CONTROLE DE
INFECÇÃO
HOSPITALAR
Introdução ao Controle de Infecção Hospitalar
Infecção hospitalar, também conhecida como infecção
nosocomial, é aquela adquirida por um paciente durante sua internação ou
atendimento em um serviço de saúde, que não estava presente ou em incubação no
momento da admissão. Essas infecções podem surgir durante a hospitalização ou
após a alta, desde que estejam relacionadas aos procedimentos ou tratamentos
recebidos no ambiente hospitalar.
A importância do controle de infecção hospitalar é crucial,
pois essas infecções representam um desafio significativo para a segurança do
paciente, além de aumentar a morbidade, a mortalidade e os custos de saúde. A
prevenção e o controle eficazes dessas infecções são essenciais para garantir a
qualidade do atendimento, proteger pacientes e profissionais de saúde, e
reduzir os impactos econômicos associados a tratamentos prolongados e
complicações decorrentes de infecções.
Existem vários tipos de infecções hospitalares, cada uma
com suas características e modos de transmissão. As mais comuns incluem:
1. Infecções do Trato Urinário (ITU):
Frequentemente associadas ao uso de cateteres urinários, são uma das infecções
hospitalares mais comuns.
2. Infecções da Corrente Sanguínea (ICS): Geralmente relacionadas ao uso de dispositivos intravasculares, como cateteres venosos centrais. Podem ser graves e levar a sepse.
3. Infecções Respiratórias: Incluem a
pneumonia associada à ventilação mecânica (PAV), que ocorre em pacientes
intubados e submetidos à ventilação artificial.
4. Infecções Cirúrgicas: Ocorrem no local
da incisão cirúrgica e podem variar de superficiais a profundas, afetando
órgãos ou espaços internos.
5. Infecções Gastrointestinais: Como a infecção por Clostridium difficile, que pode causar diarreia grave e colite pseudomembranosa, frequentemente associada ao uso de antibióticos.
As infecções hospitalares têm um impacto significativo na
saúde pública. Elas resultam em aumento da morbidade e mortalidade entre
pacientes hospitalizados, prolongamento do tempo de internação e necessidade de
tratamentos adicionais, muitas vezes caros e complexos. Isso leva a um aumento
nos custos hospitalares e na utilização de recursos de saúde.
Além disso, a presença de infecções
hospitalares pode
contribuir para a disseminação de microrganismos resistentes a múltiplos
medicamentos (MRDM), complicando ainda mais o tratamento e controle dessas
infecções. A resistência antimicrobiana é um problema global de saúde pública,
e os hospitais são locais críticos onde a disseminação de bactérias resistentes
pode ocorrer rapidamente.
A prevenção e o controle das infecções hospitalares são, portanto, prioridades fundamentais para os sistemas de saúde. Investir em programas de controle de infecção, educação e treinamento de profissionais de saúde, e a implementação de práticas baseadas em evidências são medidas essenciais para reduzir a incidência dessas infecções e seus impactos negativos na saúde pública.
A transmissão de infecções pode ocorrer por diferentes
modos, cada um envolvendo mecanismos específicos pelos quais os patógenos são
transferidos de uma fonte para um hospedeiro suscetível. Os principais modos de
transmissão incluem:
1.
Contato
Direto: A transmissão por contato direto ocorre quando há transferência
direta de patógenos de uma pessoa infectada para outra através de contato
físico, como tocar, beijar ou realizar procedimentos médicos sem a devida
proteção. Exemplo: herpes simples, hepatite A.
2.
Contato
Indireto: Na transmissão por contato indireto, os patógenos são
transferidos através de objetos ou superfícies contaminadas, como instrumentos
médicos, roupas, toalhas ou maçanetas. Exemplo: infecções por Staphylococcus
aureus resistente à meticilina (MRSA).
3.
Gotas:
A transmissão por gotas ocorre quando gotículas respiratórias expelidas pela
tosse, espirro ou fala de uma pessoa infectada são inaladas por outra pessoa.
Essas gotículas geralmente não permanecem suspensas no ar por muito tempo e
caem a uma curta distância. Exemplo: gripe, meningite meningocócica.
4.
Aerossóis:
A transmissão por aerossóis envolve partículas menores que gotículas, que podem
permanecer suspensas no ar por períodos prolongados e serem inaladas por
indivíduos suscetíveis. Isso permite que a infecção se espalhe por distâncias
maiores. Exemplo: tuberculose, sarampo, COVID-19. Fatores de Risco para a Transmissão de Infecções
Diversos fatores podem aumentar o risco de transmissão de
infecções, tanto em ambientes hospitalares quanto na comunidade:
1. Falta de Higiene Adequada: A higiene
inadequada das mãos, o uso inadequado de
equipamentos de proteção individual (EPIs) e a limpeza insuficiente de
superfícies e instrumentos podem aumentar o risco de transmissão.
2.
Imunidade
Comprometida: Pacientes com sistemas imunológicos enfraquecidos, como
aqueles com doenças crônicas, em tratamento de câncer ou transplantados, são
mais suscetíveis a infecções.
3.
Procedimentos
Invasivos: Procedimentos médicos invasivos, como cirurgias, cateterização e
ventilação mecânica, podem aumentar o risco de infecção se não forem realizados
com protocolos rigorosos de controle de infecção.
4.
Ambientes
Superlotados: Ambientes hospitalares ou comunitários superlotados facilitam
a disseminação de patógenos devido à proximidade entre indivíduos e ao
compartilhamento de espaços e objetos.
5.
Falta
de Educação e Treinamento: Profissionais de saúde e cuidadores que não
recebem treinamento adequado em práticas de controle de infecção podem
inadvertidamente contribuir para a disseminação de infecções.
A cadeia de infecção descreve o processo pelo qual uma
infecção é transmitida de uma fonte para um hospedeiro suscetível. A
interrupção dessa cadeia é fundamental para a prevenção de infecções. A cadeia
de infecção inclui os seguintes componentes: 1. Agente Etiológico (Patógeno): O microrganismo causador da
infecção, como bactérias, vírus, fungos ou parasitas.
2.
Reservatório:
O ambiente ou organismo onde o patógeno vive, cresce e se multiplica. Pode ser
um ser humano, animal ou ambiente inanimado.
3.
Porta
de Saída: O caminho pelo qual o patógeno deixa o reservatório, como trato
respiratório, trato gastrointestinal, pele ou membranas mucosas.
4.
Modo
de Transmissão: O método pelo qual o patógeno é transferido do reservatório
para o hospedeiro suscetível. Pode ser por contato direto, indireto, gotas ou
aerossóis.
5.
Porta
de Entrada: O caminho pelo qual o patógeno entra no novo hospedeiro, como
trato respiratório, trato gastrointestinal, pele lesionada ou mucosas.
6. Hospedeiro Suscetível: A pessoa que é vulnerável à infecção devido a fatores como idade, estado imunológico, condições subjacentes ou exposição ao patógeno.
A interrupção de qualquer elo dessa cadeia pode prevenir a transmissão de infecções. Medidas como a higienização adequada das mãos, o uso de EPIs, a limpeza e desinfecção
de qualquer elo dessa cadeia pode prevenir a transmissão de infecções. Medidas como a higienização adequada das mãos, o uso de EPIs, a limpeza e desinfecção de superfícies, a vacinação e a educação contínua de profissionais de saúde são fundamentais para quebrar a cadeia de infecção e proteger a saúde pública.
O controle de infecção hospitalar é uma prática essencial
para garantir a segurança dos pacientes, profissionais de saúde e visitantes.
Os princípios básicos de controle de infecção envolvem um conjunto de medidas
que visam prevenir e limitar a disseminação de microrganismos patogênicos
dentro das instituições de saúde. Esses princípios incluem:
1.
Higienização
das Mãos: A lavagem das mãos é a medida mais eficaz e fundamental na
prevenção de infecções. Deve ser realizada antes e depois do contato com o
paciente, após a remoção de luvas, antes de procedimentos assépticos e após o
contato com superfícies ou equipamentos contaminados.
2.
Uso
de Equipamentos de Proteção Individual (EPI): Os EPIs, como luvas,
máscaras, aventais e óculos de proteção, criam uma barreira física que protege
tanto os profissionais de saúde quanto os pacientes contra a transmissão de
patógenos. O uso adequado e a remoção correta dos EPIs são cruciais.
3.
Desinfecção
e Esterilização: A limpeza, desinfecção e esterilização de instrumentos e
superfícies são vitais para eliminar microrganismos e prevenir infecções.
Equipamentos médicos reutilizáveis devem ser esterilizados adequadamente entre
usos.
4.
Isolamento
de Pacientes: Pacientes com doenças transmissíveis devem ser isolados para
evitar a propagação de infecções. Existem diferentes tipos de isolamento
(contato, gotículas, aerossóis) dependendo da via de transmissão do patógeno.
5.
Gestão
de Resíduos: O descarte seguro de resíduos hospitalares é essencial para
prevenir a contaminação ambiental e a exposição acidental de profissionais e
pacientes a agentes infecciosos.
6.
Educação
e Treinamento: Educar e treinar continuamente os profissionais de saúde
sobre práticas de controle de infecção é fundamental para garantir a
implementação correta das medidas de prevenção.
A higienização das mãos é reconhecida mundialmente como a medida mais eficaz para prevenir a transmissão de infecções. A pele das mãos pode
higienização das mãos é reconhecida mundialmente como a
medida mais eficaz para prevenir a transmissão de infecções. A pele das mãos
pode hospedar microrganismos patogênicos adquiridos pelo contato direto com
pacientes, superfícies contaminadas ou instrumentos médicos. A lavagem adequada
das mãos com água e sabão ou a utilização de soluções alcoólicas elimina esses
microrganismos, interrompendo a cadeia de infecção.
Estudos demonstram que a higienização correta das mãos
reduz significativamente a incidência de infecções hospitalares. Além disso, é
uma prática simples, de baixo custo e de fácil implementação, que pode salvar
vidas. A adesão à higienização das mãos deve ser incentivada e monitorada
continuamente para garantir sua eficácia.
Os profissionais de saúde desempenham um papel crucial no
controle de infecção dentro das instituições de saúde. Eles são responsáveis
pela implementação e adesão às práticas e protocolos de controle de infecção,
além de atuar como modelos para outros colegas e pacientes. As principais
responsabilidades dos profissionais de saúde incluem:
1.
Seguir
Protocolos: Cumprir rigorosamente os protocolos de higienização, uso de
EPIs, desinfecção e esterilização, e isolamento de pacientes.
2.
Educar
e Treinar: Participar de programas de educação continuada e treinar novos
profissionais e estudantes sobre práticas de controle de infecção.
3.
Monitorar
e Relatar: Vigiar a ocorrência de infecções e relatar casos suspeitos ou
confirmados às autoridades competentes. Monitorar a adesão às práticas de
controle de infecção e corrigir comportamentos inadequados.
4.
Comunicação
Eficaz: Comunicar-se eficazmente com pacientes e suas famílias sobre a
importância das medidas de controle de infecção e como podem contribuir para a
prevenção de infecções.
5. Promoção da Segurança: Promover uma cultura de segurança dentro da instituição, onde a prevenção de infecções seja uma prioridade para todos.
O comprometimento e a responsabilidade dos profissionais de saúde são fundamentais para o sucesso das medidas de controle de infecção. Ao adotarem práticas baseadas em evidências e atuarem de maneira proativa, eles podem significativamente reduzir a incidência de infecções hospitalares e melhorar a qualidade do atendimento.
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