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Controle de Infecção Hospitalar

CONTROLE DE INFECÇÃO

HOSPITALAR


Higiene e Protocolos de Prevenção

Higienização das Mãos

Técnicas Adequadas de Lavagem das Mãos

A lavagem das mãos é um dos métodos mais eficazes para prevenir a transmissão de infecções. Para garantir sua eficácia, é essencial seguir as técnicas adequadas de lavagem das mãos, que incluem:

1.   Molhar as Mãos: Molhe as mãos com água limpa e corrente.

2.   Aplicar Sabão: Aplique sabão suficiente para cobrir todas as superfícies das mãos.

3.   Esfregar Todas as Superfícies: Esfregue bem todas as partes das mãos, incluindo as palmas, as costas das mãos, entre os dedos e sob as unhas, por pelo menos 20 segundos. Uma maneira útil de medir o tempo é cantarolar duas vezes a música "Parabéns a Você".

4.   Enxaguar Bem: Enxágue as mãos com água corrente para remover o sabão e os contaminantes.

5.   Secar Completamente: Seque as mãos com uma toalha limpa ou descartável ou use um secador de ar. Se usar uma torneira manual, use a toalha para fechá-la.

Uso de Soluções Alcoólicas

As soluções alcoólicas (desinfetantes à base de álcool) são uma alternativa eficaz para a higienização das mãos, especialmente quando não há acesso a água e sabão. Para garantir a eficácia dessas soluções, siga estas etapas:

1.                 Aplicar a Quantidade Adequada: Aplique uma quantidade de solução alcoólica suficiente para cobrir todas as superfícies das mãos. A quantidade recomendada geralmente é de 3 a 5 ml.

2.                 Esfregar Todas as Superfícies: Esfregue bem todas as partes das mãos, incluindo palmas, costas das mãos, entre os dedos e sob as unhas, até que as mãos estejam secas.

Isso deve levar cerca de 20 a 30 segundos.

3.                 Esperar Secar: Deixe as mãos secarem ao ar. Não enxágue nem seque com uma toalha, pois isso pode reduzir a eficácia do desinfetante.

Momentos Chave para a Higienização das Mãos

A higienização das mãos deve ser realizada em momentos específicos para prevenir a disseminação de patógenos. Os cinco momentos chave recomendados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) são:

1.                 Antes do Contato com o Paciente: Lave as mãos antes de tocar um paciente, mesmo se não houver contato direto com fluidos corporais. Isso ajuda a proteger o paciente de microrganismos que podem estar nas suas mãos.

2.                 Antes de Realizar Procedimentos Assépticos: Lave as mãos antes de realizar procedimentos assépticos, como inserção de cateteres, administração de injeções ou

manipulação de feridas. Isso ajuda a evitar a introdução de patógenos nos locais estéreis do corpo.

3.                 Após a Exposição a Fluidos Corporais: Lave as mãos imediatamente após a exposição a fluidos corporais, mesmo se estiver usando luvas. Isso protege você e outras pessoas de possíveis contaminações.

4.                 Após o Contato com o Paciente: Lave as mãos após tocar um paciente e antes de sair do quarto. Isso previne a transmissão de microrganismos para outros pacientes ou superfícies.

5.                 Após o Contato com Superfícies ao Redor do Paciente: Lave as mãos após tocar superfícies ou objetos próximos ao paciente, como cama, mesas ou equipamentos médicos. Isso reduz a propagação de patógenos que podem estar nessas superfícies. Além desses momentos chave, a higienização das mãos deve ser realizada sempre que as mãos estiverem visivelmente sujas ou após atividades como uso do banheiro, manuseio de alimentos, ou contato com animais.

Adotar práticas adequadas de higienização das mãos é uma responsabilidade compartilhada por todos os profissionais de saúde e é fundamental para a prevenção de infecções e a proteção da saúde dos pacientes.

Uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPI)

Tipos de EPIs e Suas Funções

Os Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) são dispositivos ou vestimentas, destinados a proteger os profissionais de saúde e pacientes da exposição a agentes infecciosos e contaminantes. Os principais tipos de EPIs e suas funções incluem:

1.                 Luvas: Protegem as mãos do contato direto com sangue, fluidos corporais, secreções, excreções, mucosas, pele não intacta e materiais potencialmente contaminados.

2.                 Máscaras Cirúrgicas: Protegem a boca e o nariz contra gotículas respiratórias e respingos de sangue ou fluidos corporais, além de prevenir a transmissão de microrganismos respiratórios do usuário para o ambiente.

3.                 Respiradores N95 ou PFF2: Oferecem maior proteção contra partículas suspensas no ar, como aerossóis, sendo indicados para procedimentos que geram aerossóis, como intubação e ventilação mecânica.

4.                 Aventais: Protegem a pele e a roupa contra respingos de sangue, fluidos corporais, secreções e excreções.

5.                 Óculos de Proteção ou Protetores Faciais: Protegem os olhos contra respingos de sangue, fluidos corporais e outros materiais infecciosos.

6.                 Toucas: Protegem o cabelo e o couro cabeludo

contra respingos e contaminação, especialmente em ambientes cirúrgicos ou durante procedimentos assépticos.

7.                 Protetores Auditivos: Usados em ambientes com níveis elevados de ruído, embora não estejam diretamente relacionados ao controle de infecções, são essenciais para a saúde ocupacional.

Indicações de Uso para Cada Tipo de EPI

1.   Luvas:

       Procedimentos com risco de contato com sangue, fluidos corporais, secreções, excreções, mucosas e pele não intacta.

       Manipulação de materiais ou superfícies contaminadas.

       Troca de curativos e procedimentos invasivos.

2.   Máscaras Cirúrgicas:

       Procedimentos que envolvem a geração de gotículas.

       Atendimento a pacientes com infecções respiratórias.

       Cirurgias e procedimentos invasivos.

3.   Respiradores N95 ou PFF2:

       Procedimentos que geram aerossóis, como intubação, broncoscopia e ventilação mecânica.

       Atendimento a pacientes com doenças transmitidas por aerossóis, como tuberculose e COVID-19.

4.   Aventais:

       Procedimentos com risco de respingos de sangue ou fluidos corporais.

       Cirurgias e atendimento a pacientes isolados por precauções de contato.

5.   Óculos de Proteção ou Protetores Faciais:

       Procedimentos com risco de respingos de sangue, fluidos corporais ou secreções.

       Cirurgias e procedimentos invasivos.

6.   Toucas:

       Cirurgias e procedimentos assépticos.

       Ambientes estéreis ou onde haja risco de contaminação do cabelo. Protocolos de Colocação e Retirada de EPIs Colocação (Donning) de EPIs:

1.     Higienização das Mãos: Lave ou desinfecte as mãos antes de colocar qualquer EPI.

2.     Touca (se necessário): Coloque a touca para cobrir todo o cabelo.

3.     Avental: Vista o avental, amarrando-o na parte de trás do pescoço e da cintura.

4.     Máscara Cirúrgica ou Respirador: Coloque a máscara cirúrgica cobrindo nariz e boca, ajustando-a ao rosto. Se usar respirador N95/PFF2, ajuste para garantir uma vedação adequada.

5.     Óculos de Proteção ou Protetor Facial: Coloque os óculos ou protetor facial para cobrir os olhos completamente.

6.     Luvas: Calce as luvas, garantindo que cubram os punhos do avental.

Retirada (Doffing) de EPIs:

1.     Luvas: Remova as luvas virando-as do avesso e descartando-as imediatamente em recipiente apropriado.

2.     Higienização das Mãos: Higienize as mãos imediatamente após remover as luvas.

3.     Óculos

de Proteção ou Protetor Facial: Remova cuidadosamente os óculos ou protetor facial, evitando tocar a parte frontal.

4.     Avental: Desamarre o avental e remova-o puxando de dentro para fora, evitando contato com a superfície externa.

5.     Máscara Cirúrgica ou Respirador: Remova a máscara ou respirador tocando apenas os elásticos ou alças, evitando tocar a parte frontal.

6.     Higienização das Mãos: Higienize as mãos novamente após remover todos os EPIs.

A adesão rigorosa aos protocolos de colocação e retirada de EPIs é essencial para garantir a proteção adequada dos profissionais de saúde e a prevenção da disseminação de infecções dentro das instituições de saúde.

Desinfecção e Esterilização de Materiais

Diferença entre Desinfecção e Esterilização

Desinfecção e esterilização são processos críticos na prevenção de infecções em ambientes de saúde, cada um com objetivos e métodos distintos:

Desinfecção:

       Definição: Processo que elimina a maioria dos microrganismos patogênicos, exceto esporos bacterianos, em superfícies e objetos inanimados.

       Objetivo: Reduzir o número de microrganismos a um nível seguro, impedindo a transmissão de infecções.

       Aplicação: Usado para superfícies, equipamentos médicos não críticos (como estetoscópios e termômetros) e áreas hospitalares.

       Métodos: Uso de agentes químicos (como álcool, hipoclorito de sódio, peróxido de hidrogênio) e processos físicos (como calor).

Esterilização:

       Definição: Processo que destrói todos os microrganismos, incluindo esporos bacterianos, em um objeto ou superfície.

       Objetivo: Eliminar completamente qualquer forma de vida microbiana, garantindo que o objeto esteja totalmente livre de patógenos.

       Aplicação: Essencial para materiais e equipamentos críticos que entram em contato com tecidos estéreis ou o sistema vascular, como instrumentos cirúrgicos, cateteres e implantes.

       Métodos: Incluem autoclavação (vapor sob pressão), esterilização a gás (óxido de etileno), radiação (raios gama) e esterilização por plasma de peróxido de hidrogênio.

Métodos de Desinfecção e Esterilização Métodos de Desinfecção:

1.     Agentes Químicos:

o    Álcool (etanol, isopropanol): Eficaz contra bactérias, fungos e alguns vírus. Usado para desinfetar superfícies e equipamentos não críticos. o Hipoclorito de Sódio (cloro): Eficaz contra uma ampla gama de patógenos, incluindo vírus e bactérias. Usado em superfícies e equipamentos. o

Peróxido de Hidrogênio: Usado para desinfecção de superfícies e equipamentos médicos, eficaz contra bactérias, vírus e fungos.

o    Quaternários de Amônio: Usados para desinfetar superfícies e equipamentos, eficazes contra bactérias, fungos e vírus envelopados.

2.     Métodos Físicos:

o    Calor: A pasteurização usa calor moderado para desinfetar equipamentos sensíveis ao calor extremo.

o    Radiação Ultravioleta (UV): Utilizada para desinfetar superfícies e o ar em ambientes hospitalares.

Métodos de Esterilização:

1.     Autoclavação:

o    Vapor sob Pressão: Utiliza vapor a alta temperatura (121-134°C) e pressão para destruir todos os microrganismos e esporos. É o método mais comum para esterilização de instrumentos cirúrgicos e equipamentos médicos.

2.     Esterilização a Gás:

o    Óxido de Etileno: Eficaz para esterilizar materiais sensíveis ao calor e à umidade, como plásticos e dispositivos eletrônicos. Requer ventilação adequada para remover resíduos tóxicos.

3.     Radiação:

o    Raios Gama: Utilizados para esterilizar produtos médicos e farmacêuticos, eliminando todos os microrganismos.

o    Radiação UV: Principalmente usada para desinfecção, mas em alta intensidade pode ser usada para esterilização de superfícies.

4.     Esterilização por Plasma de Peróxido de Hidrogênio:

o    Plasma (Gás Ionizado): Utilizado para esterilizar instrumentos médicos sensíveis ao calor e à umidade. É rápido e não deixa resíduos tóxicos.

Manutenção da Esterilidade dos Materiais

A manutenção da esterilidade dos materiais é tão crucial quanto o próprio processo de esterilização. Para garantir que os materiais permaneçam estéreis até o momento do uso, as seguintes práticas devem ser seguidas:

1.   Armazenamento Adequado:

       Armazene materiais esterilizados em áreas limpas e secas, protegidas contra poeira, umidade e contaminantes.

       Use prateleiras fechadas ou armários para proteger os materiais.

2.   Embalagem Adequada:

       Utilize embalagens apropriadas, como papel grau cirúrgico, tecidos estéreis ou recipientes rígidos, que mantenham a esterilidade durante o armazenamento e transporte.

       Assegure-se de que as embalagens estejam devidamente seladas e etiquetadas com informações sobre a data de esterilização e o conteúdo.

3.   Manuseio Cuidadoso:

       Manuseie materiais esterilizados com luvas limpas para evitar contaminação.

       Evite tocar a superfície interna da embalagem estéril durante a

abertura.

4.   Monitoramento e Validação:

       Realize monitoramento regular dos processos de esterilização usando indicadores biológicos, químicos e físicos para garantir a eficácia.

       Valide periodicamente os métodos de esterilização para confirmar que eles continuam a cumprir os padrões de esterilidade.

 

5.   Controle de Inventário:

       Rotacione os estoques de materiais esterilizados para usar primeiro os itens mais antigos, minimizando o risco de uso de materiais cuja esterilidade possa estar comprometida.

Seguindo rigorosamente essas práticas, é possível garantir que os materiais médicos permaneçam estéreis até o momento do uso, reduzindo significativamente o risco de infecções associadas a procedimentos médicos.

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