Combate a Sinistros
Técnicas básicas de combate a incêndio
Introdução
O incêndio é definido como a combustão fora de controle, capaz de provocar danos humanos, materiais e ambientais. Sua ocorrência está vinculada ao triângulo do fogo, composto por três elementos fundamentais: combustível, comburente (geralmente oxigênio) e calor. A interrupção de qualquer um desses fatores resulta na extinção do fogo. A compreensão dos tipos de incêndio e das técnicas de combate é essencial para a atuação de brigadistas, bombeiros e trabalhadores em geral, especialmente em ambientes que apresentam riscos ocupacionais. Este texto apresenta as principais classes de fogo e os métodos básicos de extinção, fundamentais para a prevenção e o controle inicial de sinistros.
Tipos
de Fogo
A classificação dos incêndios é padronizada de acordo com a natureza do material combustível, permitindo identificar os recursos mais adequados para sua extinção. No Brasil, a ABNT NBR 12693 e normas correlatas definem cinco classes principais:
Classe
A
Incêndios
em materiais sólidos combustíveis, como papel, madeira, tecidos, borracha e
plásticos. Caracterizam-se pela formação de brasas e queima em profundidade. O
método de combate mais indicado é o resfriamento com água, que reduz a
temperatura do material combustível.
Classe
B
Fogo
em líquidos inflamáveis ou sólidos que se liquefazem facilmente, como gasolina,
álcool, solventes, óleos e graxas. Não deixam resíduos em brasa e queimam
apenas na superfície. O combate deve ser realizado por abafamento ou uso
de espumas mecânicas e agentes químicos, já que o uso de água pode
espalhar o líquido inflamável.
Classe
C
Incêndios
em equipamentos e instalações elétricas energizadas, como painéis, motores e
cabos. O combate deve ser feito com extintores de CO₂ (dióxido de carbono)
ou pó químico, nunca com água, devido ao risco de choque elétrico. Após o
desligamento da energia, o incêndio pode ser tratado conforme a natureza do
material em combustão.
Classe
D
Fogo em metais pirofóricos, como magnésio, titânio, sódio e potássio. Esses incêndios são altamente perigosos, pois reagem violentamente com água e outros agentes comuns. A extinção requer pós especiais, como cloreto de sódio seco ou pó à base de grafite.
Classe
K
Incêndios em óleos e gorduras vegetais ou animais, comuns em cozinhas industriais e residenciais. O combate deve ser feito com agentes químicos especiais (acetato de potássio), que reagem com os lipídios formando uma
camada de
sabão (saponificação), interrompendo a combustão.
Métodos
de Extinção
As
técnicas básicas de combate ao fogo visam eliminar pelo menos um dos elementos
do triângulo do fogo. Entre os principais métodos, destacam-se:
Resfriamento
Consiste
em reduzir a temperatura do material combustível abaixo de seu ponto de
ignição. O agente mais utilizado é a água, aplicada em forma de jato,
neblina ou aspersão. O resfriamento é especialmente eficaz em incêndios de
classe A, pois a água penetra no material sólido e absorve calor.
Abafamento
Visa
reduzir ou eliminar o oxigênio disponível para a combustão. Pode ser realizado
cobrindo o fogo com tampas, lonas, areia ou aplicando agentes químicos como
espuma mecânica e pó químico. É o método mais indicado para incêndios de classe
B.
Isolamento
Consiste
em retirar o material combustível da área do incêndio ou interromper o fluxo de
combustível. Inclui o fechamento de válvulas, retirada de materiais
combustíveis próximos e delimitação da área atingida. É frequentemente
utilizado em incêndios industriais.
Extinção
Química
Realizada
pela aplicação de agentes que interrompem a reação em cadeia da combustão.
Extintores de pó químico seco e dióxido de carbono (CO₂) atuam dessa forma,
neutralizando os radicais livres que sustentam o fogo. Essa técnica é
amplamente utilizada em incêndios de classes B e C.
Considerações
Finais
O
combate a incêndios exige conhecimento técnico, treinamento prático e uso
adequado de equipamentos. A correta identificação da classe do fogo é condição
indispensável para a escolha do método de extinção apropriado. Água, espuma, pó
químico e dióxido de carbono são os agentes mais comuns, mas sua aplicação deve
respeitar as características de cada tipo de incêndio. A prevenção continua
sendo a medida mais eficaz, mas, diante de uma emergência, o domínio das
técnicas básicas de combate pode salvar vidas e reduzir danos. Assim, a
educação em segurança contra incêndio deve ser incorporada às práticas
cotidianas em empresas, escolas e comunidades.
Referências
Bibliográficas
Extintores e Sistemas de Combate a
Incêndio: Tipos, Indicações de Uso e Dispositivos de Proteção
Introdução
O combate a incêndios é um dos pilares da segurança contra sinistros em edificações, indústrias e espaços públicos. Para reduzir danos humanos, patrimoniais e ambientais, é indispensável que os ambientes estejam equipados com sistemas de proteção ativos, como extintores portáteis, hidrantes, sprinklers e mangueiras. O uso correto desses recursos depende do conhecimento sobre os diferentes tipos de equipamentos e suas indicações de aplicação. Este texto tem como objetivo apresentar uma visão geral dos principais dispositivos de combate a incêndios, destacando seus usos, funcionamento e importância dentro de um plano de segurança.
Tipos
de Extintores
Os
extintores portáteis são equipamentos de uso imediato e individual, projetados
para o combate inicial ao fogo. No Brasil, a ABNT NBR 12693 estabelece
critérios de instalação, dimensionamento e manutenção desses dispositivos. Cada
extintor é adequado a uma ou mais classes de incêndio, conforme o material
combustível.
A
escolha do extintor adequado é fundamental, já que a aplicação de um agente
incorreto pode agravar o incêndio em vez de combatê-lo.
Indicações
de Uso
O
uso dos extintores deve seguir orientações técnicas básicas:
1. Identificação correta da
classe de fogo antes da utilização.
2. Ação
rápida no início do incêndio, já que a eficácia do extintor
é limitada a princípios de fogo.
3. Treinamento
prévio dos usuários, visto que o manuseio inadequado
compromete a eficácia.
4. Inspeção
periódica para garantir que estejam carregados e em boas
condições de funcionamento.
De acordo com a legislação, os extintores devem estar distribuídos de forma visível e acessível, sinalizados e instalados em suportes ou paredes, a no máximo 1,60 m do piso.
Hidrantes
O
sistema de hidrantes consiste em tubulações fixas pressurizadas, com pontos de
conexão onde mangueiras podem ser acopladas para combate a incêndios. São
geralmente acionados manualmente por brigadistas ou bombeiros. Sua eficiência é
maior em incêndios de maior proporção, pois fornece grande volume de água sob
pressão.
As
normas da ABNT NBR 13714 estabelecem os requisitos para projeto e
instalação desses sistemas. É imprescindível que os hidrantes estejam
conectados a uma fonte de abastecimento confiável, como reservatórios ou redes
públicas, e que passem por manutenção periódica.
Sprinklers
Os
sprinklers são dispositivos automáticos de combate a incêndio, ativados pelo
calor. Cada unidade possui um bulbo de vidro ou elemento fusível que rompe ao
atingir determinada temperatura, liberando jatos de água diretamente sobre a
área em chamas.
O
sistema é projetado para atuar de forma localizada, permitindo que apenas os
sprinklers próximos ao foco do incêndio sejam acionados. Essa característica
reduz danos por água e aumenta a eficiência do combate. A ABNT NBR 10897
regula a instalação de sprinklers no Brasil, definindo critérios de
dimensionamento e manutenção.
Mangueiras
de Incêndio
As
mangueiras são equipamentos essenciais no sistema de hidrantes e permitem
conduzir água até o local do incêndio. São classificadas em diferentes tipos e
pressões, conforme a utilização:
Devem
ser armazenadas em abrigos apropriados, enroladas e prontas para uso imediato.
A inspeção periódica é obrigatória para garantir que não apresentem furos ou
desgaste, comprometendo a segurança.
Considerações
Finais
O conjunto formado por extintores, hidrantes, sprinklers e mangueiras compõe os sistemas básicos de
proteção ativa contra incêndios em edificações. Cada equipamento possui aplicação específica e exige manutenção, inspeção e treinamento adequado dos usuários. A correta instalação, uso e conservação desses dispositivos são condições indispensáveis para a segurança de trabalhadores e comunidades. Mais do que uma exigência legal, o funcionamento adequado desses sistemas representa um compromisso ético com a preservação da vida e do patrimônio.
Referências
Bibliográficas
Atuação Inicial e Primeiros Socorros em
Sinistros
Introdução
Os sinistros, como incêndios, desabamentos, explosões e vazamentos de substâncias perigosas, exigem respostas rápidas e eficazes nos primeiros minutos após sua ocorrência. A atuação inicial é determinante para reduzir danos humanos, materiais e ambientais, sendo considerada a fase mais crítica do gerenciamento de emergências. Entre as medidas prioritárias estão as ações imediatas de contenção, a evacuação segura dos ocupantes da área de risco e o atendimento inicial às vítimas por meio de primeiros socorros. O preparo de brigadistas, profissionais de segurança e da comunidade em geral é fundamental para aumentar a capacidade de resposta e minimizar consequências graves.
Ações
Imediatas em Situações de Risco
As
ações iniciais em sinistros devem seguir protocolos claros, previamente
estabelecidos em planos de emergência. As principais medidas incluem:
Essas
ações devem ser conduzidas com calma, priorizando sempre a preservação da vida
humana sobre a proteção de bens materiais.
Evacuação
Segura
A
evacuação é um processo planejado e executado para retirar rapidamente pessoas
de uma área em risco. A eficiência dessa ação depende da preparação prévia e do
cumprimento rigoroso dos protocolos de segurança.
Os
princípios básicos de uma evacuação segura são:
A
ABNT NBR 15219, que trata de planos de emergência contra incêndios, e a NBR
9077, referente às saídas de emergência em edifícios, definem os parâmetros
técnicos para garantir evacuações eficazes e seguras.
Atendimento
Inicial às Vítimas
Após
a evacuação, a prioridade passa a ser o atendimento imediato às vítimas. Os
primeiros socorros são um conjunto de procedimentos aplicados antes da chegada
de profissionais da saúde, visando preservar a vida, evitar o agravamento de
lesões e promover alívio inicial.
Os
principais aspectos do atendimento incluem:
É
essencial que as pessoas designadas para prestar primeiros socorros possuam
treinamento específico e atualização periódica, conforme preconizado pela NR-7
(Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional) e pela NR-23
(Proteção Contra Incêndios).
Considerações
Finais
A
atuação inicial em sinistros é decisiva para salvar vidas e reduzir danos. A
adoção de ações imediatas, a evacuação segura e o atendimento inicial às
vítimas dependem de planejamento, treinamento e coordenação entre brigadas,
trabalhadores e comunidade. Mais do que cumprir requisitos legais, essas
práticas consolidam uma cultura de prevenção e responsabilidade coletiva. O
fortalecimento de programas de capacitação, aliados ao cumprimento das normas
técnicas, é o caminho mais eficaz para aumentar a resiliência frente a
emergências.
Referências
Bibliográficas
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