Operações Logísticas no Armazém
Movimentação de Materiais
A movimentação de materiais
dentro de um armazém é um dos processos centrais que garantem a eficiência da
operação logística. Ela envolve o transporte de mercadorias de uma área para
outra, seja para armazenamento, processamento ou expedição. Um bom gerenciamento
da movimentação de materiais contribui para a otimização do espaço, redução de
tempo e custos, além de aumentar a segurança dos colaboradores.
Tipos de Movimentação Interna de Mercadorias
Existem diferentes tipos de
movimentação de mercadorias dentro de um armazém, que variam conforme a
natureza dos produtos, as distâncias a serem percorridas e as tecnologias
disponíveis:
1.
Movimentação
Manual:
É feita diretamente pelos trabalhadores, sem o uso de equipamentos mecânicos.
Geralmente, aplica-se a produtos pequenos ou de fácil manipulação. Embora seja
uma solução simples, deve ser limitada, devido ao risco de fadiga e lesões dos
operadores.
2.
Movimentação
Mecânica:
Utiliza equipamentos para transportar e movimentar mercadorias dentro do
armazém, especialmente em situações que envolvem produtos volumosos ou pesados.
Essa forma de movimentação é mais rápida e segura em comparação à manual, sendo
a mais utilizada em grandes operações.
3.
Movimentação
Automatizada:
Cada vez mais comum em armazéns modernos, envolve a utilização de sistemas
automatizados, como transportadores, esteiras rolantes ou robôs. Esses sistemas
permitem o transporte contínuo de mercadorias sem a necessidade de intervenção
humana, aumentando a precisão e reduzindo os custos com mão de obra.
Equipamentos de Movimentação
O uso adequado de
equipamentos de movimentação de materiais é fundamental para garantir que os
produtos sejam transportados com segurança e eficiência. Entre os equipamentos
mais utilizados, destacam-se:
1.
Empilhadeiras: São amplamente usadas para
levantar, mover e empilhar materiais paletizados. Elas são ideais para
movimentar grandes volumes de mercadorias em curtas distâncias dentro do
armazém. Existem diversos tipos de empilhadeiras, como as de combustão interna,
elétricas e retráteis, cada uma adequada para diferentes aplicações.
2.
Paleteiras (ou
Transpaletes):
São equipamentos manuais ou elétricos usados para levantar e transportar
paletes de mercadorias por curtas distâncias. Elas são práticas para locais
onde o espaço é limitado e não é possível operar com empilhadeiras.
3.
Esteiras Transportadoras: Utilizadas para o transporte contínuo de mercadorias ao longo de uma linha de produção ou de um setor do armazém para outro. São muito úteis para aumentar a velocidade de processos repetitivos e facilitar o manuseio de produtos leves.
4.
Guindastes e
Pontes Rolantes: Equipamentos utilizados em operações de movimentação de cargas muito
pesadas e volumosas, como em armazéns industriais. Eles permitem o transporte
vertical e horizontal de materiais em grandes áreas.
5.
Carrinhos de
Transporte:
Ferramentas simples, mas eficazes, para transportar mercadorias menores ou de
peso intermediário. São usados em setores onde a movimentação é constante e o
uso de equipamentos maiores seria inviável.
6.
Sistemas AGV
(Veículos Guiados Automaticamente): São veículos robóticos que operam de forma
autônoma, seguindo trajetos pré-programados para transportar materiais dentro
do armazém. Eles oferecem alta eficiência e segurança, especialmente em
operações que exigem precisão e repetição.
Segurança na Movimentação
A segurança na movimentação
de materiais deve ser uma prioridade em qualquer armazém. A manipulação
inadequada ou o uso incorreto de equipamentos pode resultar em acidentes
graves, tanto para os trabalhadores quanto para as mercadorias. Algumas
práticas essenciais para garantir a segurança incluem:
1. Treinamento dos Funcionários: Todos os operadores de equipamentos de movimentação devem receber treinamento adequado sobre o uso correto dos dispositivos e as melhores práticas para manuseio seguro de materiais. Além disso, devem ser conscientes das normas de segurança e da importância do uso de equipamentos de proteção individual (EPIs), como capacetes, luvas e botas.
2.
Manutenção dos
Equipamentos:
A manutenção regular dos equipamentos é crucial para garantir que funcionem
corretamente e de forma segura. Inspeções periódicas devem ser realizadas para
identificar possíveis falhas ou desgastes nos equipamentos de movimentação.
3.
Sinalização
Adequada:
O armazém deve contar com sinalização clara e visível, indicando áreas de
movimentação, limites de peso, caminhos de circulação e zonas de risco. Isso
ajuda a evitar colisões entre os equipamentos e os trabalhadores, além de
prevenir acidentes.
4. Planejamento do Layout do Armazém: Um bom planejamento do layout do armazém reduz a necessidade de movimentação desnecessária, otimizando o fluxo de materiais. Zonas de carga, descarga e armazenamento devem
estar bem organizadas para facilitar o trânsito
dos equipamentos e trabalhadores.
5.
Ergonomia: A ergonomia é um fator
importante na segurança da movimentação manual. Sempre que possível, deve-se
minimizar a necessidade de levantar objetos pesados manualmente, e quando isso
não for evitável, os trabalhadores devem adotar posturas corretas para evitar
lesões.
A movimentação de materiais é uma parte crítica do gerenciamento de armazéns e, quando realizada de maneira eficiente e segura, melhora o desempenho das operações, diminui o tempo de processamento de mercadorias e garante a integridade dos produtos e dos trabalhadores. A escolha dos equipamentos adequados e a implementação de boas práticas de segurança são essenciais para o sucesso de qualquer operação logística.
Gestão de Estoque
A gestão de estoque é uma
função essencial no gerenciamento logístico de um armazém, pois envolve o
controle eficiente das quantidades de mercadorias armazenadas. Uma boa gestão
de estoque é fundamental para garantir que os produtos estejam disponíveis quando
necessários, evitando excessos ou faltas que possam comprometer o atendimento
ao cliente ou aumentar os custos operacionais.
Métodos de Controle de Estoque
Existem vários métodos
utilizados para controlar o fluxo de mercadorias em um armazém, garantindo que
os produtos sejam movimentados de maneira ordenada e eficiente. Os principais
métodos de controle de estoque incluem:
1.
FIFO (First In,
First Out):
O método "Primeiro a Entrar, Primeiro a Sair" garante que os itens
que chegam primeiro ao estoque sejam os primeiros a serem retirados. Esse
método é especialmente importante para mercadorias perecíveis ou com data de
validade, como alimentos ou medicamentos, evitando perdas por vencimento. O
FIFO ajuda a manter os produtos mais novos armazenados por menos tempo,
minimizando riscos de deterioração.
2.
LIFO (Last In,
First Out):
No método "Último a Entrar, Primeiro a Sair", as mercadorias mais
recentes são as primeiras a serem retiradas do estoque. Esse método pode ser
útil em determinadas indústrias, como a de construção, onde os produtos
armazenados por mais tempo têm maior durabilidade. No entanto, o LIFO pode não
ser adequado para produtos perecíveis, pois pode resultar em mercadorias
antigas ficando no estoque por muito tempo.
3. FEFO (First Expired, First Out): No método "Primeiro a Vencer, Primeiro a Sair", as mercadorias com data de validade mais próxima são as primeiras a serem
despachadas. Esse método é amplamente utilizado em armazéns que lidam com
alimentos, bebidas e produtos farmacêuticos, onde a data de validade é um fator
crítico para evitar perdas.
4.
Just-in-Time (JIT): O método JIT é utilizado
para manter os níveis de estoque baixos, recebendo mercadorias apenas quando
necessário para atender à demanda imediata. Esse método pode reduzir os custos
de armazenamento, mas exige um planejamento preciso e uma coordenação eficiente
com fornecedores, pois qualquer atraso pode resultar na falta de produtos.
Ferramentas de Gestão de Estoque
A gestão de estoque moderna
depende de ferramentas tecnológicas para garantir que as mercadorias sejam
rastreadas e controladas de maneira precisa e eficiente. Algumas das principais
ferramentas utilizadas na gestão de estoque incluem:
1. Sistemas de Gestão de Armazém (WMS): Um WMS é um software que ajuda a gerenciar e otimizar as operações do armazém, incluindo o controle de estoque. Ele permite que as empresas rastreiem o movimento de mercadorias em tempo real, desde o recebimento até a expedição. O WMS também pode fornecer informações detalhadas sobre o nível de estoque, localização dos itens e previsão de reabastecimento.
2.
Sistemas de Código
de Barras:
O uso de códigos de barras é uma ferramenta comum para rastrear e identificar
mercadorias no armazém. Quando os produtos são recebidos, armazenados ou
expedidos, os códigos de barras são escaneados para registrar automaticamente o
movimento no sistema, garantindo uma contagem precisa e rápida do estoque.
3.
RFID
(Identificação por Radiofrequência): O RFID é uma tecnologia que usa etiquetas
eletrônicas para rastrear mercadorias. Ao contrário dos códigos de barras, que
precisam ser escaneados manualmente, as etiquetas RFID podem ser lidas à
distância e em grandes volumes, permitindo uma movimentação mais rápida e
eficiente dos produtos.
4.
ERP (Enterprise
Resource Planning): O ERP é um sistema de gestão empresarial integrado que abrange diversos
setores da empresa, incluindo o estoque. Ele permite que as empresas integrem
dados de compras, vendas e logística para um controle centralizado,
proporcionando uma visão mais ampla do estoque em relação à demanda e à
produção.
Prevenção de Perdas e Danos
A prevenção de perdas e danos no estoque é crucial para manter a rentabilidade e a eficiência do armazém. Perdas podem ocorrer por diversos motivos, como erros de inventário, avarias nos produtos, furtos ou problemas na
cadeia de suprimentos. Algumas estratégias eficazes para prevenir perdas e danos incluem:
1.
Implementação de
Políticas de Qualidade no Recebimento: A inspeção rigorosa das mercadorias ao serem
recebidas é essencial para garantir que elas estejam em perfeitas condições.
Qualquer mercadoria danificada ou fora das especificações deve ser rejeitada ou
devolvida ao fornecedor, evitando a entrada de produtos com defeito no estoque.
2.
Armazenamento
Adequado:
O uso de práticas corretas de armazenamento, como empilhamento seguro e
controle de temperatura, é fundamental para evitar danos aos produtos.
Mercadorias frágeis ou perecíveis precisam de cuidados especiais, como áreas
específicas de armazenamento e monitoramento contínuo das condições ambientais.
3.
Controle de Acesso
ao Armazém:
Limitar o acesso ao estoque apenas a funcionários autorizados reduz o risco de
furtos e movimentações não registradas. Além disso, o monitoramento por câmeras
de segurança pode atuar como um fator dissuasivo contra atividades ilícitas.
4.
Inventários
Regulares:
A realização de inventários periódicos permite identificar discrepâncias entre
o estoque físico e o registrado no sistema. Contagens frequentes ajudam a
detectar e corrigir possíveis erros antes que se tornem problemas maiores,
garantindo que o controle de estoque esteja sempre atualizado.
5. Rotação de Estoque (FIFO e FEFO): A aplicação de métodos como FIFO e FEFO ajuda a garantir que os produtos mais antigos ou com prazo de validade mais curto sejam despachados primeiro, prevenindo perdas por vencimento ou obsolescência.
A gestão de estoque é uma
atividade complexa que exige o uso de métodos e ferramentas eficazes para
garantir que o armazém funcione de maneira eficiente. Controlar o fluxo de
mercadorias, utilizar a tecnologia a favor da gestão e adotar medidas preventivas
contra perdas e danos são passos essenciais para maximizar a produtividade e
reduzir custos operacionais no ambiente logístico.
Separação de Pedidos (Picking)
A separação de pedidos, ou picking, é um dos processos mais críticos dentro da operação de um armazém. Trata-se da atividade de localizar, selecionar e preparar os produtos para atender a um pedido. Esse processo exige eficiência, precisão e rapidez, pois qualquer erro ou atraso pode comprometer o prazo de entrega e a satisfação do cliente. Com o crescimento do e-commerce e a demanda por entregas rápidas, o picking tornou-se um foco importante para a otimização
logística.
Tipos de Sistemas de Picking
O picking pode ser realizado
de diversas maneiras, variando de acordo com o nível de automação e as
necessidades operacionais do armazém. Os principais sistemas de picking são:
1.
Picking Manual: Nesse método, os
operadores humanos são responsáveis por percorrer o armazém para localizar e
coletar os itens do pedido. É a forma mais comum em armazéns pequenos ou onde a
variedade de produtos é muito alta. Apesar de ser flexível e de baixo custo inicial,
o picking manual pode ser mais demorado e sujeito a erros.
2.
Picking
Automatizado:
Utiliza tecnologias como robôs ou sistemas de esteiras transportadoras para
automatizar a coleta de produtos. Sistemas automatizados são muito eficientes
em grandes operações, onde a velocidade e a precisão são críticas. Exemplo
disso são os sistemas de "goods-to-person", onde o produto é levado
até o operador, eliminando a necessidade de deslocamento manual.
3.
Picking Assistido
por Tecnologia:
Combina o trabalho humano com tecnologias que auxiliam na coleta de itens, como
sistemas de picking por voz (voice picking), que guiam o operador através de
comandos de voz, ou sistemas de picking por luz (pick-to-light), onde luzes
indicam quais itens devem ser coletados. Esses sistemas aumentam a eficiência e
reduzem os erros de separação.
4.
Zone Picking: Nesse método, o armazém é
dividido em zonas, e cada operador é responsável por uma zona específica. Os
pedidos são separados em etapas, e os produtos de diferentes zonas são reunidos
ao final. Esse método evita que o operador tenha que percorrer longas
distâncias, aumentando a produtividade.
5.
Batch Picking
(Separação por Lote): Em vez de separar um pedido de cada vez, o operador coleta itens para
múltiplos pedidos simultaneamente, agrupando os itens por tipo. Isso reduz o
tempo de deslocamento e é eficiente quando vários pedidos contêm itens
semelhantes.
6.
Wave Picking: É uma combinação de
métodos onde os pedidos são agrupados em "ondas" ou lotes, e os itens
são coletados em intervalos de tempo específicos, otimizando a separação de
pedidos em grandes volumes e sincronizando com os horários de expedição.
Técnicas para Otimizar o Processo de Separação
A otimização do picking é fundamental para aumentar a eficiência operacional e garantir que os pedidos sejam processados corretamente e dentro do prazo. Algumas técnicas que podem ser aplicadas para melhorar esse processo incluem:
1. Organização do Layout
do
Layout do Armazém: Um layout bem planejado pode reduzir significativamente o tempo de
deslocamento dos operadores. Produtos de alta rotação, ou seja, aqueles mais
frequentemente pedidos, devem ser armazenados em locais de fácil acesso e
próximos à área de expedição.
2.
Uso de Tecnologias
de Localização:
Ferramentas como códigos de barras, RFID e sistemas de localização em tempo
real (RTLS) ajudam os operadores a localizar os itens mais rapidamente. Esses
sistemas garantem que os produtos sejam encontrados com precisão e que o tempo
de busca seja minimizado.
3.
Agrupamento de
Pedidos (Batch Picking): Agrupar pedidos similares permite que os operadores coletem múltiplos
itens de uma vez, reduzindo o número de viagens feitas dentro do armazém. Essa
técnica é particularmente eficaz quando há muitos pedidos com itens em comum.
4.
Picking por Zonas
(Zone Picking):
Dividir o armazém em zonas e atribuir operadores a áreas específicas reduz o
tempo de movimentação, tornando o processo mais eficiente. Além disso, o
trabalho em equipe ao longo de diferentes zonas melhora o fluxo de operações.
5. Automação Parcial ou Completa: Introduzir automação, mesmo que parcial, pode acelerar significativamente o picking. Por exemplo, o uso de robôs que trazem produtos para as estações de trabalho dos operadores reduz o esforço físico e o tempo gasto em movimentação.
6.
Cross-Docking: Quando bem aplicado, o
cross-docking permite que os produtos sejam recebidos e enviados diretamente
para expedição sem a necessidade de serem armazenados. Isso acelera o
processamento de pedidos e reduz o tempo de espera.
Integração do Picking com o Sistema de Gestão do
Armazém
A integração entre o
processo de picking e o Sistema de Gestão de Armazém (WMS - Warehouse
Management System) é crucial para garantir a eficiência operacional e a
precisão na separação de pedidos. Um WMS permite que todas as etapas do picking
sejam monitoradas e otimizadas de forma inteligente e em tempo real. As
principais vantagens dessa integração incluem:
1.
Planejamento de
Rotas Otimizadas: O WMS pode calcular a rota mais eficiente para os operadores
percorrerem o armazém, evitando deslocamentos desnecessários e melhorando o
tempo de separação.
2.
Alocação de
Recursos:
O WMS pode alocar os operadores em áreas ou tarefas específicas com base na
demanda do momento, garantindo que os recursos sejam utilizados da maneira mais
eficiente.
3. Monitoramento em Tempo Real: Com o WMS, é
o WMS, é possível monitorar em tempo real o status dos pedidos, saber quais
produtos já foram separados e prever quando o pedido estará pronto para
expedição. Isso permite uma gestão mais ágil e a identificação rápida de
possíveis gargalos.
4.
Integração com
Tecnologias de Automação: Um WMS moderno pode ser integrado a sistemas de automação de picking,
como esteiras transportadoras, robôs de separação e sistemas de picking por voz
ou luz. Essa integração garante que o processo seja fluido e que os produtos
corretos sejam coletados rapidamente.
5.
Precisão e Redução
de Erros:
O WMS guia o operador por meio de tecnologias como código de barras ou RFID,
garantindo que os itens corretos sejam coletados para cada pedido. A redução de
erros minimiza os custos associados a devoluções e reprocessamento.
A separação de pedidos é um dos processos mais intensivos em mão de obra dentro de um armazém, e otimizar esse processo é vital para garantir eficiência e competitividade. A combinação de boas práticas operacionais, tecnologias de suporte e a integração com um sistema de gestão de armazém permite que o picking seja realizado de forma rápida, precisa e com menor custo operacional.
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