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AutoCad Avançado

 AUTO CAD AVANÇADO

 

COMANDOS AVANÇADOS EM 2D 

Ferramentas de Edição Avançada

  

O AutoCAD é um dos softwares mais utilizados no mundo para desenho técnico e projetos de engenharia e arquitetura. Dominar seus recursos de edição é fundamental para garantir produtividade e precisão no desenvolvimento de projetos. Esta unidade aborda as principais ferramentas de edição avançada, com destaque para os comandos ARRAY, OFFSET, STRETCH, TRIM e EXTEND, que ampliam significativamente a capacidade do projetista de manipular elementos com eficiência em contextos complexos.

1. Comando ARRAY: Distribuição Inteligente de Elementos

O comando ARRAY permite a criação de cópias múltiplas de objetos com uma organização sistemática. Ele possui duas variações principais: ARRAY retangular e ARRAY polar, cada uma com aplicações distintas.

1.1 ARRAY Retangular

O ARRAY retangular distribui cópias de um objeto em linhas e colunas, sendo útil para criar elementos repetitivos como fileiras de janelas, pilares ou luminárias. A ferramenta permite definir a quantidade de linhas e colunas, além do espaçamento entre as cópias. Pode-se, por exemplo, distribuir 10 colunas de parafusos em 5 linhas, com espaçamento regular entre elas, economizando tempo e mantendo a uniformidade geométrica.

1.2 ARRAY Polar

O ARRAY polar organiza cópias ao redor de um ponto central, formando um círculo. Essa função é bastante utilizada para desenhar parafusos ao redor de um flange, divisórias radiais ou elementos decorativos circulares. É possível definir o número de elementos, o ângulo total de rotação e se a matriz será associativa, ou seja, se os objetos permanecerão agrupados para edição posterior conjunta.

Ambos os tipos de ARRAY podem ser editados posteriormente com o comando ARRAYEDIT, sendo possível alterar os parâmetros de distribuição ou remover elementos específicos sem desfazer a matriz.

2. Comando OFFSET: Cópia Paralela com Precisão

O comando OFFSET é uma das ferramentas mais poderosas para geração de cópias paralelas de linhas, arcos, círculos e poli linhas. Ao definir uma distância de deslocamento, o usuário cria uma nova entidade paralela à original, respeitando a direção do clique.

2.1 Aplicações Práticas

No projeto arquitetônico, OFFSET é amplamente usado para desenhar paredes com espessura uniforme. Em engenharia mecânica, permite traçar perfis de chapas com dobras ou tolerâncias dimensionais. O OFFSET também é útil para delimitação de calçadas, vias, canaletas ou zonas de

afastamento em projetos de urbanismo.

A funcionalidade é especialmente valiosa quando combinada com ferramentas de precisão como o OSNAP e restrições geométricas. Além disso, o AutoCAD permite utilizar o OFFSET em poli linhas fechadas, gerando contornos internos ou externos automaticamente.

3. Edição com STRETCH, TRIM e EXTEND: Ajustes em Situações Complexas

Os comandos STRETCH, TRIM e EXTEND formam um grupo essencial para o ajuste de elementos existentes no desenho, permitindo a manipulação fina da geometria em cenários onde os comandos básicos não são suficientes.

3.1 STRETCH: Ajustando Partes Específicas

O comando STRETCH permite mover parte de um objeto sem alterar sua geometria por completo. É diferente do MOVE, pois afeta apenas os vértices selecionados com a janela de cruzamento (window crossing). Ele é especialmente eficaz na edição de plantas, quando se deseja alongar uma parede sem comprometer a posição dos demais elementos.

Para usar corretamente, é necessário selecionar os objetos com uma janela da direita para a esquerda. O STRETCH atua em vértices e segmentos, mantendo a continuidade do restante do desenho.

3.2 TRIM: Corte Preciso de Elementos

TRIM é utilizado para cortar partes de entidades que se estendem além de limites definidos. Ele exige que o usuário defina objetos de referência (cortantes) e, em seguida, selecione os elementos a serem aparados. Um exemplo prático é o corte de linhas de eixos que ultrapassam as bordas de um detalhe técnico.

O comando é sensível às interseções: se não houver um ponto de intersecção visível, o TRIM não atuará, a menos que se ative a opção "Edge Mode" ou use a opção "Fence" para selecionar múltiplos elementos.

3.3 EXTEND: Prolongando até um Limite

Complementando o TRIM, o comando EXTEND prolonga objetos até atingir outros elementos definidos como limites. É amplamente usado para ajustar linhas a quadros de planta, contornos de mobiliário ou limites construtivos.

A eficácia do EXTEND depende da proximidade visual e da definição correta dos limites. Quando bem aplicado, ele elimina a necessidade de redesenhar segmentos inteiros, tornando o fluxo de trabalho mais fluido e preciso.

Considerações Finais

O domínio das ferramentas de edição avançada no AutoCAD é essencial para um profissional que deseja aumentar sua produtividade e qualidade no detalhamento de projetos. Os comandos ARRAY, OFFSET, STRETCH, TRIM e EXTEND oferecem recursos robustos para a manipulação eficiente de elementos gráficos,

permitindo ajustes dinâmicos e personalizados em situações variadas. A prática constante e o entendimento das nuances de cada ferramenta são diferenciais que elevam o nível técnico do usuário, preparando-o para desafios mais complexos em projetos profissionais.

Referências Bibliográficas

  • FREY, David. AutoCAD 2023 & AutoCAD LT 2023 Bible. Wiley, 2022.
  • FAIRCLOTH, Ellen Finkelstein. AutoCAD 2023 and AutoCAD LT 2023 Essentials. Sybex, 2022.
  • LEMAY, George Omura. Mastering AutoCAD 2023 and AutoCAD LT 2023. Autodesk Official Press, 2023.
  • AUTODESK. AutoCAD User Guide. Autodesk Inc., 2023. Disponível em: https://help.autodesk.com


Trabalhando com Referências Externas (XREF) no AutoCAD

 

O uso de Referências Externas (XREFs) no AutoCAD é um recurso fundamental para o gerenciamento de projetos complexos e colaborativos. Esse recurso permite inserir arquivos DWG em outros desenhos, facilitando a reutilização de informações, a divisão do trabalho entre equipes e a atualização de conteúdos em tempo real. Quando corretamente utilizado, o XREF promove organização, agilidade e padronização nos processos de projeto em engenharia, arquitetura e design.

1. Inserção e Vinculação de Arquivos DWG como XREF

O XREF é utilizado quando se deseja referenciar um desenho existente (geralmente um arquivo DWG) dentro de outro arquivo de trabalho. Essa inserção não incorpora fisicamente o conteúdo do arquivo referenciado ao desenho atual, mas sim o vincula como uma instância externa. Com isso, qualquer modificação feita no arquivo original refletirá automaticamente nos desenhos em que ele está referenciado.

1.1 Métodos de Inserção

Existem várias formas de inserir um XREF:

  • Por meio do comando XREF na linha de comando ou na aba “Insert”.
  • Pela guia “External References”, onde é possível clicar em “Attach DWG”.
  • Utilizando o atalho ATTACH, que abre a janela de seleção do arquivo.

Ao inserir o arquivo, o usuário pode definir o ponto de inserção, escala e rotação. Pode-se optar por carregar o XREF como Anexado (Attach), quando se deseja manter o vínculo independente de outros arquivos, ou como Sobreposto (Overlay), quando não se deseja que o arquivo referenciado se propague como sub-XREF em arquivos que o utilizarem posteriormente.

1.2 Vantagens da Vinculação

A vinculação de arquivos DWG como XREF oferece as seguintes vantagens:

  • Modularidade: diferentes partes do projeto podem ser desenvolvidas separadamente.
  • Eficiência: evita a duplicação de dados, economizando espaço e tempo.
  • Atualização automática: quaisquer alterações feitas no XREF são refletidas nos arquivos que o utilizam.

Essa estratégia é especialmente eficaz em projetos de larga escala, como plantas industriais, edificações multifuncionais e sistemas de infraestrutura urbana.

2. Gerenciamento de XREFs: Caminhos, Camadas e Atualização

Após a inserção de um XREF, é essencial saber como gerenciá-lo. O AutoCAD oferece ferramentas completas para controle e supervisão desses elementos externos, especialmente por meio do Painel de Referências Externas.

2.1 Caminhos de Arquivo

Um dos principais aspectos do gerenciamento de XREFs é o controle dos caminhos dos arquivos vinculados. Existem três tipos:

  • Caminho Completo (Full Path): registra o caminho completo do arquivo, desde a raiz do disco. É preciso manter a estrutura de pastas inalterada.
  • Caminho Relativo (Relative Path): registra o caminho em relação ao local do arquivo DWG atual, facilitando o compartilhamento em ambientes com estrutura de pastas replicadas.
  • Sem Caminho (No Path): o AutoCAD procurará o arquivo na mesma pasta do DWG ativo.

A escolha do caminho influencia diretamente a portabilidade e o funcionamento em rede ou nuvem. Em ambientes colaborativos, o uso de caminhos relativos é geralmente o mais recomendado.

2.2 Gerenciamento de Camadas de XREF

Cada XREF inserido traz consigo suas próprias camadas, identificadas com o nome do arquivo como prefixo (por exemplo, planta-arquitetura|Eixos). Isso permite o controle independente da visibilidade e propriedades dessas camadas sem afetar o desenho original.

O gerenciamento correto das camadas de XREF possibilita:

  • Controlar a visualização de partes específicas do projeto.
  • Evitar conflitos visuais entre diferentes disciplinas (como arquitetura, elétrica e hidráulica).
  • Aplicar estilos de cor e linha adaptados ao contexto do desenho principal.

Com o comando LAYER, o usuário pode congelar, bloquear ou mudar propriedades das camadas XREF diretamente, mantendo o controle visual sobre os elementos referenciados.

2.3 Atualização e Recarregamento

O conteúdo de um XREF pode ser alterado a qualquer momento em seu arquivo original. Para que as alterações apareçam no arquivo atual, é necessário recarregar o XREF. O AutoCAD realiza isso automaticamente quando o desenho é aberto, mas também é possível forçar uma

atualização com o comando RELOAD ou diretamente no painel de XREFs.

Além disso, o AutoCAD emite alertas se um XREF estiver “desatualizado” (por ter sido modificado fora do arquivo atual), “não encontrado” (arquivo movido ou deletado) ou “não carregado” (arquivo desligado temporariamente).

3. Considerações Estratégicas e Boas Práticas

O uso de XREFs exige disciplina organizacional e padronização dos arquivos do projeto. Algumas boas práticas incluem:

  • Organizar os arquivos em pastas específicas para facilitar o uso de caminhos relativos.
  • Nomear os arquivos e camadas com clareza, evitando duplicidades e confusão entre disciplinas.
  • Manter um controle de versão rigoroso, para evitar sobreposição de alterações indevidas.
  • Evitar explodir (explode) XREFs a menos que seja absolutamente necessário, pois isso quebra o vínculo e converte os elementos em entidades estáticas.

Adicionalmente, é recomendável manter o desenho principal o mais “limpo” possível, delegando grande parte da informação visual para os arquivos referenciados. Isso aumenta a performance, a organização e a escalabilidade do projeto.

Conclusão

As Referências Externas no AutoCAD são indispensáveis para o gerenciamento eficiente de projetos em ambientes profissionais. Elas permitem a integração de diferentes partes do projeto, promovem a colaboração entre equipes e asseguram maior controle sobre atualizações e padronizações. Dominar os recursos de inserção, gerenciamento de caminhos, camadas e atualização das XREFs é uma competência essencial para qualquer usuário avançado do AutoCAD.

Referências Bibliográficas

  • AUTODESK. AutoCAD User Guide. Autodesk, Inc., 2023. Disponível em: https://help.autodesk.com
  • FREY, David. AutoCAD 2023 & AutoCAD LT 2023 Bible. Wiley Publishing, 2022.
  • OMURA, George. Mastering AutoCAD 2023 and AutoCAD LT 2023. Sybex, 2023.
  • FINKELSTEIN, Ellen. AutoCAD 2023 and AutoCAD LT 2023 Essentials. Sybex, 2022.
  • VINCENT, Bill. AutoCAD Workflow Tips & Tricks. CreateSpace Independent Publishing, 2021.


Boas Práticas em Projetos Colaborativos no AutoCAD

 

Com a crescente complexidade dos projetos nas áreas de arquitetura, engenharia, design e construção civil, o trabalho colaborativo tornou-se uma exigência técnica e organizacional. O desenvolvimento simultâneo de partes distintas do projeto, realizado por diferentes profissionais ou equipes, requer uma série de boas práticas que garantam

a crescente complexidade dos projetos nas áreas de arquitetura, engenharia, design e construção civil, o trabalho colaborativo tornou-se uma exigência técnica e organizacional. O desenvolvimento simultâneo de partes distintas do projeto, realizado por diferentes profissionais ou equipes, requer uma série de boas práticas que garantam padronização, integridade dos dados, produtividade e comunicação eficaz. No contexto do AutoCAD, essas práticas envolvem desde a organização dos arquivos e controle de camadas até o uso de referências externas e normas técnicas unificadas.

1. Organização de Arquivos e Estrutura de Pastas

Um dos pilares de um projeto colaborativo eficiente é a organização sistemática dos arquivos. Projetos mal estruturados geram atrasos, inconsistências e erros de execução.

1.1 Padronização de Nomenclaturas

A nomenclatura dos arquivos DWG, pastas e layouts deve seguir uma lógica clara e acordada entre os participantes do projeto. O uso de códigos ou abreviações padronizadas, que indiquem o tipo de planta (arquitetônica, elétrica, estrutural), a disciplina envolvida e a fase do projeto (anteprojeto, executivo, revisão), facilita a navegação e o entendimento coletivo do acervo de documentos.

1.2 Estrutura Hierárquica de Diretórios

A criação de uma hierarquia de pastas por disciplina, fase e especialidade é uma prática recomendada. Exemplo:

CopiarEditar

Projeto_Residencial/

├── 01_Arquitetura/

├── 02_Estrutura/

├── 03_Elétrica/

├── 04_Hidrossanitário/

├── 05_Compartilhados_XREF/

Essa segmentação evita sobrescritas acidentais, facilita o uso de caminhos relativos em referências externas (XREF) e permite a automação de backups e controle de versões.

2. Uso Estratégico de Referências Externas (XREF)

O uso do recurso de Referência Externa (XREF) é uma das práticas mais importantes em projetos colaborativos. Ele permite que um mesmo desenho seja referenciado por múltiplos arquivos, garantindo consistência e facilidade de atualização.

2.1 Vantagens do XREF em Equipes Multidisciplinares

  • Trabalho paralelo: cada equipe pode trabalhar em sua disciplina sem alterar diretamente o trabalho das outras.
  • Atualização sincronizada: alterações feitas em um arquivo DWG refletirão em todos os desenhos que o referenciam.
  • Redução de erros: evita duplicidade de informações e problemas de compatibilidade entre disciplinas.

É fundamental manter os arquivos XREF em uma pasta específica, com caminhos relativos

configurados para facilitar a portabilidade entre diferentes sistemas ou ambientes de rede.

3. Gerenciamento de Camadas e Padrões CAD

Em um ambiente colaborativo, o uso padronizado de camadas (layers) é essencial para garantir clareza, controle e eficiência nos desenhos.

3.1 Biblioteca de Camadas

As empresas e equipes devem estabelecer bibliotecas de camadas com nomes padronizados, cores e tipos de linha específicos para cada elemento (e.g., paredes, eixos, cotas, mobiliário). A norma NBR 6492/2021, por exemplo, pode ser usada como base para a padronização de representação gráfica na arquitetura.

3.2 Controle de Visibilidade

Ao utilizar arquivos de outras disciplinas como XREF, o profissional pode gerenciar a visibilidade das camadas referenciadas, congelando ou ocultando informações desnecessárias para a sua especialidade. Isso permite um trabalho mais limpo e focado, além de reduzir o risco de edição indevida.

4. Controle de Revisões e Histórico de Projeto

A rastreabilidade das modificações em um projeto é essencial para manter a integridade e a responsabilidade técnica dos envolvidos.

4.1 Versões e Revisões

Os arquivos devem ser versionados de maneira clara, com códigos ou datas que identifiquem cada revisão. Exemplo: planta_arquitetonica_R01.dwg, planta_arquitetonica_R02.dwg.

Documentos de revisão devem acompanhar os arquivos CAD, registrando as alterações efetuadas, a data, o responsável e a motivação das mudanças. Ferramentas como nuvens de revisão e atributos de blocos ajudam na visualização direta das modificações no desenho.

4.2 Backups e Armazenamento em Nuvem

A utilização de plataformas de armazenamento em nuvem com controle de versões (como Autodesk Docs, Dropbox Business ou Google Drive) oferece segurança, acessibilidade e sincronização em tempo real. Os backups automáticos reduzem o risco de perda de dados e garantem que todos os envolvidos trabalhem com as versões mais atualizadas.

5. Comunicação entre Equipes e Compatibilização de Projetos

A eficiência técnica em projetos colaborativos está diretamente ligada à qualidade da comunicação entre as partes envolvidas.

5.1 Reuniões de Coordenação

É recomendável a realização de reuniões periódicas de compatibilização entre disciplinas. Nessas reuniões, os participantes discutem interferências entre projetos (por exemplo, entre estrutura e instalações), cronogramas e pendências técnicas.

5.2 Relatórios e Documentação Compartilhada

A produção de relatórios de inconsistências,

acompanhamento de pendências e decisões técnicas compartilhadas evita ruídos de comunicação e retrabalho. Ferramentas como Planilhas Google, Microsoft Teams ou Trello podem ser utilizadas como suporte colaborativo para gestão de tarefas.

Conclusão

A adoção de boas práticas em projetos colaborativos no AutoCAD é indispensável para garantir eficiência, controle e qualidade na produção técnica. A padronização de nomenclaturas, o uso de referências externas, o gerenciamento de camadas, o controle de revisões e a comunicação eficaz entre as equipes são elementos-chave para o sucesso de empreendimentos de qualquer escala. A implementação dessas práticas deve fazer parte da cultura organizacional dos escritórios e departamentos técnicos, promovendo não apenas melhores resultados, mas também um ambiente de trabalho mais profissional e colaborativo.

Referências Bibliográficas

  • AUTODESK. AutoCAD User Guide. Autodesk Inc., 2023. Disponível em: https://help.autodesk.com
  • OMURA, George. Mastering AutoCAD 2023 and AutoCAD LT 2023. Wiley/Sybex, 2023.
  • FINKELSTEIN, Ellen. AutoCAD 2023 & AutoCAD LT 2023 Bible. Wiley Publishing, 2022.
  • NBR 6492:2021 – Representação de Projetos de Arquitetura. Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT.
  • VINCENT, Bill. AutoCAD Workflow Tips & Tricks. CreateSpace Publishing, 2021.

 

Criação e Gerenciamento de Blocos Dinâmicos no AutoCAD

 

Os blocos são elementos fundamentais no AutoCAD, permitindo a reutilização de componentes gráficos em projetos técnicos. Eles reduzem o tamanho dos arquivos, asseguram padronização e facilitam atualizações em múltiplas instâncias simultaneamente. Os blocos dinâmicos representam uma evolução significativa nesse conceito, pois possibilitam a criação de entidades inteligentes e parametrizáveis. Isso os torna ideais para projetos que exigem flexibilidade e personalização, como mobiliário, esquadrias, equipamentos elétricos e detalhes construtivos.

1. Definição de Blocos com Atributos

Os atributos são informações associadas a blocos que podem ser preenchidas ou modificadas quando o bloco é inserido no desenho. Eles não apenas contribuem para a documentação do projeto, como também podem ser utilizados para gerar tabelas, legendas e listagens automáticas.

1.1 Criando Blocos com Atributos

Para definir um bloco com atributos, o usuário deve usar o comando ATTDEF (Attribute Definition). Esse comando permite configurar três informações essenciais:

  • Tag: identificador interno do atributo.
  • Prompt: mensagem exibida ao inserir o bloco, solicitando um valor.
  • Default: valor sugerido para o atributo.

Após definir os atributos e desenhar os elementos gráficos do bloco, utiliza-se o comando BLOCK ou B para agrupá-los em uma única entidade. Ao inserir o bloco no desenho com o comando INSERT, o AutoCAD solicitará os valores para os atributos definidos.

1.2 Utilidade Prática

Atributos são frequentemente utilizados em:

  • Tabelas de portas e janelas com identificação automática.
  • Componentes elétricos com códigos de referência.
  • Peças mecânicas com informações técnicas como diâmetro, material e código interno.

Esses dados podem ser extraídos por meio do comando DATAEXTRACTION, facilitando a integração com planilhas e documentação de projeto.

2. Inserção com Campos e Parâmetros

Os campos e parâmetros tornam os blocos ainda mais versáteis, pois permitem modificar sua aparência ou comportamento com base em condições ou valores definidos pelo usuário.

2.1 Parâmetros

Parâmetros são inseridos no bloco por meio do ambiente de edição de blocos (Block Editor). Os principais tipos são:

  • Linear: permite alongar ou mover objetos em uma direção.
  • Polar: controla rotação e deslocamento simultâneos.
  • Visibility: alterna entre diferentes representações dentro de um mesmo bloco.
  • Lookup: oferece uma lista de opções predefinidas (por exemplo, tamanhos padronizados de portas).

Esses parâmetros podem ser combinados com ações (stretch, move, rotate, etc.) para alterar dinamicamente a geometria do bloco. Um exemplo clássico é uma janela que pode ter seu comprimento alterado sem precisar criar múltiplas versões do mesmo símbolo.

2.2 Campos (Fields)

Campos são textos dinâmicos que exibem informações variáveis, como:

  • Nome do arquivo.
  • Data de modificação.
  • Escala da viewport.
  • Valor de um atributo.

Eles são criados com o comando FIELD e podem ser inseridos dentro de atributos ou textos de bloco, atualizando-se automaticamente conforme as propriedades mudam. Por exemplo, um campo pode exibir a área de um polígono referenciado, útil para legendas e etiquetas em plantas.

3. Ferramentas "Block Editor" e "BATTMAN"

3.1 Block Editor

O Block Editor é o ambiente gráfico do AutoCAD dedicado à edição de blocos. Nele, é possível adicionar parâmetros, ações, restrições geométricas e atributos a um bloco já existente ou recém-criado. Seu uso é indispensável para

Block Editor é o ambiente gráfico do AutoCAD dedicado à edição de blocos. Nele, é possível adicionar parâmetros, ações, restrições geométricas e atributos a um bloco já existente ou recém-criado. Seu uso é indispensável para trabalhar com blocos dinâmicos.

Principais recursos do Block Editor:

  • Inserção de parâmetros e ações.
  • Teste interativo do comportamento do bloco.
  • Ferramentas de alinhamento e restrição paramétrica.

A lógica de funcionamento no Block Editor segue o princípio de definir um parâmetro (como "comprimento") e associar-lhe uma ação (como "alongar"). Com isso, ao manipular o bloco na área de trabalho, ele se comporta conforme a configuração programada.

3.2 BATTMAN (Block Attribute Manager)

O comando BATTMAN abre o Gerenciador de Atributos de Bloco, que permite visualizar, modificar e reorganizar os atributos de blocos existentes sem a necessidade de reeditá-los completamente.

Com essa ferramenta, é possível:

  • Alterar o valor padrão de um atributo.
  • Mudar a ordem de solicitação de preenchimento.
  • Definir atributos como invisíveis, constantes ou bloqueados.

Essa funcionalidade é essencial para ajustes posteriores em blocos complexos, especialmente quando se trabalha com bibliotecas compartilhadas ou projetos colaborativos em larga escala.

Considerações Finais

A criação e o gerenciamento de blocos dinâmicos são competências avançadas que proporcionam enormes ganhos de produtividade, organização e padronização em projetos desenvolvidos no AutoCAD.

Por meio de atributos, campos, parâmetros e ferramentas como o Block Editor e o BATTMAN, o projetista pode criar componentes inteligentes que se adaptam às diferentes demandas do projeto. Essa abordagem não só agiliza o processo de desenho como também reduz a margem de erro, promove a interoperabilidade entre disciplinas e facilita a documentação técnica.

Referências Bibliográficas

  • AUTODESK. AutoCAD User Guide. Autodesk Inc., 2023. Disponível em: https://help.autodesk.com
  • FREY, David. AutoCAD 2023 & AutoCAD LT 2023 Bible. Wiley Publishing, 2022.
  • OMURA, George. Mastering AutoCAD 2023 and AutoCAD LT 2023. Sybex, 2023.
  • FINKELSTEIN, Ellen. AutoCAD 2023 and AutoCAD LT 2023 Essentials. Sybex, 2022.
  • VINCENT, Bill. AutoCAD Workflow Tips & Tricks. CreateSpace Publishing, 2021.

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