidade econômica, ajustando políticas fiscais (como tributos e despesas) para evitar crises econômicas e manter o crescimento sustentável.

2.     Necessidade de Financiamento do Governo: Para cumprir suas funções, o governo precisa de receitas, que são obtidas principalmente por meio da tributação. Ao mesmo tempo, o governo precisa controlar suas despesas para evitar déficits que possam comprometer a sustentabilidade fiscal.

3.     Papel das Finanças Públicas no

Desenvolvimento Econômico: As finanças públicas têm um papel central no desenvolvimento econômico, pois garantem os investimentos necessários em infraestrutura, educação, saúde e inovação, setores que são essenciais para o crescimento de longo prazo.

Receita e Despesa Pública

O equilíbrio entre receita e despesa pública é fundamental para garantir a sustentabilidade das finanças do Estado. Enquanto a receita pública diz respeito aos recursos que o governo arrecada, a despesa pública refere-se à forma como esses recursos são gastos para atender às necessidades da população.

1. Receita Pública: A receita pública é composta pelos recursos financeiros que o governo arrecada para financiar suas atividades. As principais fontes de receita incluem: o Tributos: Os tributos são a principal fonte de receita do governo e incluem impostos, taxas e contribuições.

§  Impostos: São tributos que incidem sobre o patrimônio, renda ou consumo dos indivíduos e empresas, como o Imposto de Renda, ICMS e ISS.

§  Taxas: São tributos cobrados em troca de um serviço público específico, como taxa de coleta de lixo ou emissão de documentos.

§  Contribuições: São tributos destinados a custear seguridade social ou programas específicos, como a contribuição previdenciária.

o    Receitas Patrimoniais: Incluem os rendimentos de bens e ativos do Estado, como o aluguel de imóveis públicos ou dividendos de empresas estatais.

o    Empréstimos Públicos: O governo também pode arrecadar recursos por meio de empréstimos, emitindo títulos da dívida pública para financiar despesas.

2.     Despesa Pública: A despesa pública refere-se aos gastos que o governo realiza para atender às necessidades da sociedade. As despesas públicas podem ser classificadas em:

o    Despesas Correntes: São aquelas destinadas ao custeio da administração pública, como salários de servidores, manutenção de serviços públicos, pagamento de aposentadorias e pensões.

o    Despesas de Capital: São investimentos feitos pelo governo para aumentar sua capacidade produtiva, como construção de infraestrutura (rodovias, escolas, hospitais) e aquisição de bens duráveis.

Transferências de Renda: Incluem programas de assistência social, como o Bolsa Família e o Benefício de Prestação Continuada (BPC), que visam reduzir a pobreza e as desigualdades.

3.     Equilíbrio Orçamentário: O governo deve equilibrar suas receitas e despesas para evitar déficits excessivos, que podem gerar a necessidade de endividamento.

Quando as despesas superam as receitas, o governo recorre ao mercado financeiro para emitir títulos de dívida, o que aumenta a dívida pública.

Dívida Pública e Sustentabilidade Fiscal

A dívida pública é o resultado do acúmulo de déficits orçamentários ao longo do tempo. Ela se forma quando o governo toma empréstimos para cobrir o desequilíbrio entre suas receitas e despesas. A gestão da dívida pública é um aspecto central das finanças públicas, pois uma dívida excessiva pode comprometer a capacidade do governo de financiar suas políticas e manter a estabilidade econômica.

1. Dívida Pública:

o    Dívida Interna: Contraída dentro do próprio país, com a emissão de títulos que são adquiridos por investidores nacionais, como pessoas físicas, bancos e fundos de investimento.

o    Dívida Externa: Contraída em moeda estrangeira e junto a credores internacionais, como governos de outros países, bancos multilaterais (FMI, Banco Mundial) e investidores estrangeiros.

A dívida pública é um instrumento importante de financiamento, mas seu uso excessivo pode comprometer a capacidade de o governo honrar seus compromissos, levando a crises fiscais.

2.     Sustentabilidade Fiscal: A sustentabilidade fiscal refere-se à capacidade de um governo de manter seu nível de dívida em proporções controláveis ao longo do tempo, sem comprometer sua capacidade de continuar prestando serviços públicos essenciais. Ela é alcançada quando o governo consegue equilibrar suas receitas e despesas e controlar o crescimento da dívida.

o    Superávit Primário: Um dos indicadores mais importantes de sustentabilidade fiscal é o superávit primário, que é a diferença entre as receitas e despesas, excluindo o pagamento de juros da dívida. Um superávit primário positivo indica que o governo está conseguindo gerar recursos suficientes para pagar a dívida e reduzir o endividamento ao longo do tempo.

3.     Impacto da Dívida Pública:

o    Custo de Financiamento: À medida que a dívida pública aumenta, o governo precisa gastar mais com o pagamento de juros, o que pode reduzir os recursos disponíveis para investimentos em áreas prioritárias, como educação, saúde e infraestrutura.

o    Risco de Crise Fiscal: Se o governo não consegue controlar o crescimento da dívida, isso pode levar a uma crise fiscal, na qual o governo se vê incapaz de cumprir suas obrigações financeiras. Isso pode gerar inflação, desvalorização da moeda e aumento das taxas de juros.

Confiança dos Investidores: A

sustentabilidade fiscal é crucial para manter a confiança dos investidores, tanto nacionais quanto estrangeiros. Um governo com finanças públicas equilibradas tende a atrair mais investimentos, estimulando o crescimento econômico.

4.     Políticas de Ajuste Fiscal: Quando o nível de endividamento do governo se torna insustentável, são necessárias políticas de ajuste fiscal para reverter o quadro. Essas políticas incluem a redução de despesas públicas, aumento de receitas por meio de novos impostos ou ajustes nas taxas já existentes, e reformas estruturais para melhorar a eficiência da administração pública.

A gestão das finanças públicas desempenha um papel crucial na estabilidade econômica e no bem-estar da população. O equilíbrio entre receita, despesa e dívida pública é essencial para garantir que o governo possa continuar a prestar serviços de qualidade, realizar investimentos em infraestrutura e assegurar o desenvolvimento sustentável.

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