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Introdução a Eletricista Predial e Residencial Profissional

 INTRODUÇÃO A ELETRICISTA PREDIAL E RESIDENCIAL PROFISSIONAL

 

 

Fundamentos da Eletricidade

Conceitos Básicos de Eletricidade 

 

Definição de Eletricidade

A eletricidade é uma forma de energia resultante da existência de cargas elétricas. Essas cargas podem ser positivas ou negativas e são fundamentais para a constituição da matéria. A eletricidade é essencial para diversas atividades diárias e é a base para o funcionamento de aparelhos eletrônicos, sistemas de iluminação, e muitas outras aplicações. Em termos práticos, a eletricidade pode ser gerada, distribuída e utilizada para realizar trabalho, como acender uma lâmpada ou movimentar um motor.

Corrente Elétrica, Tensão e Resistência

Corrente Elétrica: A corrente elétrica é o fluxo ordenado de elétrons através de um condutor, como um fio metálico. É medida em Ampères (A) e pode ser contínua (CC), quando o fluxo de elétrons é unidirecional, ou alternada (CA), quando o fluxo de elétrons inverte sua direção periodicamente. A corrente elétrica é o que efetivamente "carrega" a energia elétrica de um ponto a outro, possibilitando o funcionamento de dispositivos elétricos.

Tensão Elétrica: A tensão elétrica, também conhecida como diferença de potencial, é a força que impulsiona os elétrons através de um condutor. É medida em Volts (V) e representa a quantidade de energia fornecida por unidade de carga elétrica. Em outras palavras, a tensão é o que "empurra" os elétrons a se moverem, criando a corrente elétrica. Sem tensão, não há fluxo de corrente.

Resistência Elétrica: A resistência elétrica é a oposição que um material oferece ao fluxo de corrente elétrica. É medida em Ohms (Ω) e depende da natureza do material, do comprimento e da área da seção transversal do condutor. Materiais com alta resistência dificultam a passagem de corrente, enquanto materiais com baixa resistência permitem um fluxo mais fácil de corrente. A resistência é um fator crucial no controle e no dimensionamento de circuitos elétricos.

Leis de Ohm e Kirchhoff

Lei de Ohm: A Lei de Ohm é uma das principais leis da eletricidade e estabelece a relação entre tensão (V), corrente (I) e resistência (R) em um circuito elétrico. Ela é expressa pela fórmula:

V = I × R

Essa fórmula indica que a tensão em um circuito é igual ao produto da corrente que passa pelo circuito e a resistência do circuito. A Lei de Ohm é fundamental para o cálculo e dimensionamento de circuitos elétricos.

Leis de Kirchhoff: As Leis de Kirchhoff, formuladas

por Gustav Kirchhoff, são duas leis que tratam da conservação de carga e energia em circuitos elétricos.

1.     Lei dos Nós (Primeira Lei de Kirchhoff): Também conhecida como Lei das Correntes de Kirchhoff, ela afirma que a soma das correntes que entram em um nó (ou ponto de junção) é igual à soma das correntes que saem desse nó. Em outras palavras, a corrente total que chega a um ponto é igual à corrente total que sai desse ponto, refletindo a conservação da carga elétrica.

∑ I entrando = ∑ I saindo

Lei das Malhas (Segunda Lei de Kirchhoff): Também conhecida como Lei das Tensões de Kirchhoff, ela afirma que a soma das tensões ao longo de um caminho fechado (malha) em um circuito é igual a zero. Isso significa que a soma das quedas de tensão em um circuito fechado é igual à soma das tensões fornecidas.

∑ V = 0

As Leis de Kirchhoff são fundamentais para a análise e resolução de circuitos elétricos complexos, permitindo o cálculo preciso das correntes e tensões em diferentes pontos do circuito.

Compreender esses conceitos básicos é essencial para qualquer profissional que deseja trabalhar com eletricidade, pois eles formam a base para a maioria dos fenômenos elétricos e para o desenvolvimento de soluções práticas em instalações elétricas.


Grandezas Elétricas e Unidades de Medida

 

Unidades de Medida

Em eletricidade, as grandezas fundamentais são medidas em unidades específicas que permitem a quantificação e análise dos fenômenos elétricos. As principais unidades de medida incluem o Volt, Ampère, Ohm e Watt.

Volt (V): O Volt é a unidade de medida da tensão elétrica. Representa a diferença de potencial elétrico entre dois pontos e é a força que impulsiona os elétrons através de um condutor. Em termos práticos, 1 Volt é definido como a diferença de potencial necessária para mover 1 Coulomb de carga elétrica com um trabalho de 1 Joule.

Ampère (A): O Ampère é a unidade de medida da corrente elétrica. Ele mede o fluxo de elétrons através de um condutor. Especificamente, 1 Ampère é definido como o fluxo de 1 Coulomb de carga por segundo através de um ponto no circuito. A corrente elétrica é fundamental para o funcionamento de qualquer dispositivo elétrico, pois é a corrente que transporta a energia elétrica.

Ohm (Ω): O Ohm é a unidade de medida da resistência elétrica. Representa a oposição ao fluxo de corrente elétrica em um material. A resistência depende do material, comprimento e área da seção transversal do condutor. A Lei de Ohm estabelece a

relação entre tensão, corrente e resistência, expressa pela fórmula V=I×RV = I \times RV=I×R.

Watt (W): O Watt é a unidade de medida da potência elétrica. Ele mede a taxa de consumo ou produção de energia elétrica. Especificamente, 1 Watt é definido como 1 Joule de energia consumida ou produzida por segundo. A potência é calculada pela fórmula:

P = V × I

onde P é a potência em Watts, V é a tensão em Volts, e I é a corrente em Ampères.

Instrumentos de Medição

Para medir as grandezas elétricas, são utilizados instrumentos específicos que permitem a análise precisa de tensão, corrente e resistência em um circuito elétrico. Os principais instrumentos de medição são o voltímetro, amperímetro e multímetro.

Voltímetro: O voltímetro é um instrumento usado para medir a tensão elétrica entre dois pontos em um circuito. Ele é conectado em paralelo ao componente ou seção do circuito onde a medição de tensão é necessária. Voltímetros modernos são frequentemente digitais, proporcionando leituras precisas e fáceis de ler.

Amperímetro: O amperímetro é utilizado para medir a corrente elétrica que flui através de um circuito. Para medir a corrente, o amperímetro é conectado em série com o circuito, de modo que toda a corrente passe através do instrumento. Assim como os voltímetros, os amperímetros modernos são frequentemente digitais.

Multímetro: O multímetro é um instrumento versátil que pode medir várias grandezas elétricas, incluindo tensão, corrente e resistência. Ele combina as funções de um voltímetro, amperímetro e ohmímetro em um único dispositivo. Multímetros são essenciais para técnicos e engenheiros, pois permitem diagnósticos e medições rápidas e precisas em diferentes partes do circuito.

  • Voltímetro no Multímetro: Quando usado como voltímetro, o multímetro é configurado para medir a tensão e é conectado em paralelo ao circuito.
  • Amperímetro no Multímetro: Para medir corrente, o multímetro é configurado como amperímetro e conectado em série com o circuito.
  • Ohmímetro no Multímetro: Para medir resistência, o multímetro é configurado como ohmímetro e é conectado ao componente ou parte do circuito cuja resistência se deseja medir, geralmente com o circuito desenergizado.

O uso correto desses instrumentos é crucial para garantir medições precisas e seguras, auxiliando na instalação, manutenção e reparo de sistemas elétricos. Compreender as unidades de medida e como utilizá-las em conjunto com os instrumentos

desses instrumentos é crucial para garantir medições precisas e seguras, auxiliando na instalação, manutenção e reparo de sistemas elétricos. Compreender as unidades de medida e como utilizá-las em conjunto com os instrumentos de medição é uma habilidade fundamental para qualquer profissional da área elétrica.

Cálculo de Potência Elétrica

A potência elétrica é uma medida da taxa de transferência de energia elétrica em um circuito. É uma grandeza fundamental que indica quanto trabalho é realizado ou quanta energia é consumida por dispositivos elétricos ao longo do tempo. A unidade de medida da potência elétrica é o Watt (W), que corresponde a um Joule por segundo. Para calcular a potência elétrica em um circuito, utilizamos diferentes fórmulas, dependendo das grandezas elétricas conhecidas.

Fórmula Geral da Potência Elétrica

A fórmula mais comum para calcular a potência elétrica em um circuito é:

P = V × I

onde:

  • P é a potência elétrica em Watts (W),
  • V é a tensão elétrica em Volts (V),
  • I é a corrente elétrica em Ampères (A).

Essa fórmula indica que a potência elétrica é o produto da tensão aplicada ao circuito e a corrente que flui através dele.

Cálculo da Potência em Circuitos Resistivos

Em circuitos resistivos, onde a resistência (R) é um fator significativo, a potência elétrica pode ser calculada utilizando as seguintes fórmulas derivadas da Lei de Ohm (V=I×R):

1.     Usando Tensão e Resistência: P = V²

                                                          R​

2.     Usando Corrente e Resistência: P = I² × R

Estas fórmulas são úteis quando a tensão e a resistência, ou a corrente e a resistência, são conhecidas. Elas permitem calcular a potência dissipada como calor nos resistores.

Cálculo da Potência em Circuitos de Corrente Alternada (CA)

Em circuitos de corrente alternada (CA), a potência pode ser mais complexa de calcular devido à presença de componentes reativos, como indutâncias e capacitâncias, que causam defasagem entre a tensão e a corrente. A potência em CA é dividida em três tipos:

1.     Potência Aparente (S): S = V × I

o    Medida em Volt-Ampères (VA).

o    Representa a potência total fornecida ao circuito.

2.     Potência Ativa (P): P = V × I × cos (ϕ)

o    Medida em Watts (W).

o    Representa a potência real que realiza trabalho útil no circuito.

o    Cos(ϕ) é o fator de potência, onde ϕ é o ângulo de defasagem entre a corrente e a tensão.

3.     Potência Reativa (Q): Q = V × I × sin (ϕ)

o

    Medida em Volt-Ampères Reativos (VAR).

o    Representa a potência armazenada e devolvida ao circuito pelos componentes reativos.

A relação entre essas potências é representada no triângulo de potência, onde a potência aparente é a hipotenusa, a potência ativa é o cateto adjacente, e a potência reativa é o cateto oposto.

Exemplos Práticos

1.     Cálculo de Potência em um Circuito Simples:

o    Suponha um circuito com uma tensão de 220 V e uma corrente de 5 A.

o    A potência elétrica é calculada como: P = 220  V × 5 A = 1100 W

2.     Cálculo de Potência em um Resistor:

o    Suponha um resistor de 10 Ω conectado a uma tensão de 120 V.

o    A potência dissipada pelo resistor é calculada como:

o    P = 120² V² = 1440

            10 Ω

3.     Cálculo de Potência em Circuito CA:

o    Suponha um circuito com uma tensão de 230 V, uma corrente de 10 A e um fator de potência de 0,8.

o    A potência ativa é calculada como:

o    P = 230 V × 10 A × 0,8 = 1840 W

Entender o cálculo de potência elétrica é essencial para projetar e dimensionar corretamente os sistemas elétricos, garantir a eficiência energética e evitar sobrecargas nos circuitos. Conhecimento sólido em cálculos de potência permite a otimização do uso da energia elétrica, promovendo economia e segurança nas instalações elétricas.

 

Materiais Elétricos e Suas Aplicações

 

Condutores e Isolantes

Condutores: Condutores são materiais que permitem a passagem fácil de corrente elétrica devido à presença de elétrons livres que se movimentam com facilidade. Os materiais mais comuns utilizados como condutores são os metais, como cobre, alumínio e prata. O cobre é amplamente utilizado em instalações elétricas devido à sua excelente condutividade elétrica, durabilidade e flexibilidade. O alumínio, embora menos condutor que o cobre, é usado em aplicações onde a leveza e o custo são fatores importantes.

Isolantes: Isolantes são materiais que dificultam a passagem de corrente elétrica. Eles possuem poucos elétrons livres, o que impede a movimentação fácil dos elétrons. Materiais como plástico, borracha, vidro, cerâmica e papel são comumente usados como isolantes. Em instalações elétricas, os isolantes são usados para revestir fios e cabos, prevenindo curtos-circuitos e garantindo a segurança das pessoas e dos equipamentos.

Tipos de Cabos e Fios Elétricos

Fios Elétricos: Fios elétricos são compostos por um único filamento de metal condutor, geralmente de cobre ou alumínio, revestido por um

Fios elétricos são compostos por um único filamento de metal condutor, geralmente de cobre ou alumínio, revestido por um material isolante. Eles são usados em instalações residenciais e prediais para transportar energia elétrica de um ponto a outro. São mais rígidos que os cabos e são ideais para conexões fixas.

Cabos Elétricos: Cabos elétricos são formados por vários filamentos de metal condutor entrelaçados, revestidos por uma ou mais camadas de material isolante. São mais flexíveis que os fios e são usados em situações onde a flexibilidade é essencial, como em equipamentos móveis e instalações industriais. Existem vários tipos de cabos, cada um com aplicações específicas:

  • Cabos de Energia: Utilizados para transmissão de energia elétrica em instalações residenciais, comerciais e industriais.
  • Cabos de Controle: Usados para transmissão de sinais de controle em sistemas automáticos.
  • Cabos de Comunicação: Projetados para transmissão de dados e sinais de comunicação.

Dispositivos de Proteção

Fusíveis: Fusíveis são dispositivos de proteção que interrompem o fluxo de corrente elétrica quando esta excede um valor predeterminado. Eles contêm um fio ou fita de metal que derrete quando a corrente é muito alta, protegendo o circuito de danos. Fusíveis são usados em uma variedade de aplicações, desde pequenos aparelhos eletrônicos até grandes sistemas elétricos industriais.

Disjuntores: Disjuntores são dispositivos de proteção que, ao detectar uma sobrecarga ou curto-circuito, interrompem automaticamente o fluxo de corrente elétrica. Diferentemente dos fusíveis, os disjuntores podem ser religados após a falha ser corrigida. Existem vários tipos de disjuntores:

  • Disjuntores Termomagnéticos: Utilizam uma combinação de elementos térmicos e magnéticos para detectar sobrecorrente e curto-circuito.
  • Disjuntores Diferenciais: Projetados para proteger contra falhas de isolamento e choques elétricos, desarmam ao detectar correntes de fuga para a terra.

Dispositivos de Proteção contra Surtos (DPS): DPS são dispositivos projetados para proteger instalações elétricas e equipamentos contra surtos de tensão, como os causados por raios ou comutação de cargas. Eles desviam a energia do surto para a terra, evitando danos aos equipamentos conectados ao sistema elétrico. DPS são essenciais em áreas propensas a raios e em instalações com equipamentos sensíveis, como computadores e aparelhos eletrônicos.

Aplicações

Práticas

  • Instalações Residenciais: Utilizam fios e cabos para iluminação, tomadas e aparelhos elétricos. Fusíveis ou disjuntores termomagnéticos são usados no quadro de distribuição para proteção contra sobrecargas e curtos-circuitos.
  • Instalações Industriais: Requerem cabos de maior capacidade para alimentar máquinas e equipamentos pesados. Disjuntores de maior capacidade e DPS são essenciais para proteção contra surtos e falhas elétricas.
  • Sistemas de Telecomunicações: Utilizam cabos de comunicação para transmissão de dados e sinais. Dispositivos de proteção são necessários para garantir a integridade dos sinais transmitidos.

Compreender as propriedades e aplicações dos materiais elétricos é crucial para projetar e manter sistemas elétricos eficientes e seguros. A escolha adequada de condutores, isolantes, cabos e dispositivos de proteção garante a confiabilidade e longevidade das instalações elétricas.

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