MÓDULO
3 — Marketing Digital e Campanhas que Funcionam
Aula 3.1 — Presença digital básica para farmácia
Quando a gente fala de presença
digital para farmácias, a primeira sensação de muita gente é: “isso é
complicado”, “precisa de equipe”, “precisa postar todo dia”, “tem que virar
influencer”. Só que não é por aí. Presença digital básica não é sobre virar celebridade.
É sobre ser encontrado, ser útil e passar confiança. Em outras palavras, é
estender para o mundo online aquilo que a farmácia já faz (ou deveria fazer) no
balcão: orientar com clareza, acolher com respeito e facilitar a vida do
cliente.
Pensa comigo: hoje, quando alguém precisa de uma farmácia, o que a pessoa faz? Ela pega o celular. Procura no Google “farmácia perto de mim”, olha avaliações, confere horário, clica no WhatsApp ou no Instagram para ver se a loja parece confiável. Isso acontece antes mesmo de ela decidir ir até você. Então a sua presença digital funciona como a sua fachada na rua. Não adianta ter uma farmácia ótima “por dentro” se, no digital, ela parece ausente, desorganizada ou confusa. O cliente não entra numa loja que ele não confia — e confiança, no online, começa pela forma como você aparece.
O primeiro passo dessa presença
digital é algo simples e extremamente poderoso: Google Meu Negócio (ou
Perfil da Empresa no Google). Ele é a vitrine mais importante porque é lá
que o cliente te encontra na hora da necessidade. E a necessidade em farmácia,
muitas vezes, é urgente. Se o seu perfil está incompleto, com horário errado,
endereço confuso ou sem fotos, você perde cliente sem nem ficar sabendo. Isso é
como ter uma placa apagada na rua: a pessoa passa e nem percebe que você
existe. Já um perfil bem cuidado, com fotos reais, horário certo, telefone e
WhatsApp atualizados, e boas avaliações, vira um ímã de confiança.
Aliás, avaliações são uma parte
sensível e valiosa. Em farmácia, o cliente olha as estrelas não só para saber
se é “barato” — ele olha para sentir se é seguro. Ele quer saber se atendem
bem, se explicam, se entregam corretamente, se respeitam o cliente. Então
incentivar avaliações honestas (com cuidado, sem forçar) é um jeito simples de
fortalecer sua reputação. E reputação, em saúde, é quase tudo.
Depois do Google, entram as redes sociais, especialmente Instagram e, em muitos casos, Facebook. Aqui vale um ponto bem
libertador: não é quantidade de post que gera resultado, é
constância com utilidade. Uma farmácia não precisa postar todo dia. Precisa
postar de um jeito que faça sentido para o cliente. Às vezes, três vezes por
semana já é ótimo. O que faz diferença é o cliente olhar seu perfil e pensar:
“essa farmácia existe de verdade, entende do que fala e pode me ajudar”. Uma
presença digital básica e saudável é aquela que transmite vida real, não
perfeição artificial.
E o que postar, afinal? Em farmácia,
o conteúdo precisa ser ético e útil. Isso significa que sua rede social pode
ensinar coisas simples, como:
Percebe que isso não é “só
marketing”? Isso é serviço público de saúde em linguagem simples. E esse tipo
de conteúdo fortalece a confiança do cliente porque mostra que a farmácia
entende, cuida e se preocupa. O cliente tende a comprar de quem ensina, não de
quem só empurra oferta.
Claro
que ofertas podem aparecer — mas dentro de um equilíbrio. Uma lógica saudável
para farmácia costuma ser algo perto de:
Outro canal que não dá para ignorar é
o WhatsApp. E aqui ele não entra como uma “rede social de postagens”, mas sim
como uma continuidade do atendimento. O WhatsApp é o balcão digital. É onde o
cliente tira dúvidas, pede produto, pergunta preço, solicita entrega e volta
para repor uso contínuo. Só que ele precisa ser organizado. Farmácia que
responde quando dá, com mensagens sem padrão, perde tempo e credibilidade. Já
farmácia que tem respostas rápidas, linguagem humana, clareza de horário e um
catálogo básico de itens-chave, vira referência de praticidade.
Um ponto importante é o tom. No digital, você não está falando com uma multidão abstrata. Você está
falando com uma multidão abstrata. Você está falando com
pessoas reais, muitas vezes inseguras sobre saúde. Então linguagem faz
diferença. Prefira sempre um jeito:
O
digital de farmácia não deve soar como propaganda barulhenta. Deve soar como
aquela sensação boa do balcão quando alguém te explica com calma. É isso que
aproxima.
E tem um detalhe que muita gente
esquece: presença digital não precisa ser perfeita para começar. Muita
farmácia trava porque quer tudo “top”. Quer logo feed bonito, vídeo
bem-produzido, design impecável. Só que presença digital é construção. O
cliente não espera produção de cinema. Ele espera verdade e utilidade. Fotos
reais da loja, um vídeo simples explicando algo básico, um story mostrando a
equipe arrumando a seção de inverno… essas coisas têm mais força do que parecem
porque mostram que existe gente de verdade ali.
Outra
dica bem prática é conectar o digital com o físico. Por exemplo:
Quando o cliente vê coerência entre o
que você mostra online e o que encontra na loja, a confiança cresce muito.
No fim das contas, aula 3.1 é sobre entender que presença digital básica para farmácia não é um luxo. É uma necessidade do mercado atual. Ela garante que o cliente te encontre, te reconheça, confie e escolha você antes mesmo de entrar na loja. E o melhor: dá para fazer isso sem grandes investimentos, começando simples, com constância e cuidado humano. Porque, em farmácia, o digital não substitui o balcão — ele prepara o caminho para ele.
Referências
bibliográficas
KOTLER,
Philip; KELLER, Kevin Lane. Administração de marketing. 14. ed. São
Paulo: Pearson, 2012.
TORRES,
Claudio. A Bíblia do marketing digital. São Paulo: Novatec, 2018.
STRAUSS,
Judy; FROST, Raymond. E-marketing. 7. ed. Boston: Pearson, 2014.
LAS
CASAS, Alexandre Luzzi. Marketing: conceitos, exercícios, casos. 9. ed.
São Paulo: Atlas, 2017.
ROCHA,
Thelma; FERREIRA, Jorge; SILVA, Rodrigo. Marketing em saúde: teoria e
prática. Rio de Janeiro: Elsevier, 2015.
PARENTE, Juracy. Varejo no Brasil: gestão e estratégia. 2. ed. São Paulo:
Atlas,
2014.
ANGNES,
Daniela L.; BORGES, Gabriela R. Gestão e marketing no varejo farmacêutico.
São Paulo: Senac, 2019.
CONSELHO
FEDERAL DE FARMÁCIA (CFF). Código de Ética Farmacêutica. Brasília:
Conselho Federal de Farmácia, 2014.
Aula 3.2 — Campanhas sazonais de farmácia
Campanhas sazonais em farmácia
parecem um assunto “de calendário bonito”, mas na verdade são um jeito muito
prático de vender melhor sem precisar inventar moda. Sazonalidade é
simplesmente o ciclo natural das necessidades das pessoas ao longo do ano. Quando
muda o tempo, quando chegam férias, quando volta aula, quando o inverno aperta,
quando o verão castiga a pele, o cliente muda o que procura. Ele não muda
porque alguém mandou — muda porque a vida dele pede. E a farmácia que se
antecipa a isso deixa de “correr atrás” do cliente para passar a caminhar junto
com ele.
Repare como é óbvio, mas às vezes a gente esquece: no inverno, cresce procura por antigripais, vitaminas, xaropes, pastilhas, umidificador, hidratantes corporais. No verão, protetor solar, repelente, pós sol, hidratação, antialérgicos e itens para viagem. Na volta às aulas, a demanda infantil dispara: termômetro, soro, antitérmico, vitaminas de rotina, lenços, álcool gel. Em outubro e novembro, a procura por dermocosméticos e cuidados com a pele costuma subir com o calor. Ou seja, a farmácia tem um roteiro natural de vendas acontecendo o ano inteiro. Campanha sazonal é só organizar esse roteiro para que ele aconteça de um jeito mais visível e mais fácil para o cliente.
A beleza da campanha sazonal é que
ela não precisa ser complicada. Na verdade, campanha boa de farmácia cabe numa
frase simples: tema certo, produto-âncora certo e comunicação clara.
Tema é o motivo pelo qual o cliente vai se identificar (“inverno sem gripe”,
“verão com pele protegida”, “rotina do bebê”, “saúde da mulher”).
Produto-âncora é aquilo que puxa a campanha, aquele item que quase todo mundo
procura quando o tema aparece (um antigripal no inverno, protetor solar no
verão, fralda e antitérmico na campanha infantil). Comunicação clara é mostrar
para o cliente onde estão as soluções, por que faz sentido comprar agora e como
usar melhor. Quando esse tripé está firme, a campanha funciona sem esforço
exagerado.
O problema é que muita farmácia só lembra de sazonalidade quando o movimento já explodiu. Aí vira correria: produto faltando, seção improvisada, equipe respondendo dúvidas no susto, posts corridos
problema é que muita farmácia só
lembra de sazonalidade quando o movimento já explodiu. Aí vira correria:
produto faltando, seção improvisada, equipe respondendo dúvidas no susto, posts
corridos no Instagram. Quem chega atrasado na sazonalidade geralmente vende
menos e trabalha mais estressado. Planejamento evita isso. Não precisa montar
um calendário de 12 meses logo de cara. Você pode começar com um planejamento
bimestral ou trimestral, olhando só para o que vem pela frente. A
pergunta-chave é: “o que meus clientes vão precisar nas próximas semanas?”.
Só essa pergunta já coloca você na frente.
Um jeito bem humano de fazer isso é pensar como o cliente. Se você mora no bairro, sente a mesma estação, vê as mesmas escolas voltando, percebe os mesmos surtos de gripe, sol forte ou chuva. Então a sazonalidade está ali, no seu cotidiano. Você só precisa transformar essa percepção em ação organizada. Por exemplo: se começa a esfriar, não espere o primeiro pico de gripe.
Separe
um espaço para “cuidados de inverno”, organize produtos-chave, treine a equipe
com um roteiro simples de atendimento, e já solte uma comunicação no digital
dizendo “estamos com soluções prontas para a temporada”. Isso gera uma sensação
boa no cliente: ele sente que a farmácia está preparada e que ele não precisa
ficar procurando em vários lugares.
Outro ponto importante é que a
campanha sazonal funciona muito melhor quando ela é pensada por necessidade,
não só por categoria. Em farmácia, o cliente raramente entra dizendo “quero
um produto da categoria tal”. Ele entra dizendo “estou com tosse”, “minha pele
está queimando”, “meu filho está com febre”, “estou com alergia”. Então a
campanha precisa conversar com esse jeito real de pensar. Um canto de “soluções
para gripe” com poucas opções bem escolhidas (e com mensagens simples) ajuda
mais do que espalhar vários itens em prateleiras diferentes. O cliente enxerga
a solução inteira. Isso acelera a decisão e aumenta o ticket de forma ética,
porque ele leva o que faz sentido junto.
E aqui entra um cuidado essencial: campanha sazonal não é sinônimo de empurrar produto. Pelo contrário. A campanha boa é aquela que ajuda o cliente a se proteger, prevenir e tratar melhor. Em saúde, antecipar necessidade é uma forma de cuidado. Se você monta uma campanha de verão com protetor solar, repelente e hidratação, você não está só vendendo — está ajudando a evitar insolação, alergias e doenças transmitidas por insetos. Se
monta uma campanha
de verão com protetor solar, repelente e hidratação, você não está só vendendo
— está ajudando a evitar insolação, alergias e doenças transmitidas por
insetos. Se monta uma campanha de inverno com imunidade e cuidados
respiratórios, você está prevenindo complicações. Isso fortalece o
posicionamento da farmácia como referência em saúde, e não só em preço.
O digital entra como extensão natural
dessas campanhas. Não precisa ser nada mirabolante. Um conjunto de posts
simples já cria conexão:
Também vale lembrar que campanhas
sazonais têm um “timing” ideal. Elas devem começar um pouco antes do pico.
Esse “antes” muda conforme o tema, mas a lógica é sempre a mesma: você quer ser
lembrado como a farmácia preparada, não como a farmácia que corre atrás. Se
você começa a campanha quando todo mundo já está doente, você chega tarde. Se
você começa quando as pessoas ainda estão se preparando, você vira referência.
Em marketing, quem chega primeiro ocupa a mente do cliente. E em farmácia isso
se traduz em retorno e confiança.
Para facilitar de vez, muita farmácia
monta um “calendário simples de campanhas” com base em dois pontos:
1. datas
do calendário real (Dia das Mães, Dia do Idoso, Outubro
Rosa, Novembro Azul, férias, volta às aulas),
2. calendário
climático/estacional (verão, inverno, chuva, seca).
Com isso, você já tem uma trilha do ano inteiro. Depois, você ajusta ao seu
público real. Se sua farmácia atende muito idoso, algumas campanhas terão mais
peso ali. Se atende muita família com criança, campanhas infantis serão mais
estratégicas. Sazonalidade não é fórmula pronta; é adaptação inteligente ao
bairro onde você está.
No fim, aula 3.2 quer te mostrar que o marketing de farmácia fica muito mais leve quando você planeja junto com o ritmo da vida das pessoas. Campanha sazonal não é evento isolado. É uma conversa contínua com o cliente, guiada pelo tempo, pelos hábitos e pelas necessidades reais dele. E quando a farmácia
passa a conversar desse jeito, ela vende mais com menos esforço — e com muito mais sentido.
Referências
bibliográficas
KOTLER,
Philip; KELLER, Kevin Lane. Administração de marketing. 14. ed. São
Paulo: Pearson, 2012.
PARENTE,
Juracy. Varejo no Brasil: gestão e estratégia. 2. ed. São Paulo: Atlas,
2014.
BLESSA,
Regina. Merchandising no ponto de venda. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2012.
LAS
CASAS, Alexandre Luzzi. Marketing: conceitos, exercícios, casos. 9. ed.
São Paulo: Atlas, 2017.
ANGNES,
Daniela L.; BORGES, Gabriela R. Gestão e marketing no varejo farmacêutico.
São Paulo: Senac, 2019.
ROCHA,
Thelma; FERREIRA, Jorge; SILVA, Rodrigo. Marketing em saúde: teoria e
prática. Rio de Janeiro: Elsevier, 2015.
TORRES,
Claudio. A Bíblia do marketing digital. São Paulo: Novatec, 2018.
CONSELHO
FEDERAL DE FARMÁCIA (CFF). Código de Ética Farmacêutica. Brasília:
Conselho Federal de Farmácia, 2014.
Aula 3.3 — Métricas fáceis: como saber se
está dando certo
Métrica, para muita gente, soa como
coisa fria, matemática, quase um “bicho-papão” do marketing. Mas em farmácia
ela é mais parecida com um farol do que com uma planilha. Métrica serve para te
mostrar se você está no caminho certo. Sem ela, você trabalha muito, faz
campanha, posta no Instagram, muda exposição da loja… e fica no achismo: “acho
que funcionou”, “acho que não deu em nada”. Medir é transformar esse “acho” em
clareza. E clareza, no varejo farmacêutico, economiza tempo, dinheiro e
frustração.
Está aula parte de uma ideia simples:
marketing sem medir vira adivinhação. E não precisa de nada complicado
para medir. Não é sobre ter um software caro ou virar especialista em
estatística. É sobre acompanhar alguns indicadores básicos, com constância, e
usar isso para ajustar suas escolhas. Na farmácia, medir é quase como ouvir o
cliente pelo comportamento dele: o que ele comprou mais, o que ele ignorou, o
que ele voltou para buscar, o que ele pediu depois de uma campanha. Esses
sinais dizem muito.
Vamos separar as métricas em dois
mundos que se conversam: o mundo da loja física e o mundo do digital.
No físico, as métricas mais fáceis e importantes são aquelas que mostram como o
cliente está comprando e voltando. Uma delas é o ticket médio: quanto,
em média, cada cliente gasta por compra. Se o seu ticket médio está baixo, isso
pode indicar coisas como atendimento pouco consultivo, exposição fraca por
necessidade, ou falta de sugestões complementares éticas.
Agora, se
ele sobe depois de uma mudança no
balcão ou no layout, você tem um sinal claro de que aquela estratégia
funcionou.
Outra métrica fundamental é o giro
por categoria. Em farmácia, não adianta olhar só o total de vendas do mês.
Você precisa entender quais áreas estão vivas e quais estão paradas. Por
exemplo: se você fez uma campanha de inverno e as vendas de antigripais
subiram, ótimo. Mas e a parte de imunidade? E hidratantes para pele ressecada
no frio? Se elas não subiram junto, talvez a campanha não tenha sido completa,
ou a exposição não estava clara. O giro mostra onde o cliente realmente colocou
o dinheiro — e onde ele não colocou.
Uma terceira métrica muito valiosa,
principalmente em farmácias com forte base de uso contínuo, é a taxa de
retorno. Isso é observar quantos clientes voltam para repor o que compraram
antes, especialmente medicamentos de rotina. Se você começa a usar WhatsApp de
forma útil, cadastro inteligente e lembretes de reposição, você quer ver se o
retorno aumentou. A taxa de retorno é a prova concreta de fidelização. E
fidelização, como você já viu, é o que sustenta uma farmácia a longo prazo.
Além disso, vale acompanhar algo simples como crescimento por campanha. Sempre que você fizer uma ação sazonal ou uma campanha temática, pergunte: “essa campanha aumentou a venda da categoria foco? Por quanto? Em quantos dias?”. Não precisa de relatório gigantesco. Basta comparar vendedores, períodos e estoque. Às vezes uma campanha parece animada, mas não mexe no número. E às vezes uma campanha simples, bem localizada, gera um salto real. Medir te protege de investir energia onde não dá resultado.
Agora vamos para o digital. Muita
farmácia se perde aqui porque olha “curtida” como se fosse métrica principal.
Curtida pode ser legal, mas não é o que paga as contas. Métrica digital em
farmácia precisa ser observada com um olhar mais prático: isso está trazendo
clientes para perto de mim? Então algumas métricas simples são mais
importantes do que likes.
Uma delas é o alcance: quantas
pessoas realmente viram seus conteúdos. Alcance mostra se você está conseguindo
entrar no radar do bairro. Se o alcance está baixo, pode ser que você esteja
postando pouco, postando horários ruins ou ficando repetitivo. Se o alcance
sobe quando você faz conteúdos úteis (dicas, prevenção, orientações simples),
você descobre o tipo de assunto que o público valoriza.
Outra métrica direta é o número de
mensagens recebidas (no WhatsApp ou nas DMs). Em farmácia, mensagem é sinal
de interesse real. Se depois de um post de campanha você recebe mais pedidos de
informação, isso é impacto. Se você recebe mais perguntas de reposição, isso é
confiança. É como se o cliente estivesse dizendo: “eu te vi e agora quero falar
com você”. Isso vale mais do que qualquer curtida.
Também vale acompanhar cliques no WhatsApp ou no botão de rota do Google. Hoje, muita gente procura farmácia no Google e clica para chamar ou para ir até a loja. Se você tem o Perfil da Empresa bem preenchido, você consegue ver quantas pessoas ligaram, pediram rota ou clicaram para conversar. Esse tipo de número é um termômetro muito fiel de presença digital real no bairro.
E talvez a métrica digital mais
honesta de todas seja a conversão percebida: quantas pessoas aparecem na
loja dizendo que vieram “por causa do post” ou “porque viram no
Instagram/WhatsApp”. Isso pode ser anotado de forma simples pela equipe. Às
vezes, um atendente anota numa planilha rápida: “campanha X trouxe Y clientes
comentando o post”. Não precisa ser perfeito. Precisa ser frequente.
No fundo, o segredo da aula 3.3 é
mostrar que métrica não é um peso — é um alívio. Porque ela te dá autonomia.
Você para de depender só de intuição e começa a fazer escolhas mais seguras.
Por exemplo: se você percebe que conteúdo educativo aumenta alcance e gera
mensagens, você entende que deve investir nessa linha. Se uma campanha sobe
ticket médio, mas pouco mexe no digital, talvez seja melhor ajustar a
comunicação. Métrica é ferramenta de aprendizado.
E aqui vai um ponto crucial: não
adianta medir uma vez e esquecer. Métrica funciona como rotina. Farmácia
forte mede em ritmo curto e constante. Um relatório semanal simples (quase um
“diário da loja”) já resolve: ticket médio, categoria destaque, efeito de
campanha, mensagens no WhatsApp, e um comentário curto sobre o que a equipe
percebeu. Isso cria memória de gestão. Com o tempo, você começa a enxergar
padrões do seu bairro, do seu público e do seu calendário sazonal.
Se eu fosse resumir essa aula em linguagem bem direta, seria assim: medir é cuidar do seu marketing como você cuida da saúde do cliente — acompanhando sinais para ajustar antes que vire problema. Com poucas métricas simples, você consegue entender o que funciona, repetir o que dá resultado e parar de insistir no que não traz retorno. E, quando isso vira hábito, o
marketing como você cuida da saúde do cliente — acompanhando sinais para ajustar antes que vire problema. Com poucas métricas simples, você consegue entender o que funciona, repetir o que dá resultado e parar de insistir no que não traz retorno. E, quando isso vira hábito, o marketing deixa de ser um esforço cansativo e vira um processo cada vez mais natural e eficiente.
Referências
bibliográficas
KOTLER,
Philip; KELLER, Kevin Lane. Administração de marketing. 14. ed. São
Paulo: Pearson, 2012.
LAS
CASAS, Alexandre Luzzi. Marketing: conceitos, exercícios, casos. 9. ed.
São Paulo: Atlas, 2017.
PARENTE,
Juracy. Varejo no Brasil: gestão e estratégia. 2. ed. São Paulo: Atlas,
2014.
ANGNES,
Daniela L.; BORGES, Gabriela R. Gestão e marketing no varejo farmacêutico.
São Paulo: Senac, 2019.
ROCHA,
Thelma; FERREIRA, Jorge; SILVA, Rodrigo. Marketing em saúde: teoria e
prática. Rio de Janeiro: Elsevier, 2015.
TORRES,
Claudio. A Bíblia do marketing digital. São Paulo: Novatec, 2018.
STRAUSS,
Judy; FROST, Raymond. E-marketing. 7. ed. Boston: Pearson, 2014.
BLESSA,
Regina. Merchandising no ponto de venda. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2012.
CONSELHO
FEDERAL DE FARMÁCIA (CFF). Código de Ética Farmacêutica. Brasília:
Conselho Federal de Farmácia, 2014.
Estudo de Caso do Módulo 3
“A
Farmácia que Postava Todo Dia… e Mesmo Assim Não Crescia”
A Farmácia Horizonte era bonita,
moderna e tinha uma equipe jovem. Ficava num bairro de classe média, com muita
concorrência por perto. A dona, Camila, tinha uma certeza:
“Se
a gente bombar no Instagram, a loja vai lotar.”
Então ela fez o que muita farmácia
faz quando decide “entrar no digital”:
contratou uma pessoa para postar e colocou uma meta interna de postar todos
os dias.
E
realmente… ela postava.
Todo santo dia.
Só
que depois de três meses, o resultado era frustrante:
Camila começou a achar que “digital
não funciona pra farmácia”.
Mas o consultor que ela chamou disse algo simples:
“Funciona
sim. Só que do jeito certo.”
Ele
ficou duas semanas observando o digital e a rotina da loja.
E os erros comuns do Módulo 3 apareceram como um raio-X bem claro.
Erro
1: Estar no digital, mas ser “invisível” no Google
A
Horizonte tinha Instagram ativo, mas o Perfil da Empresa no Google estava
largado:
E
o consultor perguntou:
“Camila,
quantas pessoas procuram farmácia na urgência?
Elas vão primeiro no Instagram… ou no Google?”
Camila
travou.
Porque era óbvio: o cliente urgente vai no Google.
Consequência:
Como
evitar (Aula 3.1 — Presença digital básica)
Eles
fizeram um pacote simples:
1. Perfil
do Google completo (endereço, horário, WhatsApp, fotos reais).
2. Fotos
da equipe e da fachada — nada profissional, só verdadeiro.
3. Rotina
de pedir avaliação para clientes satisfeitos.
Em
20 dias, aumentou:
Camila
ficou surpresa:
“Eu estava cuidando do Instagram e esquecendo a porta de entrada principal.”
Erro
2: Instagram que parecia panfleto
O
feed era 90% preço.
Exemplo real:
O
consultor disse:
“Você
está treinando o cliente a pensar em você só quando quer desconto.”
Pior
ainda: o feed não transmitia confiança em saúde.
Transmitia só “liquidação”.
Consequência:
Como
evitar (Aula 3.1)
Eles
mudaram a linha editorial:
70%
conteúdo útil / 30% ofertas.
Conteúdo
útil:
E
as ofertas passaram a aparecer por necessidade, não por preço solto:
Em
um mês, o Instagram ficou mais vivo:
Erro
3: Campanhas sazonais feitas “em cima da hora”
Chegou
o frio.
A equipe correu atrás de antigripal porque estava vendendo muito.
Mas:
A
campanha virou unicamente:
“Promoção
de antigripal!”
Quando
o pico de gripe chegou, eles estavam reagindo, não liderando.
Consequência:
Como
evitar (Aula 3.2 — Campanhas sazonais)
O
consultor ensinou um método simples:
Tema
+ produto âncora + comunicação clara.
Eles montaram um
calendário de 8 semanas:
Na
loja, criaram uma ilha de “Soluções para inverno” com poucas opções bem
visíveis.
No digital, publicaram:
Resultado:
o cliente chegava já dizendo:
“Eu
vi a seção de inverno de vocês.”
Erro
4: Medir “curtida” como se fosse resultado
A
Camila acompanhava só:
Mas
o consultor fez uma pergunta que desmontou tudo:
“Quantas
curtidas viraram cliente na loja?”
Ela
não sabia.
Porque ela não media o que importava.
Consequência:
Como
evitar (Aula 3.3 — Métricas fáceis)
Criaram
um quadro simples semanal:
Físico:
Digital:
E
adicionaram uma pergunta no balcão:
“Você
viu essa campanha onde?”
Em
seis semanas, eles sabiam:
Camila
resumiu:
“Antes
eu postava para sentir que estava fazendo algo.
Agora eu posto sabendo por quê.”
Erro
5: Digital desconectado da loja
No
Instagram parecia uma farmácia.
Na loja parecia outra.
O
feed falava de “inverno e imunidade”,
mas a seção de imunidade estava escondida.
A campanha falava em “dermocosméticos”,
mas na loja o cliente não via nada montado.
Consequência:
Como
evitar (integração 3.1 + 3.2)
Decidiram
uma regra interna:
Tudo
que aparece no digital precisa existir visivelmente na loja.
E tudo que a loja monta precisa aparecer no digital.
Esse alinhamento simples fez a farmácia parecer mais “inteira”, mais coerente.
A
virada
Depois
de 3 meses:
E o que mais
surpreendeu Camila foi ouvir isso do cliente:
“Eu
gosto daqui porque vocês explicam no Instagram e na loja é do mesmo jeito.”
Ela
entendeu que o digital não era um “departamento separado”.
Era uma extensão do cuidado.
O
que esse caso ensina sobre o Módulo 3
Se
você quer evitar os erros mais comuns, guarde essas chaves:
1. Presença
digital começa no Google.
Instagram é importante, mas o cliente urgente te acha no mapa.
2. Farmácia
não cresce no digital só com preço.
Cresce com utilidade, clareza e confiança.
3. Campanha
sazonal precisa começar antes do pico.
Quem antecipa vira referência.
4. Métrica
boa é a que mostra retorno real.
Alcance, mensagens e cliques valem mais que curtida.
5. Digital
e loja precisam conversar.
Coerência é o nome da confiança.
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