Operação
do Torno Mecânico
Preparação para a Operação
A preparação para operar um torno mecânico é uma etapa crucial para garantir que o trabalho seja executado com precisão, segurança e eficiência. Essa fase envolve a leitura correta de desenhos técnicos, a seleção adequada de ferramentas e materiais, e a realização de ajustes e calibração do equipamento. Vamos explorar cada um desses aspectos para entender como eles influenciam no processo de usinagem.
Leitura
de Desenhos Técnicos para Tornearia
Os desenhos técnicos são a base para a fabricação de
peças no torno mecânico, fornecendo todas as informações necessárias sobre
dimensões, formas, tolerâncias e acabamentos. A habilidade de interpretar
corretamente esses desenhos é indispensável para o torneiro mecânico.
1.
Elementos de um Desenho Técnico:
o
Vistas Ortográficas: mostram diferentes ângulos da peça, como frontal,
superior e lateral.
o
Cortes e Detalhes: apresentam seções internas ou aspectos específicos
da peça.
o
Dimensões e Tolerâncias: indicam medidas exatas e variações permitidas.
o
Rugosidade Superficial: especifica o acabamento da superfície da peça.
2.
Leitura e Planejamento:
o
Identificar as
operações necessárias: cortes, rosqueamentos, furos, entre outros.
o
Definir a
sequência de passos para a fabricação da peça.
3.
Interpretação de Tolerâncias e
Ajustes:
o
As tolerâncias
definem o intervalo de variação permitido nas dimensões da peça.
o Ajustes adequados garantem que a peça fabricada se encaixe perfeitamente no conjunto.
Seleção
de Ferramentas e Materiais
A escolha correta das ferramentas de corte e dos
materiais é essencial para alcançar os melhores resultados na usinagem.
1.
Ferramentas de Corte:
o
Material:
§ Ferramentas de aço rápido: utilizadas em velocidades
moderadas e para trabalhos gerais.
§ Ferramentas de carboneto de tungstênio: ideais para
alta velocidade e maior resistência ao desgaste.
o
Tipo de Operação:
§ Ferramenta de desbaste: remove grande quantidade de
material.
§ Ferramenta de acabamento: proporciona um melhor
acabamento superficial.
§ Ferramenta de rosqueamento: cria roscas internas ou
externas.
2.
Materiais da Peça:
o
A seleção do
material depende da aplicação da peça e de suas características desejadas, como
resistência mecânica e propriedades térmicas.
o
Exemplos comuns
incluem aço, alumínio, latão e polímeros.
3. Planejamento da
Usinagem:
o
Escolher
ferramentas compatíveis com o material da peça e a operação a ser realizada.
o Avaliar a necessidade de lubrificantes ou fluidos de corte para reduzir o calor gerado pela fricção.
Ajustes
e Calibração do Torno Mecânico
Antes de iniciar a usinagem, o torno deve ser
ajustado e calibrado para garantir a precisão e a segurança do trabalho.
1.
Fixação da Peça:
o
Certificar-se de
que a peça está bem presa na placa de fixação, utilizando castanhas adequadas.
o
Verificar o
alinhamento da peça em relação ao eixo do torno.
2.
Ajuste das Ferramentas:
o
Instalar as
ferramentas no porta-ferramentas com firmeza.
o
Ajustar à altura
da ferramenta para coincidir com o centro da peça, evitando vibrações ou cortes
irregulares.
3.
Configuração do Torno:
o
Selecionar a
velocidade de rotação adequada ao material e à operação.
o
Configurar o
avanço e a profundidade de corte conforme o desenho técnico.
4.
Calibração do Equipamento:
o
Verificar o
estado do barramento e a centralização do cabeçote e do contraponto.
o
Garantir que os
instrumentos de medição estejam ajustados e funcionando corretamente.
5.
Testes de Operação:
o
Realizar um
corte de teste em um material similar para validar os ajustes.
o Ajustar novamente, se necessário, antes de iniciar a produção da peça.
A preparação para a operação no torno mecânico é um
processo que exige atenção aos detalhes, conhecimento técnico e planejamento
cuidadoso. A leitura precisa dos desenhos técnicos, a escolha adequada de
ferramentas e materiais, e a calibração correta do equipamento garantem não
apenas a qualidade da peça final, mas também a eficiência e segurança durante a
usinagem.
Técnicas de Torneamento
O torneamento é uma técnica fundamental no processo de usinagem, utilizada para criar peças com formatos cilíndricos ou geométricos precisos. Ele envolve a aplicação de diferentes tipos de cortes, a definição de parâmetros adequados de corte, como velocidade, avanço e profundidade, e a prática para fabricar peças simples com qualidade e eficiência.
Tipos
de Cortes no Torneamento
Os cortes no torneamento são classificados de acordo
com a operação realizada. Os principais tipos são:
1.
Faceamento:
o
O faceamento
consiste em cortar a extremidade da peça, criando uma superfície plana
perpendicular ao eixo da rotação.
o Essa técnica é utilizada para ajustar o comprimento da peça ou preparar a extremidade para outras
operações, como furos.
2.
Cilindramento:
o
Também conhecido
como torneamento longitudinal, o cilindramento reduz o diâmetro da peça ao
longo de seu comprimento.
o Essa operação é usada para criar superfícies cilíndricas uniformes ou ajustá-las para tolerâncias específicas.
3.
Rosqueamento:
o
O rosqueamento é
o corte helicoidal que cria roscas externas ou internas na peça.
o
Pode ser feito
com ferramentas específicas para roscas e requer ajustes precisos nos
parâmetros de corte para garantir o passo correto da rosca.
Cada tipo de corte exige o uso de ferramentas adequadas e configurações específicas no torno para obter os melhores resultados.
Parâmetros
de Corte
Os parâmetros de corte são determinantes para a
qualidade, eficiência e segurança durante o torneamento. Eles incluem:
1.
Velocidade de Corte:
o
Refere-se à
velocidade com que a ferramenta corta o material, medida em metros por minuto
(m/min).
o
Depende do
material da peça, da ferramenta e do tipo de operação.
o
Velocidades mais
altas proporcionam cortes rápidos, mas podem gerar calor excessivo e desgaste
da ferramenta.
2.
Avanço:
o
Indica a
distância que a ferramenta percorre a cada rotação da peça, medida em
milímetros por rotação (mm/rev).
o
Avanços maiores
são usados para desbaste, enquanto avanços menores garantem acabamentos mais
precisos.
3.
Profundidade de Corte:
o
É a quantidade
de material removido em uma única passada da ferramenta, medida em milímetros.
o
Passadas mais
profundas são eficientes para desbaste, mas exigem cuidado para não
sobrecarregar a máquina ou a ferramenta.
O equilíbrio entre esses parâmetros é essencial para evitar falhas, desgastes prematuros ou acabamentos de baixa qualidade.
Execução
Prática de Peças Simples
A prática é crucial para dominar as técnicas de
torneamento. Para executar peças simples, o seguinte passo a passo pode ser
seguido:
1.
Preparação da Peça:
o
Fixar a peça no
torno utilizando a placa de fixação e verificar o alinhamento com o eixo de
rotação.
o
Selecionar a
ferramenta adequada para o corte desejado.
2.
Configuração dos Parâmetros:
o
Definir a
velocidade, o avanço e a profundidade de corte com base no material e no tipo
de operação.
3.
Execução do Corte:
o
Faceamento: Posicionar a ferramenta perpendicular ao eixo da
peça e avançar suavemente até obter a superfície desejada.
o Cilindramento: Movimentar a ferramenta ao longo do eixo da peça
para reduzir o diâmetro.
o
Rosqueamento: Ajustar o passo e executar cortes sequenciais para
formar a rosca.
4.
Controle de Qualidade:
o
Inspecionar a
peça usando instrumentos de medição, como paquímetros e micrômetros, para
verificar se as dimensões e tolerâncias estão corretas.
5.
Finalização:
o Remover rebarbas e realizar acabamentos finais, se necessário.
Dominar as técnicas de torneamento requer atenção
aos detalhes e prática contínua. Compreender os diferentes tipos de cortes,
ajustar corretamente os parâmetros e realizar operações práticas são passos
essenciais para alcançar precisão e qualidade na fabricação de peças usinadas.
Controle de Qualidade na
Tornearia Mecânica
O controle de qualidade é uma etapa essencial no processo de usinagem, garantindo que as peças produzidas atendam às especificações exigidas pelo projeto. Ele envolve a inspeção dimensional, o uso de instrumentos de medição precisos e a aplicação de técnicas para assegurar a precisão e consistência das peças. Vamos explorar cada um desses aspectos em detalhes.
Inspeção
Dimensional de Peças Usinadas
A inspeção dimensional consiste em verificar se as
medidas da peça final correspondem às especificações do desenho técnico. Essa
análise garante que a peça funcione corretamente em seu contexto de aplicação,
como em máquinas ou conjuntos mecânicos.
1.
Dimensões Críticas:
o
Diâmetros
internos e externos.
o
Comprimentos e
larguras.
o
Profundidades de
cortes ou furos.
2.
Tolerâncias Dimensionais:
o
Definem os
limites máximos e mínimos para cada medida.
o
Asseguram a
compatibilidade da peça com outros componentes.
3.
Inspeção Visual e Tátil:
o
Identificação de
rebarbas, deformações ou irregularidades na superfície.
o Garantia de acabamento uniforme e rugosidade conforme especificações.
Uso
de Instrumentos de Medição
A precisão na usinagem depende do uso correto de
instrumentos de medição, que ajudam a verificar dimensões e tolerâncias. Os
mais utilizados na tornearia são:
1.
Paquímetro:
o
Função: Mede dimensões internas, externas e profundidades
com precisão de até 0,02 mm.
o
Uso: Ideal para medir diâmetros, larguras e espessuras.
o
Técnica: Posicionar firmemente as mandíbulas do paquímetro
na peça, garantindo uma leitura exata.
2.
Micrômetro:
o
Função: Mede com maior precisão (até 0,001 mm) dimensões
externas ou internas.
o
Uso: Utilizado para verificar diâmetros ou espessuras críticas.
o
Técnica: Girar o tambor do micrômetro até que o fuso toque
a peça sem exercer pressão excessiva.
3.
Relógio Comparador:
o
Função: Avalia variações dimensionais e concentricidade de
peças.
o
Uso: Verifica a uniformidade em superfícies cilíndricas e alinhamentos.
o
Técnica: Posicionar o ponteiro em contato com a peça e
observar desvios durante a rotação.
4.
Instrumentos Complementares:
o Réguas de aço, gabaritos e medidores de roscas são utilizados para verificações adicionais.
Técnicas
para Garantir a Precisão das Peças
Para assegurar que as peças usinadas atendam aos
padrões exigidos, é importante adotar práticas que reforcem a precisão em cada
etapa do processo:
1.
Planejamento da Usinagem:
o
Revisar o
desenho técnico e identificar dimensões críticas antes de iniciar o trabalho.
o
Selecionar
ferramentas e parâmetros de corte compatíveis com o material e o tipo de
operação.
2.
Manutenção dos Instrumentos:
o
Realizar
calibrações periódicas em paquímetros, micrômetros e relógios comparadores.
o
Limpar os
instrumentos após o uso para evitar acúmulo de resíduos que afetem a precisão.
3.
Técnicas de Operação:
o
Garantir que a
peça esteja bem fixada no torno durante o processo de usinagem.
o
Evitar vibrações
ou movimentos bruscos que possam comprometer as dimensões finais.
4.
Verificações Frequentes:
o
Medir as
dimensões da peça em diferentes estágios do processo para identificar desvios
precocemente.
o
Ajustar
ferramentas ou parâmetros de corte conforme necessário.
5.
Documentação e Registro:
o
Anotar os
resultados das medições para comparar com as especificações do projeto.
o Manter um histórico de qualidade para aprimorar processos futuros.
O controle de qualidade não apenas assegura que as peças atendam aos padrões exigidos, mas também reforça a confiabilidade do trabalho do torneiro mecânico. A inspeção dimensional rigorosa, o uso adequado de instrumentos de medição e a adoção de práticas de precisão são pilares indispensáveis para alcançar excelência na fabricação de peças usinadas.
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